ANÁLISE DO EFEITO DA CAL E DA POROSIDADE EM MISTURAS SOLO-CINZA-CAL

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Transcrição:

ANÁLISE DO EFEITO DA CAL E DA POROSIDADE EM MISTURAS SOLO-CINZA-CAL Amanda Dalla Rosa Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, amandadallarosa@yahoo.com.br João Ricardo Masuero Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, joao.masuero@ufrgs.br Nilo Cesar Consoli Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, consoli@ufrgs.br RESUMO: Na engenharia geotécnica o principal material utilizado, o solo, é complexo e muito variável, sendo que nem sempre satisfaz as necessidades da obra a ser realizada. Uma alternativa nestes casos, é a estabilização deste solo. Assim, esta pesquisa tem como objetivo quantificar a influência e verificar a significância da quantidade de cal e da porosidade sobre a resistência de um solo estabilizado com cal e cinza volante. Para isso foram realizados ensaios de compressão simples e medidas de sucção matricial. Os resultados demonstram que o aumento da quantidade de cal e do peso específico aparente seco provoca o aumento da sua resistência à compressão simples. A resistência à compressão simples cresce linearmente com o aumento da quantidade de cal e exponencialmente com a redução da porosidade. A partir da análise da variância, os resultados demonstram que os dois fatores controláveis escolhidos no experimento e sua interação são significativos. PALAVRAS-CHAVE: Solo-Cinza-Cal, Resíduo, Análise da Variância. 1 INTRODUÇÃO Com a constante busca de soluções que proporcionem custo reduzido e preservação dos recursos naturais, o aproveitamento de resíduos vem se destacando, resultando em uma redução profundamente importante no impacto ambiental que seria gerado pela sua disposição inadequada. Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas com objetivo de aproveitar resíduos na estabilização de solos, através da substituição de parte dos materiais de alto custo neste processo, por estes resíduos que apresentam um custo reduzido, como é o caso da utilização do resíduo cinza volante em misturas solo-cinzacal. A cal é o estabilizante mais econômico e mais utilizado na estabilização de solos, com aplicação em pavimentações e aterros, sendo utilizado desde a antiguidade. A técnica de melhoramento do solo também pode ser utilizada nas fundações de edificações de pequeno porte, em solos com baixa capacidade de suporte ou que apresentam baixa estabilidade volumétrica. Tais condições são problemáticas na medida em que podem causar severas patologias na edificação (Inglês e Metcalf, 1972). A solução tradicionalmente utilizada para suportar as cargas das construções nestes locais é o uso de fundações profundas. Estas atravessam o material menos resistente e são assentes em camadas mais profundas de maior capacidade de suporte. No entanto, este tipo de solução técnica pode inviabilizar, por exemplo, obras de conjuntos habitacionais de baixo custo, nos quais o investimento em fundações pode vir a ser uma grande parcela do valor total do empreendimento (Thomé et al, 25). Estudos realizados nos últimos anos no sul do Brasil têm demonstrado que a utilização de

fundações apoiadas em sistemas de dupla camada, sendo a superior constituída de solos cimentados compactados, é uma técnica alternativa que pode ser utilizada nos casos em que existam camadas de solos de baixa resistência e o nível de carga das edificações seja baixo (Thomé et al, 25). A cinza volante é um resíduo industrial que provém de termelétricas, possuindo grande interesse no seu aproveitamento, por ser produzido em grande quantidade, possuir propriedades pozolânicas e sua destinação final ser um problema ambiental. O desenvolvimento de alternativas de utilização de resíduos industriais é de grande vantagem técnica, econômica e ambiental, sendo que estudos da combinação da cinza volante, ou outros resíduos, com a cal também têm sido realizados, comprovando a eficiência destas misturas para a estabilização de solos. Consoli et al (21), ao estudarem um solo arenoso tratado com cinza volante e cal de carbureto, verificaram que para uma mesma