Keywords: Drainage network, elevation digital model, geoprocessing, characteristics, coefficient of compactness.



Documentos relacionados
DETERMINAÇÃO AUTOMÁTICA DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO DOS NAMORADOS-PB A PARTIR DE MDE

Gabriela Nogueira Ferreira da SILVA 1 José Vicente Granato de ARAÚJO. Escola de Engenharia Civil (EEC) gabriela.nfs@gmail.com jvgranato@yahoo.com.

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA BACIA DO RIO DO PEIXE EMPREGANDO SIG (SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS)

XVI CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 22 a 26 de outubro de 2007

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DO MÉDIO E BAIXO CURSO DO RIO ACARAÚ-CEARÁ-BRASIL

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NA REGIÃO DE MANAUS AM 1

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO

SIG aplicado à caracterização morfométrica de bacias hidrográficas estudo de caso da bacia hidrográfica do rio Cubatão do Sul Santa Catarina/Brasil

Estudo comparativo de índices morfométricos das sub-bacias hidrográficas dos rios Fumaça e Glória a partir de técnicas de Geoprocessamento

CAPÍTULO 3. BACIA HIDROGRÁFICA

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br

Notas de Aula Manejo de Bacias Hidrográficas

CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA FOLHA ITAPOROROCA, NA BORDA ORIENTAL DO ESTADO DA PARAÍBA

MAPEAMENTO DE FRAGILIDADE DE DIFERENTES CLASSES DE SOLOS DA BACIA DO RIBEIRÃO DA PICADA EM JATAÍ, GO

PROGRAMA DA DISCIPLINA

A importância do uso do SIG e da análise morfométrica para o plano de manejo em unidades de conservação

Estudo da Delimitação por MDE de Ottobacias de Cursos de Água da Sub-Bacia 63 Visando o Cálculo de Perímetro e Área de Drenagem

DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO JI-PARANÁ

Análise morfométrica e geomorfologia da bacia hidrográfica do rio Turvo - GO, através de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento

EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE ANEL, DETERMINADAS POR REGRESSÃO LINEAR E REGRESSÃO POTENCIAL

CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO AÇUDE CATOLÉ

Riacho Riachão do Natal, Piauí: dinâmica fluvial e análise morfométrica

Geração de modelo digital de elevação e obtenção automática da hidrografia da bacia do rio Grande

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO IGARAPÉ AMARO, ACRE-BRASIL

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS INSERIDAS NO MUNICÍPIO DE RIO VERDE, GOIÁS

RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO HIDRICA: SOLUÇÃO PARA PROBLEMAS DE DRENAGEM URBANA NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE - PB

Caracterização das Unidades de Manejo Florestal Lote-1 da Floresta Estadual do Amapá

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TIÚBA, MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

E AMBIENTAL DA BACIA DO RIO TURVO SUJO, VIÇOSA, MG

Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE

MODELAGEM DA PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS USANDO CENÁRIO AMBIENTAL ALTERNATIVO NA REGIÃO NO NOROESTE DO RIO DE JANEIRO - BRAZIL

REDE DE MONITORAMENTO HIDROMETEOROLÓGICO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAMBORIU SC

Carina Petsch Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS carinapetsch@gmail.com

Grupo: Irmandade Bruna Hinojosa de Sousa Marina Schiave Rodrigues Raquel Bressanini Thaís Foffano Rocha

ANÁLISE DE VULNERABILIDADE À EROSÃO NA MICROBACIA DO RIO BRUMADO (BA) COM EMPREGO DE GEOTECNOLOGIAS

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça

DISTRIBUIÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA POR DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO JOÃO - RIO DE JANEIRO

ESTUDO PRELIMINAR DA CHUVA - VAZÃO PARA A BACIA DO RIO PARAIBA DO SUL - SP UTILIZANDO UM SIG

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO DA ESTAÇÃO DA EMBRAPA SEMIARIDO, PROJETO BEBEDOURO PRETOLINA/PE, ATRAVÉS DA TÉCNICA DE QUANTIS

DESIGUALDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SALINAS MG

Alexandra Rodrigues Finotti, et al.

