ANO XXVIII ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2017 BOLETIM INFORMARE Nº 52/2017

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ANO XXVIII - 2017-4ª SEMANA DE DEZEMBRO DE 2017 BOLETIM INFORMARE Nº 52/2017 ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS PAT - PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR - IN RFB N 971/2009... Pág.1232 ASSUNTOS TRABALHISTAS ALOJAMENTO DOS OPERÁRIOS - NORMA REGULAMENTADORA 24 (NR 24)... Pág.1234

ASSUNTOS PREVIDENCIÁRIOS Sumário PAT - PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR IN RFB N 971/2009 1. Introdução; 2. Programa De Alimentação Ao Trabalhador (PAT); 2.1 Conceito; 3. Inscrição No PAT Obrigatoriedade Empresas E Equiparadas; 3.1 Requerimento/Adesão Ao Programa; 3.2 Serviço Próprio De Refeição Ou De Distribuição De Alimentos; 4. Não Integra A Remuneração; 5. Integra A Remuneração Pagamento Em Dinheiro; 6. Irregularidades De Preenchimento Do Formulário Ou A Execução Inadequada Do PAT; 7. Desconto Do Benefício; 1. INTRODUÇÃO O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT foi instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976, e regulamentado pelo Decreto nº 05, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até 5 (cinco) salários-mínimos mensais. A Portaria do MTE nº 03, de 1º.03.2002, dispõe a respeito das instruções sobre a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), considerando o disposto no art. 9º do Decreto nº 05, de 14 de janeiro de 1991. E a IN RFB n 971/2009, artigos 498 a 504, também trata sobre o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT e o qual será tratada nesta matéria. Verificar também o Boletim INFORMARE nº 07/2016 ALIMENTAÇÃO - PAT (PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR) Procedimentos Para o Empregador, em assuntos trabalhistas. 2. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR (PAT) 2.1 Conceito O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT é um programa governamental de adesão voluntária, que busca estimular o empregador a fornecer alimentação nutricionalmente adequada aos trabalhadores, por meio da concessão de incentivos fiscais, tendo como prioridade o atendimento aos trabalhadores de baixa renda (site do Ministério do Trabalho e Emprego Perguntas e Respostas). O Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) é aquele aprovado e gerido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei nº 6.321, de 1976 (Artigo 498 da IN RFB nº 971/2009). Observação: Verificar também o Boletim INFORMARE nº 07/2016 ALIMENTAÇÃO - PAT (PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR) Procedimentos Para o Empregador, em assuntos trabalhistas. 3. INSCRIÇÃO NO PAT OBRIGATORIEDADE EMPRESAS E EQUIPARADAS Todas as pessoas jurídicas e físicas (equiparadas às jurídicas) que tenham trabalhadores por elas contratados podem fazer a inscrição no programa do PAT. A inscrição é efetuada via Internet, na página do Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br/pat). E deverá ser emitido um comprovante que deverá ficar arquivado na empresa, por tempo indeterminado, à disposição da fiscalização. O direito à inscrição no PAT alcança as empresas, bem como os contribuintes equiparados à empresa na forma do 4º do art. 3º (ver abaixo) da mesma instrução normativa (Artigo 500, da IN RFB nº 971/2009). 4º do art. 3º. Equipara-se a empresa para fins de cumprimento de obrigações previdenciárias: I - o contribuinte individual, em relação ao segurado que lhe presta serviços; II - a cooperativa, conforme definida no art. 208 desta Instrução Normativa e nos arts. 1.093 a 1096 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil); TRABALHO E PREVIDÊNCIA DEZEMBRO 52/2017 1232

III - a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive o condomínio; IV - a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras; V - o operador portuário e o Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO); VI - o proprietário do imóvel, o incorporador ou o dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviços. 19 A pessoa física que tenha trabalhadores contratados poderá participar do PAT? Sim, desde que possua inscrição no Cadastro Específico do INSS-CEI ou no CNPJ (microempreendedor individual). Referência normativa: art. 500 c/c art. 3º, 4º, da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009. (As informações acima foram extraídas do site do MTE, pergunta número 19 PAT Responde - Orientações - http://acesso.mte.gov.br/pat/programa-dealimentacao-do-trabalhador-pat.htm). 