Cobertura Convergente das Eleições para a Reitoria da UFSC Rádio, Televisão e Online 1

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Transcrição:

Cobertura Convergente das Eleições para a Reitoria da UFSC 2015 - Rádio, Televisão e Online 1 Ana Cristina MACHADO² Dener ALANO³ Guilherme LONGO⁴ Cárlida EMERIM⁵ Valci ZUCULOTO⁶ Marcelo BARCELOS⁷ Rogério CHRISTOFOLETTI 8 Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC RESUMO Este trabalho apresenta, de forma detalhada, a atividade de cobertura jornalística eleitoral convergente das eleições da reitoria da UFSC de 2015. A ação, desenvolvida pelo curso de Jornalismo da UFSC, a partir dos Laboratórios de Radiojornalismo, através da Rádio Ponto UFSC e de Telejornalismo, com o TJ UFSC, e da equipe do Jornal-Laboratório Zero, contou com a participação de professores, técnicos administrativos em educação e cerca de 90 alunos do curso de Jornalismo de diferentes fases do curso. A metodologia empregada simula a cobertura de eventos políticos tradicionais colocando os alunos em contato direto com a comunidade interna e externa da universidade através das produções realizadas que são exibidas via sistema de streaming no site da UFSC, via YouTube ou em canais de redes sociais como o Facebook. PALAVRAS-CHAVE: Cobertura; Eleições UFSC; Convergência; Rádio, TV e Internet; 1 INTRODUÇÃO A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é a maior, e mais importante universidade de Santa Catarina, chegando a ter um orçamento anual maior que o da maioria das cidades de Santa Catarina, cerca de 1 bilhão por ano. Isso aumenta ainda mais a relevância do reitor, autoridade máxima, cujo papel consiste na administração dos 1 Trabalho submetido ao XXIII Prêmio Expocom 2016, na Categoria JO 07, modalidade Produção em Jornalismo digital (conjunto). ² Aluno(a) líder do grupo e estudante do 4º. Semestre do Curso de Jornalismo da UFSC, editora-chefe do TJ UFSC 2015, email: anacristinaamj@gmail.com ³ Estudante do 7º Semestre do Curso de Jornalismo da UFSC, email: deneralano@gmail.com ⁴ Estudante do 10º. Semestre do Curso de Jornalismo da UFSC, email: guilherme.longo93@gmail.com ⁵ Professora e pesquisadora na graduação e pós-graduação do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, orientadora do trabalho; email: carlidaemerim@gmail.com ⁶ Professora e pesquisadora na graduação e pós-graduação do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, orientadora do trabalho; email: valzuculoto@hotmail.com ⁷ Professor substituto na graduação do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, orientador do trabalho; email: marcelobarcelos.jornalismo@gmail.com 8 Professor e pesquisador na graduação e pós-graduação do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, orientador do trabalho; email: rogerio.christofoletti@uol.com.br 1

