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Transcrição:

Tribunal Penal Internacional TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL- Estatuto de Roma- Sede em Haia (Países Baixos- Holanda) sigla (TPI) É uma Corte permanente e independente Objetivo: promoção do Direito internacional. Deve julgar os indivíduos nos casos de crimes mais graves, tais como genocídios, crimes de guerra, crimes contra a humanidade (crimes de interesse internacional)

crimes como o genocídio - Objetivo: eliminar grupos nacionais, étnicos, raciais, e/ou religiosos. "genocídio" combinação da palavra grega geno -, que significa raça ou tribo, com a palavra latina - cídio, que quer dizer matar Em 1944, Raphael Lemkin (1900-1959), um advogado judeu polonês definiu o genocídio Seria, então, um "um plano coordenado, com ações de vários tipos, que objetiva à destruição dos alicerces fundamentais da vida de grupos nacionais com o objetivo de aniquilá-los". Em 9 de dezembro de 1948, houve a aprovação pelas Nações Unidas da Convenção para a Prevenção e Punição de Crimes de Genocídio, a qual estabeleceu que o "genocídio" seria um crime de caráter internacional, e as nações signatárias da mesma comprometeram-se a "efetivar ações para evitá-lo e puní-lo". O genocídio é definido pelos estatutos do tribunal de Haia como "atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, ou étnico ou religioso. Sendo assim, quaisquer atos cometidos com a intenção de destruir (total ou parcialmente) um grupo, seja étnico, seja racial, seja religioso de quaisquer dessas formas a seguir relacionadas, seria caracterizado genocídio:(b) Causar danos à integridade física ou mental de membros do grupo; (c) Impor deliberadamente ao grupo condições de vida que possam causar sua destruição física total ou parcial; (d) Impor medidas que impeçam a reprodução física dos membros do grupo; (e) Transferir à força crianças de um grupo para outro.

crimes contra a humanidade - atos que são cometidos como parte de um ataque generalizado ou sistemático contra qualquer população civil. O primeiro julgamento por crimes contra a humanidade foi o JULGAMENTO DE NUREMBERG, (sentenciados os líderes da Alemanha Nazista) Esses crimes não estão prescritos em qualquer convenção internacional, ainda. Mas, há esforços internacionais para estabelecer um tratado a respeito. Esses crimes podem ocorrer tanto em tempo de paz, quanto em tempo de guerra. Normalmente, fazem parte de uma política de um governo ou de uma ampla prática de atrocidades toleradas por uma autoridade. Exemplos desses crimes: O Holocausto que ocorreu na Alemanha Nazista contra os judeus, Assassinatos, massacres, desumanização, extermínio, experimentação humana, punições extrajudiciais, esquadrões da morte, desaparecimentos forçados, uso militar de crianças, sequestros, prisões injustas, estupro, escravidão, canibalismo, tortura e repressão política ou racial podem ser considerados crimes contra a humanidade caso praticados de forma generalizada ou sistemática.

O Tribunal de Haia listou alguns crimes contra a humanidade, a seguir: Assassinato Exterminação Escravização Deportação Prisão Tortura Estupro Perseguições políticas, raciais ou em base a crenças religiosas Estupros sistemáticos em massa Escravização sexual em tempos de guerra

Crimes de guerra. O cerne da questão seria o conceito de a pessoa poder ser responsabilizada pelas ações de um país ou de seus soldados, quando da prática de genocídio, crimes contra a humanidade e maus tratos de civis ou combatentes durante a guerra podem ser enquadrados na categoria de crimes de guerra. A Convenção de Genebra (criada em 1864) definiu o grupo de leis que caracterizam um crime de guerra (e vem sendo modificada). O artigo 147 da Quarta Convenção de Genebra define crimes de guerra como:

"Assassinatos intencionais, tortura e tratamento desumano, inclusive causando grande sofrimento intencionalmente, ou graves danos ao corpo ou à saúde, deportações e deslocamentos ilegais, confinamentos ilegais de pessoas protegidas, obrigar pessoas a servir em forças hostis, privação intencional do direito a um julgamento justo e regular de pessoas protegidas, fazer reféns, destruição extensiva e apropriação indevida, não justificada por necessidade militar e realizada de maneira injustificada, intencionalmente". Exemplos: Destruição injustificada de cidades, cidadelas ou vilarejos; Ataque ou bombardeio por qualquer meio a cidades indefesas, cidadelas, residências ou edifícios; Apropriação, destruição, ou dano intencional de instituições dedicadas à religião, caridade e educação, artes e ciências, monumentos históricos e obras de artes e ciências; Saque de propriedade particular ou pública.

