TÍTULO: CARA NOVA EM MALHAÇÃO: NEGRA E FAXINEIRA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: COMUNICAÇÃO SOCIAL

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Transcrição:

TÍTULO: CARA NOVA EM MALHAÇÃO: NEGRA E FAXINEIRA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: COMUNICAÇÃO SOCIAL INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI AUTOR(ES): CELESTINO FRANCISCO DA SILVA FILHO ORIENTADOR(ES): MAX MILLIANO MELO

Resumo Este trabalho analisa a narrativa das duas personagens protagonistas de duas temporadas da telenovela Malhação: Seu Lugar No Mundo (2015) e Pro Dia Nascer Feliz (2016). Para tal intuito, apresenta-se alguns recortes sobre a construção de personagens no produto audiovisual telenovela. Observando elementos como vestuário trabalho e família e fazendo um comparativo com a entre as duas personagens, investiga-se as rupturas e permanências na apresentação da primeira protagonista negra da Malhação em seus mais de 20 anos de exibição. Palavras Chaves: audiovisual, construção de personagens, mulher negra. Introdução A telenovela Malhação, no ar na TV Globo desde 1995 apresenta, em 2016, pela primeira vez em 21 anos, uma protagonista negra e trabalhadora. Diferente das protagonistas anteriores Joana não é estudante, ela é faxineira. Essa temporada traz à tona dois tipos de representatividade; a empregada doméstica e a mulher negra. Tendo como embasamento os conceitos de Melo (2016) de que mesmo o audiovisual não sendo um espelho do real, ele dialoga com a cultura de cada período histórico, considera-se relevante analisar quais os aspectos foram utilizados na apresentação dessa personagem, se ela veio quebrar paradigmas ou se repete estereótipos. Objetivos O objetivo desta pesquisa é investigar as estratégias de representação da mulher negra e trabalhadora em uma telenovela voltada para o público jovem. Identificar as rupturas e permanências desses elementos em comparação com já estabelecido neste tipo de narrativa. A mulher negra é comumente representada como emprega domestica ou como a negra hipersexualizada. Tendo consciência de que os produtos culturais consumidos pelos jovens podem influenciar a sua construção identitária, considera-se importante analisar como as jovens negras são representadas na telenovela brasileira. Metodologia Estruturar um embasamento teórico com base em levantamento bibliográfico. Observar os cinco primeiros capítulos das duas temporadas e analisar os fatores que

foram ressaltados em cada trama para a construção das protagonistas. Foram escolhidos os cinco primeiros capítulos de cada temporada por serem a parte da narrativa responsável pela apresentação dessas personagens e, portanto, estratégicos na construção da trama. A quantidade de capítulos analisados representa a primeira semana que cada trama foi exibida para o público. Três aspectos serão analisados: Vestuário, trabalho e família. A partir de uma observação participante dos capítulos em questão, identificou-se que tais aspectos mostraram-se marcantes na estratégia de construção das personagens, o que sugere o desejo dos realizadores em utilizar tais elementos como pilares na construção de suas personagens. Desenvolvimento Interpretada por Isaura Bruno, a primeira protagonista negra de uma telenovela brasileira é uma empregada. Não por coincidência, a primeira protagonista negra da Malhação é uma faxineira. Se na construção do personagem for destacado um tratamento estereotipado, recorrendo aos arquétipos da subalternidade na sociedade brasileira, aumenta a possibilidade de contratação para o ator negro (ARAÚJO, 2000). Luciana, personagem principal da temporada Seu Lugar No Mundo, repete o estilo padrão das protagonistas da Malhação: É uma jovem branca, estudante e de classe média. A primeira cena em que a personagem aparece é se maquiando no quarto. De vestido, brinco, colar e salto alto, ela sai com os pais para a festa de formatura. A primeira aparição da personagem Joana por sua vez, negra e faxineira protagonista da temporada Pro Dia Nascer Feliz, também é se arrumando, ela coloca o brinco para ir trabalhar e antes de sair o padrasto manda ela trocar de roupa, por achar a saia muito curta. As duas personagens se vestem de forma confortável para o clima de onde vivem. Luciana mora no Rio de Janeiro e Joana em Morro Branco, no Ceará. Dois lugares de clima quente. Enquanto Luciana usa short curto quando está em casa, Joana, fora do trabalho, usa saia curta e camisa tomara que caia. Joana não apresenta o sotaque típico das personagens que são do Nordeste. Talvez a tentativa de afirmar que ela é nordestina se faça presente por meio de suas vestimentas étnicas (coloridas, com tecidos soltos e artesanais). Filha de uma professora e de um garçom, Luciana não trabalha, é apenas estudante. Joana é faxineira, ajuda com as despesas de casa e ainda não terminou os estudos.

Luciana mantém um laço amoroso com sua família. Durante os cinco capítulos observados, é comum ver seu pai ajudando nas tarefas domésticas e mantendo um diálogo sobre a filha com a esposa. Luciana namora em casa e conta com a superproteção do pai, que de longe fica observando a filha e seu namorado. Já Joana é órfã de mãe e tem na sua certidão de nascimento Pai Desconhecido. Seu padrasto é um homem machista que a expulsa de casa por seu comportamento considerado excessivamente sexualizado. A única relação familiar que a personagem tem durante os capítulos analisados é com sua avó Damiana (na verdade uma senhora idosa que, apesar de não manter laços de sangue, considera sua familiar). O elemento trabalho, ausente na composição da personagem Luciana, se fez presente em todos os capítulos observados na apresentação da personagem Joana. Ao ser expulsa de casa, a primeira protagonista negra da novela teen, sai do Nordeste e viaja para o Rio de Janeiro, na expectativa de conseguir uma vida melhor e achar seu pai biológico. Resultados Preliminares Segundo dados do IBGE (2014) 1 os negros representam 54% da população brasileira, mas, com exceção das telenovelas que tiveram como temática a escravidão, não se ver quantidade representativa dessa população no produto audiovisual aqui estudado. A ausência dos negros é ainda maior quando se trata de protagonismo. Conforme aponta Araújo (2000), a telenovela, ao não dar visibilidade à verdadeira composição racial do país, compactua conservadoramente com a tendência que ainda permanece em uma parcela dos afrodescendentes - produtos do branqueamento, que buscam uma identificação com a parcela branca da sociedade - e pratica uma verdadeira negação da diversidade racial do Brasil. Só na vigésima temporada da Telenovela Malhação há uma protagonista negra, essa, por sua vez, conta com uma história repleta de clichês: hipersexualização, estrutura familiar frágil (quando não ausente), pai desconhecido, vestuário étnico, além da posição social subalterna como faxineira. Tanto que antes mesmo de sua estreia, a 1 1 Conforme reportagem do jornal El País. <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/13/politica/1447439643_374264.html>. Acesso em 31/08/2017.

novela foi alvo de vários questionamentos e críticas feitos pelos internautas 2.Tal crítica, sugere que a sociedade negra está cada vez mais ciente da necessidade de lutar pela representatividade. Fontes Consultadas MELO, Max Milliano. Personagens Brasileiras: As domésticas de Gabriel Mascaro e Anna Muylaert. Dissertação (Mestrado em Mídia e Cotidiano). Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016. ARAÚJO, Joel Zito. A Negação Do Brasil: O Negro na Telenovela Brasileira. Editora Senac. São Paulo, 2000. 2 Segundo reportagem do Correio 24 Horas. <http://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/primeiraprotagonista-negra-de-malhacao-sera-faxineira-e-globo-e-criticada/>. Acesso em 29/08/2017.