diversos setores da universidade, a gestão política, o relacionamento com os diversos segmentos da comunidade acadêmica e o diálogo externo à universidade. Por isso, o trabalho desempenhado pelo reitor é sempre acompanhado de perto pela comunidade de Florianópolis e de Santa Catarina como um todo, principalmente pela imprensa. Entre os anos de 2012 e 2016 a gestão da reitoria foi exercida pela professora Roselane Neckel, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, tendo como vice-reitora a professora Lúcia Helena Martins Pacheco, do Centro Tecnológico. A gestão de Roselane e Lúcia foi marcada por diversas crises institucionais, como o episódio do Levante do Bosque 2 e críticas internas e externas à administração. Por isso, a aproximação da troca de gestão passou a ser acompanhado de perto por autoridades e pela imprensa. No segundo semestre de 2015, a universidade realizou a campanha e consulta pública para a escolha da nova gestão da reitoria da UFSC. No total, cinco chapas se inscreveram para concorrer. Eram elas: chapa 81, Confiança e Credibilidade, composta por Cláudio José Amante como candidato a reitor e Rogério Cid Bastos como candidato à vicereitor. Chapa 82, A UFSC pode Mais, formada por Luiz Carlos Cancellier como candidato a reitor e Alacoque Lorenzini Erdmann como candidata à vice. Chapa 83, A UFSC é Nosso Compromisso, com as professoras Roselane e Lúcia concorrendo à reeleição. Chapa 84, UFSC +, com Edson de Pieri como candidato a reitor e Carlos Alberto Marques como candidato à vice. E Chapa 85, Somos Todos UFSC, com Irineu Manoel de Souza como candidato a reitor e Mônica Aguiar Ramos como candidata à vice. A Comissão Eleitoral da UFSC (Comeleufsc) estimou o número total de votantes em 38.843 pessoas, divididos entre estudantes, professores e servidores aptos a votar nas eleições. A campanha eleitoral durou cerca de cinco semanas, momento em que os candidatos faziam visitas aos centros, aos campi do interior, e participavam de entrevistas e debates. A votação foi dividida em dois turnos. No primeiro turno, a Chapa 82 terminou em primeiro lugar com 29,54% dos votos, e a Chapa 84 em segundo com 22,49%. Em terceiro lugar ficou a Chapa 85 que recebeu 22,07% dos votos, seguida pela Chapa 83 com 12,85%, a Chapa 81 ficou em último lugar, com 11,27% dos votos. Desse modo, as chapas 82 e 84 seguiram para a disputa do segundo turno. 2 Episódio conhecido como levante do bosque ocorreu no dia 25/05/14 onde foi feita uma operação da policial (militar e federal) para prender um estudante que estaria portando drogas ilícitas dentro a UFSC. Policiais, centenas de estudantes e professores entraram em conflito no bosque do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da universidade. O episódio acabou com o indiciamento de 36 pessoas incluindo alunos, professore e a reitora da UFSC Roselane Neckel. 2

A votação do segundo turno foi realizada no dia 11 de novembro de 2015, e a chapa 82, formada pelos professores Luiz Carlos Cancellier e Alacoque Erdmann saiu vitoriosa, com 47,42% dos votos. Já a chapa 84, composta pelos professores Edson de Pieri e Carlos Alberto Marques recebeu 46,06% do total de votos. Devido a importância política do momento para a universidade, e também para Florianópolis e Santa Catarina, os Laboratórios de Radiojornalismo, através da Rádio Ponto UFSC e de Telejornalismo, a partir do TJ UFSC, e da equipe do Jornal-Laboratório Zero trabalharam de forma integrada para realizar uma cobertura convergente da campanha e da apuração dos votos. 2 OBJETIVO Essa atividade teve como proposta central proporcionar aos alunos do curso de Jornalismo da UFSC a experiência de uma cobertura jornalística eleitoral convergente, contemplando um número maior de participantes orientados por alunos de diferentes fases e professores de diferentes disciplinas e projetos, formando uma grande equipe de trabalho em tempo real. Durante os dias das eleições do primeiro e do segundo turno. Nos dois debates que foram realizados, um no primeiro e o outro no segundo turno, os estudantes tiveram a oportunidade de trabalhar as diferentes mídias, produzindo conteúdo jornalístico em tempo real para TV, Rádio e Internet. Por convergência midiática entende-se, a partir de Jenkins (2009), como um processo que envolve a interligação ou apropriação de diferentes suportes ou plataformas de produção num produto ou série contínua de diferentes sistemas de mídia (pag.377). Assim diante do exposto o objetivo foi de colocar em experiência este sistema de convergência para experimentar a possibilidade de atuação convergente de mídias diferentes bem como entender que tipo de produto pode resultar desse processo. 3 JUSTIFICATIVA A cobertura jornalística do processo eleitoral que escolheu a nova reitoria da UFSC se justifica pelo fato das eleições serem um evento noticioso. Lage (1987) explica que as notícias tratam da exposição de acontecimentos que ocorrem na sociedade. Na visão do autor, notícia é [...] o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante ou interessante; e de cada fato, a partir do aspecto mais importante ou interessante (LAGE, 1987, p.16). Dessa forma, as eleições na UFSC são notícia, pois, é um acontecimento que 3

