ANÁLISE DA TEMPERATURA E UMIDADE DO AR EM ÁREA DE MANGUEZAL NA REGIÃO BRAGANTINA-PA

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Transcrição:

ANÁLISE DA TEMPERATURA E UMIDADE DO AR EM ÁREA DE MANGUEZAL NA REGIÃO BRAGANTINA-PA Vanda Maria Sales de Andrade Antônio Carlos Lôla da Costa Universidade Federal do Pará Rua Augusto Corrêa nº 01, Bairro do Guamá - PA CEP 6600.00 e-mail vanda007@yahoo.com e-mail lola@ufpa.gov.br ABSTRACT The Municipal district of Bragança is located to Northeast of the State of Pará, in area Bragantina, with an area of 3258 km 2 and it is located at 01º 03' S and 46º 45' W. Bragança's growth of mangroves understands an area of approximately of 120 km 2. It is a coastal ecosystem, of transition among the terrestrial and marine atmospheres, the great biodiversidade of the growth of mangroves depends in a great part of the balance of the physical middle, that comes suffering great alterations. This study has objective of understandings o the behavior of the specific and absolute humidity in comparison to the relative, for the area of natural and desolated growth of mangroves. It was noticed that specific and absolute humidity showed a better characterization of the humidity of the natural atmosphere in comparison with the relative humidity INTRODUÇÃO O manguezal é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característicos de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés, ocorrendo em regiões costeiras abrigadas. O manguezal Bragantino-PA, compreende uma área aproximadamente de 120 km 2. O Município de Bragança localiza-se a Nordeste do Estado do Pará, na micro região Bragantina, com uma área de 3258 km 2 e está localizada a 01º 03' S de latitude e 46º 45' W de longitude. O manguezal degradado localizada-se a 16 Km, e a área de manguezal natural a 30 Km da cidade de Bragança/PA. Na área de manguezal natural a classe de cobertura vegetal é do tipo exuberante, denso e alto, as espécies encontradas nesta área são Rhizophora e Avicennia. O manguezal natural é do tipo arbório de dossel semifechado sobre várzea de maré. As espécies que caracterizam os bosques de mangue possuem características diferenciadas dos demais ecossistemas florestais. O manguezal degradado possui aspecto plano, com modificações estruturais de caráter total devido ao desmatamento provocado pela construção da estrada que liga cidade de Bragança a praia de Ajuruteua. A estrutura do substrato é menos espessa e a tonalidade é cinza claro. A ausência de árvores favorece a exposição do substrato com alguns troncos de arvores e pequenos arbustos. A umidade atmosférica possui efeitos benéficos no crescimentos das plantas, no desenvolvimentos e proliferação de vidas, a umidade é o termo usado para descrever a quantidade de vapor d'água contida na atmosfera. Existem várias maneiras de se medir a umidade atmosférica, dentre as quais podemos destacar a umidade relativa(%), umidade específica (g/kg) e umidade absoluta(g/m 3 ). A umidade relativa nada mais é que a razão o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar poder conservar na mesma temperatura e pressão quando saturado; a umidade específica, é a relação entre a massa de vapor d'água por quilograma de ar úmido, e finalmente a umidade absoluta, que é a relação entre a massa total de água para um volume de ar O presente trabalho tem como objetivo estudar o comportamento da temperatura do ar e das umidades específica, absoluta e relativa do ar, em áreas de manguezal natural e degradado na região Bragantina, no Estado do Pará. 73

MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizados dados meteorológicos de temperatura do ar e temperatura do bulbo úmido, obtidos através de campanhas experimentais realizadas nos meses de maio, junho, outubro e dezembro de 1997, na floresta de mangue natural e degradado. Trabalhou-se com a média horária, de todo o período, para a determinação da umidade relativa (%), umidade específica( g/kg) e umidade absoluta (g/m3). A umidade relativa do ar (f) é a relação entre a quantidade de vapor d água contida na atmosfera e a máxima quantidade de vapor que ela poderia conter para se tornar saturada, expressa em percentagem.(%). Matematicamente pode ser dada por: f = e / e s x 100 Onde e e e s é a pressão de vapor e pressão de saturação do vapor d água, dado em milibares A umidade específica do ar (q), é a relação entre a massa de vapor d'água contida na unidade de massa de ar úmido( g/kg). Matematicamente pode ser dada por: q = 0.622 e / p - 0.378 e Onde e é a pressão de vapor d água e p a pressão atmosférica, ambos dados em milibares. A umidade Absoluta do ar ( qv), é a relação entre a massa de vapor d'água por unidade de volume ( g/m3). Matematicamente pode ser dado por: qv = 216.68 e / T Onde e é a pressão de vapor d água e T a temperatura do ar em K. RESULTADOS E DISCUSSÃO O comportamento da umidade específica e umidade absoluta do ar na área de manguezal natural é mostrado na Figura 01, onde observa-se que a umidade absoluta é sempre maior que a umidade específica. Outro fato importante é que elas apresentam pequenas variabilidades horárias, tendo a umidade absoluta oscilado entre 21 g/m 3 a g/m 3, enquanto que a umidade específica oscilou entre 18 g/kg a 20g/Kg. Isto mostra que em ambos os ambientes a umidade do ar apresenta valores relativamente elevados. (g/kg) Umidade absoluta Umidade Absoluta (g/m3) FIGURA 01- Umidade específica e absoluta do ar em área de manguezal natural na região Bragantina no ano de 1997 74

