EFEITO DA REDUÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO CLORETO DE SÓDIO POR CLORETO DE POTÁSSIO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E SENSORIAIS DE PRESUNTO DE FRANGO

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Transcrição:

EFEITO DA REDUÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO CLORETO DE SÓDIO POR CLORETO DE POTÁSSIO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E SENSORIAIS DE PRESUNTO DE FRANGO A.P.L. Araújo 1, M.C.Demartini 1, R.M.Pinto 1, A.K.F.I.Câmara 2, V.R.O.Silva 1, A.A.B.Junior 1 1-Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Rio Pomba- CEP:36180-000- Rio Pomba- MG-Brasil, Telefone: (32) 35715700- Fax: (32) 35715710- e-mail: (adriana.procopio@yahoo.com.br; marcelinhademartini@gmail.com; rosemendespinto@gmail.com; vanessa.riani@ifsudestemg.edu.br; augusto.junior@ifsudestemg.edu.br). 2- Departamento de Engenharia de Alimentos- Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Sete Lagoas- CEP: 35701-970- Sete Lagoas- MG Brasil, Telefone: (31) 36972003- e-mail: (ana.karoline@ufsj.edu.br). RESUMO O presunto é um produto cárneo apreciado pelos consumidores e com elevada frequência de consumo. Este produto elaborado com peito de frango, aliado a redução de sódio pode se constituir em uma alternativa para dietas mais saudáveis. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da substituição e redução de níveis de cloreto de sódio (NaCl) por outros sais nas características físico-químicas e sensoriais de presunto de frango. Foram elaboradas quatro formulações: F1, controle com 2% de NaCl; F2, 1% de NaCl; F3, 1% de NaCl e 1% de KCl (cloreto de potássio); F4, 0,8% de NaCl, 0,6% de KCl e 0,6% de glutamato monossódico. Nas análises físico-químicas, a formulação F2 obteve maior variação entre as amostras quanto à composição centesimal. Houve boa aceitação sensorial entre os tratamentos, sem diferenças significativas (p<0,05) da amostra controle, demonstrando que os sais substitutos selecionados neste estudo podem ser potenciais substitutos do NaCl. PALAVRAS-CHAVE: redução de sódio, presunto, propriedades sensoriais ABSTRACT The ham is a meat product appreciated by consumers and a high frequency of consumption. This product made with chicken breast, combined sodium reduction may constitute an alternative to healthier diets. The objective of this study was to evaluate the effects of substitution and reduction of sodium chloride levels (NaCl) by other salts on the physicochemical and sensory characteristics of chicken ham. Four formulations were prepared: F1, control with 2% NaCl; F2, 1% NaCl; F3 1% NaCl and 1% KCl (potassium chloride); F4, 0.8% NaCl, 0.6% KCl and 0.6% monosodium glutamate. In the physicochemical analysis, the F2 formulation had a higher variation between samples as to their composition. There was good acceptability among treatments, with no significant differences (p<0.05) of control sample, showing that the salt substitutes selected in this study may be potential substitutes NaCl. KEYWORDS: sal reduction, ham, sensory properties 1. INTRODUÇÃO A Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sódio seja menor que 2g (2000 mg de sódio) ou 5g de sal por dia (WHO, 2003). Segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo (2013) cada brasileiro consome, em média, 4,46 gramas de sódio por dia o equivalente a 11,38 gramas de sal, sendo a maior parte deste sódio proveniente de alimentos industrializados. De modo geral, produtos

