UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA



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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ELIANE BYCZKOVSKI PONTA GROSSA 2012

ELIANE BYCZKOVSKI A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONTRUÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheira de Segurança do Trabalho UEPG. Orientador: Professor Carlos Luciano Sant Ana Vargas, D. Eng. PONTA GROSSA 2012

ELIANE BYCZKOVSKI A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONTRUÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta Grossa como parte para obtenção do título de Especialização de Segurança do Trabalho Departamento de Engenharia Civil Prof. Carlos Luciano Sant Ana Vargas, D.Eng. Coordenador do EngSeg2011 BANCA EXAMINADORA: Prof. Carlos Luciano Sant Ana Vargas, D.Eng. Universidade Estadual de Ponta Grossa Orientador Prof. José Adelino Krüger, Dr. Universidade Estadual de Ponta Grossa Prof. Lucio Marcos de Geus, Ms. Universidade Estadual de Ponta Grossa PONTA GROSSA 2012

RESUMO O setor da construção é caracterizado pela grande proporção de empregabilidade e utilização de mão de obra não qualificada, acarretando assim um perfil de setor desorganizado, dificultando a segurança adequada aos trabalhadores. A NR-18 é a legislação que traz as medidas de melhoria das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, na qual é possível implantar a segurança e saúde aos trabalhadores. A NR-26 estabelece a sinalização de segurança para alertar os trabalhadores e visitantes sobre riscos existentes num canteiro de obras e também a necessidade de utilização de equipamentos de proteção. A partir da compreensão desses conceitos, o principal objetivo deste trabalho é analisar a sinalização de segurança dentro de um canteiro de obras de construção civil e com esta análise expor quais as sinalizações de segurança que estão sendo utilizadas ou não, quais seriam as ideais e/ou necessárias para o trabalho que está em andamento, alertando e chamando a atenção, de forma rápida, dos trabalhadores e visitantes sobre os riscos existentes e a necessidade de utilização dos equipamentos de proteção, e também sobre objetos ou situações que comportem riscos ou possam estar na origem de perigo. Palavras-chave: Construção Civil; NR 26; NR 18;

LISTA DE ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas EPI Equipamento de Proteção Individual m² Metro Quadrado NBR Norma Brasileira NR Norma Regulamentadora NR 18 Norma Regulamentadora Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR 26 Norma Regulamentadora Sinalização de Segurança

LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 Placa Sinalização Sinal de Obrigação...08 FIGURA 2 Placa de Sinalização Sinal de Perigo...08 FIGURA 3 Placa de Sinalização Sinal de Aviso...08 FIGURA 4 Placa de Sinalização Sinal de Emergência...09 FIGURA 5 Local do Estudo...11 FIGURA 6 Edificação em fase de construção...12 FIGURA 7 Entrada do canteiro de obras...13 FIGURA 8 Almoxarifado / Refeitório...14 FIGURA 9 Almoxarifado / Refeitório 1...14 FIGURA 10 Instalações Elétricas...15 FIGURA 11 Entulhos espalhados pela área de circulação...16 FIGURA 12 Sobras de materiais espalhados pela área de circulação...16 FIGURA 13 Parte superior da obra...17 FIGURA 14 Parte superior da obra risco de queda...17 FIGURA 15 Área interna da obra...18 FIGURA 16 Área interna da obra 1...18 FIGURA 17 Implantação de tapumes e placa de sinalização...21 FIGURA 18 Placas de sinalização sugeridas para uso de EPI s...22 FIGURA 19 Placas de sinalização sugeridas para manter a comunicação...23 FIGURA 20 Sugestão de sinalização indicando saída...23 FIGURA 21 Sugestão de sinalização de atenção...24 FIGURA 22 Sugestão de segurança para advertir quanto ao risco de quedas...25

