ÁGUA SUBTERRÂNEA: USO E PROTEÇÃO Luciana Martin Rodrigues Ferreira 1ºSeminário Estadual Água e Saúde, 25 e 26 de agosto de 2011 Reservas de água no mundo Environment Canada (1993)
Distribuição de água nos reservatórios naturais Reservatório Volume (km 3 x 10 6 ) Volume (%) Tempo médio de permanência Oceanos 1.370 94 4.000 anos Geleiras e capas de gelo 30 2 10 1.000 anos Águas subterrâneas 60 4 2 semanas a 10.000 anos Lagos, rios, pântanos e reservatórios artificiais 0,2 <0,01 2 semanas a 10 anos Umidade nos solos 0,07 <0,01 2 semanas a 1 ano Biosfera 0,0006 <0,01 1 semana Atmosfera 0,0130 <0,01 ~ 10 dias Karmann (2000) Água subterrânea e Aquíferos Aquífero Granular Aquífero Fissural Aquífero Cárstico Fotos do acervo do Instituto Geológico; Figura Iritani & Ezaki (2009)
Capacidade de Armazenar e Transmitir Água Iritani & Ezaki (2009) Aquífero Formação geológica que contém material permeável saturado com capacidade de armazenar e transmitir água Limitado na base e/ou no topo por camadas menos permeáveis López-Geta et al. (2005)
Importância da água subterrânea para os sistemas de abastecimento Escoamento básico e nascentes Explotação através de poços Appleby & Russell (1998) Aquíferos no Estado de São Paulo Fotos do acervo do Instituto Geológico e cedidas por S. Hassuda; Figura Iritani & Ezaki (2009)
Perfil Hidrogeológico Produtividade Potencial dos Aquíferos do Estado de São Paulo DAEE, IG, IPT, CPRM (2005)
Importância para o abastecimento público CETESB (2007) Importância como sistema alternativo de abastecimento de água Exemplo na região de Indaiatuba Água subterrânea Município no abastecimento municipal (*1) Nºtotal de poços (*2) Nºde poços do sistema municipal (*2) Nºde poços para uso industrial ou sanitário (*2) Indaiatuba 0,6 % 484 1 168 Monte Mor 46 % 218 16 31 Salto 0 % 187 0 87 Capivari 64 % 185 33 57 Elias Fausto 100 % 142 4 53 Rafard 100 % 49 4 7 (*1) Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (2008); (*2) Dados preliminares do Projeto Arctub-1 Resolução Conjunta SMA/SERHS/SES nº3/2006 para controle das soluções alternativas coletivas de abastecimento : a) Tipo I: destinada a uso próprio, incluindo entre outros poços comunitários e condominiais; b) Tipo II: destinada a uso de terceiros, por meio da distribuição por veículos transportadores.
Dados do Plano de Bacia do Alto Tietê Estimativa da vazão explorada de água subterrânea na BAT Outorgados Total (estimado) Em operação (estimado) Número de Poços 3460 >12.000 8.000 Vazão Explorada 4,81 m 3 /s - 11 m 3 /s Estimativa de incremento de 100 a 200 poços por ano Estimativa da vazão explorada de água subterrânea por sub-bacia FUSP (2008) Contribuição da água subterrânea no abastecimento da BAT Demanda total (superficial + subterrânea) Vazão Explorada (estimada) Reservas Subterrâneas Explotáveis (estimada) 75 m 3 /s 11 m 3 /s 34,8 m 3 /s Comprometimento das reservas reguladoras de água subterrânea nas sub-bacias FUSP (2008)
Principais usos da água subterrânea captada na BAT FUSP (2008) Sub-bacias na BAT com maiores tendências de crescimento de perfuração de poços tubulares FUSP (2008)
Exemplo em Ribeirão Preto Número de poços perfurados Profundidade máxima observada 80 400 Número de poços 60 40 20 300 200 100 Profundidade máxima dos poços (m) 0 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Ano Iritani et al. (2004) 0 intensificação da perfuração de poços a partir da década de 60 poços mais profundos devido ànecessidade de maiores transmissividades e melhoria da tecnologia de perfuração rebaixamento do nível d água devido à interferência entre os poços Área de Restrição e Controle Deliberação CRH nº52/2005 :diretrizes e procedimentos para a definição de áreas de restrição e controle da captação e uso das águas subterrâneas Exemplo em Ribeirão Preto Rebaixamento intensivo levou à necessidade de implantação de uma Área de Restrição e Controle Temporário Deliberação CBH-Pardo nº02/2010
