CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO - Enquadramento

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Transcrição:

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO - Enquadramento O nosso pais já evoluiu muito no domínio da base científica e tecnológica e da produção de conhecimento. O que está em causa agora é ligar a produção de conhecimento às empresas por forma a dinamizar a inovação em que ainda estamos claramente atrasados e que é fundamental para as empresas assumirem a Economia do Conhecimento. José Cordeiro Membro do Conselho da Indústria Portuguesa da CIP Assim e no âmbito da investigação científica e tecnológica o objetivo estratégico é o de aumentar a produção científica e tecnológica de qualidade reconhecida internacionalmente em áreas estratégicas alinhadas com a estratégia de I&D para uma Especialização Inteligente e estimular uma Economia baseada no Conhecimento, privilegiando a excelência, a Cooperação em Rede e a Internacionalização. ECONOMIA BASEADA NO CONHECIMENTO O conhecimento já não é um mero bem cultural de apropriação restrita, sendo cada vez mais um bem transacionável e massificado pela globalização das economias. Quando falamos da economia do conhecimento enquanto bem transacionável entendemo-lo sob quatro formas distintas: 1. O conhecimento incorporado na tecnologia, como forma mais elementar de criação de valor através do fator capital.

2. O conhecimento incorporado nas mercadorias e serviços, aumentando cada vez mais o seu peso na cadeia de valor (design, materiais complexos, marca, etc.) 3. O conhecimento incorporado nas formas de organização do processo produtivo, geralmente identificadas como inovação organizacional, que tendem a potenciar e racionalizar a relação entre trabalho e capital. 4. O conhecimento e as competências adquiridas pelas pessoas, que não sendo transacionáveis, são cada vez mais valorizados sob a forma de qualificação do capital humano. O sistema português de I&D beneficiou na primeira década do novo século de um forte crescimento em recursos financeiros, humanos e de infraestruturas. Verificou-se um grande aumento dos investimentos nesta área em percentagem do PIB, tendo-se chegado a valores da despesa de I&D acima de 1%. Os valores de recursos financeiros e humanos mobilizados per capita aproximaram-se, e nalguns casos até superaram a média europeia O Ensino Superior, que é em grande maioria financiado pelo Estado, teve um crescimento notável de 0,1% do PIB, em 1986, para 0,6%, em 2010. As áreas dominantes desse financiamento foram as Engenharias e as Ciências Sociais. Contudo, em 2012, apenas 4% de todos os doutorados exerciam a sua atividade principal nas empresas. Mais de metade (54%) tinha como atividade principal a docência, seguida da atividade de investigação (42%). Os dados de mobilidade de doutorados mostram que Portugal conseguiu uma forte internacionalização na Europa. Com vista ao aumento da criação de Conhecimento para resposta a desafios empresariais e sociais, através da Modernização e Capacitação da Administração Pública, Investigação Científica e Tecnológica, definiram-se os seguintes objetivos específicos: Apoio à criação de Núcleos de Inovação nas PME s e de Centros do I&DT nos grupos económicos, associações empresariais e empresas. As empresas que tenham estes núcleos e estes centros deverão fazer parte do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) em perfeita igualdade com as universidades e os centros de investigação no que toca aos apoios públicos. O mesmo se considera relativamente às associações sectoriais que apoiam a inovação das empresas associadas.

Revitalização das infraestruturas tecnológicas criadas pelo PEDIP, designadamente dos centros tecnológicos, com o apoio a novos institutos de novas tecnologias nos domínios da biotecnologia, nano tecnologia e tecnologias energéticas. Revitalização dos Laboratórios do Estado das áreas industriais e agroindustriais, passando os seus investigadores a serem classificados em função das patentes criadas e do trabalho feito em ligação com as empresas. Reformulação dos Centros de Formação Protocolares de modo a formarem os talentos de que a indústria hoje necessita. Politécnicos. Alterar o modelo de governo dos politécnicos no sentido de atribuir aos Conselhos Gerais competências e capacidade de intervenção capazes de fazer valer o interesse do tecido económico e social em que se inserem. Estatuto da Carreira de Investigação Científica. Alterar o Estatuto da Carreira de Investigação Científica nos Institutos de Investigação ligados aos Ministérios Económicos por forma a que a prestação de serviços de apoio tecnológico ás empresas e a produção de patentes sejam elementos fulcrais na avaliação e progresso na carreira. COOPERAÇÃO EM REDE É preciso consolidar a fase de inovação nas empresas, ligando as Universidades e os Centros de Investigação Científico e Tecnológico (Unidades de Produção de Conhecimento) às empresas. Registaram-se significativos avanços na Investigação Científica e Tecnológica mas ainda se está muito longe no que toca à inovação empresarial. Temos que aproveitar a excelente qualificação dos nossos engenheiros e de algumas das nossas escolas de gestão, a qualidade das infraestruturas, os Centros de Investigação Científica e Tecnológica e as Infraestruturas Tecnológicas criadas pelos Programas Ciência e PEDIP para apoio aos sectores industriais. Por outro lado, as nossas PME s têm que saber integrar-se nas cadeias de valor das grandes empresas globais. Como instrumentos de uma nova política industrial favorável à criação de um sistema de funcionamento em Rede envolvendo o Sistema Científico e Tecnológico (Unidades