A figura 02 mostra o comportamento da umidade específica e umidade absoluta do ar na área de manguezal degradado. Observa-se que a umidade absoluta continuou apresentando maiores valores que a específica durante todo o período, entretanto, é evidente um aumento significativo para o período diurno, em ambas as umidades, possivelmente, em função das grandes alteração provocadas pelo processo de degradação, que proporciona mudanças no balanço de radiação daquela área. É importante observar que elas apresentam valores relativamente menores que os observados na área natural, tendo a umidade absoluta oscilado entre 19 g/m 3 a 20g/m 3, enquanto que a umidade específica oscilou entre 16 g/kg a 18g/Kg. (g/kg) Umidade Absoluta (g/m3) Umidade absoluta FIGURA 02- Umidade específica e absoluta do ar em área de manguezal degradado na região Bragantina no ano de 1997 A figura 03 mostra o comportamento da umidade específica e absoluta do ar em relação a temperatura do ar no manguezal natural, onde observa-se que as umidades não mostram uma variação horária em sincronia com a temperatura do ar. Tal fato é de fundamental importância no estudo da umidade, uma vez que a umidade específica e absoluta do ar retrata o real estado de umidade presente na atmosfera. e absoluta (g/kg) (g/m3) 21 19 17 33 28 18 Temp. arº C Umidade absoluta Tempe/Natural FIGURA 03- Temperatura do ar e umidade específica e absoluta do ar em área de manguezal natural na região Bragantina no ano de 1997 A figura 04 mostra a relação da temperatura com a umidade específica e absoluta do ar no manguezal devastado. Ao contrário do observado no manguezal natural, a umidade específica e absoluta tiveram um aumento significativo no período diurno, acompanhando a marcha horária da temperatura do ar. Tal fato deve-se, certamente, as diferentes características da área degradada, influenciando diretamente no comportamento horário da umidade atmosférica. 75

25 35 e absoluta (g/kg) (g/m3) 21 19 17 30 25 20 Temp. ar ( º C) Umidade absoluta Temp/Devasta FIGURA 04- Temperatura do ar e umidade específica e absoluta do ar em área de manguezal degradado na região Bragantina no ano de 1997 A figura 05 mostra a relação da umidade relativa do ar com a temperatura, tanto para o manguezal natural quanto para o devastado, onde observa-se que para o período noturno a temperatura do manguezal natural é maior que a do degradado, ocorrendo o inverso no período diurno. Isto deve-se ao fato do manguezal natural sofrer menor incidência de radiação devido a presença de vegetação, que proporciona menores temperaturas diurnas. A noite, esta vegetação funciona como um anteparo ás perdas radiativas, o que não ocorre na área degradada, sendo o resfriamento noturno intensificado. A umidade relativa do ar apresentou valores sempre maiores no manguezal natural, isto devido principalmente a contribuição da evapotranspiração naquela área, o que não ocorre na área degradada. 100 35 U. R (%) 90 80 70 60 50 30 25 20 Temp. ar (ºC) Umidade Relativa/Natural Umidade relativa Devastado Tempe/Natural Temp/Devasta FIGURA 05 Variação horária da temperatura e umidade relativa do ar em área de manguezal natural e degradado na região Bragantina no ano de 1997. CONCLUSÃO Após a análise realizada, conclui-se que a umidade específica e a umidade absoluta do ar mostraram uma melhor caracterização da umidade do ambiente natural em relação a umidade relativa, que está diretamente relacionada com a temperatura, mostrando com isso que aumentando a temperatura diminui a quantidade de vapor de água na atmosfera, podendo assim mostrar resultados significativos, já a específica e a absoluta, não estão diretamente relacionadas com a temperatura, e assim evidenciam melhor a quantidade real de vapor d'água contida no ambiente. Observou-se uma pequena diferença na umidade específica e absoluta no manguezal degradado em relação ao natural, para o período diurno, possivelmente relacionada ao processo acelerado de degradação que o meio vem sofrendo. 76

Os manguezais são fontes de armazenamento de vidas que necessitam de água para sobreviver. Quando esse ambiente é alterado, impactos podem proporcionar desequilíbrios irreversíveis sobre a vida. Preservar nossos manguezais tem uma importância social, econômica e ecológica. BIBLIOGRÁFIAS CONSULTADAS RIBEIRO, J.B.M -. Uma abordagem meteorológica preliminar sobre impacto ambiental - projeto MADAM, Material apostilada, Belém - PA, novembro/1997. MARQUES,S, N.S., CARVALHO, E. A & MELLO, C. F. - Levantamento preliminar das angiospermas do manguezal da estrada de Ajuruteua, município de Bragança/PA,- 3º Workshop Internacional, Dinâmica e Recomendações para manejo em áreas de manguezais de Bragança - Pará., Belém PA, Novembro de 1997. MOTA, F.S - Meteorologia Agrícola. 2º edição 1976. RIBEIRO, J.B M, - Variações Meteorológicas de manguezal Natural, Manguezal devastado e áreas urbana. In: anais do X Congresso Brasileiro de Agrometerologia, 1999 Piracicaba-SP. RIBEIRO, J.B.M, COSTA, A. C. L, FILHO,J.D.S, LARA,R.J - Análise das variações termo-igrométrica em três ambientes distintos durante a estação menos chuvosa e final da estação chuvosa., 3º Workshop Internacional, Dinâmica e Recomendações para manejo em áreas de manguezais de Bragança-Pará., Novembro de 1997. JÚNIOR, E.L DOS A, RAMOS, J.F - Os metais pesados Fe, Mn, Cr, Pb, Zn, e Cd em sedimentos do manguezal de Bragança, Pará, 5º Workshop Internacional, projetos MADAM, Novembro, 1999. COSTA, A. C. L, C., FILHO,J.D.S, COSTA, R.B - Estudo de variações meterológicas provocadas pela degradação de manguezal na região Bragantina-PA, 5º Workshop Internacional, projetos MADAM, Novembro, 1999. 77