Comunicado. Tarifas e Preços para a Energia Elétrica em 2015



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Transcrição:

Comunicado Tarifas e Preços para a Energia Elétrica em 2015 De acordo com os procedimentos estabelecidos no Regulamento Tarifário foi submetida, em outubro, à apreciação do Conselho Tarifário, da Autoridade da Concorrência e dos serviços competentes das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, a Proposta de Tarifas e Preços para a Energia Elétrica em 2015. Esta proposta foi complementada por um conjunto de outros documentos que lhe serviram de base e de enquadramento e que dela fazem parte integrante. Tendo em consideração o parecer do Conselho Tarifário, procede-se agora à aprovação dos valores das tarifas e preços a vigorar em 2015. 1. Enquadramento às Tarifas de Energia Elétrica O ano de 2015 será o terceiro ano de plena vigência do mercado liberalizado de eletricidade, no sentido das tarifas reguladas remanescentes serem já exclusivamente de natureza transitória. O processo de liberalização, gradualmente implementado a partir de 2007, permitiu que a totalidade de consumidores em muito alta tensão (MAT) aderisse ao mercado, tendo a ERSE deixado de fixar tarifas transitórias para este segmento de mercado. Também a grande maioria (97%) dos consumidores em alta tensão (AT) optaram já por condições mais favoráveis oferecidas por comercializadores em mercado. O mercado liberalizado atingiu em outubro de 2014 mais de 3,28 milhões de clientes e representa já mais de 81% do consumo total em Portugal, tendo as tarifas transitórias cada vez menor expressão no setor elétrico. Ainda durante o ano de 2014, o número de clientes que optaram por ser fornecidos por um comercializador em regime de mercado excedeu o número dos que permanecem na tarifa transitória, sendo essa realidade transversal a todos os segmentos, incluindo o de clientes em baixa tensão normal (BTN), usualmente descritos como o segmento residencial e de microempresas. Desde janeiro deste ano já entraram no mercado liberalizado mais de 1 milhão de novos clientes e desde outubro do ano passado o número de clientes no mercado livre cresceu cerca de 60%. Entre outubro de 2013 e outubro de 2014, o número de mudanças de comercializador entre ofertas em mercado quase triplicou, o que acentua também o incremento na intensidade de mudança de comercializador. 1

Os dados mais recentes do mercado liberalizado permitem-nos perspetivar que no final de 2014 cerca de 2/3 da energia consumida em baixa tensão não estará enquadrada pelas tarifas de venda a clientes finais publicadas pela ERSE. Em termos médios, espera-se que em 2015 cerca de 75% da energia total consumida em Portugal pelo segmento de BTN esteja sujeita a preços definidos em regime de mercado, restando apenas 25% sujeita a preços regulados pela ERSE. Para a totalidade dos consumidores essa cifra prevê-se que possa situar-se em torno dos 90% do consumo total. O dinamismo observado na transição para o mercado em todos os níveis de tensão é um bom indicador da competitividade dos preços praticados em mercado face às tarifas transitórias de venda a clientes finais, definidas nas condições estabelecidas nos termos da legislação em vigor. Esta circunstância é corroborada pelo verificado crescimento do número de comercializadores a atuar no mercado elétrico nacional. Com o objetivo de auxiliar os consumidores na transição para o mercado liberalizado a ERSE disponibiliza no seu site oficial um simulador de comparação de preços de energia elétrica. As tarifas agora apresentadas integram as tarifas de acesso às redes de transporte e de distribuição, as tarifas transitórias de venda a clientes finais e as tarifas sociais. As tarifas transitórias aplicam-se aos consumidores em AT, MT, BTE e BTN fornecidos pelos comercializadores de último recurso que ainda não escolheram um comercializador em regime de mercado. As tarifas sociais de venda a clientes finais aplicam-se aos consumidores vulneráveis em BTN nos termos estabelecidos em legislação. A elaboração das tarifas de energia elétrica está sempre submetida a um conjunto de critérios que, ponderando o equilíbrio de interesses entre os consumidores e as empresas, se traduzem em: Minimizar os custos para os consumidores, assegurando a sustentabilidade do mercado e promovendo a adequação dos preços aos custos nas atividades reguladas; Incentivar a afetação eficiente dos recursos utilizados nas diferentes atividades reguladas; Refletir os custos de interesse económico geral e de política energética nos termos da legislação em vigor. A variação entre 2014 e 2015 das tarifas de venda a clientes finais em Baixa Tensão Normal (BTN) dos comercializadores de último recurso, em Portugal, consta do quadro seguinte: 2