industrializados constituem-se nas maiores fontes de sódio com destaque para algumas categorias, tais como produtos cárneos. A redução de sódio nos produtos cárneos está relacionada com a prevenção de problemas de saúde, tais como hipertensão e doenças cardiovasculares, causada pela ingestão de sódio em excesso na dieta. Por estas razões, nas últimas duas décadas, órgãos de saúde pública e autoridades regulatórias têm recomendado a redução da ingestão de cloreto de sódio na dieta (Desmond, 2006). Muitas pesquisas tem estudado substitutos de cloreto de sódio (NaCl) em produtos cárneos. O principal sal utilizado com esta finalidade é o cloreto de potássio (KCl) devido a características tecnológicas similares ao NaCl. No entanto, seu uso é limitado pelo desenvolvimento de sabor amargo e metálico em níveis de substituição superior a 40% (Gelabert et al., 2003; Santos et al., 2014). Para a indústria de produtos cárneos, a reformulação de seus produtos com foco na redução de sódio, não significa apenas a substituição desses ingredientes, sendo um trabalho bastante complexo, pois outras características de qualidade como sabor, textura e conservação são afetadas com essa redução. O presunto é um produto cárneo bastante apreciado pelo consumidor brasileiro e de consumo frequente em sua rotina. O presunto de frango é considerado um produto com níveis menores de gordura, devido ao uso do frango como matéria-prima, quando comparada às outras, por isso, o presunto feito a partir desta, aliado a redução de sódio, apresenta uma alternativa para dieta saudável. Diante de tais considerações, o presente trabalho teve como proposta estudar a reformulação do presunto de frango com redução do teor de cloreto de sódio avaliando as implicações físico-químicas e sensoriais. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Tratamentos Quatro formulações de presunto de frango foram preparadas: F2 com redução parcial de cloreto de sódio (redução de 50% de NaCl), F3 com substituição de 50% de NaCl por KCl e F4 com substituição de 60% de NaCl por KCl e Glutamato monossódico (30% de cada um). Uma formulação controle (F1) contendo 2% de NaCl foi utilizada como padrão para o presunto de frango tradicional. Os níveis de NaCl, KCl, Glutamato monossódico, matérias-primas e o restante dos ingredientes são descritos na Tabela 1. Os seguintes ingredientes também foram adicionados em percentual (%) em cada um dos tratamentos: proteína isolada de soja, 2%; tripolifosfato de sódio, 0,25%; condimento califórnia, 0,7%; sal de cura, 0,3%; açúcar, 0,25% e mistura antioxidante, 0,25%. Tabela 1- Formulações (%) do presunto de frango com diferentes níveis de NaCl, KCl e Glutamato monossódico utilizados Ingredientes (%) F1 (Controle) F2 F3 F4 Carne de peito de frango moída 35,65 36,65 35,65 35,65 Carne de peito de frango em cubos 40,75 40,75 40,75 40,75 Água gelada 17,85 17,85 17,85 17,85 Cloreto de sódio (NaCl) 2 1 1 0,8 Cloreto de potássio (KCl) 0 0 1 0,6 Glutamato monossódico 0 0 0 0,6

2.2 Processamento do presunto de frango O processamento dos presuntos de frango ocorreu na planta de processamento de produtos cárneos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais- Campus Rio Pomba. Inicialmente, as carnes tiveram a gordura e as aponeuroses aparentes retiradas e em seguida, parte das carnes foi cortada manualmente em cubos e outra parte foi moída. As carnes, juntamente com o restante dos ingredientes não cárneos previamente pesados foram homogeneizados em equipamento misturador. As massas de presunto devidamente identificadas foram levadas para câmara de refrigeração durante 24 horas para que ocorressem as reações de cura. Em seguida, as massas foram embutidas em tripas plásticas termoencolhíveis com 1 kg de produto e colocadas nas fôrmas de presunto. Os presuntos foram cozidos em banhomaria de acordo com os seguintes tempos e temperaturas: 1h a 60 ºC; 1h a 70 ºC e 40 minutos a 80 ºC ou até que a temperatura do centro geométrico atingisse 72 ºC. Após o cozimento, os produtos foram imediatamente resfriados em banho de gelo, embalados a vácuo e estocados sob refrigeração (4 ºC) até o momento das análises físico-químicas e análise sensorial. 2.3 Análises físico-químicas A determinação da umidade, lipídios, proteínas e cinzas foi realizada de acordo com a metodologia descrita pela Association of Official Analytical Chemistis (AOAC, 2005). Todas as determinações foram realizadas em triplicata 24h após o processamento. 2.4 Análise sensorial A análise sensorial foi realizada por um painel não treinado, composto por 60 provadores. Foi realizado um teste hedônico, para avaliar o grau de aceitação dos produtos elaborados, em relação aos atributos de cor, aroma, sabor, textura e impressão global. Foi utilizada uma escala hedônica estruturada de nove pontos, com extremos que variaram de desgostei extremamente a gostei extremamente. Os testes foram conduzidos em cabines individuais e as amostras foram apresentadas de forma monádica em sessão única e com códigos de três números aleatórios. 2.5 Análise estatística Os resultados da análise sensorial foram analisados pela análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey, considerando o nível de significância de 5% (p < 0,05), utilizando o programa estatístico SISVAR. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Composição centesimal Na Tabela 2 está representada a composição centesimal dos presuntos de frango com diferentes níveis de substituição de cloreto de sódio por cloreto de potássio e glutamato monossódico.

