Manejo Integrado do Fogo Simone Fonseca. Experiência do Parque Nacional das Sempre Vivas

Documentos relacionados
PARQUE ESTADUAL DO JALAPÃO - PEJ. Manejo Integrado do Fogo MIF

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DE APOSENTADORIA - FORMAÇÃO DE CAPITAL E ESGOTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

DATA DIA DIAS DO FRAÇÃO DATA DATA HORA DA INÍCIO DO ANO JULIANA SIDERAL T.U. SEMANA DO ANO TRÓPICO

Plano Operacional Anual (POA) 2014

DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DE

Gestão do Fogo na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins Marco Assis Borges Carol Barradas

TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DOS JUROS DE MORA ICMS ANEXA AO COMUNICADO DA-46/12

GDOC INTERESSADO CPF/CNPJ PLACA

Alturas mensais de precipitação (mm)

Data Moeda Valor Vista Descrição Taxa US$ 07-Jul-00 Real 0,5816 Sem frete - PIS/COFINS (3,65%) NPR 1,81 14-Jul-00 Real 0,5938 Sem frete - PIS/COFINS

TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DOS JUROS DE MORA ICMS ANEXA AO COMUNICADO DA-87/12

Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais Chefe Substituta: Lara Steil

Seminário Internacional sobre Manejo Integrado de Fogo (MIF): resultados do Projeto Cerrado Jalapão

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Semarh Desafio da Prevenção e do Combate a Incêndios, tendo o MIF como redução do Impacto do Fogo.

Sensoriamento Remoto e Pesquisa do fogo: Desenvolvimento de Produtos e Indicadores de Área Queimada a partir de imagens de Satélites

Sensoriamento Remoto e Pesquisa do fogo: Desenvolvimento de Produtos e Indicadores de Área Queimada a partir de imagens de Satélites

Safra 2016/2017. Safra 2015/2016

Valores de ATR e Preço da Tonelada de Cana-de-açúcar - Consecana do Estado de São Paulo

Determinação do BH Climatológico. Método de Thornthwaite & Mather (1955)

ANO HIDROLÓGICO 2014/2015

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO FINANCEIRA

Políticas públicas e desafios para prevenção e controle de incêndios florestais no Tocantins

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 31 de outubro e em 30 de novembro de 2012.

Relatório de Ocorrência de Incêndio Florestal N. 009 /2015

Variações sazonais no crescimento de plantas forrageiras. Fatores que afetam o crescimento estacional de plantas forrageiras

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 31de julho e em 15 de agosto de 2012.

23/11/2016. Efeitos de diferentes regimes de fogo sobre a vegetação. Objetivos de pesquisa. Objetivos de pesquisa

MONITORIZAMOS CONTRIBUÍMOS O TEMPO O CLIMA A ACTIVIDADE SÍSMICA. PARA UM MUNDO MAIS SEGURO e UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. à frente do nosso tempo

Planos de Manejo INSTITUTO FLORESTAL. Estação Ecológica de Itapeva

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 31de Agosto e em 15 de Setembro de 2012.

VARIABILIDADE ESPACIAL DE PRECIPITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CARUARU PE, BRASIL.

Vênus Em Aquário 25 Dez Vênus Em Peixes 18 Jan Vênus Em Áries 12 Fev Vênus Em Touro 8 Mar Vênus Em Gêmeos 4 Abr 1940

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 30 de novembro e em 15 de dezembro de 2012.

APLICAÇÃO DO MÉTODO DIRETO VOLUMÉTRICO PARA MENSURAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA VAZÃO DE NASCENTE NA SERRA DA CAIÇARA, NO MUNICÍPIO DE MARAVILHA, ALAGOAS

RECALL SMITHS LISTA DOS PRODUTOS ENVOLVIDOS, IMPORTADOS AO BRASIL PELA CIRÚRGICA FERNANDES, COM INFORMAÇÕES SOBRE PRODUTOS VENDIDOS E EM ESTOQUE

ESPECIFICAÇÃO SERVIÇO PJ Contratação de Serviço pessoa jurídica para desenvolvimento de atividades para o Projeto

Ecossistemas Brasileiros

Proposta de Criação ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL BARREIRO RICO-TANQUÃ

ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL BARREIRO RICO TANQUÃ-RIO PIRACICABA

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 31 de outubro e 15 de novembro de 2012.

Marcelo Trindade Santana Consultor Ambiental GIZ/AMBERO

PESQUISA MENSAL DO COMERCIO VAREJISTA DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA (CE) - MARÇO

Contribuições das RPPNs da IP para a Conservação da Biodiversidade. 11 de Novembro de 2016

APLICAÇÕES DO SENSORIAMENTO REMOTO NO MEIO AMBIENTE, ASSOCIADO COM DADOS METEOROLÓGICOS. "O CASO DE RORAIMA".