3.1 Requerimento/Adesão Ao Programa A inscrição no PAT deverá ser requerida ao gestor do Programa, em formulário próprio, conforme modelo oficial a ser adquirido na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), conforme artigo 501 da IN RFB nº 971/2009. O PAT fica automaticamente aprovado, mediante apresentação e registro do formulário oficial na ECT ( 1º, do artigo 501 da IN RFB nº 971/2009. A adesão ao programa poderá ser cancelada por iniciativa da empresa beneficiária ou em razão da execução inadequada do programa, nesta hipótese, exclusivamente pelo MTE ( 2º, do artigo 501 da IN RFB nº 971/2009). Art. 502. IN RFB nº 971/2009. O formulário oficial registrado na ECT e remetido ao órgão gestor do PAT é o instrumento hábil para fins de prova para a fiscalização da RFB da condição de empresa inscrita no programa. Parágrafo único. A análise de mérito do conteúdo e da adequação do formulário é de competência do órgão gestor. 3.2 Serviço Próprio De Refeição Ou De Distribuição De Alimentos Para a execução do PAT, a empresa inscrita poderá manter serviço próprio de refeição ou de distribuição de alimentos, inclusive os não preparados (cesta de alimentos), bem como firmar convênios com entidades que forneçam ou prestem serviços de alimentação coletiva, desde que essas entidades estejam registradas no programa e se obriguem a cumprir o disposto na legislação do PAT, condição que deverá constar expressamente do texto do convênio entre as partes interessadas (Artigo 503 da IN RFB nº 971/2009). Considera-se fornecedora de alimentação coletiva: ( 1º do artigo 503 da IN RFB nº 971/2009) a) a operadora de cozinha industrial e fornecedora de refeições preparadas e transportadas; b) a administradora da cozinha da contratante; c) a fornecedora de alimentos in natura embalados para transporte individual (cesta de alimentos). Considera-se prestadora de serviço de alimentação coletiva a administradora de documentos de legitimação para aquisição de: ( 2º do artigo 503 da IN RFB nº 971/2009) a) refeições em restaurantes ou em estabelecimentos similares (refeição-convênio); b) gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais (alimentação-convênio). 4. NÃO INTEGRA A REMUNERAÇÃO Não integra a remuneração, a parcela in natura, sob forma de utilidade alimentação, fornecida pela empresa regularmente inscrita no PAT aos trabalhadores por ela diretamente contratados, de conformidade com os requisitos estabelecidos pelo órgão gestor competente (Artigo 499 da IN RFB nº 971/2009). A previsão do parágrafo acima independe de o benefício ser concedido a título gratuito ou a preço subsidiado, ou seja, não está obrigado ao desconto do salário do empregado ( 1º do artigo 499 da IN RFB nº 971/2009). TRABALHO E PREVIDÊNCIA DEZEMBRO 52/2017 1233

5. INTEGRA A REMUNERAÇÃO PAGAMENTO EM DINHEIRO O pagamento em pecúnia do salário utilidade alimentação integra a base de cálculo das contribuições sociais ( 2º do artigo 499 da IN RFB nº 971/2009). A parcela in natura habitualmente fornecida a segurados da Previdência Social, por força de contrato ou de costume, a título de alimentação, por empresa não inscrita no PAT, integra a remuneração para os efeitos da legislação previdenciária (Artigo 504 da IN RFB nº 971/2009). Na identificação da referida parcela devem ser observados os seguintes procedimentos: ( 1º, do artigo 504 da IN RFB nº 971/2009) a) caso seja possível identificar os valores reais das utilidades ou alimentos, independentemente da individualização do beneficiário, adotar-se-á o valor efetivamente gasto na aquisição das utilidades ou alimentos; b) não havendo como identificar os valores reais das utilidades ou alimentos fornecidos, o valor do salário utilidade/alimentação será indiretamente aferido em 20% (vinte por cento) da remuneração paga ao trabalhador, excluído desta o décimo terceiro salário. O valor descontado do trabalhador referente às utilidades ou alimentos fornecidos deverá ser deduzido da remuneração apurada nos termos do 1º (verificar acima), conforme trata o 2, do artigo 504 da IN RFB nº 971/2009. 6. IRREGULARIDADES DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO OU A EXECUÇÃO INADEQUADA DO PAT As irregularidades de preenchimento do formulário ou a execução inadequada do PAT, porventura constatadas, serão objeto de formalização de Representação Administrativa dirigida ao MTE ( 2º do artigo 499 da IN RFB nº 971/2009). 