LISTA DE QUADROS QUADRO 1 Cores de contraste...07

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 1 1.1 Objetivo Geral... 2 1.2 Objetivo Específico... 2 2 REVISÃO DE LITERATURA... 2 2.1 A NR 26... 3 2.2 As cores e suas principais utilizações... 3 2.2.1 Cores de contraste... 5 2.3 Classificações da Sinalização de Segurança... 7 2.4 NR 18 e a Sinalização de Segurança... 9 2.4.1 NR 18 - item 18.27 Sinalização de Segurança... 10 3 METODOLOGIA... 11 3.1 Descrição do local... 12 3.2 Elaboração da lista de verificação... 12 3.3 Critérios de escolha da obra... 12 4 ANÁLISE DO LOCAL... 13 4.1 Entrada do local... 13 4.2 Almoxarifado/Refeitório... 15 4.3 Instalações elétricas... 15 4.4 Área de circulação... 15 4.5 Áreas periféricas superiores... 17 4.6 Áreas internas... 18 5 RESULTADOS... 19 5.1 Entrada do local... 19 5.2 Almoxarifado/Refeitório... 19 5.3 Instalações elétricas... 19 5.4 Área de circulação... 19 5.5 Áreas periféricas superiores... 19 5.6 Áreas internas... 20 6 PROPOSTA DE SINALIZAÇÃO... 21 7 CONCLUSÃO... 26 REFERÊNCIAS... 27

1. INTRODUÇÃO O presente trabalho está relacionado com a indústria da construção civil, uma atividade que envolve estruturas sociais, culturais e políticas, nacionalmente caracterizada por apresentar um elevado índice de acidente de trabalho. Relacionado a este alto índice justifica-se pela área que admite milhões de colaboradores ao ano e esse público bem diversificado. Os acidentes de trabalho são geralmente associados a padrões negligentes, que oferecem condições de trabalho inseguras, e a empregados destreinados, que cometem atos inseguros. Sabe-se que as causas de acidentes de trabalho não correspondem a essa associação, mas a condições ambientais a que estão expostos, envolvendo também fatores humanos, sociais e econômicos. Dentre as muitas formas de prevenção de acidentes existentes destaca-se neste trabalho a sinalização de segurança, pois é uma das formas mais baratas, práticas, objetivas e de fácil compreensão de suas informações, que qualquer trabalhador dentro de um canteiro de obras irá observar, por exemplo, uma placa que por sua cor já chama a sua atenção e com certeza irá ler e/ou interpretar a ilustração contida na mesma imediatamente. Neste trabalho, o local de estudo é um canteiro de obra de aproximadamente 1.190 m² de área sendo construída, com 65% do trabalho já realizado, na parte central da cidade, possuindo dois pavimentos. Foi realizada apenas uma visita observando quais as formas de sinalização de segurança eram existentes ou não e para comprovar, foram registradas fotos de locais que apresentam maior risco de acidente, obtendo assim melhor levantamento das observações. É importante destacar que a sinalização de segurança está contida na NR 26 das normas regulamentadoras; também na NR 18, a norma que regulamenta as condições e meio ambiente de trabalho na construção civil, destaca-se um item que dá ênfase às sinalizações, estão, portanto as duas NR s colocadas em discussão e observação neste estudo. Com todas as informações obtidas, tendo as normas regulamentadoras a serem aplicadas, pode-se ilustrar a importância da sinalização de segurança na construção civil.