Nome do Condomínio. Demonstrativo Financeiro

Sena Madureira e Manoel Urbano

Capítulo 12. Precipitações nas capitais

Campanhas de prevenção a incêndios florestais na V&M Florestal

Evolução dos Preços dos Combustíveis MAOTE

Série 34 E 35 Relatório de Acompanhamento do CRI 31-jan-14

Gestor(a): Desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira

Estiagem em SC e a agricultura. Cristina Pandolfo, Eng. Agrônoma

Figura 1 Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 30 de junho e em 15 de julho de 2012.

MODELAÇÃO MATEMÁTICA DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS DA REGIÃO DE MOURA

Parque Nacional da Chapada das Mesas RELATÓRIO DE ATIVIDADES PROJETO CERRADO JALAPÃO NO PNCM EM CONSULTORIA: CHRISTIANE ALMEIDA - Arruda&Almeida

O Manejo do Fogo. Parque Indígena do Xingu. Instituto Socioambiental Fabio Moreira

Informações de HLB Cinturão Citrícola

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE UM TRECHO FLORESTAL NA PORÇÃO SUL AMAZÔNICA, QUERÊNCIA MT

PROJETO DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS PSA HÍDRICO NA MICRO BACIA DO RIO FAGUNDES. Relatório do Produto 8

Mosaico Mantiqueira. Clarismundo Benfica. São Paulo, Maio de 2009

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais

Situação de Seca Meteorológica 31 outubro 2015

CNC - Divisão Econômica Rio de janeiro

ANÁLISE DAS PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS E DOS EVENTOS EXTREMOS OCORRIDOS EM SÃO LUÍZ DO PARAITINGA (SP) E MUNICÍPIOS VIZINHOS

OPERAÇÕES DE FRETE/2011

ISSN Novembro, Boletim Agrometeorológico 2000: Estação Agroclimatológica da Embrapa Amazônia Ocidental, no Km 29 da Rodovia AM 010

Relatório de Débito Atualizado Monetariamente - Cálculo até 07/11/2016

DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DO ÍNDICE DE EROSIVIDADE DA CHUVA PARA AS MICROREGIÕES DO ESTADO DO TOCANTINS RESUMO

Relatório de Plantio. Área Boqueirão - PARNA Serra da Bodoquena

Figura 1 Evolução da distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 31 maio e em 15 junho de 2012.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO E ZONA DE AMORTECIMENTO

ESTRATÉGIAS DE GESTÃO TERRITORIAL PARA A RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM MINAS GERAIS

Análise temporal da ação antrópica sobre diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro

ÁREAS VERDES DE SÃO PAULO AMEAÇAS E CONQUISTAS. PROTEJA ANTES QUE ACABEM!

APRESENTAÇÃO DO PROJETO

Prof. Dr. nat. techn. Mauro Valdir Schumacher Ecologia e Nutrição Florestal Departamento de Ciências Florestais/CCR/UFSM

ArcelorMittal BioEnergia Ltda PRODUÇÃO DE MADEIRA EM REGIÃO DE DÉFICIT HÍDRICO

Panorama sobre as Unidades de Conservação do município de São Paulo.

Atualização de $ 602,77 de Abr-2006 para Mai-2011 pelo índice INPC. Valor atualizado: $ 784,48

USINAS FOTOVOLTAICAS ON- GRID PARA A SUSTENTABILIDADE SOCIAL, AMBIENTAL E EC0NÔMICA DA AMAZÔNIA

Planos de Manejo INSTITUTO FLORESTAL. Floresta Estadual Serra D Água

Instrumento de Monitoramento da Vigilância do Óbito MIF/Materno, Infantil e Fetal DIRES: Microrregião: Macrorregião:

Veracel Celulose S/A Programa de Monitoramento Hidrológico em Microbacias Período: 2006 a 2009 RESUMO EXECUTIVO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE GRUPO DE ESTUDOS E SERVIÇOS AMBIENTAIS ENCHENTE DO RIO ACRE EM RIO BRANCO, ABRIL DE 2011 PARECER TÉCNICO

ADVOCACIA GERAL DA UNIAO Procuradoria Geral da Uniao Departamento de Calculos e Pericias - DECAP ( NECAP NO ESTADO DO

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE E REFLETIDA SOBRE SOLO NÚ NO MUNICIPIO DE DELMIRO GOUVEIA

10o SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO E MANEJO DE ÁGUA DE CHUVA Belém - PA - Brasil CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM CISTERNAS RURAIS EM ANOS DE SECA

SUMÁRIO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016) RISCO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS NO PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ÓRGAOS

Retrospectiva dos principais marcos do Projeto Cerrado-Jalapão no ano de 2015

Veracel Celulose S/A Programa de Monitoramento Hidrológico em Microbacias Período: 2006 a 2010 RESUMO EXECUTIVO

CNC - Divisão Econômica Rio de janeiro Agosto/2013

Operação Somos Todos Olímpicos

ÍNDICE NACIONAL DE CUSTOS DO TRANSPORTE CARGA LOTAÇÃO

COMBATE INICIAL DE FOCOS DE INCÊNDIOS EM FLORESTAS DE EUCALIPTO

Transcrição:

Manejo Integrado do Fogo Simone Fonseca Experiência do Parque Nacional das Sempre Vivas

A cadeia do Espinhaço e os domínios fitogeográficos brasileiros.