tensão confinante, o aumento da quantidade de cal provoca aumento da resistência de pico e diminuição da deformação na qual o pico é atingido. Ao estudar um solo arenoso tratado com resíduo de britagem e cal nas proporções 3%, 5%, 7%, 9% e 11% em relação ao peso de solo seco, Lopes Junior (27), verificou a partir de ensaios de compressão simples com amostras moldadas a diferentes massas específicas aparentes secas, que a resistência à compressão simples cresceu com o aumento da quantidade de cal e da massa específica aparente seca da mistura compactada. Assim, esta pesquisa busca quantificar a influência e verificar a significância da quantidade de cal e da porosidade sobre a resistência de um solo estabilizado com cal e cinza volante, para que se possa atingir de forma objetiva e com maior confiabilidade as propriedades requeridas nas misturas solocinza-cal. 2 PROGRAMA EXPERIEMNTAL 2.1 Materiais 2.1.1 Solo O solo utilizado no presente trabalho é um solo residual de arenito pertencente à denominada formação Botucatu que abrange área superior a 1.3. km 2 no estado do Rio Grande do Sul. Essa formação se desenvolve a partir da fronteira com o Uruguai, na região de Santana do Livramento, constituindo uma faixa de afloramento que se prolonga para o norte até a região de São Francisco de Assis, onde apresenta inflexão para leste, ocorrendo ao longo da escarpa basáltica, conformando uma estreita e alongada faixa. Além da existência de trabalhos prévios, a escolha deste solo se deu por três fatores básicos: é um solo que cobre uma extensa área do território do Rio Grande do Sul sob regiões de relevante importância econômica; possui algumas características como erodibilidade e baixa capacidade de suporte, fazendo deste um material que necessita de algum tipo de adequação ou melhoria para emprego sob condições mais severas do ponto de vista de engenharia; por sua uniformidade de características físicas e boa trabalhabilidade em laboratório. A jazida, de onde foi coletada a amostra, situa-se às margens da rodovia estadual RS- 24, na localidade de Vila Scharlau, município de São Leopoldo no Rio Grande do Sul. A curva granulométrica do solo é apresentada na Figura 1. A análise granulométrica foi realizada de acordo com os procedimentos descritos pela NBR 7181/84. Porcentagem que Passa 1 9 8 7 6 5 4 3 2 1,1,1,1 1, 1, 1, Diâmetro dos Grãos (mm) Figura 1. Curva granulométrica do solo.

2.1.2 Cinza Volante O resíduo utilizado nesta pesquisa é a cinza volante proveniente do processo da queima do carvão mineral em usinas termelétricas. Sendo que, do ponto de vista ambiental, o emprego da cinza volante é extremamente conveniente. A cinza volante utilizada nesta pesquisa é oriunda da Usina Termelétrica Charqueadas, a qual pertence à Companhia Tractebel Energia SUEZ, localizada no município de Charqueadas no Estado do Rio Grande do Sul. O combustível utilizado na sua operação é o carvão mineral, sendo que a cinza volante oriunda desse processo possui coloração cinza e textura fina, possuindo propriedades pozolânicas e sendo praticamente sílica amorfa. A curva granulométrica da cinza volante é apresentada na Figura 2. A análise granulométrica foi realizada de acordo com os procedimentos descritos pela NBR 7181/84. Porcentagem que Passa 1, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1,,,1,1,1 1, 1, 1, Diâmetro dos Grãos (mm) Figura 2. Curva granulométrica da cinza volante. 2.1.3 Cal A cal utilizada no trabalho é uma cal hidratada dolomítica, comercialmente chamada de Primor Extra, produzida na cidade de Caçapava do Sul RS, com massa específica igual a 2,49 g/cm 3. 2.1.4 Água A água utilizada para a moldagem dos corposde-prova é a água potável proveniente da rede de abastecimento pública. Já para os ensaios de caracterização utilizou-se água destilada quando especificada pela respectiva norma. 