1.1 Objetivo geral Informar e ilustrar a importância da sinalização de segurança do trabalho em uma construção civil, para a prevenção de acidentes dos trabalhadores e visitantes. 1.2 Objetivos específicos a) Analisar quais tipos de sinalizações de segurança estão sendo utilizadas ou não e a real situação de uma construção de aproximadamente 1.190 m² b) Apresentar as soluções para a devida sinalização que deveria haver no local. c) Apresentar pontos principais e essenciais sobre a NR 18 e a sinalização no canteiro de obras em estudo. 1.3 Justificativa A discussão da NR 26 como instrumento da sinalização de segurança tem por objetivo fixar cores que devem ser usadas nos locais de trabalho, objetivando a prevenção, a redução de acidentes, a delimitação de áreas. Foi escolhida no intuito de valorizar a aplicação e implementação da norma nas construções, não somente por ser uma exigência que está na lei estabelecida pela Portaria GM nº 3.214, de 8 de junho de 1978, mas para proporcionar a utilização da sinalização e de suas cores, que é um dos recursos mais econômicos para prover atenção. Espera-se explanar sobre uma construção que, estando em andamento, será verificado se a sinalização de segurança era utilizada ou não, sendo uma obra relativamente grande e de fácil acesso na área central da cidade próxima a residências, escola, estádio de futebol, propiciando perigo a pessoas não autorizadas e desprovidas de conhecimento que um canteiro de obras é um local de grande risco de acidentes. E para esta situação, indicar quais seriam as principais sinalizações adequadas a serem utilizadas na referida obra para não ocorrerem acidentes com os trabalhadores e possíveis visitantes.

2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A NR 26 A cada dia que passa a busca por ambientes de trabalho mais seguros faz com que os profissionais envolvidos nesta atividade adotem as mais variadas formas de ação fugindo da utilização apenas das formas mais clássicas e básicas de atuação. Isso na prática quer dizer muitas coisas algumas destas surgem da criatividade e conforme a necessidade da realidade das organizações outras são, na verdade, antigas técnicas da prevenção que vão sendo redescobertas e readequadas aos tempos atuais (PALASIO, COSMO,2009). Em meio a tudo isso ocorre a mudança na forma de ver a prevenção que para muitos deixa de ser algo a ser feito apenas a partir da conscientização e passa a ser algo que pode chegar às pessoas por mais de um sentido e diga-se de passagem o mais poderoso deles a visão (PALASIO, COSMO,2009). Segundo os especialistas no assunto dos cincos sentidos, a visão humana é a que provê o maior número de informações a serem processadas pelo cérebro. Estima-se que metade do potencial de processamento cerebral humano seja utilizada para lidar com informações visuais, e sabe-se também que o ser humano é um animal predominantemente visual. Sabe-se também que tal processo ocorre de forma extremamente rápida e em condições bastante favoráveis; por exemplo, uma pessoa com acuidade visual normal é capaz de identificar uma letra a uma distância 700 vezes maior do que a altura da mesma (860 vezes a distâncias muito pequenas). Ou seja, uma letra de um centímetro a uma distância de 7 metros, ou letras de 2 mm a uma distância de 1,40 metro (PALASIO, COSMO,2009). Por estas, entre outras tantas razões, a questão da sinalização como ferramenta para a prevenção é de suma importância para o sucesso de qualquer programa de segurança que tenha como objetivo alcançar melhores resultados. Embora em muitas organizações a prática de utilizar as cores em prol da prevenção não seja ainda uma realidade, desde muito ela é prevista por meio da Norma Regulamentadora nº 26 (PALASIO, COSMO, 2009). LUENGO (1991) afirma que geralmente nenhuma combinação de cores é a ideal, já que esta depende da sensibilidade de cada olho; porém se recomendam cores cujos valores de cinza sejam distintos. Há tipos de distúrbios da visão que não detectam cores, mas sentem diferenças entre tons claros e escuros com graus de

