1.2. Ratificação da Convenção: Decreto Legislativo nº 152/2002, de 25 de junho de 2002.



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Transcrição:

Relatório Terceira Reunião da Comissão de Peritos do Mecanismo de Seguimento da Convenção Interamericana Contra a Corrupção, realizado em Washington D.C., de 10 a 13 de fevereiro de 2003. 1. Questões formais 1.1. Assinatura da Convenção: 29 de março de 1996, Caracas. 1.2. Ratificação da Convenção: Decreto Legislativo nº 152/2002, de 25 de junho de 2002. 1.3. Promulgação: Decreto Presidencial nº 4.410, de 07 de outubro de 2002. 2. Breve histórico: De 2 a 4 de maio de 2001, realizou-se em Buenos Áries, Argentina, a Primeira Conferência do Estados Partes na Convenção Interamericana contra a Corrupção com o objetivo de estabelecer um mecanismo de acompanhamento da implementação dessa Convenção. Como resultado, elaborou-se o Documento de Buenos Aires sobre o Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção, com o propósito de promover a implementação da Convenção, acompanhar os compromissos assumidos pelos Estados Partes e facilitar a realização de atividades de cooperação técnica. O mecanismo de acompanhamento divide-se em dois órgãos: a Conferência dos Estados Partes e a Comissão de Peritos. A Comissão de Peritos é constituída pelos peritos designados pelo Estado Parte, responsáveis pela análise técnica da implementação da Convenção. No caso do Brasil, foi nomeada como perita titular da Comissão, a Secretária de Assuntos Legislativos, Dra. Ivete Lund Viégas. A análise da implementação da Convenção consta de duas fases: a primeira rodada constitui-se na resposta a um questionário sobre a implementação da Convenção em cada Estado Parte. Esse questionário é analisado por um subgrupo de peritos, formado por dois Estados Partes, que formula um relatório e o submete à Comissão de Peritos que, por sua vez, emiti as conclusões e as recomendações pertinentes; a segunda rodada constitui-se na realização de visitas dos respectivos subgrupos de análise ao Estado Parte, com a finalidade de dar seguimento às recomendações formuladas no âmbito da primeira rodada. A primeira reunião da Comissão de Peritos do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção realizou-se entre os dias 14 e 18 de janeiro de 2002, na sede da OEA, Washington, D.C., Estados Unidos, ocasião em que foi aprovado o Regulamento e Normas de Procedimento que rege a organização e o funcionamento da Comissão de Peritos do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção. Nessa ocasião, a Comissão de Peritos do Mecanismo de Seguimento da Implementação da

Convenção Interamericana contra a Corrupção decidiu que a implementação teria início com análise das seguintes disposições da Convenção: artigo III, parágrafos 1, 2, 4, 9 e 11, artigo XIV e artigo XVIII. Com a finalidade de subsidiar a análise, a Comissão de Peritos, em sua segunda reunião, realizada na sede da OEA, Washington, D.C., Estados Unidos, entre os dias 20 e 24 de maio de 2002, aprovou a Metodologia para a Análise da Implementação das Disposições da Convenção, que contém o procedimento de análises e recomendações, o seguimento das mesmas, os critérios gerais e específicos que a orientam, a possibilidade de visitas de seguimento, as considerações quanto ao alcance das análises, as fontes de informação, e as perguntas do questionário. Durante a segunda reunião da Comissão de Peritos decidiu-se a ordem seqüencial dos países a serem analisados na terceira reunião de Peritos. Utilizou-se o seguinte método: em primeiro lugar, incluiu-se os Estados que se ofereceram como voluntários, Argentina, Paraguai, Colômbia e Nicarágua; em seguida, inclui-se os Estados em ordem cronológica de ratificação da Convenção. Os subgrupos de análise (de peritos) correspondente a cada Estado foram determinados por sorteio. O subgrupo dos quatros primeiros Estados a serem analisados ficou assim determinado: a)argentina: México e El Salvador; b) Paraguai: Nicarágua e Bahamas; c) Colômbia: Chile e República Dominicana; e d) Nicarágua: República Dominicana e Venezuela. Nas duas primeiras reuniões da Comissão o Brasil, como ainda não tinha ratificado a Convenção, participou apenas como observador, tendo sido representado por um servidor do Ministério das Relações Exteriores (Missão Brasileira junto à OEA). 3. Terceira Reunião da Comissão de Peritos: A Terceira Reunião da Comissão de Peritos ocorreu de 10 a 13 de fevereiro de 2003, n sede da OEA, em Washington, D.C., com sessões todos os dias, das 09:00 às 13:00 e das 15:00 às 19:00. Contou com a participação da perita titular do Brasil, agora, com direito a voto, em virtude da ratificação da Convenção. Da agenda constavam os seguintes pontos: reunião informal com organizações não governamentais dos quatros Estados analisados; abertura da sessão e reunião formal, com a aprovação da agenda; informe dos Estados Partes sobre os avanços na implementação da Convenção ocorridos entre a segunda e terceira reunião da Comissão; consideração e adoção dos informes dos Estados analisados (Argentina, Paraguai, Colômbia e Nicarágua); consideração e projeto de informe anual de atividades da Comissão e o programa de trabalho; adoção de decisões em relação os Estados que passaram a integrar a Comissão; e eleição do presidente e do vice-presidente. 4. Reunião informal com organizações não governamentais: No dia 10 de fevereiro entre as 8:30 e as 10:30 realizou-se um encontro informal dos membros da Comissão para ouvir as quatro apresentações da organização não governamental Transparência Internacional sobre os questionários dos países analisados. A reunião informal com as organizações não governamentais foi aberta pelo Sr. Faustino Collado,