envolve toda a comunidade acadêmica, professores, técnicos administrativos em educação, e os alunos da universidade. Essa comunidade é formada por mais de 38 mil pessoas, eleitores espalhados pelos cinco campi localizados nas cidades de Araranguá, Blumenau, Curitibanos, Florianópolis e Joinville. Destaca-se que as eleições da UFSC não só refletem em todos os campi da instituição espalhados pelo Estado catarinense como também na comunidade externa, dessa forma, a cobertura jornalística eleitoral convergente realizada pelo curso de Jornalismo da UFSC, ultrapassou o âmbito de público alvo que é a comunidade universitária. Pelo fato dos eleitores estarem espalhados por várias regiões do Estado, optou-se por realizar essa cobertura jornalística eleitoral convergente. Especificamente, a iniciativa, envolveu cinco professores orientadores, cinco técnicos administrativos em educação e cerca de 90 alunos que produziram conteúdo em tempo real e aliando a teoria com a prática. Durante a cobertura os alunos puderam experimentar diferentes funções de trabalho, sendo repórter, cinegrafista ou editor, além de treinar deadlines e um bom trabalho de apuração. Ao longo do curso os estudantes aprendem a trabalhar para rádio, televisão e internet separadamente, essa cobertura convergente foi fundamental para mostrar a força do trabalho em equipe e fazer com que os estudantes pudessem analisar as dificuldades enfrentadas por cada mídia. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS Considerando que existe um método de ensino que faz da prática jornalística o espaço de aprendizado técnico e teórico da formação do aluno de jornalismo da UFSC, a cobertura implementou sistema de rotina produtiva de diferentes redações (rádio, jornal, TV e internet) funcionando ao mesmo tempo e em tempo real. O processo produtivo se deu da seguinte forma. O planejamento se iniciou cerca de 15 dias antes da realização do primeiro debate, marcado para 21 de outubro de 2015. A data foi pensada estrategicamente, porque marcaria o último dia de campanha antes da votação do primeiro turno, marcada para o dia 28 de outubro. Ficou decidido que a realização do debate do primeiro turno ficaria a cargo do Laboratório de Radiojornalismo e da Rádio Ponto UFSC, com o aluno Guilherme Longo tomando a frente da produção, com auxílio dos demais bolsistas do laboratório e dos professores Eduardo Meditsch e Valci Zuculoto. 4

A decisão foi tomada com base na trajetória histórica da Rádio Ponto UFSC, que tem tradição em realizar debates eleitorais. Foram realizadas diversas reuniões para definir: elaboração de regulamento; formato do debate; roteiro; produção de identidade sonora; e material de divulgação. Passado o debate do primeiro turno, teve início o planejamento do dia de votação e da apuração dos votos do primeiro turno, marcado para 28 de outubro de 2015. Nesse dia, os Laboratórios e o Jornal Zero trabalharam em conjunto para produzir uma cobertura completa e diversificada. A proposta era que os três veículos trouxessem as informações mais importantes e relevantes, mas que também fossem produzidos conteúdos diversificados, que se adaptassem aos diferentes meios. Assim ficou decidido que a Rádio, pela facilidade na transmissão e pela estrutura, faria a cobertura completa do dia da eleição, iniciando as atividades às 8 horas da manhã do dia 28 e encerrando os trabalhos após o fim da apuração oficial e dos comentários e entrevistas. Além de acompanhar a apuração oficial dos votos, a Rádio Ponto UFSC realizou uma apuração paralela, que contou com a ajuda dos alunos que foram até cada uma das urnas em busca de cópias do relatório final das urnas. Os números eram repassados via WhatsApp e computados em uma tabela que processava o resultado. Com essa dinâmica de apuração, as equipes apresentaram, em primeira mão, informações exclusivas e que foram compartilhadas em tempo real nas páginas do Facebook da Rádio Ponto UFSC, TJ UFSC e Jornal Zero. No segundo turno, conseguiu-se anunciar qual era a chapa vencedora com mais de uma hora de antecedência da apuração oficial, realizada pela reitoria. A equipe de TV contou com duas câmeras para serem utilizadas durante o dia de votação, por isso, a reunião para organizar os horários foi de extrema importância. Todos os membros da equipe chegaram à universidade por volta das 7 horas da manhã, para iniciar as atividades de cobertura e preparar os equipamentos e a divisão das equipes. O TJ UFSC é diariamente publicado no YouTube, mas durante as reuniões a equipe optou por fazer o upload 3 dos vídeos diretamente na página do Facebook do telejornal e não no YouTube. Como o objetivo era informar as pessoas o mais rápido possível, fazer a divulgação diretamente no Facebook era mais rápido e mais direto. O tempo para fazer o upload dos vídeos no YouTube levaria em média 20 minutos, no Facebook os vídeos já 3 Termo da língua inglesa com significado que refere à ação de enviar/transferir dados de um computador para um servidor através da internet. 5