Tarifas de Venda a Clientes Finais Variação 2015/2014 Baixa Tensão Normal 1,2% Esta variação média resulta da variação das tarifas transitórias de venda a clientes finais em BTN e da variação das tarifas sociais de venda a clientes finais. A variação entre 2014 e 2015 das tarifas transitórias de venda a clientes finais em BTN dos comercializadores de último recurso, em Portugal, consta do quadro seguinte: Tarifas Transitórias de Venda a Clientes Finais Variação 2015/2014 Baixa Tensão Normal 3,3% Estas tarifas podem ser revistas durante o ano de 2015 de modo a assegurar-se a sua adequabilidade às condições de funcionamento dos mercados de energia elétrica. As tarifas sociais de venda a clientes finais em BTN dos comercializadores de último recurso a vigorarem em 2015, apresentam um desconto estabelecido por despacho do membro do Governo responsável pela área da energia, observando uma redução de 14% nos termos do quadro seguinte: Tarifas de Venda a Clientes Finais Variação 2015/2014 Tarifa Social -14,0% O alargamento da abrangência das tarifas sociais de eletricidade foi recentemente aprovado pelo Governo em Conselho de Ministros. As tarifas sociais passam a ser aplicáveis aos beneficiários do complemento solidário para idosos, aos beneficiários do rendimento social de inserção, aos beneficiários do subsídio social de desemprego, aos beneficiários do abono de família, aos beneficiários da pensão social de invalidez, aos beneficiários da pensão social de velhice e aos clientes finais economicamente vulneráveis considerados pessoas singulares que, no universo dos clientes finais de energia elétrica em baixa tensão normal, obtenham um rendimento anual inferior ao rendimento anual máximo, ainda que não beneficiem de qualquer prestação social. 3

2. Principais fatores que determinam a variação tarifária em 2015 A variação tarifária para 2015 resulta da conjugação de vários fatores com impactos em sentidos opostos, que seguidamente se sintetizam: a) Fatores que contribuem para o incremento do nível tarifário: i) Serviço da dívida Os custos associados ao serviço da dívida incluída nas tarifas de 2015 apresentam um acréscimo relativo a 2014 em cerca de 45%, correspondendo a 416 milhões de euros. Este acréscimo decorre em grande parte da amortização, acrescida dos respetivos juros, do diferimento do diferencial da PRE de 2014 (+407 milhões de euros). O acréscimo do serviço da divida teve um impacte substancial no acréscimo de cerca de 20% registado ao nível dos proveitos a recuperar pela tarifa de Uso Global do Sistema (UGS). ii) Crescimento moderado do consumo de energia elétrica O consumo referido à emissão apresentou entre 2012 e 2013 um crescimento de apenas 0,2%. Para 2014 estima-se um acréscimo, relativamente a 2013, de 0,5%, alicerçado no crescimento dos níveis de tensão mais elevados (MAT e AT). Para 2015, a ERSE assume que a tendência de crescimento se mantém, devendo atingir os 0,8%, relativamente a 2014. Este cenário moderado de crescimento da procura não favorece a diluição dos custos das atividades reguladas, nomeadamente os que apresentam um maior crescimento como é o caso da UGS. b) Fatores que contribuem para a redução do nível tarifário: i) Metas de eficiência e base custos aplicados às atividades reguladas Às atividades reguladas são aplicadas metas de eficiência com vista à diminuição dos custos em termos unitários. As metas de eficiência têm permitido diminuir de uma forma consistente os custos das atividades reguladas, em especial os custos das atividades de rede, isto é, o transporte e a distribuição de energia elétrica. O ano de 2015 marca o início de um novo período regulatório, pelo que se procedeu à redefinição das bases de custos incluídas nas tarifas com a avaliação dos ganhos efetivos de eficiência das empresas reguladas, decorrentes dos objetivos que lhes foram impostos no anterior período regulatório. 4

