CORROSÃO SOB TENSÃO.

Documentos relacionados
Corrosão e degradação de materiais. Modificação aparência. Interação Comprometimento pp mecânicas

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

Fadiga Um metal rompe-se por fadiga quando submetido a tensões cíclicas.

Corrosão por frestas em um sistema de tubulação de aço inox 304L causa: soldagem sem penetração completa

Análise de Falha de Tubulação de Soda Sulfídica

Corrosão em Juntas Soldadas

PMR-3101 INTRODUÇÃO A MANUFATURA MECÂNICA Aula 5: Propriedades mecânicas: FRATURA E FADIGA

CORROSÃO PATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES. Prof. Mazer AULA 05

Introdução Conteúdo que vai ser abordado:

1 Introdução Princípios Básicos da Corrosão Eletroquímica... 5

Materiais e Corrosão - Cap 3 FORMAS DE CORROSÃO. Fontana, cap. 3. Formas de Corrosão- A.Simões_2006 3a.1

Aços de alta liga resistentes a corrosão II

SUMÁRIO. 1 Introdução Obtenção dos Metais Apresentação do IBP... xiii. Apresentação da ABENDI... Apresentação da ABRACO...

CORROSÃO ATMOSFÉRICA. É extremamente dependente das condições no local de exposição.

CORROSÃO. Processo de destruição superficial de um metal, dando origem a sais iónicos (óxidos hidróxidos) do referido metal

Corrosão: Definições e implicações práticas Aspectos termodinâmicos Formas de controle

Descontinuidades na solda

5. Corrosão Intergranular

Dependendo da habilidade do material em deformar plasticamente antes da fratura, dois tipos de fratura pode ocorrer: Dúctil Frágil.


EFEITO DOS ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS RSCP/ LABATS/DEMEC/UFPR

EXERCÍCIOS SOBRE TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS FERROSAS

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III SOLDAGEM METALURGIA DA SOLDAGEM

Generalidades. Metal. Elemento químico, sólido, com estrutura cristalina e com as seguintes propriedades de interesse para a Engenharia

11 - FALHA OU RUPTURA NOS METAIS

NOÇÕES DE SOLDAGEM. aula 2 soldabilidade. Curso Debret / 2007 Annelise Zeemann. procedimento de soldagem LIGAS NÃO FERROSAS AÇOS.

Ensaio de Fluência. A temperatura tem um papel importantíssimo nesse fenômeno; Ocorre devido à movimentação de falhas (como discordâncias);

Processos de tratamentos térmicos dos metais ferrosos e não ferrosos Parte 2/2

Aula 6 Propriedades dos materiais

Aço Inoxidável Ferrítico ACE P444A

Soldadura de Aços Inoxidáveis e Resistentes ao Calor

LIMPEZA QUÍMICA E PASSIVAÇÃO. Em Sistemas Críticos de Alta Pureza

Requisitos de materiais para alta temperatura. A.S.D Oliveira

Ciências dos materiais- 232

Corrosão Metálica. Introdução. O que é corrosão? Classificação dos processos de corrosão. Principais tipos de corrosão

TM229 - Introdução aos Materiais

Metalurgia da Soldagem Particularidades Inerentes aos Aços Carbono

Centro Universitário Padre Anchieta Controle de Processos Químicos Ciência dos Materiais Prof Ailton. Metais Não Ferrosos

Metalografia e tratamento térmico do cobre e suas ligas

3 Material e Procedimento Experimental

PMT 2507 Corrosão e Proteção dos Materiais Segunda Lista de Exercício Prof. Dr. Hercílio Gomes de Melo

Corrosão de aços alta liga II

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

Deformação e Mecanismos de Endurecimento Metais DEMEC TM242-B Prof Adriano Scheid

Processo de Soldagem Eletrodo Revestido

TRATAMENTOS TÉRMICOS

PARTE 7: EFEITOS DE ENTALHE E DE TENSÕES RESIDUAIS. Fadiga dos Materiais Metálicos - Prof. Carlos Baptista EEL

TRATAMENTOS TÉRMICOS: AÇOS E SUAS LIGAS. Os tratamentos térmicos em metais ou ligas metálicas, são definidos como:

Defeitos de Fundição Trincas

CORROSÃO EM FRESTAS ("crevice corrosion")

REAÇÕES QUÍMICAS PRODUZINDO CORRENTE ELÉTRICA CORRENTE ELÉTRICA PRODUZINDO REAÇÃO QUÍMICA PROF. RODRIGO BANDEIRA

Tensões Residuais de Soldagem

Índice. Agradecimentos... Prefácio da Edição Revisada... Prefácio...