estavam disponíveis em um tempo médio de 5 minutos alcançando mais pessoas e de forma mais rápida e efetiva. Na semana seguinte à votação, seria realizado o debate com os candidatos que disputariam o segundo turno. Dessa vez, a transmissão e o debate também foram pensados para a cobertura convergente. O debate foi realizado no estúdio do Laboratório de Telejornalismo, com transmissão simultânea pelo streaming do TJ UFSC, da Rádio Ponto UFSC, da TV UFSC e pelo site oficial da UFSC. Ficou decidido que a dupla de mediadores, composta pelo aluno Guilherme Longo e pelo professor Rogério Christofoletti, seria mantida. Um dos desafios foi pensar na adequação de linguagem para a transmissão simultânea em áudio e vídeo. Para que fosse possível essa convergência, foi realizada uma reunião para a elaboração do roteiro de todo o debate, onde seriam pensadas formas de elaboração das perguntas gravadas pelas entidades da universidade, introdução de cada bloco e de chamadas para as perguntas dos meios de comunicação do curso de Jornalismo, para que fosse comtemplada a transmissão de Rádio e TV. Para garantir que ambos os debates fossem imparciais, foi montado uma Comissão de Ética. A última etapa da cobertura convergente foi o dia de votação e a apuração do segundo turno das eleições, marcado para o dia 11 de novembro de 2015. O formato utilizado foi o mesmo do primeiro turno, devido ao sucesso observado. Apenas mudanças técnicas foram No total, cerca de 90 alunos, entre bolsistas, voluntários e alunos das disciplinas de Radiojornalismo I, Telejornalismo I e II, Jornal Laboratório Zero e integrantes de projetos de extensão participaram de todo esse processo de cobertura. O número é bastante relevante, já que o total de alunos do curso de Jornalismo da UFSC é inferior a 300 matriculados. 5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO 5.1 Laboratório de Radiojornalismo / Rádio Ponto UFSC Como mencionado acima, a Rádio Ponto UFSC ficou responsável pela produção e veiculação do debate com os candidatos que concorreram ao primeiro turno das eleições para a Reitoria da UFSC. O debate contou com a participação de um candidato de cada chapa e teve duração aproximada de 2 horas e 30 minutos. 6

O debate foi dividido em cinco blocos, sendo que foram feitas perguntas por diversas entidades ligadas com a universidade, as perguntas ficaram divididas nos blocos do debate. Ao longo da manhã e da tarde, eram realizadas entradas ao vivo, sempre com a coordenação de um apresentador no estúdio. As entradas incluíam diversas pautas, como a votação nas seções eleitorais, possíveis problemas com urnas, acompanhamento do dia dos candidatos e até polêmicas, como um caso do primeiro turno em que no campus de Joinville, uma rede de internet da universidade aparecia com o número de uma das chapas, fazendo campanha para a chapa em questão. Além disso, ao longo do dia foram realizadas entrevistas com os candidatos a reitor e vice-reitor, e jornalistas especializados em política de Florianópolis. O período noturno da cobertura funcionou de modo diferente. A partir das 21 horas, quando a votação encerrou, o aluno Guilherme Longo coordenou a apresentação do estúdio em transmissão quase ininterrupta. No estúdio, os repórteres que haviam ido até as seções recolher os resultados das urnas faziam a leitura ao vivo dos números. Alguns entravam no ar através de híbrida, equipamento que torna possível colocar uma ligação telefônica ao vivo junto com a transmissão da rádio. Além disso, eram repassados números gerais do dia e da votação. Outras entradas ao vivo eram feitas direto dos comitês de campanha e do local da apuração oficial, trazendo os números oficiais, além de entrevistas com membros da comissão eleitoral e com os candidatos das chapas. Junto com o estúdio, funcionava a Central de Apuração Paralela da Rádio Ponto UFSC, atualizando os números da apuração paralela, que no segundo turno, conseguiu anunciar com exatidão os números finais mais de uma hora antes do anúncio da apuração oficial. Infelizmente, devido a problemas com o sistema de gravação da Rádio Ponto UFSC, toda a cobertura do segundo turno não chegou a ser gravada, mas manteve a mesma estrutura do primeiro turno, tendo sido até mais ágil. 5.2 Laboratório de Telejornalismo / TJ UFSC O Laboratório de Telejornalismo, sob a orientação da professora Cárlida Emerim, ficou responsável pela produção e veiculação do debate do segundo turno das eleições para reitoria da UFSC, tendo ajudado também na organização do debate do primeiro turno realizado nos estúdios da Rádio Ponto e divulgação no telejornal TJ UFSC no dia seguinte com uma reportagem especial. 7