cinza diferenciados, o que justifica a predominância da escolha das cores preta e branca na concepção das placas de sinalização. Recomenda-se a colocação das placas nos locais de maior risco e de maior fluxo. Em estudos de curta duração de memória (CASTRO, 2002), tem sido verificada a facilidade de se esquecer da informação recebida, sendo que o processo de percepção logo morre se não é repetido. Desta forma, a repetição da informação é uma das respostas para a lembrança da ação de prevenção, caso de uma das placas escolhidas (o uso de EPI). Pode-se colocar também, além da necessidade de repetição da informação, o fato de que quanto maior o tamanho da mensagem menor é sua pobreza de assimilação da informação. Assim, para a comunicação visual acessível, recomendam-se (LOCH, 2000): tipologia de fácil leitura, compreensão, com grafismo, cor e tamanho adequado; colocação de painéis informativos em todos os locais de risco, de circulação e de informação existentes nos andares da edificação, com visibilidade e localização de fácil acesso; cores letra/fundo possibilitando contraste adequado; beneficiando os trabalhadores com dificuldade de compreensão e evitando perturbações ou desconforto no usuário geral. A NR-26 tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos. Deverão ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao etrabalhador. As cores adotadas na norma são as seguintes: vermelha; amarela; branca; preta; azul; verde; laranja; púrpura; lilás; cinza; alumínio e marrom. A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente quando em área de trânsito para pessoas estranhas ao trabalho, será acompanhada dos sinais convencionais ou da identificação por palavras.

2.2 As cores e suas principais utilizações: a) Vermelho Utilização Para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. Usada excepcionalmente com sentido de advertência de perigo nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras obstruções temporárias; em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência. Não deve ser usado na indústria para assinalar perigo, por ser de pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta visibilidade) e o alaranjado (que significa alerta). b) Amarelo Utilização O amarelo deverá ser empregado para indicar cuidado. Usado para sinalizar locais onde as pessoas possam bater contra, tropeçar etc. ou ainda em equipamentos que se desloquem, como os veículos industriais. Em canalizações deve-se utilizar o amarelo para identificar gases não liquefeitos. Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinalização. c) Branco Utilização Passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas, direção e circulação, localização e coletores de resíduos; localização de bebedouros; áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência; áreas destinadas à armazenagem e zonas de segurança. d) Preto Utilização O preto será empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (ex: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche etc.). e) Verde Utilização O verde é a cor que simboliza a segurança e deve ser utilizado para canalizações de água; caixas de equipamento de socorro de urgência; caixas contendo máscaras contra gases; chuveiros de segurança; macas; lava-olhos; dispositivos de segurança; mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica) etc. f) Laranja Utilização Deve ser empregado para canalizações contendo ácidos; partes móveis de máquinas e equipamentos; partes internas das guardas de máquinas que

possam ser removidas ou abertas; faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos; faces externas de polias e engrenagens; botões de arranque de segurança; dispositivos de corte, borda de serras e prensas. g) Púrpura Utilização Usada para indicar os perigos provenientes das radiações eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares. h) Cinza Utilização Cinza claro usado para identificar canalizações em vácuo; cinza escuro usado para identificar eletrodutos. Nos trabalhos de edificações os serviços são normalmente executados por subempreitada, contratando-se empresas especializadas nas diversas etapas da obra. Suas peculiaridades, entre outras, são altos índices de rotatividade de pessoal, baixa qualificação profissional, pequena duração das obras e/ou serviços, porte das empresas pequeno, precarização na contratação dos trabalhadores etc. (LIMA, et al. 2005). O que a norma não diz, mas quem atua em prevenção sabe ou deveria saber é que o uso das cores em muitos casos é essencial por permitir a rápida identificação, por exemplo, de determinados produtos químicos em tubulações possibilitando assim reações em tempo hábil diante de emergências, ou ainda que a utilização das cores é uma forma bastante eficaz de trabalhar com grupos de trabalhadores com dificuldades para leitura sendo a identificação e compreensão da situação quase que imediata nestes casos (PALASIO, COSMO,2009). Usar cores como meio para prevenção deve ser algo criterioso. O uso sem critérios pode criar mais confusão do que prevenção. Além disso, deve haver preocupação e cuidados com as questões da fadiga visual ou outras situações que causem desconforto ou confusão aos trabalhadores (PALASIO, COSMO,2009). Para se compreender o sinal de segurança rapidamente ou com um simples olhar e sem confusão possível, os sinais têm pictogramas e cores diferentes consoante o seu significado.