Tratamento Umidade (%) Tabela 2- Composição centesimal dos presuntos de frango F1(Controle): 2% de NaCl; F2: 1% de NaCl; F3: 1% de NaCl e 1% de KCl; F4: 0,8% de NaCl, 0,6% de KCl e 0,6% de glutamato monossódico. ± Desvio Padrão Na Instrução Normativa nº 20, de 31 de Julho de 2000, é estabelecida a relação de Umidade/Proteína (Máx.) de 5,35, com isso o presunto de frango elaborado neste estudo atende a esta legislação em relação a este parâmetro, com valores que variam de 2,96 a 3,49. Na análise de cinzas observou-se que a amostra F2 apresentou um teor de cinzas menor que as outras amostras. Este resultado pode ter ocorrido devido à adição reduzida de NaCl e sem adição de KCl. Os teores de lipídios encontrados variaram de 1,37% a 1,58%. A RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012, estabelece que para que um produto alimentício seja considerado com baixo teor em gorduras totais deve apresentar no máximo 3 % de gordura, portanto, os presuntos elaborados neste estudo encontram-se nos limites estabelecidos para serem utilizadas tais informações nutricionais complementares (Brasil, 2012). 3.2 Análise Sensorial Relação Umidade/Proteína Lipídios (%) Proteína (%) Cinzas (%) F1(Controle) 73,30 ± 0,00 3,49 1,58 ± 0,19 21,00 ± 0,91 3,48 ± 0,56 F2 71,80 ± 0,00 2,96 1,37 ± 0,13 24,20 ± 0,09 2,84 ± 0,09 F3 72,79 ± 0,00 3,25 1,49 ± 0,05 22,35 ± 0,96 3,63 ± 0,07 F4 73,16 ± 0,01 3,49 1,56 ± 0,01 20,96 ± 0,38 3,65 ± 0,07 Os resultados obtidos na análise sensorial (teste hedônico) para os atributos sabor, aroma, textura, aparência e impressão global são apresentados na Tabela 3. Tabela 3- Média das notas obtidas na análise sensorial de presunto de frango Sabor Aroma Textura Aparência Impressão global F1(Controle) 7,68 a 7,27 a 7,55 a,b 7,47 a 7,62 a F2 7,62 a 7,40 a 8,00 a 7,40 a 7,53 a,b F3 7,12 a 7,17 a 7,02 b 6,92 a 6,92 b F4 7,62 a 7,57 a 7,30 b 7,32 a 7,57 a,b a,b Médias da mesma coluna com letras minúsculas iguais não há diferenças estatisticamente significativas (p<0,05 Teste de Tukey). F1(Controle): 2% de NaCl; F2: 1% de NaCl; F3: 1% de NaCl e 1% de KCl; F4: 0,8% de NaCl, 0,6% de KCl e 0,6% de glutamato monossódico. De acordo com os dados demonstrados na Tabela 3, pode-se afirmar que não houve diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos e a amostra controle em relação aos atributos sabor, aroma e aparência. Tais resultados demonstram que os sais substitutos selecionados neste trabalho podem ser potenciais substitutos do cloreto de sódio. Quanto à impressão global, os tratamentos F2 e F4 não apresentaram diferenças significativas (p<0,05) quando comparadas ao tratamento controle. Já o tratamento F3 diferiu significativamente (p>0,05) do tratamento controle, e obteve o menor escore para este atributo.

Em um trabalho semelhante, porém com produto emulsionado tipo mortadela (Horita, 2010), o tratamento com 1% de NaCl e 1% KCl, apresentaram menores valores para o atributo sabor (p>0,05) em relação à amostra controle. 4. CONCLUSÕES A substituição parcial do NaCl em presuntos cozidos pelo KCl, pode, portanto, ser realizada, visto que esta não causou alterações nos parâmetros físico-químicos e sensoriais, proporcionando benefícios na elaboração de produtos mais saudáveis para atender às atuais necessidades e aos desejos dos consumidores. 5. AGRADECIMENTOS Agradecimentos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais FAPEMIG. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOAC. Official methods of analysis of AOAC International (18th ed.). Maryland, USA: Association of Official Analytical Chemistry, 2005. BRASIL. Ministério da Agricultura. Instrução Normativa nº 20 de 31 de julho de 2000. Aprova os regulamentos técnicos de identidade e qualidade de Almôndegas, de Apresuntado, de Fiambre, de Hambúrguer, de Quibe, de Presunto cozido e de Presunto. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 10 nov. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n 54, de 12 de novembro de 2012. Dispõe sobre regulamento técnico sobre informação nutricional complementar. Diário oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Jan. 2012. Disponível em:< portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 24 nov. 2014. DESMOND, E. Reducing Salt: a challenge for the meat industry. Meat Sci., vol. 74, p. 188-196, 2006. FOLHA DE SÃO PAULO. Um quarto do sódio ingerido no Brasil vem de comida processada, 2013. Disponível em: URL <http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/07/1314065-um-quarto-do sodioingerido- no-brasil-vem-de-comida-processada.shtml > Acesso em: 10 set. 2014. GELABERT, J.; GOU, P.; GUERRERO, L.; ARNAU, J. - Effect of sodium chloride replacement on some characteristics of fermented sausages. Meat Sci., v. 65, 833-839, 2003. HORITA, C. N. Redução de cloreto de sódio em produto emulsionado tipo mortadela: influência sobre a qualidade global. 2010. 107f. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010. SANTOS, B.A.; CAMPAGNOL, P.C.B.; MORGANO, M.A.; POLLONIO, M.A.R. Monosodium glutamate, disodium inosinate, disodium guanylate, lysine and taurine improve the sensory quality of fermented cooked sausages with 50% and 75% replacement of NaCl with KCl. Meat Sci., v. 96, p.509-513, 2014. WHO. Diet, nutrition and the prevention of chronic disease. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. WHO Technical Report Series. Geneva: World Health Organization, 2003.