2.2 Métodos 2.2.1 Dosagem das misturas As porcentagens de cal (3%, 5%, 7% e 9%) foram definidas a partir do método do ICL (Rogers et al, 1997) de dosagem para solo-cal, como pode ser observado na Figura 3. Sendo que as porcentagens definidas estão de acordo com a experiência brasileira e internacional com o solo-cal, tanto em nível experimental quanto em aplicações diversas como, por exemplo, em rodovias. ph 15 14 13 12 11 1 9 8 7 6 5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 12 13 Cal (%) Standard Solution " % Cinza Volante " " 25% Cinza Volante Figura 3. Dosagem da cal pelo Método do ICL (Rogers et al, 1997). Em virtude da granulometria dos materiais e da trabalhabilidade, adotou-se o teor de 12,5% para a definição da quantidade de cinza volante utilizada. O programa de ensaios de compressão simples constituiu a principal etapa desta pesquisa e tem como objetivo avaliar a influência das variáveis: quantidade de cal e porosidade sobre a resistência mecânica de um solo tratado com cal e cinza volante. Para que seja possível a mensuração da influência de uma variável isoladamente é necessário que as outras variáveis sejam mantidas constantes. Para isto foi elaborado o programa de ensaios conforme apresenta a Figura 4. Observa-se que os pontos de moldagem foram posicionados em uma linha vertical (pontos: A 1, A 2, A 3 e A 4 ), denominada linha A, com um mesmo teor de umidade e diferentes massas específicas aparentes secas. A

Tabela 1 apresenta os pares massa específica aparente seca (γ d ) e teor de umidade (ω) para todos os pontos do programa de ensaios. A posição dos pontos de moldagem foi estabelecida de modo que estes ficassem compreendidos dentro de uma faixa de massas específicas aparentes secas e teores de umidade exeqüíveis numa situação de campo. Cada ponto da linha A, foi moldado com 4 diferentes porcentagens de cal (3%, 5%, 7% e 9%). γ d (g/cm³) 2 19 18 17 16 15 14 13 A 4 A 3 A 2 A 1 S=1% - % Cinza Volante S=1% - 25% Cinza Volante 7 14 21 28 35 ω (%) Figura 4. Programa de ensaios de compressão simples. Tabela 1. Pontos de Moldagem. Ponto γ d (g/cm 3 ) ω (%) A 1 1,4 14, A 2 1,5 14, A 3 1,6 14, A 4 1,7 14, 2.2.2 Ensaios de compressão simples Foram utilizados, para os ensaios de compressão simples, corpos-de-prova cilíndricos de 5 cm de diâmetro e 1 cm de altura. A confecção dos corpos-de-prova foi realizada através dos procedimentos de pesagem, mistura, compactação, desmoldagem, acondicionamento, armazenagem e cura. A amostra era, após a pesagem e mistura dos materiais, compactada estaticamente em três camadas no interior de um molde de ferro fundido tripartido, devidamente lubrificado. Concluído o processo de moldagem, o corpode-prova era imediatamente extraído do molde. Os corpos-de-prova assim obtidos eram armazenados e curados por um período de 28 dias, em um ambiente com temperatura e umidade controladas (temperatura de 23º ± 2ºC e umidade relativa do ar maior que 95%). Para os ensaios de compressão simples foi utilizada uma prensa automática com capacidade máxima de 1 kn, além de anéis dinamométricos calibrados com capacidade de 1 kn e 5 kn. A velocidade de deformação destes ensaios eram de 1,14 mm por minuto. O procedimento dos ensaios de compressão simples seguiram a norma americana ASTM D 512/96. Os corpos-de-prova, após serem curados na câmara úmida, eram submersos em um recipiente com água por um período de 24 horas, visando aproximar a condição de saturação. 2.2.3 Ensaios de sucção matricial Como todos os corpos-de-prova do programa de ensaios, no teor de umidade de moldagem, encontram-se na condição não-saturada, um determinado nível de sucção está presente. As medidas de sucção neste trabalho têm o objetivo de verificar qual sua magnitude e se esta apresenta variação significativa entre os corpos-de-prova. A sucção medida foi a matricial, ou seja, a proveniente das forças capilares existentes no interior da amostra. Utilizou-se para a medição da sucção matricial a técnica do papel filtro. O método baseia-se no princípio de absorção e equilíbrio que existe quando um material poroso, com deficiência de umidade, é posto em contato com um papel filtro, com umidade menor. O papel passa a absorver uma certa quantidade de água do solo até que o sistema entre em equilíbrio de sucção. Tendo-se a relação entre sucção e umidade do papel filtro (curva de calibração) pode-se obter a sucção do solo a partir da curva de calibração (Marinho, 1995).