Vice-Presidente da Comissão, que ressaltou a importância do encontro que ali se realizava e da participação da sociedade civil no acompanhamento da implementação da Convenção (prevista nos artigos 33 a 35 do Regulamento), a semelhança do que ocorre junto a OCDE e ao Conselho Europeu. A apresentação contou com a participação da diretora da Transparência Internacional, Sra. Nancy Zucker Boswel, que iniciou os trabalhos, e da Transparência Internacional de cada Estado analisado. As intervenções das ONG s da Argentina, Colômbia e Nicarágua foram feitas com o conhecimento prévio das delegações dos referidos Estados e constituíram-se em apoio ao informe oficial com destaque para as deficiências legislativas de cada país ( já apontadas na resposta ao questionário). A apresentação da Transparência do Paraguai, por sua vez, ocorreu sem o conhecimento prévio da delegação paraguaia e o enfoque do trabalho resumiu-se na contraposição ao trabalho apresentado pela delegação paraguaia, com duras críticas ao informe oficial, por considera-lo incompleto. O episódio ocorrido com a delegação paraguaia suscitou diversos questionamentos acerca da efetividade da participação da sociedade civil nas reuniões da Comissão de Peritos. O tema foi exaustivamente debatido entre as delegações presentes (no primeiro e último dia da reunião) e gerou várias ponderações, entre as quais: a necessidade de divulgar previamente os comentários das organizações da sociedade civil, em obediência o art. 35 do Regulamento; a necessidade de estabelecer regras claras para a participação das organizações da sociedade civil, com alteração do art. 33 do Regulamento; o real papel desempenhado pelas organizações da sociedade civil (com enfoque especial no auxílio à implementação); a importância da participação das organizações da sociedade civil, mas não como um foro de denúncias; e o fato de que a resposta ao questionário deve ser entendida como uma questão política de governo e não partidária. A perita titular do Brasil, Dra. Ivete Lund Viégas, ressaltou a importância da participação das organizações da sociedade civil na implementação da Convenção, ponderou que o encontro com essas organizações fosse realizado após a reunião da Comissão. 5. Abertura das Sessões: A terceira reunião da Comissão de Peritos foi oficialmente inaugurada, no dia 13 de fevereiro, pelo Sr. Carlos Balsa, Presidente da Comissão, que congratulou os países que ratificaram a Convenção e, portanto, passaram a integrar a Comissão: Brasil, Suriname e San Vicente y las Granadinas, presentes na reunião. Passou-se, então, a consideração e aprovação da Agenda de trabalho proposta pelos Estados Unidos da América. Informes dos Estados Partes sobre os avanços na implementação da Convenção (entre o período da segunda e terceira reunião da Comissão)