7. DESCONTO DO BENEFÍCIO De acordo com o artigo 2º do Decreto nº 5, de 14.01.1991, e artigo 4º da Portaria n 3, de 1º.03.2002, a participação financeira do trabalhador fica limitada a 20% (vinte por cento) do custo direto da refeição. E conforme a IN RFB n 971/2009, artigo 499, 1º o empregador não está obrigado a fazer o desconto, porém, se o fizer não poderá ser superior ao estabelecido acima. IN RFB n 971/2009, Art. 499, 1º A previsão do caput independe de o benefício ser concedido a título gratuito ou a preço subsidiado. Fundamentos Legais: Os citados no texto. ASSUNTOS TRABALHISTAS Sumário ALOJAMENTO DOS OPERÁRIOS Norma Regulamentadora 24 (NR 24) 1. Introdução; 2. Segurança E Medicina Do Trabalho; 3. Alojamento; 3.1 Conceito; 3.2 - Características Gerais; 3.2.1 Mobília; 3.2.2 - Estrutura Física Construção; 3.2.3 - Instruções Gerais De Uso Dos Alojamentos; 3.2.4 Vedada; 3.2.5 - Condições De Higiene E Conforto Por Ocasião Das Refeições; 3.2.6 - Promoverem A Divulgação E Zelar Pela Observância Desta Norma (NR 24); 3.2.7 - Irregularidades Quanto Ao Cumprimento Desta Norma (NR 24); 3.2.8 - Concessão Do Benefício Da Alimentação Aos Empregados; 3.2.9 Água Potável; 3.2.10 - Disposições Gerais. TRABALHO E PREVIDÊNCIA DEZEMBRO 52/2017 1234

1. INTRODUÇÃO As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho CLT (NR 1). A Norma Regulamentadora 24 (NR 24) dispõe sobre as condições sanitárias, conforto nos locais de trabalho, normas referentes a refeitórios, cozinhas, as condições de trabalho e também sobre o alojamento dos operários, o qual este último será tratado nesta matéria. 2. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO Segurança no trabalho são todas as medidas e formas de proceder que visem à eliminação dos riscos de acidentes. E, para ser eficaz, a Segurança devem agir sobre homens, máquinas e instalações, levando em consideração todos os pormenores relativos às atividades humanas. Segurança do trabalho também pode ser conceituado como um conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e também a proteção da integridade e da capacidade de trabalho do próprio trabalhador. A segurança no trabalho é um dos temas importantes que devem estar presentes em todas as discussões nas comissões de trabalho e Norma Regulamentadora. E a Norma Regulamentadora 28 (NR 28) trata sobre a fiscalização e penalidades. Observação: Matéria completa sobre segurança e medicina do trabalho, verificar o Boletim da INFORMARE nº 18/2014 SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO Considerações, em assuntos trabalhistas. 3. ALOJAMENTO 3.1 - Conceito Alojamento é o local destinado ao repouso dos operários (NR 24, subitem 24.5.1.1). 3.2 - Características Gerais Segue abaixo, os subitens 24.5.2.1 a 24.5.17 da NR 24, os quais trazem características gerais dos alojamentos: A capacidade máxima de cada dormitório será de 100 (cem) operários. Os dormitórios deverão ter áreas mínimas dimensionadas de acordo com os módulos (camas/armários) adotados e capazes de atender ao efeito a ser alojado, conforme o Quadro I. Nº de Operários tipos de cama e área respectiva (m2 ) área de circulação área de armário lateral áreta total (m²) lateral à cama (m2) à cama (m2 ) 1 Simples 1,45 x 0,6 = 0,87 0,6 x 0,45 = 0,27 2,47 1 1,9 x 0,7 = 1,33 2 Dupla 1,9 x 0,7 = 1,33 1,45 x 0,6 = 0,87 0,6 x 0,45 = 0,27 2,47 Serão permitidas o máximo de 2 (duas) camas na mesma vertical. Os alojamentos deverão ser localizados em áreas que permitam atender não só às exigências construtivas como também evitar o devassamento aos prédios vizinhos. Os alojamentos deverão ter um pavimento, podendo ter, no máximo, dois pisos quando a área disponível para a construção for insuficiente. Os alojamentos deverão ter área de circulação interna, nos dormitórios, com a largura mínima de 1,00 metro. O pé-direito dos alojamentos deverá obedecer às seguintes dimensões mínimas. a) 2,6m para camas simples; TRABALHO E PREVIDÊNCIA DEZEMBRO 52/2017 1235