Aspectos importantes para a produção de água Quantitativo (condições de recarga) Iritani & Ezaki (2009) Appleby & Russell (1998) Qualitativo (proteção do aquífero e das captações) Foto acervo do Núcleo de Hidrogeologia - IG López-Geta et al. (2005) Hirata (2000) Caminho do contaminante zona não saturada zona saturada Iritani & Ezaki (2009) Appleby & Russell (1998)
Contaminação da água subterrânea Atividades antrópicas Iritani & Ezaki (2009) Formas de Proteção do Aquífero Controle das atividades antrópicas Zoneamentos geoambientais (mapeamento da vulnerabilidade de aquíferos) Restrições de uso do solo Contaminação da água subterrânea Poços mal construídos e sem manutenção Poços abandonados Fotos do acervo do Núcleo de Hidrogeologia -IG
Captação de água subterrânea Silva (1983) Proteção Poços Rasos Cuidados construtivos e de manutenção Proteção sanitária Cerca Uso de bombas Distância de fontes de poluição Iritani & Ezaki (2009)
Proteção Poços Profundos Cuidados construtivos e de manutenção Proteção sanitária Cuidados na construção cimentação Proteção sanitária laje de proteção Empresa e profissional habilitado tampa Normas de construção cerca ao redor do poço Fotos do acervo do Núcleo de Hidrogeologia -IG Iritani & Ezaki (2009) Área de Proteção de Poços ## Zona de Contribuição ## ## ## Zona de Contribuição Iritani (2011)
Perímetros de Proteção de Poços poço Zona de Captura Iritani (2011) Foster et al. (2006) Decreto Estadual nº 32.955/91 Área de Proteção de Poços e outras Captações (Artigos 24 e 25) Perímetro Imediato de Proteção Sanitária: abrange um raio de dez metros a partir da captação Perímetro de Alerta: contra poluição por poluente não conservativo e toma por base um tempo de trânsito de 50 dias no sentido montante de fluxo a partir da captação Zona de Contribuição Perímetro Imediato de Proteção Sanitária Perímetro de Alerta Iritani (2011)
Restrições conforme Decreto Estadual nº 32.955/91 Perímetro Imediato de Proteção Sanitária limite deve ser cercado proibida a entrada ou penetração de qualquer poluente Perímetro de Alerta disciplina das extrações controle das fontes poluidoras existentes restrições a novas atividades potencialmente poluidoras Projeto Ambiental Estratégico Aquíferos PUBLICAÇÃO ROTEIRO ORIENTATIVO PARA DELIMITAÇÃO DE ÁREA DE PROTEÇÃO DE POÇO Objetivo: Auxiliar os Municípios na implementação da área de proteção de poços
Proposta de Perímetro Alerta Unidade Hidrogeológica Vazão do poço Distância radial (R) proposta para Perímetro de Alerta Aquífero Furnas Sistema Aquífero Guarani (porção livre, aflorante e porção confinada com até50 metros de espessura de basalto) Sistema Aquífero Bauru Até40 m 3 /h Acima de 40 m 3 /h Até20 m 3 /h Acima de 20 m 3 /h 40 m 30 m 50 m 30 m 60 m Aplicação da Distância Radial R na Delimitação do Perímetro de Alerta Aquífero Taubaté Aquífero São Paulo Até40 m 3 /h Acima de 40 m 3 /h Até20 m 3 /h Acima de 20 m 3 /h 30 m 50 m 30 m 50 m R R Aquífero Litorâneo 30 m Coberturas Cenozóicas 60 m Sistema Aquífero Serra Geral e Diabásio Até30 m 3 /h Acima de 30 m 3 /h 40 m 70 m R Até15 m 3 /h 30 m Sistema Aquífero Cristalino Acima de 15 m 3 /h 50 m Cárstico 100 m Diretrizes para controle de empreendimentos em área de proteção de poços -Exemplo Potencial poluidor da atividade antrópica Perímetros de proteção definidos de acordo com a legislação vigente ou pelo órgão competente Perímetro Imediato Perímetro de Alerta Perímetro Intermediário Zona de Captura Elevado N N N N Moderado N N N ou PN PN ou PP Reduzido N PN PP P N não permitido em quase todos os casos; PN provavelmente não permitido, exceto em alguns casos autorizados pelo órgão ambiental; PP provavelmente permitido, desde que obedeça as exigências específicas do órgão ambiental; P permitido se atender exigências do órgão ambiental, caso seja solicitado. baseado em Foster et al.(2006)
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