MORFOMETRIA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO FAÉ, CEARÁ

XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS

*MODULO 1 - IDENTIFICAÇÃO. *1. Requerente Pessoa Física. Distrito Caixa Postal UF CEP DDD Telefone Fax . *2. Requerente Pessoa jurídica

Juliana Aurea Uber, Leonardo José Cordeiro Santos. Introdução

Caracterización morfométrica de la cuenca del Rio São José, Cascavel, PR

MUDANÇAS NO CÓDIGO FLORESTAL E SUAS IMPLICAÇÕES NOS RIOS SEMIÁRIDOS: ESTUDO NO RIO JAGUARIBE CEARÁ - BRASIL

PLANO DIRETOR DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS DA CIDADE DO NATAL 3.2 -MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS

ESTUDO DE EROSÃO DOS SOLOS NA ÁREA DO MÉDIO ALTO CURSO DO RIO GRANDE, REGIÃO SERRANA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Análise morfométrica da bacia do rio Suaçui Grande: uso da ferramenta SIG no apoio à gestão territorial e de recursos hídricos

O emprego do Geoprocessamento na Análise Espacial da Bacia Hidrográfica do Córrego Guariroba, Campo Grande MS

Cálculo da área de drenagem e perímetro de sub-bacias do rio Araguaia delimitadas por MDE utilizando imagens ASTER

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA E AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA REPRESA DE CHAPÉU D UVAS NAS VAZÕES DO RIO PARAIBUNA

UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA PARA DELIMITAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NO MUNICÌPIO DE BRASÓPOLIS MG.

O CONCEITO DE BACIA HIDROGRÁFICA

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DO LAGAMAR DO CAUÍPE CEARÁ

Bacia Hidrográfica Precipitação Infiltração Escoamento

Gabriel Vendruscolo de FREITAS * Introdução

1 (0,5) Dos 3% de água doce que estão na superfície terrestre, onde estão concentradas as grandes parcelas dessas águas? R:

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

Mesquita, M. 1 ; Silva Neto, J.C.A. 2 ; Aleixo, N.C.R. 3 ; natachaaleixo@yahoo.com.br;

ANÁLISE MORFOMÉTRICA E GEOMORFOLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DA SALSA, LITORAL SUL DO ESTADO DA PARAÍBA/BRASIL

Reginaldo Alex Calçavara Universidade Federal do Espírito Santo EIXO TEMÁTICO: GEOGRAFIA FÍSICA E GEOTECNOLOGIAS

15- Representação Cartográfica - Estudos Temáticos a partir de imagens de Sensoriamento Remoto

MAPEAMENTO FLORESTAL

SISTEMATIZAÇÃO DA SAZONALIDADE DAS VAZÕES CARACTERÍSTICAS PARA FLEXIBILIZAÇÃO DA OUTORGA DE DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

Estrutura do trabalho

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Município de Colíder MT

Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ

GEOMORFOLOGIA E ANÁLISE DA REDE DE DRENAGEM DA FOLHA ALHANDRA, TABULEIROS LITORÂNEOS DOS ESTADOS DA PARAÍBA E PERNAMBUCO

CONDICIONANTES SOCIOAMBIENTAIS PARA A OCORRÊNCIA DE CATÁSTROFES NATURAIS NO ESTADO DO MARANHÃO

GEONFORMAÇÃO PARA NÃO ESPECIALISTAS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO / DIURNO PROGRAMA DE DISCIPLINA

Manejo e gestão de bacia hidrográfica utilizando o software gratuito Quantum-GIS

MAPEAMENTO E AVALIÇÃO DAS PRINCIPAIS ÁREAS DE EXPANSÃO URBANA NA BACIA DO RIO MURIQUI, LESTE METROPOLITANO DO RIO DE JANEIRO (RJ)

Hidrologia Bacias hidrográficas

Análise da rede de monitoramento hidrometeorológico do estado de Sergipe

PREVISÃO HIDROLÓGICA E ALERTA DE ENCHENTES PANTANAL MATO-GROSSENSE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL WESLEY AUGUSTO CAMPANHARO

PREVISÃO HIDROLÓGICA E ALERTA DE ENCHENTES PANTANAL MATO-GROSSENSE

Monocultura do eucalipto e o conflito ambiental na Bacia do Canabrava, no Norte de Minas Gerais.

Utilização de SIG aliado ao sistema de gestão ambiental em cursos d água urbanos.

