X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

Documentos relacionados
CINÉTICA DE SECAGEM DE DISCOS CARTONADOS EM CAMADA FINA

ESTUDO EXPERIMENTAL DA SECAGEM DO CARPELO DA MACADÂMIA EM LEITO DE JORRO

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

ANÁLISE DA SECAGEM DE PARTÍCULAS DE ALUMINA EM SECADOR DE LEITO VIBROFLUIDIZADO RESUMO

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM EM LEITO FIXO E CAMADA FINA DE BAGAÇO DE LARANJA E SEMENTES DE MAMÃO PAPAIA COM MUCILAGEM

CINÉTICA DE SECAGEM DE MASSA ALIMENTÍCIA INTEGRAL. Rebeca de L. Dantas 1, Ana Paula T. Rocha 2, Gilmar Trindade 3, Gabriela dos Santos Silva 4

AVALIAÇÃO DE MODELOS NA SECAGEM DO RESIDUO DE MARACUJA EM SECADOR ROTATÓRIO COM LEITO FIXO ADAPTADO

Pâmella de Carvalho Melo¹, Arlindo Modesto Antunes¹, Paulo Henrique Ribeiro Dias Alves², Jéssica Antônia Andrade Alves³, Ivano Alessandro Devilla 4

CAMPUS DE BOTUCATU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA ENERGIA NA AGRICULTURA PLANO DE ENSINO IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

SECAGEM DE FERTILIZANTES EM SECADORES ROTATÓRIOS ROTOAERADOS UTILIZANDO DIFERENTES CONDIÇÕES DE CARREGAMENTO DE SÓLIDOS

ESTUDO CINÉTICO DE DESIDRATAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE MALTE RESÍDUO DA INDÚSTRIA

SECAGEM DE GRÃOS DE CEVADA EM CAMADA FINA: CINÉTICA DE SECAGEM RESUMO

USO DE PLANEJAMENTO COMPOSTO CENTRAL NA AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS TEMPERAURA E CONCENTRAÇÃO DE SOLVENTES NO ESTUDO DA SOLUBILIDADE DA UREIA

ESTUDO DO PROCESSO DE SECAGEM DE PEÇAS CERÂMICAS (CHAMOTA- ARGILA) UTILIZANDO UM SECADOR TIPO TÚNEL

CINÉTICA DE SECAGEM DA TORTA DE MAMONA

COMPARAÇÃO DE MODELOS FENOMENOLÓGICOS PARA A HIDRATAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA

Avaliação Cinética da Gaseificação com CO 2 do Bagaço de Maçã

ESTUDO DA SECAGEM DA CANA-ENERGIA MEDIANTE MODELOS CINÉTICOS E PARÂMETROS DA LEI DE ARRHENIUS

CINÉTICA DE SECAGEM DE RESÍDUOS DE Artocarpus heterophyllus Lam

DETERMINAÇÃO E MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DE ARROZ AROMÁTICO

VALIDAÇÃO DO MODELO PELO USO DE MEDIDAS DE NÃO LINEARIDADE

CINÉTICA DE SECAGEM DE ABACAXI CV PÉROLA EM FATIAS RESUMO

SECAGEM DE POLPA DE BARU (Dipteryx alata Vog.) Alunas do Curso de Química Industrial, UnUCET - UEG.

Modelos matemáticos na secagem intermitente de arroz

ISOTERMAS DE EQUILÍBRIO E CURVAS DE SECAGEM PARA ARROZ EM CASCA EM SILOS DE ARMAZENAGEM

ESTUDO DA CINÉTICA DA PIRÓLISE DA CASCA DE MACADÂMIA: DETERMINAÇÃO DA ENERGIA DE ATIVAÇÃO GLOBAL USANDO MODELOS ISOCONVERSIONAIS

AJUSTE DE DADOS EXPERIMENTAIS DA SOLUBILIDADE DA UREIA EM SOLUÇÕES DE ISOPROPANOL+ÁGUA COM O USO DE EQUAÇÕES EMPÍRICAS

DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SECAGEM EM CAMADA DELGADA DE PIMENTA DE CHEIRO (Capsicum chinense) A DIFERENTES TEMPERATURAS

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DAS CASCAS DE BANANAS DAS VARIEDADES NANICA E PRATA

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

DISPONIBILIDADE E ANÁLISE DA BIOMASSA RESIDUAL NA REGIÃO DE DOURADOS

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE MODELOS DIFUSIVOS NA SECAGEM DE PIMENTA-DO-REINO PRETA (Piper nigrum L.)