3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS 3.1 Ensaios de compressão simples 3.1.1 Influência da quantidade de cal A partir dos dados dos ensaios de compressão simples, foi elaborada a Figura 5, que apresenta as curvas de ajuste da variação da resistência à compressão simples (q u ) em função da quantidade de cal (C a ) para 28 dias de cura. Cada curva, isoladamente, possui a mesma massa específica aparente seca e todos os pontos possuem o mesmo teor de umidade (ω=14%). Pode-se observar que a quantidade de cal tem efeito significativo sobre a resistência à compressão simples do material para corpos-deprova ensaiados a 28 dias. Mesmo pequenas adições de cal são suficientes para gerar ganhos de resistência. Ao se aumentar a quantidade de cal de 3% para 9%, a resistência à compressão simples, em média, acresceu 8% em todas as curvas. Verifica-se também que, na faixa de teores estudados, a resistência à compressão simples aumenta linearmente com o aumento da quantidade de cal. Além disso, a taxa de aumento de resistência, representada pela inclinação das retas de ajuste, aumenta com o aumento da massa específica aparente seca. 3 27 24 21 18 15 12 9 6 3 γ d = 1,4 g/cm 3 : q u = 24,5Ca + 164,9 (R 2 =,9) γ d = 1,5 g/cm 3 : q u = 57,5Ca + 228,6 (R 2 =,9) γ d = 1,6 g/cm 3 : q u = 75,5Ca + 373,4 (R 2 =,94) γ d = 1,7 g/cm 3 : q u = 125,5Ca + 546,1 (R 2 =,92) 2 3 4 5 6 7 8 9 1 Ca (%) Figura 5. Variação da resistência à compressão simples em relação à quantidade de cal das amostras ensaiadas com 28 dias de cura. 3.1.2 Influência da porosidade A partir dos dados dos ensaios de compressão simples, foi elaborada a Figura 6, que apresenta as curvas de ajuste da variação da resistência à compressão simples (q u ) em função da porosidade (η) para 28 dias de cura. Cada curva, isoladamente, possui a mesma massa específica aparente seca e todos os pontos possuem o mesmo teor de umidade (ω=14%). Verifica-se que, de maneira similar à quantidade de cal, a porosidade da mistura compactada exerce influência sobre a resistência à compressão simples do solo-cinzacal. Independentemente da quantidade de cal utilizada, a redução na porosidade do material promove ganhos significativos de resistência. Em média a redução de 1 pontos percentuais na porosidade do material aumentou, em média, 4,2 vezes a resistência à compressão simples do solo-cinza-cal testado para 28 dias de cura, em todas as curvas. Pode-se observar também, que a resistência à compressão simples aumentou exponencialmente com a redução da porosidade da mistura compactada. 3 27 24 21 18 15 12 9 6 3 Ca = 3% : q u = 7739e -,13η (R 2 =,99) Ca = 5% : q u = 88132e -,12η (R 2 =,96) Ca = 7% : q u = 15682e -,12η (R 2 =,98) Ca = 9% : q u = 14942e -,13η (R 2 =,98) 32 33 34 35 36 37 38 39 4 41 42 43 44 45 46 47 48 η(%) Figura 6. Variação da resistência à compressão simples em relação à porosidade das amostras ensaiadas com 28 dias de cura. 3.1.3 Análise da variância 3.1.3.1 Tabela ANOVA A análise da variância foi realizada a partir da Tabela ANOVA com 2 fatores controláveis (A e B), sendo que o fator A é a porcentagem de