O Governo brasileiro participou ativamente dos trabalhos preparatórios e da Conferência de Roma de 1998, na qual foi adotado o Estatuto do TPI. O tratado foi incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro por meio do Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002. Processa e julga (subsidiariamente) acusados de crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e, futuramente, crimes de agressão. O TPI julga apenas indivíduos e A Corte Internacional de Justiça examina litígios entre Estados. O TPI contribui para prevenir a ocorrência de violações aos direitos humanos, do direito internacional humanitário e de ameaças contra a paz e a segurança internacionais. Ela se baseia num Estatuto do qual, atualmente, fazem parte de 122 países Estatuto de Roma

O TPI julga casos que considere extremamente graves. Em todas as suas atividades, o TPI observa os mais altos padrões de julgamento justo, e suas atividades são estabelecidas pelo Estatuto de Roma. A Estrutura do Tribunal Penal Internacional O Tribunal é uma instituição independente. Mantém uma relação de cooperação com a ONU. O Tribunal está sediado na Haia, na Holanda (porém, pode realizar reuniões em outros locais) Composição: quatro órgãos: a Presidência, as Divisões Judiciais, o Escritório do Promotor e o Secretariado.

Presidência A Presidência é responsável pela administração geral do Tribunal, com exceção do escritório do procurador. Composta por três juízes do Tribunal, eleitos para o cargo pelos seus colegas juízes, para um mandato de três anos. Divisões Judiciais As divisões judiciais consistem em dezoito juízes distribuídos na Divisão de Pré- Julgamento, na Divisão de Julgamentos e na Divisão de Apelações. Os juízes de cada divisão permanecem em seus gabinetes que são responsáveis pela condução dos procedimentos do Tribunal em diferentes estágios. A distribuição dos juízes em suas divisões é feita com base na natureza das funções de cada divisão e nas qualificações e experiências dos juízes.

Escritório do Procurador O escritório do procurador: Recebe referências ou outras informações substanciais a respeito de crimes dentro da jurisdição do Tribunal, por sua avaliação e pela investigação e prosseguimento do caso perante o Tribunal. Chefiado por um Procurador, que é eleito pelos Estados Partes para um mandato de nove anos. Ele é auxiliado por dois Vice-Procuradores. Secretariado O Secretariado é responsável por todos os aspectos não-jurídicos da administração do Tribunal. Chefe: Secretário, o qual exerce suas funções sob a autoridade do Presidente do Tribunal.

Jurisdição e Admissibilidade Genocídio, Crimes contra a Humanidade Crimes de guerra. O TPI possui jurisdição sobre os indivíduos acusados destes crimes (e não sobre seus Estados, como no caso da CIJ). - Aqueles diretamente responsáveis por cometer os crimes, como também aqueles que tiverem responsabilidade indireta, por auxiliar ou ser cúmplice do crime Estão inclusos os oficiais do Exército ou outros comandantes cuja responsabilidade é definida pelo Estatuto.

O Tribunal só pode exercer sua jurisdição se: O acusado é um nacional de um Estado Parte ou de qualquer Estado que aceite a jurisdição do Tribunal; O crime tiver ocorrido no território de um Estado Parte ou de qualquer Estado que aceite a jurisdição do Tribunal; O Conselho de Segurança das Nações Unidas tenha apresentado a situação ao Procurador, não importando a nacionalidade do acusado ou o local do crime; O crime tiver ocorrido após 1 de julho de 2002; Caso o país tenha aderido ao Tribunal após 1 de julho, o crime tiver ocorrido depois de sua adesão, exceto no caso de um país que já tivesse aceito a jurisdição do Tribunal antes da sua entrada em vigor. Todos os 21 casos examinados no Tribunal até hoje, dizem respeito a situações ocorridas em oito países africanos.

Até março de 2014, houve apenas duas condenações em 2012, envolvendo Thomas Lubanga Dyilo e em 2014, de Germain Katanga, ambas no contexto da situação na República Democrática do Congo. Sete outras situações estão sendo investigadas pela Promotoria do TPI. Exemplos de Casos julgados pelo TPI: O Tribunal Penal Internacional, órgão criado para julgar crimes contra a humanidade, pediu a prisão do ditador líbio Muammar Gaddafi.

Em 2011 foi pedida a prisão por crimes contra a humanidade do ditador líbio Muammar Gaddafi, além de seu filho mais velho, Seif al Islam, e do chefe dos serviços de inteligência de seu regime, Abdallah Al Senusi. Ele ordenou pessoalmente ataques contra os civis na Líbia. O promotor do caso efetuou 30 missões em 11 países. Foram examinados mais de 1.200 documentos, incluindo vídeos e fotografias. Também entrevistaram 50 pessoas, algumas delas testemunhas oculares.