Ficou decido em reuniões prévias que a apresentação e mediação do debate do segundo turno seria feita pelos mesmos participantes do debate do primeiro turno. O debate contou com a participação dos dois candidatos mais votados no primeiro turno e uma duração aproximada de 1 hora e 30 minutos. O debate foi dividido em cinco blocos, uma reportagem com a retrospectiva do primeiro turno da eleição para reitoria da UFSC abriu a transmissão com uma contextualização do que aconteceu no primeiro turno e mostrando a situação atual da eleição. Em seguida, os candidatos apresentaram suas considerações iniciais e fizeram uma avaliação a respeito do primeiro turno das eleições. No segundo bloco, candidatos formularam duas perguntas que seriam feitas entre si. No terceiro bloco, os candidatos responderam perguntas feitas pelos representantes das entidades da comunidade universitária da UFSC. No quarto bloco os candidatos responderam as perguntas feitas pelos veículos de comunicação do curso de Jornalismo da UFSC. No quinto bloco do debate os candidatos responderam a perguntas entre si, como feito no segundo bloco. Ao final das duas perguntas os candidatos apresentaram suas considerações finais. Na cobertura dos dois turnos de votação, os integrantes do TJ UFSC se reuniram por volta das 7 horas da manhã, pois a votação começou às 8 horas e neste mesmo horário os repórteres do TJ já estavam gravando boletins sobre o inicio da votação. Ao longo de toda a manhã, flashes e boletins eram gravados e já lançados através da página do Facebook do telejornal. Foram gravados boletins e flashes com os candidatos a reitor e vice-reitor, atualizações sobre o número de pessoas que já haviam votado e também incidentes que aconteceram relacionados a eleição. Durante a tarde as equipes foram divididas novamente para fazer apuração e gravação de reportagens sobre as eleições para ser exibida no início da noite no telejornal e para continuar com as gravações a respeito da eleição em formato de flashes e boletins que foram sendo divulgados ao longo da tarde. O TJ UFSC não deixou de fazer o seu telejornal diário no dia da eleição, o telejornal foi ao ar gravado de uma forma diferente. Fora do nosso estúdio tradicional, o apresentador trouxe reportagens produzidas no dia sobre a eleição e reportagens sobre o que estava acontecendo na universidade paralelo a eleição da reitoria, como a 14ª SEPEX - Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade, que teve início no mesmo dia do segundo turno da eleição. 8