cal (C a ) utilizada e o fator B é a massa específica aparente seca (γ d ) do material. A Tabela ANOVA consiste na análise dos fatores controláveis e da interação dos fatores controláveis para um nível de significância de 95%. A Tabela 2 apresenta a Tabela ANOVA realizada para o experimento em estudo, onde SQ é a soma quadrada correspondente a variabilidade causada por cada um dos fatores controláveis, suas interações e o erro residual, GDL é o número de graus de liberdade correspondente a cada termo, MQ a média quadrada, Teste F o valor da coordenada correspondente da distribuição F, dada por MQ(fator)/MQ(erro) e Prob o valor da probabilidade de que resultados obtidos ao se modificar o nível do fator controlável correspondente pertençam a uma mesma distribuição, considerando-se então que probabilidades inferiores a 5% indicam que os resultados pertencem a distribuições direfentes, ou seja, o fator controlável provoca alteração significativa nos resultados. Com a realização da análise da variância (Tabela ANOVA), nota-se que os dois fatores controláveis e a interação entre eles são significativos, sendo que o efeito do fator B é mais fortemente significativo que os efeitos do fator A e da interação AB por apresentar um Teste F de maior valor. Tabela 2. Tabela ANOVA para o experimento em estudo. Fonte SQ GDL MQ A (C a ) B (γ d ) Teste F Prob SIG 122935,32 3 46978,44 129,29,% sig 636594,64 3 2121698,21 674,5,% sig AB 13873,83 9 11541,54 3,67,2863% sig Erro 13873,83 33 3147,69 Total 7793777,62 48 3.1.3.2 Gráficos dos fatores e da interação entre os fatores Com a realização da Tabela ANOVA pode-se identificar que os fatores e a interação entre eles são significativos. A partir da obtenção destes dados, gerou-se gráficos para a melhor visualização destes fenômenos. As Figuras 7 e 8 apresentam a influência dos fatores significativos A e B e as Figuras 9 e 1 apresentam a interação entre os fatores significativos A e B. 16 12 8 4 A 3 5 7 9 Cal (%) Figura 7. Gráfico do fator significativo A. 16 12 8 4 B 1,4 1,5 1,6 1,7 γd (g/cm³) Figura 8. Gráfico do fator significativo B. Analisando as Figuras 7 e 8 observa-se que com o aumento do nível dos fatores (A e B) a resistência à compressão simples aumenta, sendo que a interação entre os fatores (AB) é comprovada pela falta de paralelismo entre as linhas dos gráficos das Figuras 9 e 1. 2 15 1 5 AB 3 5 7 9 Cal (%) 1,4 g/cm³ 1,5 g/cm³ 1,6 g/cm³ 1,7 g/cm³ Figura 9. Gráfico de interação entre os fatores AxB.