2.2.1. Cores de contraste Recomenda-se o uso das cores de contraste do Quadro 1, para se melhorar a visibilidade da sinalização. Cor de segurança Cor de contraste Vermelha Branca Alaranjada Amarela Preta Preta Verde Azul Púrpura Branca Preta Branca Branca Branca Preta Branca Quadro 1 Cores de contraste Fonte: http://www.newmidiapropaganda.com.br/sme/nbr7195_cores_para_seguranca.pdf As cores de contraste também podem ser usadas na forma de listras ou quadrados, para destacar a visibilidade, porém a sua área não pode ultrapassar 50% da área total ( NBR 7195). 2.3 Classificações da Sinalização de Segurança A sinalização de segurança alerta trabalhadores e visitante sobre os riscos existentes e a necessidade de utilização de equipamentos de proteção. Ou seja, é uma forma rápida de chamar a atenção, de modo inteligente, para objetos ou situações que signifiquem riscos ou possam originar perigos. As placas de sinalização devem obedecer a características mínimas, como: corresponder às especificações normativas de cor e dimensões mínimas; ser simples e resistentes; ser visíveis e compreensíveis; e se for o caso, ser retiradas quando o risco desaparecer. A sinalização de segurança pode ser classificada como:

a) Sinais de Obrigação: indicam comportamentos ou ações específicas e a obrigação de utilizar EPI. Exemplo: FIGURA 1 Placa de Sinalização Sinal de Obrigação Fonte: http://cipaunivali.blogspot.com.br/2012/02/equipamentos-de-protecao-individual-epi_10.html b) Sinais de Perigo: indicam situações de atenção, precaução, verificação ou atividades perigosas. Exemplo: FIGURA 2 Placa de Sinalização Sinal de Perigo Fonte: http://www.dkjsinalizacao.com.br/adesivo-de-sinalizacao-area-eletrica/placas-de-sinalizacaoarea-eletrica/sinalizacao-de-perigo-eletrecidade-somente-pessoal-autorizado.html c) Sinais de Aviso: indicam atitudes perigosas ou proibidas para o local. Exemplo: FIGURA 3 Placa de Sinalização Sinal de Aviso Fonte: http://www.lojamaxipas.com.br/cat/sinalizacao/4073.html d) Sinais de Emergências: indicam direções de fuga, saídas de emergências ou localização de equipamentos de segurança.

FIGURA 4 Placa de Sinalização Sinal de Emergência Fonte: http://www.lojamaxipas.com.br/cat/sinalizacao/4047.html Também há outro tipo de classificação, denominada sinalização permanente, que normalmente é utilizada para proibições, avisos, obrigações, meios de salvamento ou de socorro, equipamento de combate a incêndios, assinalar recipientes e tubulações, riscos de choque ou queda, vias de circulação etc. Todos os tipos de sinalização já mencionados são tidos como permanentes. Mas há também os de caráter acidental, que seriam: a) Sinais Luminosos: destinados a chamar a atenção para acontecimentos perigosos, chamar os trabalhadores para uma ação específica ou facilitar a evacuação emergencial de trabalhadores; b) Sinais Acústicos: a mesma função dos luminosos; c) Comunicações Verbais e Gestuais: a mesma função dos luminosos. Normalmente a sinalização obedece a pictogramas (símbolos) internacionais, como por exemplo sinais de obrigação: forma circular, fundo azul e pictograma branco. Exemplo: proteção obrigatória dos olhos, proteção obrigatória da cabeça. 2.4 NR 18 e a Sinalização de Segurança Esta Norma Regulamentadora estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Em pesquisas realizadas por Araújo (2002), a autora cita que o custo de implementação da NR 18 não ultrapassa 1,5% do custo total da obra, porém, em contrapartida um canteiro bem organizado e planejado pode levar a uma economia de 10%. As áreas de vivência para a qualidade de vida dos trabalhadores da indústria da construção não só garantem qualidade de vida, condições de higiene e