b) 3,0m para camas duplas. As paredes dos alojamentos poderão ser construídas em alvenaria de tijolo comum, em concreto ou em madeira. Os pisos dos alojamentos deverão ser impermeáveis, laváveis e de acabamento áspero. Deverão impedir a entrada de umidade e emanações no alojamento. Não deverão apresentar ressaltos e saliências, sendo o acabamento compatível com as condições mínimas de conforto térmico e higiene. A cobertura dos alojamentos deverá ter estrutura de madeira ou metálica, as telhas poderão ser de barro ou de fibrocimento, e não haverá forro. O ponto do telhado deverá ser de 1:4, independentemente do tipo de telha usada. As portas dos alojamentos deverão ser metálicas ou de madeira, abrindo para fora, medindo no mínimo 1,00m x 2,10m para cada 100 operários. Existindo corredor, este terá, no mínimo, uma porta em cada extremidade, abrindo para fora. As janelas dos alojamentos deverão ser de madeira ou de ferro, de 60cm x 60cm, no mínimo. A parte inferior do caixilho deverá se situar, no mínimo, no plano da cama superior (caso de camas duplas) e à altura de 1,60 do piso no caso de camas simples. A ligação do alojamento com o sanitário será feita através de portas, com mínimo de 0,80 m x 2,10 m. Todo alojamento será provido de uma rede de iluminação, cuja fiação deverá ser protegida por eletrodutos. Deverá ser mantido um iluminamento mínimo de 100 lux, podendo ser instaladas lâmpadas incandescentes de 100W/8,00 m² de área com pé-direito de 3 (três) metros máximo, ou outro tipo de luminária que produza o mesmo efeito. Nos alojamentos deverão ser instalados bebedouros de acordo com o item 24.6.1. As pinturas das paredes, portas e janelas, móveis e utensílios, deverão obedecer ao seguinte: a) alvenaria - tinta de base plástica; b) ferro - tinta a óleo; c) madeira - tinta especial retardante à ação do fogo. 3.2.1 Mobília Segue abaixo, os subitens 24.5.18 a 24.5.21 da NR 24, os quais trazem características gerais dos alojamentos: As camas poderão ser de estrutura metálica ou de madeira, oferecendo perfeita rigidez. A altura livre das camas duplas deverá ser de, no mínimo, 1,10m contados do nível superior do colchão da cama de baixo, ao nível inferior da longarina da cama de cima. As camas superiores deverão ter proteção lateral e altura livre, mínima, de 1,10 m do teto do alojamento. O acesso à cama superior deverá ser fixo e parte integrante da estrutura da mesma. Os estrados das camas superiores deverão ser fechados na parte inferior. Deverão ser colocadas caixas metálicas com areia, para serem usadas como cinzeiros. Os armários dos alojamentos poderão ser de aço ou de madeira, individuais, e deverão ter as seguintes dimensões mínimas: 0,60m de frente x 0,45m de fundo x 0,90m de altura. 3.2.2 - Estrutura Física Construção TRABALHO E PREVIDÊNCIA DEZEMBRO 52/2017 1236

No caso de alojamentos com dois pisos deverá haver, no mínimo, duas escadas de saída, guardada a proporcionalidade de 1,0m de largura para cada 100 operários. Escadas e corredores coletivos principais terão largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros), podendo os secundários ter 0,80m. Estes vãos poderão dar para prisma externo descoberto, devendo este prisma ter área não menor que 9m² e dimensão linear mínima de 2,00 m. Os valores enumerados no item são aplicáveis ao caso de edificações que tenham altura máxima de 6,00m (seis metros) entre a laje do teto mais alto e o piso mais baixo. No caso em que a vertical Vm entre o teto mais alto e o piso mais baixo for superior a 6,00 m, a área do prisma, em metros quadrados, será dada pela expressão V2/4 (o quadrado do valor V em metros dividido por quatro), respeitando-se, também, o mínimo linear de 2,00m para uma dimensão do prisma. Não será permitido ventilação em dormitório, feita somente de modo indireto. Os corredores dos alojamentos com mais de 10 metros de comprimento terão vãos para o exterior com área não inferior a 1/8 (um oitavo) do respectivo piso. As instalações sanitárias, além de atender às exigências do item 24.1, deverão fazer parte integrante do alojamento ou estar localizadas a uma distância máxima de 50,00 (cinqüenta metros) do mesmo (Subitem 24.5.30 da NR 24). O pé-direito das instalações sanitárias será, no mínimo, igual ao do alojamento onde for contíguo sendo permitidos rebaixos para as instalações hidráulicas de, no máximo, 0,40m (quarenta centímetros) (Subitem 24.5.31 da NR 24). Observação: As informações acima foram extraídas dos subitens 24.5.22 a 24.5.27 da NR 24. 3.2.3 - Instruções Gerais De Uso Dos Alojamentos Nos alojamentos deverão ser obedecidas as seguintes instruções gerais de uso: a) todo quarto ou instalação deverá ser conservado limpo e todos eles serão pulverizados de 30 em 30 dias; b) os sanitários deverão ser desinfetados diariamente; c) o lixo deverá ser retirado diariamente e depositado em local adequado; d) é proibida, nos dormitórios, a instalação para eletrodomésticos e o uso de fogareiro ou similares. Observação: As informações acima foram extraídas do subitem 24.5.28 da NR 24. 