Falar de Abril nunca é uma tema fácil. Não é fácil por ser tão rica a sua história, e tão diversa também.

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Transcrição:

Prezados Alpiarcenses Permitam-me que vos cumprimente em primeiro lugar como primeiros representantes da herança de Abril Caros deputados da Assembleia Municipal, orgão máximo da representação do povo Exmos vereadores Exmo presidente da Camara Municipal de Alpiarça Exmo Presidente desta extraordinária Assembleia Municipal Falar de Abril nunca é uma tema fácil. Não é fácil por ser tão rica a sua história, e tão diversa também. Se me perguntarem quando começou exatamente o 25 de Abril, eu não saberei responder. A situação politica (económica, social e até militar agravava-se nos últimos anos formando o contexto ideal para uma revolução. Mas quando começou exatamente, não saberei responder O que sei é que o 25 de Abril não foi um ponto no tempo em que tudo aconteceu, tal qual a teoria do big bang sobre a criação do universo. O 25 de Abril nasceu de um sentimento, de uma crença, de uma esperança, de uma vontade de mudar que foi crescendo ao longo do tempo. TEMOS DE MUDAR! Este era o grito que se ouvia nas casernas TEMOS DE MUDAR!

Esta era a vontade que foi crescendo no seio de um povo oprimido, recalcado, amordaçado pela ação politica de um regime pesado nas vidas dos portugueses há demasiado tempo. E de tanto gritar em silêncio, a sua voz fez-se ouvir "No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h 55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa. Este é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado às 0h20 m, quando a canção Grândola, Vila Morena de Zeca Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirma o golpe e marca o início das operações. Nota do Wikipédia: Ao contrário de E Depois do Adeus, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da Canção, Grândola Vila Morena fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia alusão ao comunismo. O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma ação concertada. A Norte, uma força militar liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças militares de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. No porto Forças militares tomam a RTP e o RCP. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, o que não é obedecido, dado que estas já tinham aderido ao golpe. À Escola Prática de Cavalaria, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria são comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia.

O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do Movimento das Forças Armadas, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil. No rescaldo dos confrontos morrem quatro pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) disparam sobre um grupo que se manifesta à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa. No dia 26 de abril, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, que dará início a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, em síntese, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver. Entre as medidas imediatas da revolução conta-se a extinção da polícia política (PIDE) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos são legalizados. São libertados os presos políticos da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltam ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1.º de Maio é celebrado em plena liberdade nas ruas, pela primeira vez em muitos anos. Portugal passará então por um período conturbado de cerca de dois anos, comummente designado por PREC (Processo Revolucionário Em Curso), em que se confrontam facções de esquerda e direita, por vezes com alguma violência, sobretudo em ações organizadas no Norte do País. São nacionalizadas grandes empresas, "saneados" quadros importantes e levadas ao exílio personalidades identificadas com o Estado Novo. Gente que não partilha da visão política que a revolução prescreve.

Fonte: Wikipédia COMETERAM-SE MUITOS EXCESSOS. EM ALPIARÇA TAMBÉM E O MEDO PARECIA QUE TINHA VOLTADO ÀS RUAS! MILICIAS ARMADAS PREPARARAM OCUPAÇÕES, BARRAVAM PESSOAS NA ESTRADA CONTRARIANDO O PROPÓSIO DA LUTA PELA DA LIBERDADE Apesar de tudo A REVOLUÇÃO consumou várias conquistas. Acabada a guerra colonial e durante o PREC, as colónias africanas e de Timor-Leste tornam-se independentes O 1º Governo Constitucional de Portugal, chefiado por Mário Soares é formado a 23 de setembro de 1976. Ramalho Eanes, militar em Angola no 25 de Abril, um extemporâneo general que na televisão se esconde por trás de uns óculos de sol, ganha as presidenciais de 27 de junho de 1976. Segue-se o fim do PREC (Processo Revolucionário Em Curso) e um período de estabilização política. Eanes impõe-se como chefe militar e Mário Soares, desvinculado dos fundamentos marxistas do ideário socialista, proclama as virtudes do PLURALISMO, a INE-VITA-BILIDADE do LIBERALISMO, e lidera, dominando o partido e o país. Com o seu talento, ergue a voz e faz-se ouvir: A DEMOCRACIA em Portugal está garantida e o país livre da "ameaça comunista". Com a sua habitual persistência, mantendo durante anos o mesmo discurso sempre que fala, acaba por ganhar terreno e isolar a esquerda. - Fonte: Wikipédia

E hoje como está Abril? PORTUGAL hoje precisa de precisa de todos, da direita e da esquerda, de crentes e não crentes. Um Portugal adulto não pode manter-se em contínuo ajustamento de contas nem medir de forças adolescentes numa atitude de abuso e de ilusão do tipo eu é que tenho razão, eu é que tenho a solução. Não pode dar-se ao luxo de viver apenas a pensar no presente criando ilusões sobre o futuro. A democracia não pode existir para facilitar a vida a um grupo de pessoas ideologicamente alinhadas. A democracia existe para eleger pessoas que tenham capacidade para tomar decisões dificeis que incluam todos, os alinhados e os desalinhados. Alpiarça hoje não vive abril. Alpiarça sobrevive a Abril. Há muito que não se sente a força e o entusiasmo do poder democrático que levou muitos de vós à rua pela liberdade de escolha. Com as desculpas de sempre, estamos passando de uma vila tranquila para uma vila pacata, onde o tempo se arrasta sem futuro. Sobre Abril pergunto-me várias vezes se é dos Alpiarcenses ou do partido comunista? A esquerda tem uma tendência para reclamar o 25 de Abril como seu, quando na verdade, Abril pertence a todos nós. Viver Abril é estar consciente da sua herança de liberdade e democracia. Algo que é muitas vezes esquecido nesta casa, onde a democracia nem sempre é oportuna quando sai fora do alinhamento diretivo do colectivo.

É importante não esquecer que Abril representa também uma abertura ao dialogo e à participação da população nas decisões que afetam a sua vida e a sua terra. Não posso por isso deixar de condenar a ausência de dialogo do atual executivo sobre o projeto do jardim municipal, que em breve deixará DE O SER, para dar lugar a uma praça de modelo soviético-coreano, árida e sem identidade. Este é apenas um exemplo da falta de dialogo neste Abril pós-revolução, mas há muitos mais exemplos que poderia dar aqui ao falar da liberdade que me assiste conquistada pelos capitães de Abril. Mas prefiro falar de esperança Acredito que Alpiarça terá um futuro brilhante à sua frente, honrando os valores de Abril. Acredito que a vontade de mudar para um Abril melhor está cada vez mais forte. Acredito que Abril de Hoje não é muito diferente de Abril de 74 onde o povo saiu à rua para lutar por uma mudança profunda nas suas vidas, na sua terra, no seu país. Que Abril nos relembre sempre desses momentos de luta pela mudança. E que nós saibamos estar à altura da sua herança. Faço votos para que isso aconteça VIVA o 25 ABRIL VIVA A LIBERDADE Paulo Sardinheiro Deputado Municipal