SENSORIAMENTO REMOTO E SIG APLICADO NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA DO RIO SÃO LAMBERTO NO NORTE DE MINAS GERAIS

FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO MUNICÍPIO DE BARRAS/PIAUÍ - BRASIL

SIMPÓSIO POLO GESSEIRO DO ARARIPE: POTENCIALIDADES, PROBLEMAS E SOLUÇÕES. Recife 12 a 14 de agosto de 2014 Salão Nobre da UFRPE

Escola Secundária Mouzinho da Silveira Departamento de Ciências Sociais e Humanas Grupo de Recrutamento 420 Ano Letivo de 2014 / 2015 Curso Básico

CARACTERIZAÇÃO HIDROMORFOLÓGICA DA BACIA DO VALE DO ITAJAÍ

Caracterização morfométrica da unidade de planejamento do Poxim SE

MEMORIAL DE CÁLCULO PARA DIMENSIONAMENTO DE PASSAGEM VIÁRIA

Universidade do Estado de Santa Catarina Departamento de Engenharia Civil TOPOGRAFIA II. Profa. Adriana Goulart dos Santos

Bacia Hidrográfica 1. GENERALIDADES

ESTUDO DE VAZÕES E COTAS EM UMA BACIA HIDROGRÁFICA, CEARÁ, BRASIL

COMPARTIMENTAÇÃO DO RELEVO DE ANÁPOLIS (GO) COM BASE NA INTENSIDADE DA DISSECAÇÃO

Sustentabilidade de Aqüíferos. José do Patrocínio Tomaz Albuquerque Professor Aposentado UFPB/UFCG.

FOTOINTERPRETAÇÃO. Interpretação e medidas. Dado qualitativo: lago

ANEXO II: Resumo do Projeto

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DE UMA BACIA AFLUENTE AO RIO COMANDAÍ 1 PHYSIOGRAPHIC CHARACTERIZATION OF AN AFFLUENT BASIN COMANDAÍ RIVER

Titulo do Trabalho ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO CÓRREGO DO VANGASSE - PRATÂNIA/SP

Transcrição:

DETERMINAÇÃO AUTOMÁTICA DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PAJEÚ-PE A PARTIR DE MDE Sonaly Duarte de OLIVEIRA 1, Madson Tavares SILVA 2, Edicarlos Pereira de SOUSA 3, Vicente de Paulo Rodrigues da SILVA 4 1 Universidade Federal de Campina Grande-UFCG, email: nalydu@hotmail.com 2 Universidade Federal de Campina Grande-UFCG, email: madson_tavares@hotmail.com 3 Universidade Federal de Campina Grande-UFCG, email: edicarlos.p.sousa@gmail.com 4 Universidade Federal de Campina Grande-UFCG, email: vicente@dca.ufcg.edu.br RESUMO: Um dos procedimentos mais comuns e essenciais praticados nas análises hidrológicas ou ambientais é a caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica, pois exibe as questões relacionadas com o entendimento da dinâmica ambiental regional e local. Este estudo objetivou determinar as características morfométricas e fisiográficas da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú (BHRP), com o intuito de contribuir nos estudos sobre planejamentos e gestão de bacias hidrográficas de regiões semiáridas. A BHRP é considerada a maior bacia do Estado de Pernambuco, com uma área de 16.726km², correspondendo a 16,97% da área do Estado. Parâmetros morfométricos da bacia de drenagem foram obtidos pelo MDE (Modelo Digital de Elevação) utilizando um processo automático através de técnicas de geoprocessamento utilizando o software ARCGIS 9.3. Os resultados demonstraram que a bacia do Rio Pajeú apresenta um comprimento da rede de drenagem igual a 7.744 km com um curso principal de 296km, a bacia apresentou um coeficiente de compacidade de 2,8 m/m² o que indica uma menor tendência para ocorrência de enchentes. Palavras-chave: Rede de drenagem, modelo digital de elevação, geoprocessamento, características fisiográficas, coeficiente de compacidade. ABSTRACT: One of the most common procedures performed and essential in hydrological or environmental analysis is the morphometric characterization of a watershed because it displays the issues related to the understanding of regional and local environmental dynamics. This study aimed to determine the physiographic and morphometric characteristics of the River Basin Pajeú (BHRP), in ord er to contribute to studies on planning and watershed management in semi-arid regions. The BHRP is considered the largest river in the State of Pernambuco, with an area of 16.726km², corresponding to 16.97% of the state area. Morphometric parameters of drainage basin were obtained by DEM (Digital Elevation Model) using an automated process using GIS techniques using ArcGIS 9.3 software. The results showed that Pajeu River basin has a length of the drainage equal to 7.744 km with a main course of 296km, the basin showed a coefficient of compactness of 2.8 m / m² indicating a lower tendency for the occurrence of floods. Keywords: Drainage network, elevation digital model, geoprocessing, characteristics, coefficient of compactness. physiographic 1