No discurso sobre os avanços na implementação da Convenção, ocorridos entre a segunda e terceira reunião da Comissão, o Brasil salientou a ratificação e promulgação do texto da Convenção Interamericana contra a Corrupção, por meio do Decreto Legislativo nº152, de 25 de junho de 2002 e Decreto nº4.410, de 7 de outubro de 2002, o que possibilitou a participação do país na reunião da Comissão como membro efetivo. Destacou a criminalização da corrupção do funcionário público estrangeiro (Lei nº10.467/2002), nos termos do artigo VIII da Convenção. E, por fim, ressaltou a importância das ações desenvolvidas pela Comissão de Ética, criada no âmbito do Governo Federal, que vem acompanhado a implementação da Convenção e a atuação da Controladoria-Geral da União. Participação das organizações da sociedade civil O tema da participação das organizações da sociedade civil na implementação da Convenção foi discutido no primeiro dia da reunião e girou em torno das ponderações relatadas no item 4 do presente. Esta matéria voltou a ser examinada no último dia da reunião com sugestão de alteração do Regulamento, apresentado por um grupo de trabalho liderado pelo Paraguai. Contudo, ante a complexidade da matéria (tese sustentada pela perita titular do Brasil) e a exigüidade de tempo, a decisão sobre o assunto foi transferida para a quarta reunião da Comissão de Peritos. Informes dos Estados analisados No dia 11 de fevereiro teve início o tema da consideração e adoção de informes dos seguintes Estados: a) Argentina Países avaliadores: México e El Salvador b) Paraguai Países avaliadores: Nicarágua e Bahamas a) Colômbia Países avaliadores: Chile e República Dominicana a) Nicarágua Países avaliadores: Venezuela e República Dominicana As recomendações feitas à Argentina foram exaustivamente discutidas e ao final aprovado o projeto de informe preliminar sobre a implementação das disposições da Convenção que será disponibilizado na Internet (mediante autorização da Argentina). Os informes dos demais países avaliados (Paraguai, Colômbia e Nicarágua) não foram aprovados por ocasião desta reunião em virtude da exigüidade de tempo e da necessidade de adotar-se uma única estrutura para os informes (que terá o informe da Argentina como modelo padrão). Desta forma, a aprovação do informe do Paraguai, da Colômbia e da Nicarágua foi transferida para a quarta reunião da Comissão. Por isso, este relatório limita-se a informar os Estados que foram analisados na terceira reunião da

Comissão. Adoção de decisões em relação aos Estados Partes que vincularam ao Mecanismo no período entre a segunda e terceira reunião da Comissão. O Brasil após a ratificação da Convenção passou a integrar o Mecanismo e Acompanhamento da implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção. Como membro do Mecanismo o Brasil será submetido às duas fases de avaliação previstas no Regulamento. A avaliação da primeira fase consiste na resposta ao questionário e na análise pelo subgrupo de peritos e pela Comissão. A data para a análise das respostas ao questionário obedece à ordem cronológica de ratificação (essa data é fixada pela Comissão), enquanto a escolha do subgrupo de análises depende de sorteio. A perita titular do Brasil, no último dia da reunião, sorteou o subgrupo de análise que será composto pela Bolívia e Jamaica. Na mesma ocasião ficou decidido que a resposta ao questionário dos países que passaram a integrar a Comissão entre a segunda e terceira reunião será entregue à Secretaria até o dia 30 de maio. Quanto ao questionário, cabe lembrar que a Secretaria de Assuntos Legislativos elaborou, antes da realização da terceira reunião, uma resposta preliminar aos questionamentos e, no momento, está trabalhando no seu aperfeiçoamento. Adoção de decisão sobre o prazo de atualização do questionário: Ficou decidido que os Estados Partes poderão atualizar suas respostas ao questionário no prazo de 30 dias contados a partir do encerramento da reunião da Comissão imediatamente anterior àquela em que se considerará seus respectivos informes. Redação final dos Estados analisados: Foram aprovados os procedimentos para a adequação formal dos projetos de informes preliminares do Paraguai, Colômbia e Nicarágua, que ocorrerá na quarta reunião da Comissão de Peritos, tendo como base a forma e a redação do informe da Argentina. Eleição do Presidente e do Vice-Presidente: O Presidente, Sr. Carlos Balsa, e o Vice-Presidente, Sr. Faustino Collado, foram reeleitos por aclamação por mais um período. Outros assuntos: A Secretaria enviará aos peritos titulares até 30 de abril os projetos de informes preliminares. A quarta reunião plenária da Comissão será realizada nos dias 14 a 18 de julho, na sede da OEA, e nela serão analisados os projetos de informes preliminares do Paraguai, Colômbia e Nicarágua. A Nicarágua ofereceu-se como sede da reunião da Comissão, entretanto, por questões internas, decidiu-se que a referida reunião terá lugar na sede da OEA, em Washington, D.C., no período acima citado. 6. Atuação da delegação brasileira: A delegação brasileira, composta pela Dra. Marcilândia de F. Araújo, advogada da união do

