Cidade do Mónaco Carlos Cordeiro Depois do calor da meseta castelhana, da chuva dos Pirinéus, dos atiradores de bolos franceses, dos bancos fechados, das obras na estrada basca, dos jovens ciclistas asturianos, das melgas galegas, e das rãs minhotas da paisagem pirenaica, das fabulosas ruínas romanas de Arles, do encantamento da Cotê D Azur, do mosqueteiro de Auch, do charme de Biaritz, da harmonia da Corunha e da tranquilidade do Gerez, muito fica ainda muito por declarar, tal como pretendia o guarda fronteiriço em Valença 18-12-05 Pág. 1
A SERRA E O LAGO. De La Chapelle-en-Vercors ao Lac Léman Começamos então a subir. Subimos, subimos e nada. As curvas eram tão apertadas que tínhamos de as fazer praticamente deitados e os máximos da moto apenas iluminavam a rocha de um lado e deixavam um vazio completo do outro. Quando pensámos que as curvas estavam a acabar, entrámos em túneis exíguos, onde parecia tocarmos nas pedras e onde sentíamos uma humidade arrepiante, especialmente para quem tinha feito parte da viagem com temperaturas acima dos 30 graus. A escuridão era total, quebrada unicamente pela iluminação produzida pelas potentes ópticas da nossa VFR; em algumas partes conseguíamos ouvir um rio a correr ao longe, mas o som vinha de baixo. O rio corria no fundo do desfiladeiro. Alfredo Júnior 18-12-05 Pág. 2
Sozinho em França acho que há certas coisas em que o dinheiro é bem aplicado e, para o efeito, aplicá-lo numa boa aventura é uma delas. Esta viagem concretizou também um sonho que me entusiasmava há algum tempo. Além de tudo aquilo que aprendi, sobre outros países e sobre mototurismo, aprendi sobretudo sobre mim, pois compreendi que ainda sou capaz de muito mais. Carlos Bastos 18-12-05 Pág. 3
Viagem a Itália, Áustria e República Checa Apenas ao acordar, na manhã seguinte, nos apercebemos de que estávamos no paraíso. Fomos envolvidos pelos sons da natureza. Ouvimos a água a saltar por cima dos seixos, num pequeno riacho que passava junto à casa, misturado com as conversas dos pássaros que passeavam pelos ramos das árvores espalhadas por todo o vale, até quase ao cimo das majestosas montanhas que pintam as janelas dos quartos. João Calado 18-12-05 Pág. 4
Férias 2000. 1978 quilómetros de prazer a solo com a minha Diwi Jorge Sousa As primeiras dezenas de quilómetros depois de Salamanca são ainda bastante áridas. Alguns dias depois desta viagem, ao ver na televisão uma reportagem sobre a Volta à Espanha em Bicicleta, em que o pelotão era, filmado de helicóptero, mostrado num troço de estrada nesta zona e em que era bem evidente a aridez do ambiente, dei comigo a pensar no tempo que eu tinha tido para pensar nas coisas da vida enquanto vinha por ali abaixo. É que, de facto, é preciso um tipo ter certas características, nomeadamente não se chatear de estar consigo próprio, para se meter numa mota e se lançar à estrada por quilómetros e quilómetros. 18-12-05 Pág. 5
Fui com a Patroa e a BMW à Eslovénia, Croácia e Bósnia Imaginem Beja no pino do verão. Um calor incrível! Sauna dentro dos fatos de couro. Tínhamos saído de Dubrovnik há mais de uma hora, depois de um belo almoço de peixe e rodávamos pachorrentamente debaixo do sol. A estrada também não ajudava. Curva contra curva, asfalto degradado, subida, descida, paisagem sempre igual. Do lado esquerdo, ao fundo da escarpa, o mar Adriático hiper azul e convidativo. Do lado direito, as montanhas que separam a Croácia da Bósnia. É bom de ver porque é que os partizans de Tito faziam a vida negra aos nazis. As montanhas, a perder de vista, são impressionantes Manuel Pinheiro 18-12-05 Pág. 6
Viagem aos Picos da Europa: relato da aventura No dia seguinte acordámos ao som da água, a correr no riacho que passava mesmo ao lado do parque de campismo. Mal saímos das tendas, a beleza da região entrou-nos olhos dentro. Naquele local, respirava-se montanha, os sons das aves e da água confundiam-se com o verde e o ar que respirávamos era incrivelmente puro. Paulo Mafra 18-12-05 Pág. 7
Viagem ao Sul de França No dia seguinte, voltámos a vestir o nosso equipamento húmido e apontámos ao sul, a Nice, único local de França para o qual se previa sol. Voltámos a fazer o percurso de volta a Gap e, de seguida, apanhámos a N85, depois a N202, em direcção a Nice. Esta foi uma das estradas mais interessantes e sinuosas que percorremos durante a viagem e, a avaliar pelo número de motas com as quais nos cruzámos, não fomos os únicos com essa opinião. Pedro Rolo 18-12-05 Pág. 8
Viagem à Holanda, passando pela Eurodemo Nessa noite, sonhei com a viagem do ano seguinte! A experiência que acabava de protagonizar, galvanizou-me imediatamente para a respectiva sequela. Mesmo apesar de me sentir todo partido, as recordações maravilhosas que guardei desta viagem, fizeram com que não me arrependesse minimamente de ter percorrido mais de 6500 quilómetros em estradas europeias. Para um motociclista, viajar é uma experiência fascinante! Rui Gonçalves 18-12-05 Pág. 9
Por terra e mar até Roma Rui Henriques Acabado o jantar, já bastante bem dispostos, vimos uma imagem que nos ficará na memória até ao fim das nossas vidas: a iluminação das arcadas que nos levava desde a Praça do Município até à Ponte Vecchio, era indescritível; um violinista tocava música clássica, som que se espalhava por todo aquele espaço. Atravessámos as galerias sem dizer uma única palavra e sentámo-nos no muro da Ponte Vecchio a contemplar este magnifica espectáculo! 18-12-05 Pág. 10
Paris, Alpes e Itália: diário de uma viagem O totalizador marca 30.207km. Um merecido repouso espera-me, após os 5912 quilómetros desta viagem. A XTZ fica com o pneu traseiro liso, a pedir substituição urgente, e eu, com a memória cheia de detalhes, para reviver ao longo dos próximos tempos, ainda antes de começar a sonhar com o próximo destino José Almeida 18-12-05 Pág. 11