ESTAMPAGEM ESTAMPAGEM

Ensaios Mecânicos de Materiais. Aula 13 Ensaio de Fluência. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

AÇOS E FERROS FUNDIDOS AÇOS E FERROS FUNDIDOS

PRINCIPIAS REATIVOS PARA MACRO - REVELAÇÃO

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

Aula 03 Propriedades Gerais dos Materiais

GRSS. SOLDAGEM POR EXPLOSÃO Explosion WELDING

Aços Inoxidáveis. A.S.D Oliveira

Trincas a Frio. Fissuração pelo Hidrogênio. Mecanismo de Formação. Trincas a Frio. Mecanismo de Formação Trincas a Frio

Processo de Soldagem por Difusão

Transição Dúctil-Frágil

Os processos de fabricação mecânica podem ser agrupados em 5 grupos principais.

Meios de Têmpera: Têmpera em água

DEFORMAÇÃO DE MONOCRISTAIS 1. ESCORREGAMENTO

TÍTULO: ESTUDO E AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE À CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS EM AMBIENTE INDUSTRIAL

Aços Inoxidáveis Duplex: Características, aplicação na indústria de Óleo & Gás e soldabilidade

METALURGIA FÍSICA TECNOLOGIA DA CONFORMAÇÃO PLÁSTICA. Tecnologia em Materiais Prof. Luis Fernando Maffeis Martins

ESTUDO DA SENSITIZA ÇÃO EM AÇOS INOXIDÁVEIS AISI 321 QUE OPERAM EM REFINARIA DE PETRÓLEO EM TEMPERATURAS ENTRE 500 E C.

Propriedades dos Aços e sua Classificação

Propriedades dos Materiais Fadiga INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA PROGRAMA DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS FADIGA

Manutenção Preventiva e Preditiva da Corrosão

OXIDAÇÃO DE METAIS INTRODUÇÃO

SMM0330 PRINCÍPIOS DE ANÁLISE DE FALHAS

INCOLOY 800HT. Envelhecimento de Tubulação Operando em Altas Temperaturas UNIB-RS

ANÁLISE TOPOGRÁFICA DE TRINCA DE CORROSÃO SOB TENSÃO EM AÇO AISI 304L: ESTUDO DE CASO

O Aço Sem Manchas (Stainless Steel)

Os aços inoxidáveis quando agrupados de acordo com suas estruturas metalúrgicas, apresentam-se em três grupos básicos:

O teor de C (>2%) está acima do teor que pode ser retido em solução sólida na austenita. " Consequência

INTEMPERISMO QUÍMICO MUDANÇAS QUÍMICAS DE MINERAIS DA SUA FORMA MAIS INSTÁVEL PARA MAIS ESTÁVEL

I - 4 Au (s) + O 2(g) + 2 H 2 O (l) + 8 CN - -

ENSAIO DE TRAÇÃO EM-641

ELECTROQUÍMICA E CORROSÃO

Soldagem por Alta Frequência. Maire Portella Garcia -

FIGURA 34 Superfície de falha CP5. Formação de rebarba na superfície de falha devido à haste permanecer em trabalha (rotação) após a fratura.

Processo de Soldagem MIG/MAG. Processo MIG / MAG Prof. Vilmar Senger

Seleção de Materiais

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

METALURGIA DA CONFORMAÇÃO MECÂNICA

NOTAS DE AULAS - VII

Prova escrita de: 2º Exame de Ciência de Materiais. Lisboa, 14 de Julho de Resolução

ZAMAC MEGA ZINCO METAIS

Degradação e Protecção de Materiais

O Fenômeno da Fadiga. Causa de falha mais comum (50%-90%) Normalmente falha súbita

Parte 2. Química Aplicada. Professor Willyan Machado Giufrida

Cotações. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior Técnico. Ciência de Materiais 2º Teste (09.Janeiro.2012)

Corrosão por Pite - Características

Atividade complementar de Química. Substância pura e mistura de substâncias

Transcrição:

CORROSÃO SOB TENSÃO http://faculty.kfupm.edu.sa/me/hussaini/corrosion%20engineering/04.06.03.htm

Resulta da ação simultânea, sob condições específicas, de um meio agressivo e de tensões estáticas residuais ou aplicadas CARACTERÍSTICAS - Formação de trincas que favorecem a ruptura do metal; - Caracterizada por duas fases distintas: - Indução lento processo corrosivo que precede a formação de trincas; - Propagação ação simultânea do esforço mecânico e do efeito corrosivo; - Fratura não apresenta estricção e é caracterizada por duas zonas distintas: - Primeira zona de caráter frágil, resulta do desenvolvimento das trincas de corrosão sob tensão. Geralmente se encontra coberta por produtos de corrosão; - Segunda zona resultante da ruptura brusca do metal que tem seu limite de resistência ultrapassado em virtude da diminuição da seção transversal; - As trincas podem ser inter, transgranulares ou mistas a forma de desenvolvimento depende do metal e do meio; - As trincas se desenvolvem perpendicularmente à direção do esforço de tração; - Apresentam efeito altamente localizado pode-se ter peças trincadas ou rompidas sem que a superfície denote evidência de corrosão generalizada e com pouquíssima perda de peso; - Relação desfavorável de área: área anódica<<área catódica.