BA 2 2 18 15 1 5 3% 5% 7% 9% 16 14 12 1 8 1,4 1,5 1,6 1,7 γd (g/cm³) Figura 1. Gráfico de interação entre os fatores BxA. 3.2 Ensaios de sucção matricial A partir dos dados dos ensaios de sucção matricial, verificou-se que após a imersão por 24 horas, os corpos-de-prova de menor índice de vazios absorveram menor quantidade de água, como era de se esperar. Entretanto, o grau de saturação obtido após a imersão não apresentou variação significativa em relação ao índice de vazios, girando em torno de 7% para todos os corpos-de-prova. O valor médio obtido para a sucção matricial de todos os corpos-deprova ficou em 45 kpa. A Figura 11 apresenta a tendência e a relação existente entre a medida de sucção matricial e o índice de vazios (e). Apesar da dispersão dos pontos pode-se verificar que a sucção matricial tende a aumentar à medida que diminui o índice de vazios. Sucção (kpa) 2 18 16 14 12 1 8 6 4 2,45,5,55,6,65,7,75,8,85,9 Figura 11. Relação entre medidas de sucção matricial e índice de vazios nas amostras com 28 dias de cura. e 6 4 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 Sucção / q u (%) Figura 12. Influência da sucção nos valores de resistência à compressão simples nas amostras com 28 dis de cura. Na Figura 12 é apresentada a variação da resistência à compressão simples (q u ) pela relação entre a sucção e a resistência à compressão simples (em porcentagem). Verifica-se que a influência da sucção varia de 2 a 14% da resistência à compressão simples nos corpos-de-prova ensaiados. 4 CONCLUSÕES Os resultados demonstram que a quantidade de cal tem efeito significativo sobre a resistência à compressão simples, que aumenta linearmente com o aumento da quantidade de cal. Além disso, a redução na porosidade tem efeito significativo sobre a resistência à compressão simples, aumentando exponencialmente com a redução da porosidade das misturas compactadas. Isso ocorre devido a um maior número de contatos entre as partículas e, conseqüentemente, a maior possibilidade da cal promover a união dessas partículas nesses contatos. Com a realização da análise da variância (Tabela ANOVA), nota-se que os dois fatores controláveis e a interação entre eles são significativos. Analisando-se os gráficos de interação entre os fatores, observa-se que com o aumento do nível dos fatores controláveis (A e B) a resistência à compressão simples aumenta, sendo que a interação entre estes fatores (AB) é comprovada pela falta de paralelismo entre as linhas dos gráficos. Com a realização dos ensaios de sucção

matricial pode-se perceber que a imersão dos corpos-de-prova por 24 horas, antes da realização dos ensaios de compressão simples, uniformizou o grau de saturação das amostras, que apresentou pouca variabilidade em relação ao índice de vazios. Além disso, observou-se que os corpos-de-prova não apresentaram grandes variações nas medidas de sucção matricial. (25). Circular Footings on a Cemented Layer Above Weak Foundation Soil. Canadian Geotechnical Journal, Vol. 42, p. 1569-1584. AGRADECIMENTOS Os autores demonstram agradecimento ao suporte financeiro da CAPES, CNPq, ANEEL (projeto CEEE-UFRGS) e aos colegas do LEGG/ENVIRONGEO. REFERÊNCIAS American Society for Testing and Materials (ASTM). (1996). ASTM D 512: Standard Test Method for Unconfined Compressive Strength of Compacted Soil- Lime Mixtures. Philadelphia. Associação Brasileira De Normas Técnicas. (1984). NBR 7181: Solo Análise Granulométrica. Associação Brasileira De Normas Técnicas. (1986). NBR 7182: Solo Ensaio de compactação. Associação Brasileira De Normas Técnicas. (21). NBR NM 23: Cimento Portland e outros materiais em pó Determinação da massa específica. Consoli, N. C.; Prietto, P. D. M.; Carraro, J. A. H.; Heineck, K. S. (21). Behavior of Compacted Soil- Fly Ash-Carbide Lime Mixtures. Journal of Geotechnical and Geoenvironmental Engineering, New York: ASCE, Vol. 127, Nº 9, p.774-782. Ingles, O. G.; Metcalf, J. B. (1972). Soil Stabilization Principles and Practice. Sidney: Butterworths. 374p. Lopes Junior, L. S. (27). Parâmetros de Controle da Resistência Mecânica de Solos Tratados com Cal, Cimento e Rocha Basáltica Pulverizada. Dissertação de Mestrado em Geotecnia, Programa de Pósgraduação em Engenahria Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 147p. Marinho, F. A. M. (1995). A técnica do Papel Filtro para Medição da Sucção. In: Encontro Sobre Solos Não Saturados. Anais... CPGEC/CNPQ/FINEP/FAPERGS/ABMS. Porto Alegre, 2v, Vol. 1, p. 111-125. Rogers, C. D. F., Glendinning, S., and Roff, T. E. J. (1997). Lime modification of clay soils for construction expediency. Proceedings of the Institute of Civil Engineers, Geotechnical Engineering, Vol. 125, p. 242-249. Thomé, A.; Donato, M.; Consoli, N. C.; Graham, J.