LEI N.º 893 DE 14 DE DEZEMBRO DE 2015. Altera e acrescenta dispositivos da Lei nº 803, de 30 de dezembro de 2009, que institui Novo Código Tributário e de Rendas do Município de Conde - Bahia, e dá outras providências. A PREFEITA MUNICIPAL DE CONDE, Estado da Bahia, no uso suas atribuições constitucionais, faço saber, que a Câmara Municipal aprovou, e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º. Esta Lei acrescenta ao Livro Primeiro Das Disposições Gerais em seu Título II, o Capítulo III A e ao capitulo III-A os arts. 6º-A, 6º-B, 6º-C, 6º-D, 6º-E, 6º-F, 6º-G, 6º-H, 6º-I, 6º-J, 6º-K, 6º-L, 6º-M e acrescenta ao Livro Quarto Da Administração Tributária o Título I-A e ao Título I-A os artigos 229-A, 229-B, 229-C, a Lei n 803, 30 de dezembro de 2009, que institui Novo Código Tributário e de Rendas do Município de Conde Bahia. Art. 2. O Livro Primeiro Das Disposições Gerais, Título II, da Lei Municipal nº 803/2009, passa a vigorar acrescido do Capítulo III-A, que dispõe sobre a criação e regulamentação do Cadastro Informativo Municipal, este acrescido dos seguintes arts. 6º-A, 6º-B, 6º-C, 6º-D, 6º-E, 6º-F, 6º-G, 6º-H, 6º-I, 6º-J, 6º-K, 6º-L, 6º-M: LIVRO PRIMEIRO DAS DISPOSIÇÕES GERAIS TÍTULO II CAPÍTULO III A DO CADASTRO INFORMATIVO MUNICIPAL CADIN Art. 6 -A. Fica autorizada a criação do Cadastro Informativo Municipal Cadin, contendo as pendências de pessoas físicas e jurídicas perante órgãos e entidades da Administração Pública Direta e Indireta do Município de Conde. Art. 6 -B. São consideradas pendências passíveis de inclusão no Cadin Municipal: I - as obrigações pecuniárias vencidas e não pagas; 1
2 II - a ausência de prestação de contas, exigível em razão de disposição legal ou cláusulas de convênio, acordo ou contrato. Art. 6 -C. A existência de registro no Cadin Municipal impede os órgãos e entidades da Administração Municipal de realizarem os seguintes atos, com relação às pessoas físicas e jurídicas a que se refere: I - celebração de convênios, ajustes ou contratos que envolvam o desembolso, a qualquer título, de recursos financeiros; II - repasses de valores de convênios ou pagamentos referentes a contratos; III - concessão de auxílios e subvenções; IV - concessão de incentivos fiscais e financeiros; V - expedição de alvarás de licença, de autorização especial, ou de quaisquer outros tipos de alvarás, licenças ou autorizações decorrentes ou não do Poder de Polícia Municipal. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às operações destinadas à composição e regularização das obrigações e deveres objeto de registro no Cadin Municipal, sem desembolso de recursos por parte do órgão ou da entidade credora. Art. 6 -D. A inclusão de pendências no Cadin Municipal deverá ser realizada no prazo de até 90 (noventa) dias, contados da inadimplência, pelas seguintes autoridades: I - Secretário Municipal de Finanças ou a ele equiparado, no caso de pendências relacionadas às respectivas pastas; II Dirigente Máximo, no caso de pendências relacionadas à respectiva Autarquia ou Fundação Municipal; III Diretor Presidente, no caso de pendências relacionadas à respectiva Empresa Municipal. Parágrafo único. A atribuição prevista no caput deste artigo poderá ser delegada, pelas autoridades ali indicadas, a servidor lotado na respectiva Secretaria, Autarquia, Fundação ou Empresa Municipal, mediante Ato devidamente publicado no Diário Oficial do Município. Art. 6 -E. A inclusão no Cadin Municipal no prazo previsto no art. 6 -D somente será feita após a comunicação por escrito, seja via postal ou telegráfica, ao devedor, no endereço indicado no instrumento que deu origem ao débito, considerando-se entregue após 15 (quinze) dias da respectiva expedição. 2