integração dos operários na sociedade, mas também refletem na produtividade da empresa. As áreas de vivência são uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores da indústria da construção, sendo estas responsáveis por garantir as boas condições humanas para o trabalho, influenciando o bem estar do trabalhador, e consequentemente o número de acidentes do trabalho (MENEZES; SERRA, 2003). A NR 18 é parte integrante de um conjunto mais amplo de iniciativas no sentido de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, devendo estar articulada com o disposto nas demais normas regulamentadoras. 2.4.1 NR 18 - item 18.27 Sinalização de Segurança Segundo a Norma Regulamentadora NR18, item 18.27, todo canteiro de obras deve estar sinalizado a fim de: a) indicar as saídas existentes; b) identificar os locais de apoio; c) advertir contra eventuais perigos que possam vir a existir na obra; d) advertir contra risco de queda; e) indicar a obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção individual mínimo (EPI) e para atividades específicas, através de sinalização próxima ao local de execução desta atividade; f) indicar as áreas isoladas devido ao transporte e à circulação de materiais; g) identificar os acessos e circulações de veículos e equipamentos; h) identificar locais onde a passagem de pessoas ocorrer em pé-direito menor de 1,80 m, advertindo-os; i) identificar os locais em que existam substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativas. Em caso de obras em vias públicas, o trabalhador deve estar portando colete ou tiras reflexivas na região do tórax e das costas, e o canteiro de obras deve ter seu acesso e sinalizar a movimentação e transporte vertical de materiais. Esta sinalização tem como objetivo alertar os motoristas e pedestres, e deve estar de acordo com as determinações do órgão competente. 3. METODOLOGIA

O trabalho foi produzido através da observação de um canteiro de obras de um edifício de aproximadamente 1.190 m², com 65% da fase de construção concluída. Foram tiradas fotos de toda construção, especificando principalmente a falta de sinalização de segurança a trabalhadores e visitantes. 3.1 Descrição do local A construção em estudo está localizada na parte central da cidade, e nas suas redondezas existem escola, estádio de futebol, tribunal eleitoral da cidade, além de residências e grande movimentação de carros, motos e caminhões. Possui uma área construída de aproximadamente 1.190 m², sendo um prédio para futuras instalações da nova sede da prefeitura de um município no interior do estado do Paraná, conforme mostram as Figuras 5 e 6. FIGURA 5 - Local do Estudo. Fonte: A autora (2012)

FIGURA 6 Edificação em fase de construção Fonte: A autora (2012) 3.2 Elaboração da lista de verificação Considerando que o objetivo deste trabalho, que é a avaliação das sinalizações existentes num canteiro de obras, utilizou-se a NR 26 e a NR 18, principalmente o item 18.27 sendo mais detalhado, tendo sido adotados os seguintes critérios: a) abordar as exigências das normas que sejam passíveis de verificação visual no canteiro em uma única visita; b) selecionar exigências relacionadas ao subsetor edificações; c) fotos dos locais. 3.3 Critérios de escolha da obra A lista foi aplicada no canteiro de obras selecionado, adotando os seguintes critérios de seleção: a) local de fácil vizualização; b) maior construção na região sendo edificada; c) visualização explícita da falta de sinalização de segurança.

4. ANÁLISE DO LOCAL 4.1 Entrada do local A Figura 7 apresenta a facilidade em se adentrar no canteiro de obras. FIGURA 7 Entrada do canteiro de obras Fonte: A autora (2012) 4.2 Área do Almoxarifado/Refeitório Os trabalhadores não necessitam pernoitar no local da obra, e como mostram as Figuras 8 e 9, as instalações para refeições diárias, montagem de ferragens, guardar ferramentas de trabalho, EPI s e materiais de construção, estão localizados todos num mesmo espaço.