Visão geral dos ambientes campestres e formações típicas do Espinhaço no Parque Nacional das Sempre Vivas.

Áreas a serem preservadas Corredores de matas e vargens entre serras - áreas de muito difícil acesso

Acessos ao PNSV Santa Rita Curimataí Sertão Pé de Serra e Lavras Norte Álamo e Duas Barras Inhacica Inhaí Macacos

Conflito entre PNSV e comunidades do Entorno Comunidades demandando recategorização da Unidade de Conservação; Dificuldade de diálogo; Não foi possível ainda estabelecer os termos de compromisso.

Alvos de Proteção contra o fogo na UC Capão de mata em meio a campo úmido. Floresta Estacional Semidecidual.

Sempre vivas Espécies florescendo ao longo do ano janeiro janeiro abril/maio julho/agosto

Manejo Integrado do Fogo MIF Objetivos orientados pelo Plano de Manejo da UC: Proteger as matas; Proteger nascentes e áreas de recarga hídrica (vargens); Prevenir incêndios de grandes proporções; Criar oportunidade de estabelecer parcerias entre gestores e comunidades.

Manejo Integrado do Fogo MIF Área de intervenção Região sul do parque: Área mais acessível na UC; RPPN Campos de São Domingos e Fazenda Gavião áreas de muito acúmulo de combustível; Região possui algumas posses dos moradores da comunidade de Macacos; Área foi alvo de grande incêndio em 2011.

Mapa de Acúmulo Combustível 2016

Manejo Integrado do Fogo Realização das queimas em Manejo: Baixa intensidade

Precipitação mensal média entre 1977 e 2006

Janela de tempo para queima manejada até final de julho Precoce Modal Tardio Precoce

Precipitação mensal 2014-2016 450,00 400,00 350,00 300,00 250,00 200,00 2015 2016 150,00 100,00 50,00 0,00 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez MIF 2016 MIF 2015

Áreas Manejadas 2015 15 polígonos 282,65 ha 18 ha media maior polígono 136,43 ha 2016 25 polígonos 290,97 ha 11 ha média Maior polígono 56,47 ha

-169,36 ha

MIF e fitofisionomias vegetacionais Dificuldade de queimar o cerrado. Carrasco/capoeira não queimou. Campos úmidos grande severidade.

Campos úmidos 2015 8 áreas com solo hidromórfico 2 áreas com fogo subterrâneo 2016 10 áreas com solo hidromórfico 6 áreas com fogo subterrâneo 1 extensa e outra com 3 pontos diferentes

Dúvidas Turfeiras Devemos queimar estes ambientes?

Área de queima subterrânea 1 ano depois

Avaliação do trabalho com os agentes de queima

Participação dos agentes de queima possibilitou realizar o manejo mais cedo; Apoiaram a brigada que era pouco experiente; Realizaram as queimas e aceiros adequadamente, porém fazendo controle com combate.

Reuniões prévias e de avaliação com comunitários Alguns comunitários convidados a participar. 2016 Comunidade de macacos Indicaram as áreas a serem queimadas (o que, por que, e quando).

Avaliação - comunidade Comunitários apontam que o tamanho das áreas ficou menor do que eles desejavam; A queima ajudou a proteger as áreas sensíveis do fogo (em parte); Contradições quanto à avaliação da época de queima.

Conhecimento tradicional Queimar no final da estação seca após as primeiras chuvas

Avaliação Participação dos comunitários foi boa, houve aproximação e diálogo com os gestores; Queima poderia ter sido menos severa, sugestão de realizar 1 mês antes no próximo ano; Redução de combustível na região manejada. Reunião de avaliação com comunitários será 30/11.

Avaliação 2016 Necessidade de realizar as queimas dos campos úmidos durante a estação chuvosa ou após as primeiras chuvas em outubro/novembro;

Avaliação 2016 Houve mais comunitários procurando fazer queima em parceria com o ICMBio; Redução de combustível na região manejada; Reunião de avaliação com comunitários será 30/11.

Outras ações do Projeto no Sempre Vivas Curso de Ecologia do Fogo; Pesquisa sobre efeitos do fogo sobre duas espécies de Eriocaulaceae.

Dificuldades e desafios 124 mil hectares com áreas de difícil acesso; Contratação de brigadistas em períodos não críticos; Identificar a melhor janela de tempo para queima; Adquirir mais experiência para executar as queimas.

Próximos passos Definição das zonas de MIF; Ampliação das ações de manejo nas áreas ao longo do parque; Monitoramento da biodiversidade - espécies de sempre vivas e comunidade campestre, nidificação de aves.

Contatos Simone Nunes Fonseca simone.fonseca@icmbio.gov.br Márcio Lucca - Chefe marcio.lucca@icmbio.gov.br (38) 3531-3266 Beco da Paciência, 166.