DESIDRATADAÇÃO DE CEBOLA UTILIZANDO UM SECADOR SOLAR CONVECTIVO DO TIPO BANDEJA RESUMO

AVA LIA ÇÃO D A CIN ÉTICA D E SECAGEM D O TIJO LO CERÂM ICO

TAXA DE DECOMPOSIÇÃO DE ESTERCOS EM FUNÇÃO DO TEMPO E DA PROFUNDIDADE DE INCORPORAÇÂO SOB IRRIGAÇÃO POR MICRO ASPERSÃO

Teresa Cristina Castilho Gorayeb 1 ; Juliana Arakaki Takemoto 2 ; Yara Paula de Oliveira Nishiyama 2 ; João Cláudio Thoméo 3

ANÁLISE DA SECAGEM DE AMÊNDOAS DE CACAU POR

ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DO BAGAÇO DO MARACUJÁ AMARELO

SECAGEM DE RESÍDUO DE MARACUJÁ EM SECADOR ROTATÓRIO - UMA AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DINÂMICO.

AVALIAÇÃO TÉRMICA DO PROCESSO DE SECAGEM DE MISTURAS DE GRAVIOLA E LEITE EM SECADOR DE LEITO DE JORRO

DESIDRATAÇÃO DE SEMENTES DE SOJA EM LEITO FIXO: MODELAGEM E SIMULAÇÃO; ANÁLISE DE EFEITO DAS VARIÁVEIS E HETEROGENEIDADE DO PROCESSO

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA FLUIDODINÂMICA DO LEITO DE JORRO CÔNICO COM MISTURAS DE AREIA E CASCA DE MACADÂMIA. *

ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DO GENGIBRE (Zingiber officinale Roscoe)

UTILIZAÇÃO DE MODELOS PARA CORRELACIONAR DADOS EXPERIMENTAIS DE SOLUBILIDADE DO FERTILIZANTE NITROGENADO UREIA EM MISTURAS HIDRO-ALCOÓLICAS

MODELAGEM MATEMÁTICA PARA DESCRIÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM DA MISTURA DE BAGAÇO DE MALTE E LEVEDURA (Saccharomyces cerevisiae)

CINÉTICA DE EXTRAÇÃO DE LIPÍDIOS DE MICROALGA SPIRULINA

AVALIAÇÃO DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA SOB DIFERENTES VAZÕES E COMPRIMENTO DE MICROTUBOS

SECAGEM DA ABÓBORA (CUCRBITA MOSCHATA, L.) EM SECADOR DE LEITO FIXO

TRANSFERÊNCIA SIMULTÂNEA DE CALOR E MASSA ENTRE O AR E SEMENTES DE SOJA EM LEITO FIXO RESUMO

CINÉTICA DE SECAGEM DA CASCA DE MANGA TOMMY ATKINS

CINÉTICA DE SECAGEM E MODELAGEM MATEMÁTICA DO FRUTO DE BURITI (Mauritia flexuosa)

CINÉTICA DE SECAGEM DA BANANA VERDE PACOVAN (Musa x paradisiacal) KINETIC DRYING BANANA PACOVAN

ANÁLISE DA CINÉTICA DE SECAGEM E DO ENCOLHIMENTO DAS CASCAS DE CACAU

Definição de Secagem. Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes. Importância da Secagem. Aula 05

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA CINÉTICA DE SECAGEM DO MORANGO.