INTRODUÇÃO Um dos procedimentos mais comuns e essenciais praticados nas análises hidrológicas ou ambientais é a caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica, pois exibe as questões relacionadas com o entendimento da dinâmica ambiental regional e local. Borsato & Martoni (2004) definem bacias hidrográficas como uma área limitada por um divisor de águas, que a separa das bacias adjacentes e que serve de captação natural da água de precipitação através de superfícies vertentes. Por meio de uma rede de drenagem formada por cursos d água ela faz convergir os escoamentos para a seção de exutório, seu único ponto de saída. Segundo Lima (1976) o comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica é função de suas características geomorfológicas (forma, relevo, área, geo logia, rede de drenagem, solo, etc.) e do tipo da cobertura vegetal existente. Dessa forma, o ciclo hidrológico sofre grande influência das características físicas de uma bacia, assim como, os escoamentos, a infiltração e a quantidade de água produzida como deflúvio e a evapotranspiração. Portanto, as características morfométricas do padrão de drenagem e do relevo refletem algumas propriedades do terreno, como infiltração e deflúvio das águas da chuva, e expressam estreita correlação com a litologia, estrutura geológica e formação superficial dos elementos que compõem a superfície e formação terrestre (PISSARA et al., 2004). Neste contexto, este estudo torna-se relevante, pois tem como objetivo determinar as características morfométricas e fisiográficas da bacia do Rio Pajeú, com o intuito de contribuir nos estudos sobre planejamentos e gestão de bacias hidrográficas de regiões semiáridas. MATERIAL E MÉTODOS A Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú (BHRP) está localizada entre 07º 16 20 e 08º 56 01 de latitude sul e 36º 59 00 e 38º 57 45 de longitude oeste (Figura 1), formando a Unidade de Planejamento Hídrico, sendo a maior bacia do Estado de Pernambuco, com uma área de 16.726 km², correspondendo a 16,97% da área do Estado. A área de drenagem da bacia envolve 27 municípios dos quais 7 possuem suas sedes inseridas na bacia (Carnaíba, Carnaubeira da Penha, Floresta, Iguaraci, Itacuruba, Mirandiba e São José do Belmonte). 2

Figura 1: Localização da área de estudo Para realização deste estudo foi utilizado o modelo digital de elevação (MDE) para a extração automática da rede de drenagem da BHRP obtido no site da EMBRAPA Monitoramento por satélite (CNPM) e é fruto de um projeto chamado BRASIL EM RELEVO o qual utiliza dados da SRTM (Shuttle Radar Topography Mission). Para a extração das redes de drenagem o MDE SRTM passou por diversos tratamentos realizado com o SIG ArcGis 9.3. Posteriormente utilizando recursos do SIG foram calculados alguns parâmetros físicos tais como: área, perímetro, comprimento das redes de drenagens, número de segmentos dos rios, (Tabela 1). Tabela 1. Características morfométricas avaliadas na sub-bacia do Rio Pajeú. Característica Morfométrica Dd Densidade de drenagem Dh Densidade hidrográfica T Razão de textura Kf Fator de forma Kc Coeficiente de compacidade IC Índice de circularidade Descrição Fórmula Fonte Relação entre o comprimento da rede de drenagem (Cr) e a área da bacia (A) Relação entre o número de segmentos de rios (Nt) e a área da bacia (A) Relação entre o número de segmentos de rios (Nt) e o perímetro da bacia (P) Relação entre a área da bacia (A) e o comprimento do eixo da bacia (L). Relação entre o perímetro (P) da bacia e a área da bacia (A). Relação entre a área da bacia (A) e o perímetro (P) da bacia. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dd = Cr /A (km/km²) Dh = Nt/A (km²) T = Nt/P (km) Kf = A/L² (m²/m) Kc=0,28(P/ A) (m/m²) Horton (1945) Christofoletti (1969) França(1968); Smith (1950) Horton (1945) Lima (1969) IC = 12,57 (A/P 2 ) Miller (1953) De acordo com a Tabela 2 a bacia de drenagem do Rio Pajeú exibe uma área de 16.726 km 2, com perímetro total de 1.278 km apresentando 3.499 segmentos de rios, formando uma rede de drenagem de 7.744km e o seu rio principal possui uma extensão de 296 km. As 3

