A CONCILIAÇÃO E A MEDIAÇÃO NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Ricardo Santovito

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Transcrição:

A CONCILIAÇÃO E A MEDIAÇÃO NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Ricardo Santovito

1. Introdução: Em 26 de março de 2.014, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto do novo Código de Processo Civil (projeto de lei da Câmara dos Deputados n.º 8.046 de 2010 e Projeto de Lei do Senado Federal n.º 166 de 2010). O Projeto foi aprovado pelo Senado Federal em 17 de dezembro de 2.014. Sancionado pela Presidência da República em 16 de março e publicado em 17 de março de 2.015, entrará em vigor após um ano de vacatio legis. É a lei 13.105/15. É o primeiro Código de Processo Civil elaborado durante o regime democrático. O código de 1.939 foi redigido durante o Estado Novo de Vargas e o código de 1.973 durante o regime militar. 24/03/2017 2

2. Exposição de motivos do Anteprojeto do novo Código de Processo Civil: Pretendeu-se converter o processo em instrumento incluído no contexto social em que produzirá efeito o seu resultado. Deu-se ênfase à possibilidade de as partes porem fim ao conflito pela via da mediação ou da conciliação. Entendeu-se que a satisfação efetiva das partes pode dar-se de modo mais intenso se a solução é por elas criada e não imposta pelo juiz. 24/03/2017 3

2. Exposição de motivos do Anteprojeto do novo Código de Processo Civil: Como regra, deve realizar-se audiência em que, ainda antes de ser apresentada contestação, se tentará fazer com que autor e réu cheguem a acordo. Dessa audiência, poderão participar conciliador e mediador e o réu deve comparecer, sob pena de se qualificar sua ausência injustificada como ato atentatório à dignidade da justiça. Não se chegando a acordo, terá início o prazo para a contestação. Ministro Luiz Fux Presidente da Comissão de Juristas encarregada da elaboração do Anteprojeto do Novo Código de Processo Civil. 24/03/2017 4

3. A conciliação e a mediação como normas fundamentais do processo civil: CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por magistrados, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 24/03/2017 5

3. A conciliação e a mediação como normas fundamentais do processo civil: CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 4 o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 5 o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportarse de acordo com a boa-fé. Art. 6 o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 24/03/2017 6

4. O conciliador e o mediador como auxiliares da Justiça: CAPÍTULO III DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. 24/03/2017 7

5. A proposta de conciliação em ato do oficial de justiça: Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça: (...) VI certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se a respeito, no prazo de cinco dias, sem prejuízo do andamento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa. 24/03/2017 8

6. A consolidação da conciliação e da mediação no processo civil: CAPÍTULO III DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA Seção VI Dos conciliadores e mediadores judiciais 24/03/2017 9

7. O CEJUSC como ambiente adequado às audiências de conciliação: Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 1º A composição e a organização do centro serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. 24/03/2017 10

8. distinção de conciliação e mediação: 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não tiver havido vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que tiver havido vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. 24/03/2017 11

9. princípios da conciliação e da mediação: Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. 24/03/2017 12

9. princípios da conciliação e da mediação: 3 o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. 24/03/2017 13

10. o cadastro de conciliadores e mediadores: Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. - capacitação mínima do conciliador: 1 o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 24/03/2017 14

10. o cadastro de conciliadores e mediadores: - igualdade de distribuição de feitos aos conciliadores: 2 o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. 24/03/2017 15

10. o cadastro de conciliadores e mediadores: - dados estatísticos publicidade: 3 o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. 4º Os dados colhidos na forma do 3º serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e fins estatísticos, e para o fim de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 24/03/2017 16

10. o cadastro de conciliadores e mediadores: - impedimento dos conciliadores e mediadores: 5º Os conciliadores e mediadores cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que exerçam suas funções. - previsão de concurso público para conciliadores: 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo. 24/03/2017 17

11. possibilidade de escolha do conciliador pelas partes: Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado junto ao tribunal. 2º Inexistindo acordo na escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação. 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador. 24/03/2017 18

12. previsão de remuneração aos conciliadores: Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, 6º, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 24/03/2017 19

12. previsão de remuneração aos conciliadores: - trabalho voluntário do conciliador: 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. - atuação não remunerada das câmaras privadas de conciliação e mediação: 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que haja sido deferida a gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento. 24/03/2017 20

13. impedimento e suspeição dos conciliadores e mediadores: Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento (144) e de suspeição (145): (...) II aos auxiliares da justiça; Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição. Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com o relatório do ocorrido e a solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador. 24/03/2017 21

14. impossibilidade temporária de exercício da função: Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições. 24/03/2017 22

15. quarentena: Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. 24/03/2017 23

