FENOLOGIA DE CULTIVARES DE TRIGO PARA FINS DE REFINAMENTO DO ZONEAMENTO AGRÍCOLA DA CULTURA NA REGIÃO HOMOGÊNEA DE ADAPTAÇÃO DE CULTIVARES 4

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Transcrição:

FENOLOGIA DE CULTIVARES DE TRIGO PARA FINS DE REFINAMENTO DO ZONEAMENTO AGRÍCOLA DA CULTURA NA REGIÃO HOMOGÊNEA DE ADAPTAÇÃO DE CULTIVARES 4 Edina Regina Moresco¹, Joaquim Soares Sobrinho¹, Aurinelza BatistaTeixeira Condé 2, Antônio Joaquim Braga Pereira Braz 3, João Leonardo Pires¹, Pedro Luiz Scheeren¹, Gilberto Rocca Cunha¹, Márcio Só e Silva¹ e Maria Eduarda Berlatto Magnabosco 4 ¹Pesquisador, Centro Nacional de Pesquisa de Trigo - CNPT (Embrapa Trigo), Rodovia BR 285, km 294, CEP 99001-970 Passo Fundo - RS. E-mail: edina.moresco@embrapa.br 2 Pesquisador, Empresa Mineira de Pesquisa Agropecuária EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba. Patos de Minas MG. 3 Professor, Universidade de Rio Verde FESURV. Rio Verde GO. 4 Aluna de graduação do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), bolsista Embrapa-Trigo. Uberaba-MG. O termo zoneamento é utilizado para definir a compartimentação e delimitação de uma determinada região em distintas porções territoriais, obtidas por meio da avaliação de diferentes temas de acordo com os objetivos do estudo (SANTOS, 2004). O zoneamento agrícola é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos pela análise de parâmetros de clima, solo e de ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adotada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Apesar do programa de zoneamento agrícola de risco climático do Governo Federal ter sido iniciado em 1996, estudos de zoneamento da cultura do trigo no Brasil com base em informações de clima e de solo são mais antigos, como é exemplo o publicado por KALCKMANN et al. (1965). Desde

então, uma série de estudos relativos ao zoneamento desta cultura, sobretudo na região Sul, tem sido sistematicamente produzidos por pesquisadores da Embrapa e de outras instituições de pesquisa no País. Para a indicação de cultivares de trigo no Brasil, foram delimitadas quatro regiões homogêneas de adaptação. Uma úmida, que vai do Rio Grande do Sul até o norte do Paraná com, pelo menos, duas divisões, uma parte fria (Região 1) e outra quente (Região 2). A região moderadamente seca e quente (Região 3), porém ainda passível de cultivo de trigo sem irrigação, compreende o norte do PR, sul de SP e parte do MS. Por último, uma região quente e seca (Região 4), que envolve parte dos estados de SP e MS, além de GO, DF, MG, MT e BA (BRASIL, 2008). Devido a grande extensão territorial, variabilidade de condições ambientais, altitude, tipo e capacidade de uso do solo na Região 4, faz-se necessário o refinamento do zoneamento para o cultivo de trigo nesta região. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a fenologia de genótipos de trigo na Região 4 com vistas ao possível refinamento no zoneamento agrícola para a região.. Os experimentos foram conduzidos na safra 2013, em sistema de sequeiro, em três locais com variações em altitude, precipitação pluvial e tipo de solo, dentro da Região 4: Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), Campus Uberaba-MG (720 m, 488 mm e latossolo vermelho distrófico de textura franco arenosa - 27% de argila); na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) em Patos de Minas, MG (940 m, 246 mm e latossolo vermelho eutroférrico de textura franco arenosa - 29% de argila) e na Universidade de Rio Verde (FESURV) em Rio Verde, GO (750 m, 555 mm, latossolo vermelho de textura argilosa - 39 % de argila). O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com duas repetições em parcelas constituídas por 3 linhas de 5 m de comprimento e 0,2 m de espaçamento entre linhas. As datas de semeadura para Rio Verde, Uberaba e Patos de Minas foram, respectivamente, 05/03/13, 13/03/13 e 26/03/13. A adubação e os tratos culturais empregados foram de acordo com as indicações técnicas para a cultura do trigo (Reunião..., 2011). Neste primeira ano de experimento somente a variável dias até o espigamento (DAE) foi