FIGURA 8 Almoxarifado / Refeitório Fonte: A autora (2012) FIGURA 9 Almoxarifado / Refeitório Fonte: A autora (2012)

Figura 10. 4.3 Instalações Elétricas As condições das instalações elétricas foram observadas, como mostra a FIGURA 10 Instalações Elétricas Fonte: A autora (2012) 4.4 Áreas de circulação Em meio à construção há entulhos e sobras de materiais, não apresentando organização e limpeza e dificultando a locomoção nas vias de circulação, como mostram as Figuras 11 e 12.

FIGURA 11 Entulhos espalhados pela área de circulação Fonte: A autora (2012) FIGURA 12 Sobras de materiais espalhados pela área de circulação Fonte: A autora (2012)

4.5 Áreas periféricas superiores Nas Figuras 13 e 14 pode-se observar que os trabalhadores ficam em cima de tábuas soltas distribuídas em cima de vigas de madeira para fazer o trabalho de acabamento da periferia superior da edificação. FIGURA 13 Parte superior da obra Fonte: A autora (2012) FIGURA 14 Parte superior da obra risco de queda Fonte: A autora (2012)

4.6 Áreas internas Conforme mostram as Figuras 15 e 16 a área interna da obra foi verificada e constatada a existência de restos de materiais de construção, falta de sinalização das aberturas do andar de cima, com risco de quedas. FIGURA 15 Áreas internas da obra Fonte: A autora (2012) FIGURA 16 Áreas internas da obra Fonte: A autora (2012)

5. RESULTADOS Os resultados obtidos na verificação foram os seguintes: 5.1 Entrada do local Pode-se observar que a entrada do canteiro de obras não possui nenhum vigia durante tempo integral, nenhum tipo de cercado, tapumes delimitando a área da construção e nenhum tipo de sinalização de saídas de emergências, acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra e/ou avisando que o local é somente para entrada de pessoas autorizadas. 5.2 Almoxarifado/Refeitório Nota-se a falta de organização e limpeza do local, que é utilizado como almoxarifado e também como refeitório, bem como a falta de sinalização para o uso obrigatório de equipamentos de proteção individual mínimo, obedecendo às normas de segurança, conforme o item 18.27 da NR -18. 5.3 Instalações elétricas As instalações elétricas; por estarem numa altura razoavelmente alta, podem não ser um risco de acidente diário, mas deve se atentar pela forma com que foram instaladas, se não houve gambiarras, e para qual finalidade está sendo utilizada a energia, que somente nesta única visita ao local não houve condições de melhor análise. 5.4 Áreas de circulação Analisando as áreas de circulação da obra, houve bastante dificuldade na locomoção, pois existem muitos restos de material de construção, entulhos, restos de madeira jogados por todos os lados, inclusive com risco de acidente por material cortante, pois existem tábuas com pregos enferrujados são encontradas no caminho que os trabalhadores possivelmente passam várias vezes durante seu dia de trabalho. 5.5 Áreas periféricas dos pavimentos superiores Na periferia superior da edificação não há nenhum tipo de instalação de proteção aos trabalhadores contra quedas, sistemas de guarda-corpo e a projeção de

materiais é possível em trabalhadores que estiverem na parte inferior da obra. Não há nenhum tipo de sinalização alertando aos trabalhadores a respeito dos riscos que estão expostos e quais EPI s devem ser obrigatoriamente utilizados para evitar acidentes de quedas. 5.6 Áreas internas A parte interna possui muito material de construção jogado, bagunçado em meio à área de circulação, há falta de passarelas, plataformas ao redor de aberturas da parte superior para impedir a queda de pessoas, falta também a devida sinalização de advertência próxima aos postos de trabalho.