16. exclusão do conciliador e do mediador: Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que: I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade, ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, 1º e 2º; II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. 24/03/2017 24

16. exclusão do conciliador e do mediador: 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo. 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até cento e oitenta dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo. 24/03/2017 25

17. as câmaras de mediação e conciliação: Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 24/03/2017 26

18. Natureza exemplificativa das normas de conciliação e mediação: Art. 176. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicamse, no que couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação. 24/03/2017 27

19. Suspensão de prazo para execução de programas de conciliação: Art. 221. (...) Parágrafo único. Os prazos se suspendem durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a conciliação, incumbindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos trabalhos. 24/03/2017 28

20. A audiência de conciliação no mandado do Oficial de Justiça: Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá: (...) IV se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento; 24/03/2017 29

21. O Pedido de conciliação como requisito da petição inicial: CAPÍTULO II - DA PETIÇÃO INICIAL Seção I - Dos requisitos da petição inicial Art. 319. A petição inicial indicará: I o juízo a que é dirigida; II os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número no cadastro de pessoas físicas ou no cadastro nacional de pessoas jurídicas, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV o pedido com as suas especificações; V o valor da causa; VI as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII a opção do autor pela realização ou não de audiência de Conciliação 24/03/2017 30

21. O Pedido de conciliação como requisito da petição inicial: Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 24/03/2017 31

22. A audiência preliminar de Conciliação: CAPÍTULO V - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação com antecedência mínima de trinta dias, devendo ser citado o réu com pelo menos vinte dias de antecedência. - atuação necessária do conciliador ou mediador: 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. 24/03/2017 32

22. A audiência preliminar de Conciliação: - possibilidade de redesignação da audiência: 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à mediação e à conciliação, não excedentes a dois meses da primeira, desde que necessárias à composição das partes. 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. - a conciliação como regra: 4º A audiência não será realizada: I se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II no processo em que não se admita a autocomposição. 24/03/2017 33

22. A audiência preliminar de Conciliação: 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu, por petição, apresentada com dez dias de antecedência, contados da data da audiência. 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meios eletrônicos, nos termos da lei. 24/03/2017 34

22. A audiência preliminar de Conciliação: - o não comparecimento injustificado e o ato atentatório à dignidade da justiça: 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. 24/03/2017 35

22. A audiência preliminar de Conciliação: 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. - audiência de conciliação no prazo mínimo de vinte minutos: 12. A pauta das audiências de conciliação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de vinte minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 24/03/2017 36

23. Termo inicial para contestação: CAPÍTULO VI - DA CONTESTAÇÃO Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de quinze dias, cujo termo inicial será a data: I da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, 4º, inciso I; III prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. 24/03/2017 37

23. Termo inicial para contestação: 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação do despacho que homologar a desistência. 24/03/2017 38

24. a produção antecipada de prova para fins de conciliação: - Seção II - Da produção antecipada da prova Art. 388. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; II a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar tentativa de conciliação ou outro meio adequado de solução do conflito; III o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação. 24/03/2017 39

25. a sentença homologatória como título executivo judicial: - Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: (...) II a decisão homologatória de autocomposição judicial, ainda que inclua matéria não posta em juízo; III a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; 24/03/2017 40

26. a mediação na reintegração de posse coletiva: (caso Pinheirinho x caso novo Portugal) Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos 2 o e 4 o. 24/03/2017 41

26. a mediação na reintegração de posse coletiva: (caso Pinheirinho x caso novo Portugal) 1 o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos 2 o a 4 o deste artigo. 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência; a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária da gratuidade de justiça. 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. 24/03/2017 42

26. a mediação na reintegração de posse coletiva: (caso Pinheirinho x caso novo Portugal) 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal, e de Município onde se situe a área objeto do litígio serão intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse na causa e a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio coletivo sobre propriedade de imóvel. 24/03/2017 43

27. A conciliação e a mediação nas ações de família: CAPÍTULO X DAS AÇÕES DE FAMÍLIA Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-se, no que couber, as disposições deste Capítulo. 24/03/2017 44

27. A conciliação e a mediação nas ações de família: CAPÍTULO X DAS AÇÕES DE FAMÍLIA Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. 24/03/2017 45

27. A conciliação e a mediação nas ações de família: Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no art. 694. 1 o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo. 2 o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência. 3 o A citação será feita na pessoa do réu. 4 o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos. 24/03/2017 46

27. A conciliação e a mediação nas ações de família: Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito. Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335. 24/03/2017 47

CENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA DE GUARULHOS FIG UNIMESP Tel: 3544-0333 ramais 288 e 299 Ricardo Santovito E-mail: santovito@adv.oabsp.org.br 24/03/2017 48