analisada. Para esta variável, as cultivares de trigo foram classificadas em quatro categorias por meio da comparação da média geral da variável: Grupo 1 valor abaixo da média menos um desvio padrão (< m 1s); Grupo 2 valor entre a média menos um desvio padrão e a média (> m 1s e < m); Grupo 3 valor entre a média e a média mais um desvio padrão (> m e < m + 1s); e Grupo 4 valor acima da média mais um desvio. A análise de variância individual de cada local foi realizada considerando o delineamento em blocos casualizados com duas repetições. Já a análise conjunta, considerou cada local como uma das três repetições. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do programa computacional XLSTAT versão 2008.6.8 (ADDINSOFT INC., 2013). Em todas as análises de variância, os efeitos de tratamentos (genótipos) e de blocos (repetições nas análises individuais e locais na análise conjunta) foram altamente significativos pelo teste F, evidenciando as diferenças de fenologia entre as cultivares e também a diferença entre os locais avaliados. Os coeficientes de variação experimental para a variável estudada foram 13,3%, 14,3% e 4,5% respectivamente para Uberaba, Rio Verde e Patos de Minas. Na Tabela 1 encontram-se as médias para a variável DAE para os três locais. Observa-se que a menor média de DAE foi para a cultivar BRS 264 (42,5 dias) e o maior valor foi de 87,5 dias para a cultivar Fundacep 52 ambos em Rio Verde, GO. Nesta localidade as cultivares BRS Umbu, BRS Tarumã e BRS 277 não espigaram sendo que as duas últimas apresentaram o mesmo comportamento em Uberaba e Patos de Minas. Mediante o sistema de agrupamento proposto por meio da média de DAE dos três locais (65,57) calculada com o desvio padrão (6,564) foram obtidos os valores de: Grupo 1: < 59,0; grupo 2: 59,0 65,6; grupo 3: 65,6 72,1 e grupo 4 > 72,1 DAE. Por meio deste sistema nota-se (Tabela 01) que em Patos de Minas nenhuma cultivar foi classificada como grupo 1 (mais precoce). Neste local a maior frequência (27) ocorreu para o grupo 2. Já Rio Verde apresentou maior frequência (31) para o grupo 2 e Uberaba apresentou a maior frequência (43) para o grupo 1. Por meio de cores: azul (grupo 1),

verde (grupo 2), laranja (grupo 3), rosa (grupo 4) e vermelho (não espigaram), nota-se que apenas seis cultivares apresentaram o mesmo agrupamento nos três locais. Para os demais, houve mudança de classificação em pelo menos um local. Ademais, onze genótipos apresentaram agrupamento diferente em cada um dos locais testados. Conclui-se, portanto, que embora o trabalho seja preliminar, reforça a evidência da necessidade de refinamento do zoneamento para a Região 4. Está em curso atualmente uma expansão destas avaliações em outros locais com diferentes tipos de solo, altitude e precipitação pluvial o que permitirá maior resolução do zoneamento para a Região 4 num futuro próximo. Referências bibliográficas ADDINSOFT INC. XLSTAT Software Version 2008.6.8 Copyright Addinsoft. Brooklyn, NY, USA 1995-2008 (http://www.xlstat.com) Acessado em 21 de outubro de 2013. BRASIL. Instrução Normativa nº 58, de 19 de nov. de 2008. Regiões para realização de ensaios de Valor de Cultivo e Uso em trigo. Diário Oficial da União, seção 1, página 3. Brasília, 2008. COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE. Informações técnicas para Trigo e Triticale - Safra 2012. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste - Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo, 2011. 204p. KALCKMANN, R. E.; ARRUDA, A. A. G.; HOELTGEBAUM, F.; POPA, W.; BALDANZI, G.;GODOY, L.C. de. Regiões de trigo no Brasil. [S.l.]: 1965. 104p. (Estudos Técnicos, 28). SANTOS, R. F. dos. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de textos, 2004. 157p. Tabela 1. Número de dias da emergência até o espigamento de noventa e seis cultivares de trigo em três locais da região homogênea de adaptação de cultivares 4. Cultivar Uberaba Rio Verde Patos de Minas Abalone 64.0 66.5 66.5 Ametista 55.0 55.5 68.5 Berilo 63.5 63.5 66.5