Ministério da Justiça e Marcus Rector do Ministério das Relações Exterores (COCIT), sob a chefia da Dra. Ivete Lung Viégas, perita titular da Comissão de Peritos, manifestou-se em várias oportunidades durante os debates e a adoção de recomendações. O Brasil manteve contato com todas as delegações presentes na Conferência, em especial a Bolívia, México, Peru, Paraguai, Argentina e Chile. 7. Significado e importância da participação do Brasil na terceira reunião do Comissão de Peritos: Verifica-se a grande preocupação do Governo brasileiro no sentido de atualizar e modernizar a nossa legislação penal, adequando-a aos anseios de segurança pública e humanização do sistema criminal. É claro o propósito de o Brasil introduzir e fazer aplicar em nossa legislação, a prevenção e a incriminação do crime de corrupção. Aliás, uma das propostas do atual governo é a implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção. No Ministério da Justiça o compromisso se repete. Vale lembrar que, no seu discurso de posse, o Diretor da Polícia Federal, Dr. Paulo Lacerda, enfatizou a importância da implementação de medidas preventivas contra a corrupção, com ênfase às denúncias (feitas pelo funcionário público). Nesse sentido, a atuação da delegação brasileira, tendo como perita titular a Secretária de Assuntos Legislativos, mostra-se adequada à fase de implementação da Convenção. A análise da legislação brasileira nas respostas ao questionário permite detectar as eventuais lacunas nas leis internas e, por conseqüência, empreender estudos para elaboração de projetos de leis que visem suprir tais vazios. 8. Reunião paralela com o Secretário Jorge Garcia Gonzáles: No dia 13 de fevereiro de 2003, às 20h, a delegação brasileira, chefiada pela Dra. Ivete Lund Viégas, acompanhada por Marcilândia Araújo, do Ministério da Justiça, Marcus Rector, do Ministério de Relações Exteriores, e o Secretário Paulo Eduardo, da Missão em Washington, reuniu-se com o Sr. Jorge Garcia Gonzáles, Secretário Executivo da Comissão, para tratar da Conferência a ser realizada no Brasil para divulgação da Convenção Interamericana contra Corrupção. A realização de Conferências faz parte de um cronograma da OEA e tem por objetivo impulsionar a ratificação da Convenção. Embora o Brasil já tenha ratificado a Convenção, a OEA sugeriu a realização de uma Conferência no Brasil com objetivo de divulgar a Convenção e o trabalho do Professor Luiz Regis Prado (consultor jurídico junto a OEA). A delegação brasileira prontificou-se a organizar o evento que será direcionado a auditório especial como parlamentares, juízes, ministério público, advogados, policiais e outras funções afins. A Conferência, em princípio foi marcada para o dia 08 de maio e contará com a participação do Professor Luiz Regis Prado, Consultor do Brasil junto a OEA, do Sr. Jorge Garcia Gonzáles, Secretário Executivo da Comissão e autoridades brasileiras. Os custos financeiros ficarão a cargo da OEA e a Secretaria de Assuntos Legislativos responsável pela organização do evento. A delegação brasileira agradeceu o encontro e colocou-se a disposição para organizar a Conferência. 9. Datas dos próximos compromissos: 08 de maio de 2003 Conferência para divulgação da Convenção Interamericana contra a Corrupção.

30 de maio 2003 data limite para entrega do questionário à Secretaria da Comissão de Peritos. 14 a 18 de julho de 2003 Quarta Reunião da Comissão de Peritos do Mecanismo de Seguimento da Convenção Interamericana Contra a Corrupção.