SENSIBILIZAÇÃO EM PICS COM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E COMUNIDADE ABRANGIDA POR UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM PETROLINA - PE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

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Transcrição:

SENSIBILIZAÇÃO EM PICS COM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E COMUNIDADE ABRANGIDA POR UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM PETROLINA - PE: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Vitor Hugo Araújo Cabral; Leonardo Maurieli Clemente; Dayse Flávia de Oliveira Batista; Susan Gomes Coutinho de Jesus; Alexandre Franca Barreto. Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF 1. INTRODUÇÃO: De uso crescente, que visam a garantia da integralidade oferecida à saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) têm sido cada vez mais evidenciadas. Com o advento e implantação de políticas públicas como a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), torna-se cada vez mais necessário sensibilizar e integrar as equipes de saúde, especialmente as voltadas para a atenção básica, no intuito de ampliar a utilização e a abordagem de tais práticas no contexto do cuidado. Sendo assim, a aplicação de práticas como o yoga, ayurveda, homeopatia, fitoterapia, meditação, reiki, quiropraxia, dentre outras, apesar de estimuladas pelo SUS por meio de políticas como a PNPIC, consistem em um grande desafio quando se trata de incorporação, seja pelo estigma em relação à validade de práticas não tecnológicas, pela falta de conhecimento dos profissionais de saúde, ou pelo preconceito, se tornando evidente a necessidade de discussão, sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde (BARROS, SIEGEL e SIMONI, 2007). Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo principal sensibilizar a equipe de saúde da AME Areia Branca, unidade básica de saúde da cidade de Petrolina-PE, para a necessidade e os benefícios da utilização de práticas integrativas e complementares em saúde. Apesar de estimuladas pelo SUS, na cidade de Petrolina e na sua região de abrangência as PICS ainda são pouco discutidas, e menos ainda oferecidas no contexto da atenção básica, tornando-se urgente a mobilização dos atores do contexto de saúde e da sociedade em geral. Além disso, buscou-se também identificar, dentre os profissionais de saúde envolvidos, as principais práticas conhecidas por eles, a sua receptividade à utilização das mesmas, e se acreditam que exista a necessidade de implantação na sua unidade. Também foi possível analisar a receptividade de pacientes (atendidos pela unidade) a práticas integrativas como o yoga, além de avaliar o seu interesse pela aplicação das mesmas na unidade em que são atendidos.

2. METODOLOGIA: 2.1. CAPACITAÇÃO DA EQUIPE Num primeiro momento, a equipe responsável pelo projeto se reuniu para discussões acerca do tema de PICS, no intuito de delimitar a abrangência do projeto, bem como definir o instrumental e os recursos aplicados. Foi criado um banco de dados com obras como publicações acadêmicas, matérias e artigos de jornais e revistas, além de documentos oficiais com temática referente às práticas integrativas complementares em saúde. 2.2. SENSIBILIZAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE E USO DE QUESTIONÁRIO Foi realizada uma palestra e roda de conversa com os profissionais da unidade básica (médica, odontóloga, educador físico, psicóloga, enfermeiras, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde) e a equipe executora, acerca das PICS, seguida de realização de prática integrativa e complementar em saúde (bioenergética), no intuito de apresentar as PICS à equipe, bem como sensibiliza-la acerca da sua utilização. Posteriormente, foi utilizado um questionário objetivo auto aplicado que buscou identificar se a equipe de saúde já conhecia o conceito de PICS, bem como se julga aplica-las no seu contexto de trabalho e se tem interesse de ampliar a sua utilização. Imagem 01 Roda de conversa/sensibilização da equipe da unidade de saúde. 2.3. PRÁTICA COM A COMUNIDADE EXTERNA E USO DE QUESTIONÁRIO Uma vez sensibilizada, a equipe da unidade de saúde juntamente com a equipe executora divulgou e executou a realização de uma prática integrativa yoga para a comunidade externa, no intuito de verificar a sua receptividade em relação ao tema.

Posteriormente, foi aplicado também questionário objetivo, acerca da opinião sobre a prática realizada, do acolhimento e do desejo da comunidade de continuar realizando práticas como o yoga no seu contexto de cuidado e saúde. Imagem 02 Utilização de PICS (yoga) com a comunidade. 2.4. TRATAMENTO DOS DADOS Os dados obtidos foram tabulados utilizando o Microsoft Excel, com consequente produção de gráficos e tabelas que possibilitaram a interpretação e discussão dos resultados. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: 3.1. SENSIBILIZAÇÃO EQUIPE MULTIPROFISSIONAL A maioria dos profissionais entrevistados da AME Areia Branca afirmou já ter ao menos ouvido falar em PICS antes da atividade realizada (62%), entretanto, aproximadamente 81% dos entrevistados afirmou conhecer Nada ou Muito Pouco sobre as mesmas antes da atividade de sensibilização. Tabela 01 Comparativo de antes e depois da sensibilização dos profissionais da saúde.