3 Art. 6 -F. O Cadin Municipal conterá as seguintes informações: I - identificação do devedor, na forma do Regulamento; II - data da inclusão no cadastro; III - órgão responsável pela inclusão. Art. 6 -G. Os órgãos e entidades da Administração Municipal manterão registros detalhados das pendências incluídas no Cadin Municipal, permitindo irrestrita consulta pelos devedores ou seus procuradores legalmente constituídos aos seus respectivos registros. Art. 6 -H. A ausência de inclusão no registro do Cadin Municipal não constitui prova de regularidade perante a Fazenda Pública Municipal para todos os efeitos legais e normativos e nem elide a apresentação de documentos em Lei. Art. 6 -I. O registro do devedor no Cadin Municipal ficará suspenso: I quando o devedor comprovar que ajuizou ação com o objetivo de discutir a natureza da obrigação ou o seu valor, com oferecimento de garantia idônea e suficiente ao juízo; II nas hipóteses em que a exigibilidade da pendência objeto do registro estiver suspensa, nos termos da Lei. Parágrafo único. A suspensão do registro não acarreta a sua exclusão do Cadin Municipal, mas apenas a suspensão dos impedimentos previstos no art. 6 -C desta Lei. Art. 6 -J. Uma vez comprovada a regularização da situação que deu causa à inclusão no Cadin Municipal, o registro correspondente deverá ser excluído no prazo de até 10 (dez) dias úteis pelas autoridades indicadas no art. 6 -D desta Lei. Art. 6 -K. A inclusão ou exclusão de pendências no Cadin Municipal sem observância das formalidades ou fora das hipóteses previstas nesta Lei sujeitará o responsável às penalidades cominadas no Estatuto do Servidor ou na Consolidação das Leis Trabalhistas. Art. 6 -L. A Secretaria Municipal de Finanças será a gestora do Cadin Municipal, sem prejuízo da responsabilidade das autoridades indicadas no art. 6 -D desta Lei. Art. 6 -M. Fica o Poder Executivo autorizado a fornecer aos órgãos de proteção ao crédito informações a respeito dos créditos da Fazenda Pública Municipal inscritos na dívida ativa. 3
4 Art. 3. O Livro Quarto Da Administração Tributária, da Lei Municipal nº 803/2009, passa a vigorar acrescido do Título I-A, que dispõe sobre a regulamentação da dação em pagamento, este acrescido dos seguintes arts. 229-A, 229-B, 229-C: LIVRO QUARTO DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA TÍTULO I-A DA DAÇÃO EM PAGAMENTO Art. 229-A. Os créditos tributários inscritos na dívida ativa do Município poderão ser extintos, parcial ou integralmente, mediante dação em pagamento de bem imóvel, situado neste Município, que só se aperfeiçoará após a aceitação expressa do Chefe do Executivo, observados o interesse público, a conveniência administrativa e os critérios dispostos nesta lei e demais normas legais. 1. Os imóveis ofertados deverão estar livres e desembaraçados, não sujeitos a qualquer gravame ou execução por dívidas fiscais ou trabalhistas já constituídas na época da dação; 2. A dação em pagamento somente produzirá efeitos depois de formalizado o registro da propriedade no Cartório de Registro de Imóveis competente e as despesas relativas a transferência do imóvel serão de responsabilidade do devedor, inclusive honorários de perito se houver; 3. A avaliação do bem objeto de dação em pagamento ficará a cargo de comissão especial constituída por ato do Chefe do Poder Executivo, facultada a contratação de entidade especializada; 4. Na hipótese de créditos tributários já ajuizados, a dação em pagamento será lavrada nos autos do processo, em termo próprio, assinada pelas partes, cabendo a Assessora Jurídica do Município, somente depois de verificado o ingresso do bem ao patrimônio do Município, solicitar ao respectivo Juízo a homologação deste e extinção do feito; 5. O pedido de aceitação de dação em pagamento não gera direito à sua realização, assim como não suspende a exigibilidade do crédito fiscal nem interrompe a fluência dos acréscimos previstos na legislação aplicável; 6. A dação em pagamento, administrativa ou judicial, importa confissão irretratável da dívida e da responsabilidade tributária, com renuncia expressa a qualquer revisão ou recurso. 4
5 Art. 229-B. É vedado o recebimento de imóvel com valor superior ao crédito tributário existente que implique em restituição por parte do erário municipal. Parágrafo único Em casos que o valor da dívida for maior que a avaliação o devedor fica obrigado a realizar o pagamento da diferença, facultado a administração o parcelamento. Art. 229-C. Ficará caracterizada desistência da dação em pagamento quando o devedor: I. Recusar o valor da avaliação; II. Não promover os atos e diligências que são de sua competência por mais de trinta dias. Art. 4. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário. MARLY LEAL DE OLIVEIRA. Prefeita 5