No período noturno as equipes de TV, Rádio e WEB, se reuniram para fazer uma apuração conjunta. Ao mesmo tempo em que a equipe recebia as informações dos repórteres responsáveis por repassar o número de votos de cada urna para realização de uma apuração paralela à oficial, as editoras do TJ, Ana Cristina Machado e Fernanda Mueller, gravavam boletins com as parciais e divulgavam imediatamente na página do Facebook do TJ UFSC. O boletim com o resultado extra oficial do TJ teve um alcance médio de 12 mil pessoas. 5.3 Jornal Laboratório Zero Durante o dia do primeiro turno das eleições, o Jornal Laboratório Zero teve como responsabilidade produzir conteúdo para a página do Facebook do Jornal, além de assessorar a produção de boletins para outros dois Laboratórios, o de Radiojornalismo e Telejornalismo, sob a orientação do professor, Marcelo Barcelos que, mesmo a distância, monitorou e instruiu, em tempo real, via chat e mensagens no WhatsApp, os repórteres que estavam em campo. No final do dia, o Zero Jornal transmitiu a apuração dos votos via Facebook e divulgou materiais, vídeos e fotos, que os repórteres enviaram da base de cada chapa e da central de apuração. Além disso, os repórteres do Zero Jornal entraram ao vivo, via telefone celular, com informações sobre as eleições. Ao fim da apuração, entrevistaram os candidatos que estavam na disputa. A cobertura do primeiro dia de eleições teve um alcance no Facebook de 17.200 usuários, e um total de 2.493 reações, comentários e curtidas. Para o segundo turno, o Zero Jornal aumentou a equipe. Antes era composta por seis pessoas, no último turno contou com oito. O modelo de cobertura foi realizado da mesma forma, uma vez que não houve problemas. O aumento do número da equipe ajudou, principalmente, no levantamento dos dados da apuração e para não haver erros na hora da divulgação dos resultados parciais, já que o erro no cálculo poderia comprometer o resultado divulgado extraoficialmente. A cobertura do segundo turno alcançou 18.552 usuários que curtem a página do jornal no Facebook, e teve um total de 627 reações, comentários e curtidas. A cobertura do dia da consulta pública e da apuração dos votos funcionou sem problemas, uma vez que foram feitas reuniões estabelecendo as atividades de cada grupo. A organização garantiu que todos conseguissem trabalhar em equipe e viabilizou que os alunos produzissem conteúdo para TV, Rádio e Internet. 9

6 CONSIDERAÇÕES Além de levar até a comunidade universitária e a população de Florianópolis informações sobre um momento importante dentro da Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, um dos objetivos da cobertura foi poder exercitar a atividade de um trabalho convergente entre Televisão, Rádio e Internet, visando as dificuldades de cada um e como cada meio de comunicação pode auxiliar ao outro e assim, construir um trabalho muito mais sólido e competente. A atividade foi avaliada pelos alunos como uma experiência valiosa para o aprendizado. A possibilidade de participar de uma cobertura jornalística eleitoral convergente possibilitou sentir na pele a sensação de uma cobertura jornalística em tempo real durante todo o dia e parte da madrugada dos dias de produção. O trabalho em equipe, a forma de pensar e adaptar as informações pensando em três mídias diferentes, além das dificuldades, como o trabalho com um grande número de alunos de diferentes fases no curso, ou seja, com diferentes conhecimentos para diferentes mídias, foram enfrentadas. Nessa intensidade e concentração rotina produtiva os alunos colocaram em prática suas habilidades para produzir produtos jornalísticos convergentes, ensaiando texto, foto, áudio e vídeo, e suas possibilidades de convergência real com produções altamente visibilizadas e que interessavam a um grande público externo e interno. A atividade possibilitou aos alunos à valorização do trabalho em equipe e o aprendizado aliado à teoria com a prática, resultando, o aprimoramento de técnicas produtivas e, como o crescimento da formação profissional e acadêmica dos estudantes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JENKINS, Henry. A cultura da Convergência. São Paulo: ALEPH, 2009. BRASIL, A., & ARNT, H. Telejornalismo On-line Anais do Primeiro Seminário de Telejornalismo Online, E-Papers, Rio de Janeiro, 2002.. XAVIER, C.; Bronoski, M. E. Os desafios da prática de Jornal Laboratório: o Foca Livre. Ponta Grossa, 2009. Disponível em: Acesso em 20 de abril de 2016. MEDITSCH, Eduardo (Org). Teorias do Rádio Textos e Contextos. Volume I, Florianópolis: Insular, 2005. EMERIM, C, & PAULINO. Ensaio sobre a Televisão e o Telejornalismo, Insular, Florianópolis, 2014 10