Após a atividade, aproximadamente 67% afirmou conhecer Muito Pouco e Básico, o que era esperado, uma vez que as atividades não consistiram em formação, mas apenas de apresentação/introdução ao tema. A maioria (100%) também afirmou acreditar que as PICS podem complementar as práticas convencionais em saúde, entretanto 90% dos entrevistados afirmou utilizar Nunca ou Poucas Vezes as PICS no contexto do seu trabalho na unidade básica. Apesar de afirmarem pouco ou nada utilizarem as PICS, a maioria dos entrevistados (95%) demonstrou desejo e interesse de aplica-las no contexto de trabalho, sendo o yoga, a homeopatia e a acupuntura as práticas mais citadas por eles. Tabela 02 Análise comparativa entre a utilização das PICS atual e esperada na unidade de saúde. Gráfico 01 PICS mais conhecidas pelos profissionais da saúde da unidade. 3.2. PICS DIRECIONADAS AOS USUÁRIOS DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Foi realizada divulgação prévia por meio de cartazes e convites para uma aula prática experimental em yoga aos usuários da unidade, na qual compareceram em sua maioria mulheres (92%), de idade superior a 40 anos (62%), em sua maioria frequentadores das práticas de atividade física semanais realizadas pela unidade.

A maioria entrevistada (58%) afirmou Não conhecer ou Talvez conhecer o significado de PICS, apesar de a maior parte (92%) afirmar ter ouvido falar algumas ou muitas vezes acerca do yoga, prática realizada, o que demonstra uma dissociação de algumas modalidades mais conhecidas à sua complementaridade, segundo os entrevistados. Gráfico 02 Acredita que práticas como o yoga possam complementar as práticas convencionais? Após a realização da atividade, a grande maioria (92%) afirmou acreditar que práticas como o yoga podem complementar os cuidados convencionais da unidade de saúde que frequentam, e 100% dos entrevistados classificou a prática como interessante, importante e necessária dentre as opções disponíveis de avaliação, o que foi confirmado quando 92% dos entrevistados afirmou desejar que modalidades como o yoga fossem implementadas na unidade básica que frequentam. 4. CONCLUSÕES Nas atividades realizadas com o corpo profissional da unidade de saúde, percebeu-se o grande interesse dos entrevistados na utilização das PICS como práticas complementares, sendo demonstrado inclusive grande interesse da equipe para que o projeto tivesse continuação com a utilização de outras práticas além da bioenergética, utilizada na sensibilização. Conclui-se, portanto, que há grande receptividade e desejo de utilizar as PICS na unidade em estudo, sendo necessária a continuidade das reuniões de capacitação e a delimitação de novos projetos de utilização das PICS na unidade como implantação de horta coletiva e capacitação dos profissionais nas mais diversas terapias.

No que diz respeito à prática de PICS com a comunidade atendida pela unidade, também percebeu-se grande interesse e desejo de que atividades como o yoga fossem implementadas de forma regular na unidade de saúde, além de se verificar que tais práticas são consideradas de grande importância na manutenção da saúde. Percebe-se, portanto, a abertura e receptividade dos profissionais de saúde e da comunidade abrangida pela unidade estudada, sendo necessária maior divulgação, incorporação e implementação de tais práticas não somente na unidade do relato, mas em todo o SUS, tanto para que se racionalize as ações de saúde, promovendo um engajamento sustentável e dissociado da hospitalização e dos medicamentos, quanto para que se promova uma ação de cuidado mais efetiva e centrada na pessoa e em seus aspectos biopsicossociais. Esperamos que estes dados, somados a outros conhecimentos produzidos no campo, estimulem os gestores e profissionais do município de Petrolina a incorporarem as PICS no processo de trabalho em saúde, haja visto a escassa oferta de cuidados baseados em PICs no SUS local. REFERÊNCIAS BARROS, Nelson Filice de; SIEGEL, Pâmela; SIMONI, Carmen De. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: passos para o pluralismo na saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 12, p. 3066-3067, dez. 2007. Disponível em: <https://goo.gl/q5nmn9>. Acesso em 19 jul. 2017. BRASIL. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Dispõe sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, 3 Maio 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Secretaria de Atenção à Saúde. Relatório do 1º Seminário Internacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde PNPIC. Brasília, DF: MS; 2009. MORAIS, Karla S. V. L.; SILVA, Kenia L.; TESSER, Charles D. Práticas integrativas e complementares e relação com promoção da saúde: experiência de um serviço municipal de saúde. Interface - Comunicação, Saúde, Educação 2014, 18 (Abril-Junho). Acesso em 19 jul. 2017. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=180131153003>. ELESI JUNIOR, Emílio. Práticas integrativas e complementares em saúde, uma nova eficácia para o SUS. Estudos Avançados. São Paulo, v. 30, n. 86, p. 99-112, Abr. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/vtf6pd>. Acesso em 10 jul. 2017.