MODELO DE SIMULAÇÃO DE SECAGEM DE PRODUTOS AGRÍCOLAS USANDO ENTALPIA DO AR CONSTANTE

DETERMINAÇÃO DO ÂNGULO DE REPOUSO DE FERTILIZANTES

CINÉTICA DE SECAGEM DO FARELO DE MAMONA

Modelagem Matemática da Secagem de Café Natural Beneficiado com Alto Teor de Água

Curvas generalizadas na análise da cinética de secagem de papel artesanal com ar ambiente em convecção forçada

Modelagem e simulação da secagem de grãos de café

PROJETO DE SEDIMENTADOR CONTÍNUO A PARTIR DE ENSAIOS DE PROVETA COM SUSPENSÃO DE CARBONATO DE CÁLCIO UTILIZANDO O MÉTODO DE TALMADGE E FITCH

INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS NO PROCESSO DE SECAGEM DO RESÍDUO DE ACEROLA EM CAMADA ESPESSA

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE SECAGEM EM CAMADA DELGADA DE SEMENTES DE MILHO DOCE (Zea mays L.)

CINÉTICA DE SECAGEM DAS FOLHAS DE MORINGA OLEÍFERA LAM RESUMO

SECAGEM CONVECTIVA DE GRÃOS DE SORGO EM CAMADA FINA POR SECADOR DE LEITO FIXO

DETERMINAÇÃO DA CURVA DE EQUILÍBRIO HIGROSCÓPICO DO URUCUM

MODELAGEM MATEMÁTICA DAS CURVAS DE SECAGEM DA PIMENTA DE CHEIRO

CINÉTICA DE SECAGEM DE MATERIAIS GRANULARES POROSOS

CINÉTICA DA CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS GRÃOS DE DUAS CULTIVARES DE MILHO-PIPOCA DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM

ANÁLISE DA SECAGEM CONVECTIVA DE TECIDOS DE ALGODÃO E POLIÉSTER RESUMO

TÍTULO: COMPARAÇÃO DE MODELOS MATEMÁTICOS PARA DESCRIÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM DE CASCAS DE CENOURA (DAUCUS CAROTA L.) E BETERRABA (BETA VULGARIS).

SECAGEM DE CEVADA (Hordeum vulgare): ANÁLISE DA DIFUSIVIDADE EFETIVA

Utilização do sabugo de milho como fonte energética no processo de secagem

DESEMPENHO DO MÉTODO DAS PESAGENS EM GARRAFA PET PARA A DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO

Desenvolvimento de uma planilha eletrônica para avaliação energética de secadores de grãos

ESTUDO EXPERIMENTAL DAS CONDIÇÕES DE ESCOAMENTO DE GRÃOS 1

Manejo térmico e dinâmica operacional na secagem intermitente de arroz

ESTUDO DA ESTABILIDADE DA ESPUMA DA POLPA DO UMBU (SPONDIAS TUBEROSA L.) PARA SECAGEM PELO MÉTODO FOAM-MAT

Estimação de Parâmetros em Modelos de Energia Livre de Gibbs em Excesso

SECAGEM DE PIMENTA-DO-REINO PRETA (Piper nigrum L.) EM SECADOR DE LEITO FIXO RESUMO

AUTORA: Letícia Xavier Corbini. ORIENTADOR: Nilson Romeu Marcílio

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

Difusividade Efetiva da secagem da pimenta Cumarí do Pará (Capsicum chinense Jacqui)

CINÉTICA DE SECAGEM E QUALIDADE DE GRÃOS DE MILHO-PIPOCA KINETICS OF DRYING AND THE QUALITY OF POPCORN

TÍTULO: SECAGEM DE RESÍDUO DE GESSO PARA APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE A CINÉTICA DE SECAGEM DE MAÇÃ FUJI INFLUENCE OF TEMPERATURE ON FUJI APPLE DRYING KINETICS

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

SECAGEM DE QUIABO (Abelmoschus esculentus L. Moench) EM ESTUFA

MODELAGEM MATEMÁTICA DA CINÉTICA DE SECAGEM DA CASCA DE JACA (Artocarpus heterophyllus).

CRAQUEAMENTO TÉRMICO DE ÓLEO DE FRITURA: UMA PROPOSTA DE MECANISMO CINÉTICO COM BASE EM AGRUPAMENTOS DE COMPOSTOS

Denardin, E.L.G. (1), Janissek, P.R (2)., Samios, D. (1)

Bolsista PIBIC/CNPq, aluno do curso de graduação de Engenharia Elétrica da UNIJUÍ. 3. Aluno do curso de doutorado em Modelagem Matemática da UNIJUÍ.

DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE LEGUMES UTILIZANDO O MÉTODO GRÁFICO DE HEISLER

MODELAGEM MATEMÁTICA PARA DESCRIÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM DO FEIJÃO ADZUKI (Vigna angularis)

Transcrição:

Blucher Chemical Engineering Proceedings Dezembro de 2014, Volume 1, Número 1 X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica Influência da pesquisa em Engenharia Química no desenvolvimento tecnológico e industrial brasileiro Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Universidade Severino Sombra Vassouras RJ Brasil ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS CINÉTICOS DA SECAGEM DA CASCA DA MACADÂMIA EM CAMADA FINA ALMEIDA* 1, P. S.; XAVIER 2, T. P.; BACELOS 2, M. S.; BARROZO 3, M. A. S.; LIRA 2, T. S. 1 2 3 Aluna DETEC/UFES Docente DETEC/UFES Docente FEQ/UFU Departamento de Engenharias e Tecnologia Universidade Federal do Espírito Santo Endereço Rodovia BR 101 Norte, Km 60, Bairro Litorâneo, São Mateus, ES - CEP 29932-540, email: taisa.lira@ufes.br RESUMO - A macadâmia é uma amêndoa com alto valor agregado no mercado mundial. No Espírito Santo o cultivo da noz está em pleno desenvolvimento, sendo o estado o segundo maior produtor brasileiro. Um dos resíduos do beneficiamento da noz é a casca, sendo que para cada tonelada de noz produzida, gera-se cerca de 70 a 77% de resíduos de casca ou carpelo. Esta casca, se processada adequadamente, pode se tornar uma boa alternativa para geração de energia renovável, uma vez que pode gerar produtos com alto poder calorífico a partir da pirólise. Neste trabalho foi investigada a cinética de secagem da casca da macadâmia em camada fina, utilizando um secador convectivo, tipo túnel. As amostras foram expostas a temperaturas de 30, 50 e 70 C, sendo que para cada temperatura realizou-se três experimentos utilizando velocidades de ar fixas em, 1,5 e 2,0m/s. Para determinar uma equação para representar a cinética de secagem, foram analisadas as equações de taxa de secagem semi-empíricas mais utilizadas na literatura, quais sejam: Lewis, Brooker, Henderson e Henderson, Page e Overhults. Estimaram-se então os parâmetros de cada equação e estas foram discriminadas usando medidas de curvatura de Bates e Watts e o vício de Box. Palavras chave: medidas de não linearidade, taxa de secagem, resíduo da noz. INTRODUÇÃO A nogueira macadâmia é uma planta originária da Austrália, trazida para o Brasil na década de 30. Segundo PIMENTEL (2007), seu fruto é um folículo, composto por três partes principais: carpelo (exocarpo e mesocarpo), casca (endocarpo) e amêndoa (embrião). No Brasil, a produção em 2003 esteve em cerca de 3.000 toneladas de nozes em casca, e de 600 toneladas em amêndoas, alcançando assim, a sexta posição no mercado (SOBIERAJSKI et al., 2006). O estado do Espírito Santo é o segundo maior produtor no Brasil. Sendo o município de São Mateus o maior produtor do estado, com aproximadamente 500 hectares de área plantada e produção de 800 toneladas por ano (GLOBO RURAL, 2011). A casca de macadâmia é um dos resíduos originados a partir do processo de beneficiamento da amêndoa e está disponível em grande quantidade no Norte do estado do *Bolsista FAPES