BR 18 67.0 59.5 67.5 BR 23 59.5 61.5 68.5 BRS 177 70.5 73.5 69.5 BRS 179 63.0 68.5 69.5 BRS 208 64.0 67.5 69.5 BRS 220 59.5 58.5 65.5 BRS 254 57.5 44.5 63.5 BRS 264 53.0 42.5 69.5 BRS 276 67.0 76.5 71.5 BRS 277 - - - BRS 296 71.0 74.5 69.5 BRS 327 69.0 69.5 69.5 BRS 328 58.5 60.5 69.5 BRS 331 59.0 55.5 65.5 BRS 374 65.5 73.5 69.5 BRS Buriti 60.5 61.5 70.5 BRS Camboatá 64.5 73.5 73.5 BRS Gaivota 85.5 77.5 73.5 BRS Gralha Azul 62.0 70.5 68.5 BRS Guabiju 62.0 68.5 73.5 BRS Guamirim 56.5 66.5 70.5 BRS Louro 56.5 60.5 69.5 BRS Pardela 67.0 74.5 73.5 BRS Parrudo 80.5 79.5 67.5 BRS Tangará 63.0 72.5 68.5 BRS Tarumã - - - BRS Timbaúva 56.0 60.5 68.5 BRS Umbu 81.0-84.5 Campeiro 60.5 62.5 66.5 CD 104 71.5 74.5 68.5 CD 105 55.0 54.5 68.5 CD 108 49.5 47.5 68.5 CD 113 54.0 49.5 70.5 CD 114 70.5 77.5 70.5 CD 115 65.0 73.5 70.5 CD 116 55.5 59.5 73.5 CD 117 58.5 61.5 73.5 CD 118 59.0 61.5 74.5 CD 119 58.0 58.5 73.5 CD 120 56.5 58.5 72.5 CD 121 70.0 78.5 66.5 CD 122 65.0 67.5 66.5 CD 123 51.5 51.5 66.5 CD 124 79.5 78.5 68.5 CD 1252 55.0 53.5 67.5 CD 150 53.5 52.5 66.5 CD 151 62.5 67.5 66.5

CD 154 66.5 65.5 66.5 CD 1550 55.0 54.5 66.5 Embrapa 22 51.0 46.5 73.5 Embrapa 42 51.0 46.5 73.5 Fepagro 15 55.0 56.5 67.5 Fundacep 300 83.0 84.5 73.5 Fundacep 51 67.0 81.5 69.5 Fundacep 52 77.0 87.5 73.5 Fundacep Bravo 74.0 75.5 73.5 Fundacep Campo Real 66.0 75.5 73.5 Fundacep Cristalino 56.5 55.5 70.5 Fundacep Horizonte 57.0 56.5 69.5 Fundacep Nova Era 69.5 72.5 73.5 Fundacep Raízes 57.0 62.5 73.5 IAPAR 78 65.5 61.5 70.5 IPR 128 61.5 66.5 73.5 IPR 130 59.0 66.5 69.5 IPR 136 56.5 64.5 70.5 IPR 144 58.0 66.5 73.5 IPR 85 54.0 66.5 73.5 IPR Catuara TM 54.0 55.5 71.5 Marfim 62.5 65.5 67.5 Mirante 57.5 59.5 66.5 Ônix 57.0 59.5 66.5 OR 1 62.0 60.5 66.5 Pampeano 66.5 58.5 70.5 Quartzo 61.5 62.5 72.5 Safira 69.0 74.5 73.5 Supera 56.0 54.5 70.5 TBIO Alvorada 61.5 61.5 73.5 TBIO Bandeirante 55.0 59.5 71.5 TBIO Iguaçu 57.0 66.5 72.5 TBIO Itaipu 57.0 77.5 72.5 TBIO Mestre 65.5 66.5 68.5 TBIO Pioneiro 68.5 75.5 73.5 TBIO Seleto 57.0 60.5 73.5 TBIO Sinuelo 65.5 62.5 73.5 TBIO Tibagi 58.5 65.5 73.5 TEC Triunfo 71.0 66.5 67.5 TEC Veloce 57.0 56.5 67.5 TEC Vigore 58.0 59.5 67.5 Topazio 58.5 65.5 67.5 Turquesa 64.0 67.5 67.5 Valente 55.5 54.5 68.5 Vaqueano 67.0 69.5 73.5 Média 62.1 64.4 70.2