O passado, o presente e o futuro que se perspectiva

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Transcrição:

O passado, o presente e o futuro que se perspectiva Luis Salvador Pisco

A Era da Internet

Evolução da Internet: 1969 4 computadores ligados em rede (versão Arpanet); 1984 1.000 computadores em rede; 1989 100.000 computadores em rede; 1991 nasce a www; 1992 1.000.000 computadores ligados em rede; 2008 mais de mil milhões (16 % da população mundial) está ligada à Internet; 2010 mais de 3 milhões de portugueses estão em redes sociais; 2013 -???

Era da Internet: Internet como o mais importante canal de troca de informação e de conhecimento, permitindo, em simultâneo, o contacto em tempo real com pessoas em qualquer parte e a qualquer hora. Novos hábitos e condutas sociais; Alteração de conceitos económicos e jurídicos; Novos modelos de negócio; Emergência da cibercriminalidade.

Era da Internet: Maior acesso à informação e cultura; Combate à infoexclusão; Divulgação gratuita de trabalhos e de iniciativas da sociedade civil; Reencontro de amizades e família; Exercício de liberdade de expressão e combate à censura política; Instrumento de combate ao isolamento e de auxílio a vítimas de crimes, especialmente, crianças; Partilha de informação e discussão de temas profissionais;

Não há bela sem senão

Problemas da Internet: Violação da privacidade; Utilização indevida de dados pessoais, sua adulteração e descontextualização; Assédio a menores e Cyberbullying; Furto de identidade de utilizadores; Impreparação dos utilizadores mais sensíveis, como os menores; Ausência de regulação e ineficiente repressão das práticas ilícitas ou prejudiciais.

Problemas da Internet: Interferências à neutralidade da rede ocorrem por toda a Europa; Restrições à mudança de ISP; Falta de concorrência e de escolha; Falta de regulação de uma parte importante dos serviços oferecidos em linha (ex: redes sociais); Incumprimentos contratuais e práticas restritivas da normal utilização do serviço pelo ISP.

Problemas da Internet: Direitos de Autor vs. Direitos do Consumidor: Decisão de vários Estados-Membros de penalizar a cópia privada da mesma forma que a pirataria (Lei Hadopi em França e Reino Unido), utilizando a figura do ISP (Internet Service Provider) como polícia, juiz e carrasco; A Gestão de Direitos Digitais (o exemplo dos DRM s).

Numa rede neutra, os consumidores devem ter direito: A uma ligação com a velocidade e confiança publicitadas; A uma ligação que lhes permite enviar e receber conteúdos da sua escolha; usar serviços e aplicações da sua escolha; ligar o hardware e usar o software da sua escolha sem risco de danificar a rede; usar sem restrições qualquer protocolo de comunicações para aceder a qualquer destino; A uma ligação livre, sem discriminações de tipo de aplicações, serviço ou conteúdo; A concorrência entre prestadores de serviços; A conhecer as restrições de tráfego existentes.

Transparência para a neutralidade da rede: Acessibilidade; Informação compreensível, completa, comparável e verificável; Sanções; Formas efectivas de compensação. Necessidade de assegurar padrões/fontes transparentes e abertas; Inclusão e literacia Digital.

Quem não tem nada a esconder é porque nunca viveu Stavros Lambridinis Deus perdoa e esquece, a Web nunca Comissária Vivianne Redding

Algumas soluções: Reconhecimento legal do direito ao esquecimento digital e implementação de mecanismos técnicos que o garantam; Introdução da temática da Internet nos conteúdos curriculares escolares; Incentivo à literacia digital através de campanhas informativas; Imposição de regras de protecção dos consumidores, em particular dos menores, em ambiente de redes sociais; O serviço de fornecimento geral como SIEG (serviço de interesse económico geral), sujeito a obrigações de serviço universal.

O B R I G A D O Luis Salvador Pisco lpisco@deco.pt