CARACTERÍSTICAS - Ocorre quando as tensões e as concentrações dos agentes responsáveis pelo processo ultrapassam determinados valores mínimos; - A velocidade de corrosão na extremidade da trinca é bem superior àquela da face das trincas e também na superfície externa da peça; - Ocorre apenas em condições altamente específicas que dependem da natureza do metal ou liga e também das condições físico-químicas do meio. EXEMPLO: aços inox não sofrem CST em ácidos sulfúrico, nítrico e acético, porém sofrem CST em meios contendo cloretos e em meios cáusticos. Aços inox sofrem CST em cloreto mas não em amônia, para os latões ocorre o contrário. - Aparentemente a especificidade é perdida em amostras que foram pré-trincadas. FATORES INFLUENCIADORES MATERIAL - Existência de tensão aplicada ou residual; - Estado da superfície; - Composição química e estrutura cristalina. MEIO - Natureza; - Concentração; - Temperatura, ph; - Pressão

TENSÃO - Fator determinante no desenvolvimento deste tipo de corrosão; - Podem ser residuais ou aplicadas; - Tensões residuais: ciclos térmicos, processos de soldagem, trabalhos mecânicos; - Para que a CST ocorra é necessário que a soma das tensões concentradas em uma determinada região ultrapasse um certo limite variável para cada combinação metal-meio; - Os principais efeitos da CST são verificados no final do período de exposição, resultando em falha puramente mecânica devido à redução da seção transversal. Velocidade de propagação da fenda de CST em função de sua profundidade durante aplicação de carga de tração Extensão da amostra em função do tempo em teste de CST com carga constante Ensaios de CST devem ser conduzidos até a ruptura.

TENSÃO - Tensões aplicadas na direção normal ao sentido de laminação são mais prejudiciais para a CST; - Produtos de corrosão formados em regiões confinadas também podem ser fontes de tensões (efeito de cunha) exemplo aço alto Si exposto a ácido sulfúrico fumegante; - Normalmente, existe uma tensão crítica mínima abaixo da qual o metal não sofre corrosão sob tensão a relação entre este valor e o limite de escoamento do metal é variável; - O efeito da tensão é avaliado pelo tempo médio necessário para que ocorra a ruptura no meio considerado; Curva representativa do tempo necessário para a ocorrência de ruptura em função da tensão aplicada. A introdução de tensões de compressão na superfície do material pode evitar o trincamento devido à corrosão sob tensão ou eventualmente protelá-lo.

ESTADO DA SUPERFÍCIE - Determinado pelas características geométricas rugosidade, ondulações, microirregularidades; - Influi também as propriedades mecânico-metalúrgicas estrutura da camada superficial, deformações plásticas, tensões residuais; - Alguns exemplos: - Aço doce submetido à tensão de tração correspondente a 90% de seu limite de escoamento (57% Ca(NO 3 ) 2 + 3% NH 4 NO 3 a 110 o C) falha em 4 horas quando retificado em torno e entre 16 e 18 horas quando polido eletroliticamente; - Aços submetidos a processos de descarbonetação superficial falham mais rápidos. - Tratamentos superficiais que introduzem tensões de compressão são benéficos para o aumento da resistência à CST; - Tratamentos, sejam eles térmicos ou mecânicos, que introduzam deformações e tensões residuais nas camadas superficiais podem aumentar a suscetibilidade à CST, assim como aqueles que produzem estruturas mais suscetíveis ao trincamento; - Entalhes superficiais são particularmente prejudiciais devido à deformação plástica em sua extremidade EXEMPLO: aço carbono (>0,20%) com entalhe e submetido a ensaio de CST com aplicação de tensão de tração correspondente a 80% do limite de escoamento em solução de nitratos rompe entre 2 e 20 horas. Sem entalhe não houve rompimento mesmo após 20 dias.

COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA CRISTALINA - Afetada pela composição química média, orientação preferencial de grãos, composição e distribuição de precipitados, interações de discordâncias e progresso das transformações de fase; - Apenas poucos casos de CST em metais puros (são mais resistentes que as ligas) - atribuído à presença de segregações em contornos de grão: Efeito do teor de arsênio sobre o trincamento por corrosão sob tensão do cobre em atmosfera amoniacal úmida. - Influencia a forma da trinca: latões com 70% de Cu: intergranular; 60 a 65% de Cu mistas-transgranular (em vapores contendo amônia); - Estruturas metaestáveis podem favorecer à formação de trincas; - Composição da liga afeta a resistência à CST: Distribuição dos precipitados também tem efeito determinante na suscetibilidade à CST Efeito do teor de níquel sobre o trincamento por corrosão sob tensão de arames de ligas Fe- Cr-Ni em solução em ebulição de 42% Mg Cl 2.

NATUREZA DO MEIO - Meio precisa promover reações eletroquímicas específicas nas regiões da superfície onde existam condições para a formação da trinca; - Existe uma elevada especificidade metal-meio: - Aço carbono suscetível à corrosão generalizada em meio com cloreto mas não sofrem corrosão sob tensão; - Aço carbono podem ser utilizados para manuseio de nitrito de cálcio, porém esta substância promove rápido trincamento de amostras tracionadas (soluções quentes e concentradas); - Aços inoxidáveis - apresentam tendência à CST em meios contendo cloretos, onde tendem a apresentar corrosão por pites; - Influencia a forma de propagação da trinca: - Aço comum - transgranular em meio de HCN e intergranular em meio com nitrato; - Aço carbono intergranular em NaOH 33% em ebulição contendo 0,1% de PbO e transgranular em NaOH 33% a 150 o C com 0,3% de silicato de sódio; - Adição de algumas substâncias acelera a corrosão: ácido acético em meios contendo H 2 S acelera a CST de aços com elevada resistência; Mg tem a CST acelerada em NaCl com adição de cromato de potássio. ph - Depende do material ligas de Mg, acelera em ph ácido e diminui em ph básico.

CONCENTRAÇÃO DAS ESPÉCIES - Quanto maior a concentração da espécie agressiva que acelera a CST menor o tempo até a falha: Efeito da variação da concentração de H 2 S sobre o trincamento por corrosão de aços API N-80 temperados em óleo e revenidos a uma dureza de aproximadamente (33-35) Rockwell C - Em meios contendo cloretos a presença de oxigênio é importante. TEMPERATURA - O aumento da temperatura acelera a propensão à CST. Muitas vezes é necessário um valor mínimo de T. Variação da temperatura mínima necessária para ocorrência de trincamento por corrosão sob tensão dos aços doces em soluções com diferentes concentrações de NaOH.

TIPOS DE FRATURA http://www.sv.vt.edu/classes/mse2094_notebook/97classproj/exper/ballard/www/ballard.html

FRATURA TRANSGRANULAR Fratura transgranular em aço na presença de cloretos http://www.testmetals.com/photo-gallery/failure-analysis-corrosion/16678249 Fratura transgranular em aço inoxidável 304L na presença de cloretos http://csidesigns.com/flowgeeks/cracked-the-secrets-of-stress-corrosion-cracking/

CST intergranular de um tubo de trocador calor de Inconel FRATURA INTERGRANULAR CST intergranular de uma tubulação de liga 600 em água de serviço ácida contendo H 2 S http://sirius.mtm.kuleuven.be/research/corr-o-scope/hcindex2/sulfur.htm www.nace.org/corrosion-central/corrosion-101/stress-corrosion-cracking-(scc)/

MECANISMO - Ainda não se encontra bem definido devido à complexa ação combinada entre metal, condição superficial e ambiente: http://www.industrialheating.com/articles/90248-stress-corrosion-cracking?v=preview - Corrosão tem papel primordial no início da fratura pites, fendas e outras descontinuidades tendem a agir como concentradores de tensão: A concentração de tensão aumenta com a diminuição do raio do entalhe. http://www.azom.com/article.aspx?articleid=102

MECANISMO - Papel da tensão aplicada rompimento de películas passivas ou de filmes de produtos de corrosão protetores ou ricos em elementos mais nobres permitindo corrosão mais rápida e iniciação das fraturas: Rompimento do filme na extremidade da fenda por deslizamentos locais, permitindo a propagação do processo por dissolução anódica. Detalhe da extremidade da fenda ilustrando o fato de que a progressão da fratura resulta de diversos eventos independentes de ruptura e de dissolução transientes. http://faculty.kfupm.edu.sa/me/hussaini/corrosion%20engineering/04.06.03.htm No fronte de propagação da fenda a reparação da camada protetora é dificultada. Ocorrem processos de regeneração e quebra contínuos. A repassivação pode ser dificultada pelo estabelecimento de um ambiente ácido no interior do fronte de propagação.