Espírito Santo. A cada tonelada de noz produzida, são geradas cerca de 70 a 77% de resíduos de casca ou carpelo. Segundo ARRUDA (2008), nos experimentos de secagem em camada fina, o ar em condições constantes de umidade, temperatura e vazão mássica atravessa uma fina camada do material úmido, e então, o comportamento do material é observado por um determinado período de tempo. A forma mais utilizada na literatura para representar a taxa de secagem é através de equações semi-empíricas. Estas equações são geralmente provenientes de modificações do modelo difusivo ou ainda de analogia com outros fenômenos. Neste trabalho, objetivou-se estudar a cinética de secagem da casca da macadâmia e determinar, através da discriminação dos parâmetros estimados, a melhor equação semiempírica que a representa. METODOLOGIA A casca utilizada nesse trabalho foi fornecida pela Cooperativa Agroindustrial dos Produtores de Noz Macadâmia (COOPMAC), situada no município de São Mateus, no norte do Espírito Santo. Para a realização da secagem do material utilizou-se um secador convectivo, tipo túnel, e para a determinação da massa seca de cada amostra empregou-se uma estufa de convecção natural com controle PID de temperatura do ar de secagem. No procedimento experimental realizado, a casca foi umidificada por 3 horas à temperatura de 100 C. Em seguida, o material foi inserido em formas de 10 cm de diâmetro confeccionadas com folhas de alumínio. As amostras variaram de 2 a 3 gramas. Depois, estas foram introduzidas no secador convectivo e a cada 10 min foram retiradas e, posteriormente, realizou-se a pesagem da massa em uma balança analítica com precisão de 5x10-4 g. Após o término da secagem, as amostras foram levadas a uma estufa que se encontrava na temperatura de 105 ± 3 C para obtenção da massa seca da amostra. Este procedimento foi realizado com o ar a temperaturas de 30 C, 50 C e 70 C, sendo que para cada temperatura realizava-se três experimentos em duplicata com as velocidades fixas em 1m/s, 1,5m/s e 2m/s. Para ajustar os dados experimentais a equações de cinética de secagem realizou-se regressões não lineares, sendo os parâmetros estimados pela minimização dos quadrados dos resíduos. As equações semi-empíricas de cinética de secagem utilizadas no trabalho são apresentadas na Tabela 1. Tabela 1 - Equações semi-empíricas de cinética de secagem. Equação Referência MR = exp(-k.t) Lewis (1921) MR = C.exp(-K.t) Brooker et al. (1974) MR = C[exp(-K.t) + Henderson e 1/9.exp(-9.K.t)] Henderson (1968) MR = exp(-k.t n ) Page (1949) MR = exp[-(k.t) n ] sendo K= exp(a + B/T f ) Overhults et al. (1973) Sendo MR definido com (M - M eq )/(M 0 - M eq ). Para encontrar a equação que melhor representa o comportamento dos dados experimentais de cinética de secagem utilizouse de um procedimento estatístico de discriminação de modelos rivais, que tem como base medidas de não linearidade, ou seja, medidas de curvatura de Bates e Watts (1980) e de vício de Box (1971). RESULTADOS E DISCUSSÕES As curvas de secagem obtidas nas diferentes condições experimentais estabelecidas estão apresentadas na Figura 1.

Figura 1 - Curvas de secagem. Temperatura fixa em 30 C Velocidade de m/s Temperatura fixa de 50 C Velocidade de m/s Temperatura fixa de 70 C Velocidade de m/s Velocidade fixa em m/s Velocidade fixa em 1,5m/s Velocidade fixa em 2,0m/s Através dos gráficos apresentados acima, nota-se uma maior influencia da temperatura sobre a secagem do material do que a influencia da velocidade. Percebe-se também que a secagem é controlada pela difusão, logo, o teor de umidade da superfície do sólido é bem próximo ao valor de equilíbrio. Como a difusividade aumenta com o aumento da temperatura, a secagem ocorre mais rapidamente à temperaturas mais elevadas. Os parâmetros estimados, ajuste do modelo (R 2 ), medidas de curvatura de Bates e Watts