3.2.4 - Vedada É vedada a permanência de pessoas com moléstias infectocontagiosas (Subitem 24.5.29, da NR 24). 3.2.5 - Condições De Higiene E Conforto Por Ocasião Das Refeições As empresas urbanas e rurais, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, e os órgãos governamentais devem oferecer a seus empregados e servidores condições de conforto e higiene que garantam refeições adequadas por ocasião dos intervalos previstos na jornada de trabalho. A empresa que contratar terceiros para a prestação de serviços em seus estabelecimentos deve estender aos trabalhadores da contratada as mesmas condições de higiene e conforto oferecidas aos seus próprios empregados. A empresa deverá orientar os trabalhadores sobre a importância das refeições adequadas e hábitos alimentares saudáveis. Na hipótese de o trabalhador trazer a própria alimentação, a empresa deve garantir condições de conservação e higiene adequadas e os meios para o aquecimento em local próximo ao destinado às refeições. Aos trabalhadores rurais e aos ocupados em frentes de trabalho devem ser oferecidos dispositivos térmicos que atendam ao disposto neste item, em número suficiente para todos os usuários. TRABALHO E PREVIDÊNCIA DEZEMBRO 52/2017 1237

Os recipientes ou marmitas utilizados pelos trabalhadores deverão ser fornecidos pelas empresas, devendo atender às exigências de higiene e conservação e serem adequados aos equipamentos de aquecimento disponíveis. Observação: As informações acima foram extraídas dos subitens 24.6.1 a 24.6.3.2 da NR 24. 3.2.6 - Promoverem A Divulgação E Zelar Pela Observância Desta Norma (NR 24) Caberá à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR, ao Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT e ao Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR, quando houver, promoverem a divulgação e zelar pela observância desta Norma. (Subitem 24.6.4 da NR 24). 3.2.7 - Irregularidades Quanto Ao Cumprimento Desta Norma (NR 24) Os sindicatos de trabalhadores que tiverem conhecimento de irregularidades quanto ao cumprimento desta Norma, poderão denunciá-las ao Ministério do Trabalho e solicitar a fiscalização dos respectivos órgãos regionais (Subitem 24.6.5 da NR 24). 3.2.8 - Concessão Do Benefício Da Alimentação Aos Empregados As empresas que concederem o benefício da alimentação aos seus empregados poderão inscrever-se no Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT, do Ministério do Trabalho, obedecendo aos dispositivos legais que tratam da matéria (Subitem 24.6.6 da NR 24). 3.2.9 Água Potável Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água potável, em condições higiênicas, sendo proibido o uso de recipientes coletivos. Onde houver rede de abastecimento de água, deverão existir bebedouros de jato inclinado e guarda protetora, proibida sua instalação em pias ou lavatórios, e na proporção de 1 (um) bebedouro para cada 50 (cinqüenta) empregados. As empresas devem garantir, nos locais de trabalho, suprimento de água potável e fresca em quantidade superior a 1/4 (um quarto) de litro (250ml) por hora/homem trabalho. Quando não for possível obter água potável corrente, essa deverá ser fornecida em recipientes portáteis hermeticamente fechados de material adequado e construídos de maneira a permitir fácil limpeza. A água não-potável para uso no local de trabalho ficará separada e deve ser afixado aviso de advertência da sua não potabilidade. Os poços e as fontes de água potável serão protegidos contra a contaminação. Observação: As informações acima foram extraídas dos subitens 24.7.1 a 24.7.3 da NR 24. 3.2.10 - Disposições Gerais Nas operações em que se empregam dispositivos que sejam levados à boca, somente serão permitidos os de uso estritamente individual, substituindo, sempre que for possível, por outros de processos mecânicos. Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene compatível com o gênero de atividade. O serviço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora do horário de trabalho e por processo que reduza ao mínimo o levantamento de poeiras. Deverão os responsáveis pelos estabelecimentos industriais dar aos resíduos destino e tratamento que os tornem inócuos aos empregados e à coletividade. Observação: As informações acima foram extraídas dos subitens 24.7.4 a 24.7.6 da NR 24. Fundamentos Legais: Os citados no texto. TRABALHO E PREVIDÊNCIA DEZEMBRO 52/2017 1238