de Produção de Conhecimento) e o Tecido Empresarial definiram-se os seguintes objetivo específicos: Fomentar o agrupamento dos sectores industriais em clusters, levando ao adensamento das relações intraindustriais, dinamizando os clusters e polos de competitividade, ligando universidades, institutos politécnicos e centros de investigação com empresas e respetivas associações nos vários sectores da indústria portuguesa. Responsável de Inovação Tecnológica. As empresas industriais, bem como os Centros Tecnológicos, as Associações e as Confederações Empresariais devem ter um CTO Chief Technological Officer, ou seja, quem ao mais alto nível de decisão da empresa faça o enquadramento das atividades de Inovação Tecnológica no quadro da estratégia das empresas industriais. Revitalização das Escolas Tecnológicas lideradas pelo Ministério da Economia, funcionando em rede com as infraestruturas tecnológicas e as empresas industriais e não sob a alçada do sistema formal de ensino, como está a acontecer. Incentivar a promoção do conhecimento a da cultura empresarial e o desenvolvimento de projetos tecnológicos entre os finalistas de todo o Ensino Superior e também dos doutorandos das Universidades intensificando a ligação às empresas e às suas necessidades, como no modelo Norte-americano. Lançamento de um Programa Universidade-Indústria por forma a criar uma imagem positiva para a indústria portuguesa nos jovens do ensino superior e universitário. Lançar com as Universidades Portuguesas e seus Institutos de Formação para Executivos um programa de ação-formação para introduzir jovens quadros nas empresas. Mobilidade Laboral. Promover e dinamizar a passagem por períodos prolongados de professores do ensino superior nas empresas (na linha da tradição alemã), como forma de alinhamento cultural. Financiamento das Bolsas de Doutoramento. As associações empresariais devem participar ativamente na gestão dos Programas de Financiamento das Bolsas de Doutoramento.

INTERNACIONALIZAÇÃO. SISTEMA DE INCENTIVOS À INOVAÇÃO Na cooperação internacional, verificou-se um incremento em quase todas as áreas. Portugal tornou-se membro de pleno direito nos principais programas europeus de investigação. No entanto, é de notar que durante o 7.º Programa-Quadro da UE, Portugal recebeu 1,2% das verbas colocadas a concurso, o que corresponde uma taxa de retorno de apenas 80%. É necessário delinear instrumentos que acelerem a inovação e encorajem o crescimento e aumentem a produtividade: Agência Nacional de Inovação. Canalizar uma (muito) maior parte dos fundos públicos ou de gestão pública para I&D+I pela ANI, a fim de receber maior alinhamento com as prioridades das empresas. Fomentar o registo de patentes. Apesar do crescimento do número de patentes, este continua a ser significativamente mais baixo do que a média europeia. Sistema de Incentivos Financeiros à Inovação e Investigação Industrialmente Orientada nas empresas, privilegiando as ligações às universidades e aos centros de conhecimento. Sistema de incentivos ao investimento inovador, englobando a logística, distribuição e racionalização energética e ambiental. IRC. As empresas devem beneficiar de incentivos fiscais em sede de IRC pelos investimentos de Inovação Tecnológica. Referências O Conceito de Reindustrialização e a Politica Industrial para o Sec XXI CIP Julho 2015. Ciência e Tecnologia em Portugal. Métricas e Impacto (1995-2011) FCT Fundação Francisco Manuel dos Santos

A Empregabilidade dos Doutorados nas Empresas Portuguesas Escola Superior dos Estudos Industriais e de Gestão Politécnico do Porto David Justino, Conhecimento e a Riqueza das Nações. Revista Visão, edição de 7 de Novembro de 2015.