Dentre as denúncias estão: Entre as denúncias do TPI estão: ataque a civis em vias públicas, disparos contra manifestantes com armas de fogo, uso de armamento pesado em funerais e uso de francoatiradores nos protestos. O mandado de prisão contra Muammar Mohammed Abu Minyar Gaddafi foi retirado, em 22 de novembro de 2011, devido à sua morte.

A situação na Líbia foi a segunda a ser encaminhada ao TPI pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e a segunda investigação do TPI no território de um Estado não-parte do Estatuto de Roma (Darfur foi o primeiro). (A Líbia não é um Estado Parte no Estatuto de Roma. No entanto, em 26 de fevereiro de 2011, o Conselho de Segurança das Nações Unidas remeteu unanimemente a situação na Líbia desde 15 de fevereiro de 2011 para o TPI na Resolução 1970 (2011). Fonte: https://www.icc-cpi.int/libya

O caso Slobodan Milosevi - O julgamento do ex-presidente da Iugoslávia acusado de cometer genocídio e crimes contra a humanidade na Bósnia e crimes contra a humanidade em Kosovo e na Croácia. A Iugoslávia foi invadidade, na Segunda Guerra Mundial, pela Alemanha. A dirigência política Croata formou um Estado independente aliado ao nazismo. Então, surgiu a figura de Josip Broz Tito, (líder comunista, de origem croata), quem reorganizou o país tornando a Iugoslávia uma federação de seis Estados: Sérvia, Croácia, Eslovência, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia e duas províncias autônomas: Kosovo e Voivodina (ambas vinculadas à Sérvia).

Durante o governo de Tito (até 1980), a Iugoslávia foi comandada por um comunismo independente e não alinhado ao modelo soviético. Sete anos após a morte de Tito, o líder do partido comunista, Slobodan Milosevic tentou impor o domínio sérvio sobre todos os outros povos da Iugoslávia. Uma das principais medidas de Milosevic consistiu em: retirar a autonomia do Kosovo concedida durante a era Tito. No governo de Milosevic (de origem sérvia) reapareceram as diferenças étnicas (principalmente entre os sérvios e os croatas, muçulmanos e kosovares).

Em 1989, o governo de Milosevic extinguiu a autonomia da província de Kosovo, promovendo uma limpeza étnica Daí, foram iniciadas as perseguições e violações dos direitos humanos do povo kosovar-albanês. Kosovo ainda tinha quase 90% de sua população de origem albanesa. Milosevic assinou, em 1995, o Tratado de Paz em Dayton, mas Kosovo não o integrou. Sendo assim, não recuperou a sua autonomia

A limpeza étnica da população albanesa-kosovar, em finais de 1999, comandada pelos presidente Slobodan Milosevic e pelo nacionalismo ortodoxo iugoslavo, provocou que a OTAN (é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança político-militar criada no dia 4 de abril de 1949, durante a Guerra Fria, que reunia países ocidentais e capitalistas, liderados pelos Estados Unidos.) decidisse intervir militarmente na região em março de 1999.

A intervenção contrariou os objetivos que defendiam a soberania e a integridade territorial da Iugoslávia como condição sine qua non para o processo da paz. Milosevic conseguiu, no acordo de Dayton de 1995, o reconhecimento internacional do novo Estado iugoslavo, não sendo condicionado à cláusula de respeito às minorias nem à devolução da autonomia do Kosovo.

O julgamento de Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia acusado de cometer genocídio e crimes contra a humanidade na Bósnia e crimes contra a humanidade em Kosovo e na Croácia. Primeiro ex-chefe de Estado a sentar-se no banco dos réus de um Tribunal Internacional, o julgamento de Milosevic foi apontado como um divisor de águas, em evento que moldaria os futuros esforços na punição dos maiores criminosos do mundo. Como Milosevic não era acusado de cometer homicídio com as próprias mãos, a acusação tinha de demonstrar sua responsabilidade de comandante ordenando as matanças ou, sabendo delas, nada fazendo para impedi-las

A defesa de Milosevic tentou retirar a responsabilidade dele, apresentando-o como funcionário público sem iniciativa própria!!!! Porém, a acusação conseguiu demonstrar que ele comandava o processos de limpeza étnica e planejava os crimes contra a humanidade Testemunhas e conversas telefônicas gravadas foram importantes para essa conclusão.

Milosevic foi encontrado morto em sua cela, no centro de detenção do tribunal penal!!! A morte do ditador antes da sua sentença frustrou grande parte das esperanças a respeito do julgamento. Slobodan Milosevic foi enterrado em na Sérvia em 2006.