MECANISMO - Elevada concentração de tensões provoca deformação plástica na região próxima à fenda e possível transformação de fases metaestáveis; - Possibilidades para aumento da reatividade - a nova fase formada é menos resistente à corrosão que a anterior ou a região plasticamente deformada (trabalhada a frio) é menos resistente à corrosão que a matriz não deformada: http://www.tms.org/pubs/journals/jom/9811/huang/huang-9811.html - Nas fraturas intergranulares o fator predominante é a maior reatividade dos contornos de grão precipitação de fases secundárias, enriquecimento ou empobrecimento em elementos de liga específicos.

PREVENÇÃO - Diminuir a tensão abaixo do valor limite (se existir) recozimento, em caso de tensão residual, aumento da espessura ou redução da carga; - Eliminar espécies críticas do ambiente desaeração, destilação ou desmineralização; - Mudar o material em caso de nenhuma das medidas anteriores for possível Exemplos: trocar um aço 304 por Inconel (maior teor de Ni); trocar aço inoxidável (mais suscetível à CST) por aço carbono (bem mais resistente); - Aplicar proteção catódica desde que não haja problema de fragilização por hidrogênio; - Adição de inibidores de corrosão específicos para as espécies agressivas; - Revestimento de metais que se encontram recobertos por algum tipo de isolante cuidados ao revestir diretamente o metal; - Tratamento superficial de modo a introduzir tensões de compressão superficial.

AÇOS INOXIDÁVEIS EM MEIOS CONTENDO CLORETOS - Tipos de soluções - quentes de cloretos ácidos, soluções de cloreto de sódio/peróxido e água do mar. Outros haletos neutros tais como brometos, iodetos e fluoretos também podem causar CST nos aços inoxidáveis da série 300. - Fontes mais comuns de tensão combinação acima de um determinado limite de tensões residuais de processos de soldagem, deformação a frio da fabricação e tensões cíclicas das condições de operação; - Aços suscetíveis ligas contendo Ni entre 8-10% (304L, 316L, 321, 347) são as mais suscetíveis; - Aços não suscetíveis Ferríticos e ligas contendo teores mais elevados de Ni; - Tipo de fratura mais comum transgranular ramificada, exceto quando o material se encontra sensitizado; - Agente principal cloretos inorgânicos. Cloretos orgânicos podem provocar CST quando suscetíveis de produzir íons cloreto por hidrólise ou decomposição térmica; - Acidez aumenta a suscetibilidade. Mesmo se o ph for elevado não está garantida a proteção já que no interior da fratura o ph pode ser bastante ácido; - Oxigênio muito importante em soluções diluídas. Em soluções mais concentradas de cloreto de cálcio, sódio ou magnésio, ou em soluções fortemente oxidantes o papel é secundário;

AÇOS INOXIDÁVEIS EM MEIOS CONTENDO CLORETOS - Temperatura aumenta fortemente quando a temperatura supera 55-60 o C: - A 80 o C a fratura é cerca de quatro vezes mais rápida que a 50 o C; - Em testes de até 10000 h, a concentração de cloreto necessária para iniciar a CST a 20 o C é de cerca de 400 ppm e a 100 o C é de cerca de 100; - Concentração dependendo das condições de trabalho a CST pode ocorrer com concentrações de cloreto extremamente baixas; - Em frestas e em espaços contendo vapor pode ocorrer aumento da concentração dos cloretos favorecendo a ocorrência de corrosão sob tensão; - Influência de filmes e depósitos superficiais: - Podem absorver cloretos ou formar células oclusas elevando a concentração de cloretos para um nível diversas ordens de magnitude superior ao do seio da solução; - Alguns relatos informam que a partir de uma solução com 0,02 ppm de cloretos a concentração pode aumentar para até 10000 ppm sob depósitos de óxidos de alumínio; - Formação de frestas na região confinada com introdução de tensões devido à formação de produtos de corrosão.

BIBLIOGRAFIA 1. SHREIR S, Corrosion. 4a. ed. London. Elsevier, 2010. p. 864 e seguintes. 2. FONTANA, M.G. Corrosion Engineering. Capítulo 3. 3rd Ed. Mc-Graw-Hill 3. PANOSSIAN, Z. Corrosão e Proteção contra corrosão em equipamentos e estruturas metálicas, v.1., 1ª ed. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1993; 4. http://csidesigns.com/flowgeeks/cracked-the-secrets-of-stress-corrosion-cracking/