(IN e PE) e vício de Box encontram-se na Tabela 2. Tabela 2 - Parâmetros estimados e medidas de curvatura. Referencia R 2 Parâmetro Valor Estimado % de Vício de Box Lewis* 0,961393 IN 283 A 0,754 7,1142 PE 1619 B 2302,224 118 A 0,666 6,3493 IN 487 Brooker** 0,968092 Henderson e Henderson** Page** 0,977906 0,988685 Overhults** 0,988685 PE 12,7952 IN 407 PE 10,9592 IN 339 PE 6,2661 IN 338 B 2293,844 105 C 0,918 093 A 78 4,6612 B 2274,960 082 C 0,850 06 A 0,777 1,5141 B 1590,217 268 C 0,709 211 A -0,36-0,1979 B -2242,63 084 PE 568 C 0,71 21 * ** Pela Tabela 2, percebe-se que nas cinco equações a curvatura intrínseca (IN) não possui valor significativo, já que esta apresenta valores menores do que 1/2 F, sendo que na curvatura paramétrica, que é uma curvatura devido a efeitos de parâmetro, apenas a equação de Overhults possui valor menor do que 1/2 F. Nas quatro primeiras equações, como o valor da curvatura (PE) é superior a 1/2 F, pelo menos um dos parâmetros apresenta comportamento não linear. Como pode ser verificado na Tabela 2, o parâmetro A apresenta os maiores valores de % de vício para as quatro primeiras equações, e, portanto, este parâmetro é o responsável pelo comportamento não linear destas equações. As equações de Page e Overhults apresentaram os maiores valores para o R 2, porém, a equação de Page possui um comportamento não linear, ou seja, (PE) > 1/2 F. Este comportamento deve-se a forma como a temperatura esta associada ao parâmetro difusividade efetiva, que nas quatro primeiras equações é através de uma função do tipo Arrhenius.

CONCLUSÕES Através do estudo realizado, pode-se concluir que a equação de Overhults é a equação que melhor representa a cinética de secagem da casca da macadâmia, pois esta equação apresentou os maiores valores de R 2 e possui valores da curvatura intrínseca e paramétrica não significativos, o que indica um comportamento próximo a linearidade. Constatou-se ainda que a secagem da casca de macadâmia sofre mais influência da temperatura do ar de secagem do que da velocidade. NOMENCLATURA T f : temperatura do ar [ C] A, B, C e n: adimensionais MR: adimensional de umidade M: umidade em base seca em um dado instante M 0 : umidade em base seca inicial M eq : umidade em base seca de equilíbrio REFERÊNCIAS HENDERSON, J.M., HERDERSON, S.M. A computational procedure for deep-bed drying analysis. Journal of Agricultural Engineering Research, vol. 13, p. 87-95, 1968. LEWIS, W.K. The rate of drying of solids materials. Ind. Eng. Chem. vol 13, p. 427, 1921. OVERHULTS, D.G., WHITE, G.M., HAMILTON, H.E., ROSS, I.J. Drying soybeans with heated air. Transactions of the ASAE, p. 112-113, 1973. PAGE G.E. Factors influencing the maximum rates of air drying shelled corn in thinlayer, Purdue University, Indiana-USA, 1949. Dissertação de Mestrado. PIMENTEL, L. D. A cultura da macadâmia. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 29, p. 414-716, 2007. SOBIERAJSKI, G. R., FRANCISCO, V. L. F. S., ROCHA, P., GHILARDI, A. A., MAIA, M. L. Revista Informações Econômicas, SP, v.36, n 5, maio 2006. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a CAPES, ao CNPq e à FAPES pelo apoio financeiro. ARRUDA, E.B. Comparação do desempenho do secador roto-fluidizado com o secador rotatório convencional: secagem de fertilizantes. Universidade Federal de Uberlândia, 2008. Tese de Doutorado. BATES, D.M., WATTS, D.G. Relative curvature measures of nonlinearity. Journal of the Royal Statistical Society Series B, vol. 42, p. 1-25, 1980. BOX, M.J. Bias in nonlinear estimation. Journal of the Royal Statistical Society Series B, vol. 33, p. 171-201, 1971. BROOKER, D.B., BAKKER-ARKEMA, F.W., HALL, C.W. Drying cereal grains. The Avi Publish Company, Inc., Westport, 1974. GLOBO RURAL, Cultivo da noz macadâmia cresce no Espírito Santo. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/agronegoc ios/noticia/2011/04/cultivo-da-nozmacadamia-cresce-no-espiritosanto.html> Acessado em 09 de agosto de 2013.