características da rede de drenagem da bacia mostram que a densidade de drenagem foi de 0,5 km/km 2 e a densidade hidrográfica de 0,2 canais/km 2. Segundo a classificação de Christofoletti (1969), a densidade de drenagem da bacia é baixa, pois é menor que 7,5 km/km 2. O coeficiente de compacidade foi de 2,8 m/m² o que indica uma menor tendência para ocorrência de enchentes. Segundo Garcez & Alvarez (1998) valores menores do índice de compacidade indicam maior potencialidade de produção de picos de enchentes elevados. Tabela 2. Características dimensionais da rede de drenagem da BHRP. Parâmetros Área da bacia (A) 16.726 km 2 Perímetro da bacia (P) 1.278 km Comprimento do eixo da bacia (L) 245 km Comprimento do riacho principal (R) 296 km Comprimento da rede de drenagem (Cr) 7.744 km Número de segmentos de rios (Nt) 3499 Densidade de drenagem (Dd) 0,5 (km/km²) Padrão de drenagem Dendrítico Densidade hidrográfica (Dh) 0,2 (canais/km²) Razão de textura (T) 2,7 (km) Fator de forma (Kf) 0,3 (m²/m) Coeficiente de compacidade (Kc) 2,8 (m/m²) Índice de circularidade (IC) 0,1 A BHRP possui uma significativa variação de altitude, sendo observados valores mínimos de aproximadamente 300 m e máximos superiores a 700 m, apresentando uma altitude média de 500 m (Figura 2). Áreas que apresentam altitude entre 450 e 500 metros correspondem a 2.796,61 km 2, ou 16,72% do total, e localizam-se distribuída em extremos a leste, a oeste e a norte da bacia. Figura 2. Mapa hipsométrico da bacia hidrográfica do Rio Pajeú PE. 4

Trentin & Robaina (2005) comentam que o mapa hipsométrico tem fundamental importância na analise da energia do relevo, indicando condições mais propicias a dessecação para as áreas de maior altitude e de acumulação para as áreas de menor altitude. CONCLUSÃO As características morfométricas e fisiográficas mostrou ser uma ferramenta bastante importante, capaz de auxiliar o planejamento e o gerenciamento dos recursos hídricos. A BHRP exibiu uma densidade de drenagem igual a 0,5 km/km² estando classificada como baixa densidade hidrográfica. Apresentou forma caracteristicamente irregular e demonstrou, de acordo com o seu coeficiente de compacidade, menor tendência a enchentes. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BORSATO, F.H; MARTONI, A.M. Estudo da fisiografia das bacias hidrográficas urbanas no município de Maringá, estado do Paraná.rev. Acta Scientiarum. Maringá - PR.v.26, n.2,p 273 285.2004. CHRISTOFOLETTI, A. Análise morfométrica das bacias hidrográficas. Notícia Geomorfologia, Campinas, v.18, n.9, p.35-64, 1969. FRANÇA, G. V. Interpretação fotográfica de bacias e de redes de drenagem aplicadas a solos da região de Piracicaba. 1968, 15lp. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo. GARCEZ, L. N. & ALVAREZ G. A. Hidrologia. 2ª.ed. revista e atualizada. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1998. HORTON, R.E. Erosional development of streams and their drainage basins: hidrophysical approach to quantitative morphology. Bull. Geol. Soc. Am., v.56, p.275-370, 1945. LIMA, W.P. Princípios de manejo de bacias hidrográficas. Piracicaba: ESALQ. USP, 1976. LIMA, W. de P. Manejo de Bacias Hidrográficas. Piracicaba:ESALQ. 1969. 242 p. MILLER, V. C. A quatitative geomorphic study of drainage basins characteristic in the Clinch Mountain area. Technical Report (1953), (3), Dept. Geology, Columbia University. PISSARA, T.C.T.; POLITANO, W.; FERRAUDO, A.S. Avaliação de características morfométricas na relação solo-superfície da bacia hidrográfica do córrego Rico, Jaboticabal (SP). Rev. Bras. Ciências do Solo, Viçosa, n.28, p.297-305, 2004. SMITH, K. G. Standars for grading texture of erosional topography. Am. J. Sci., 248:655-668, 1950. TRETIN, R.; RORAINA, L. E. de S. (2005). Metodologia para mapeamento Geoambiental no Oeste do Rio Grande do Sul. In: XI Congresso Brasileiro de geografia Física Aplicada. São Paulo. Anais... São Paulo, pp. 3606-3615. 5