6. PROPOSTA DE SINALIZAÇÃO Seguem as propostas apresentadas para uma melhor sinalização do local e segurança dos trabalhadores envolvidos: a) Com o intuito de proibir a entrada de pessoas estranhas e não autorizadas dentro da obra, primeiramente propõe-se a cercar toda a construção com tapumes na cor verde que é a cor que identifica a segurança; junto desta, placa de sinalização proibindo o acesso de pessoas não autorizadas, conforme item 18.27.3. A sinalização de segurança em vias públicas deve ser dirigida para alertar os motoristas, pedestres e em conformidade com as determinações do órgão competente, como mostram as Figuras 17 e 18. FIGURA 17- Tapumes e placa de sinalização sugerida para obra Fonte: A autora (2012)

FIGURA 18 Sugestão de tapumes e placas Fonte: A autora (2012) b) Para a sinalização da obrigatoriedade do uso de EPI s específicos para as atividades executadas, sugere-se colocar placas de sinalização em locais visíveis, por exemplo no local que serve como almoxarifado, próximas ao posto de trabalho para os trabalhadores no momento que entram na obra, lembrem e façam a utilização dos mesmos, como mostram as Figuras 19 e 20 adiante e também para manter a comunicação através de avisos, cartazes ou similares, usar a sinalização indicando saídas por meio de dizeres ou setas.

FIGURA 19 Placas de sinalização sugeridas para uso de EPI s Fonte: A autora (2012) FIGURA 20 Placas de sinalização sugeridas para manter a comunicação Fonte: A autora (2012)

c) Para advertir quanto ao risco de queda, e assegurar a segurança dos trabalhadores, na Figura 21 pode-se observar a sugestão de placa para o uso obrigatório do cinto de segurança. Pois sendo a NR 18, item 18.13.6: Em todo perímetro da construção de edifícios com mais de 4 (quatro) pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma plataforma principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé direito acima do nível do terreno. E também o item 18.23.3: O cinto de segurança tipo paraquedista deve ser utilizado em atividades a mais de 2,00 m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de queda do trabalhador. FIGURA 21 Sugestão de segurança para advertir quanto ao risco de quedas Fonte: A autora (2012)

d) Com o intuito de organizar e evitar queda de mesmo nível de trabalhadores nas áreas de circulação sugere-se colocar placas de sinalização advertindo ao operário para que tente manter sempre o local limpo, organizado, sem obstáculos e correr somente se necessário quando houver algum motivo de evacuação, tanto na parte de fora quanto no interior da obra, como ilustrados na Figura 22. FIGURA 22 Sugestão de sinalização de atenção Fonte: A autora (2012)

7. CONCLUSÕES Diante do exposto, foi possível concluir a partir de observações feitas em uma única visita, que a sinalização de segurança - NR 26 e a aplicação da norma regulamentadora NR 18 não foram implantadas na obra verificada, não possuindo nenhum tipo de sinalização existente. Foi também verificado a falta de muitas obrigações que deveriam existir no referido local. Nesta avaliação pode-se constatar que a construção não está obedecendo aos itens obrigatórios e primordiais para que haja uma interação harmoniosa e segura do trabalhador com a produção no canteiro de obras. A segurança e sinalização do trabalho têm que ser consideradas como de fundamental importância, não só para atingir melhores índices de qualidade e produtividade, ou para reduzir os custos dos acidentes de trabalho, mas para buscar a satisfação dos trabalhadores, pois independentemente do número de trabalhadores existentes num canteiro de obras, deve haver local exclusivo para o aquecimento de refeições, EPI s adequados e em perfeito estado de conservação, treinamentos para a utilização dos mesmos, garantindo a saúde e a segurança. A sinalização ajuda na conscientização do trabalhador e serve para lembrá-lo sempre que o local em que está trabalhando pode trazer o risco de acidente e que ele deve priorizar sua saúde. As pessoas que moram próximas ao local da obra e transeuntes, devem observar que a construção é um lugar onde somente pessoas autorizadas podem adentrar, preservando assim a imagem da construtora, mantendo o ambiente de trabalho adequado quanto à segurança.

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