No seguimento da análise efetuada, as bases de custos das atividades reguladas foram revistas em baixa na generalidade das atividades reguladas, contribuindo para uma redução dos custos de exploração recuperados por aplicação das tarifas. ii) Diminuição da taxa de remuneração dos ativos regulados A diminuição do risco percebido nos mercados do contexto financeiro nacional, conjugada com a política monetária do Banco Central Europeu teve como reflexo uma diminuição das taxas de juro tanto da dívida da República Portuguesa, como das empresas nacionais, até níveis nunca atingidos até à data. Este facto justificou, em grande parte, a revisão em baixa da taxa de remuneração das atividades reguladas em cerca de 1,4 pp, face aos valores aplicado em 2014 e de 2,6 pp, face aos valores definidos para o primeiro ano do período regulatório que terminou em 2014. No entanto, mantém-se um conjunto de incertezas relativas à evolução das economias europeias e, em particular, da economia nacional que justificaram a manutenção do mecanismo de indexação das taxas de remuneração. iii) Medidas legislativas mitigadoras de custos Em 2012 e em 2013 foram aprovados um conjunto de diplomas cuja aplicabilidade se mantém em 2014 e que diminuem o impacte dos CIEG nas tarifas de 2015. As medidas associadas a esses diplomas consistem em (i) reversão para as tarifas das receitas decorrentes dos leilões de CO2, (ii) compensação dos produtores eólicos em regime especial no âmbito do Decreto-Lei n.º 35/2013, (iii) receitas decorrentes da aplicação do decreto-lei nº 74/2013. Em 2014, foi também aprovado o Decreto-Lei n.º 55/2014, de 9 de abril, que determina as formas de alocação das verbas do FSSSE 1 às tarifas do setores energéticos. 1 Fundo para a Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético. 5

3. Impactes das variações tarifárias na fatura média dos clientes Nos quadros seguintes apresenta-se um conjunto de variáveis caracterizadoras do segmento do consumo doméstico com o objectivo de situar o impacto associado às tarifas para 2015. Variáveis caracterizadoras do segmento BTN 20,7 kva BTN 20,7 kva Consumo médio anual/cliente [kwh] 1 744 Fatura média mensal [ /mês] 35,3 Variação Tarifária 2015/2014 na fatura mensal [ /mês] 1,14 Nota: Os valores apresentados incluem IVA de 23%. A sua leitura permite concluir que a expressão, nos orçamentos familiares, do aumento subjacente às tarifas de venda a clientes finais transitórias para 2015 é de 1,14 Euros, para uma fatura média mensal de 35,3 Euros. Variáveis caracterizadoras dos consumidores abrangidos pelas Tarifas Sociais BTN Tarifa social Consumo médio anual/cliente [kwh] 1 300 Fatura média mensal [ /mês] 19,1 Variação Tarifária 2015/2014 na fatura mensal [ /mês] -3,11 Nota: Os valores apresentados incluem o desconto ASECE de 13,8% e IVA de 23%. Os consumidores abrangidos pelas tarifas sociais de venda a clientes finais terão um decréscimo na fatura mensal de eletricidade no valor de 3,11 Euros, para uma fatura média mensal de 19,1 Euros, o que corresponde a uma redução de -14%. 6

4. Custos de Interesse Económico Geral A evolução dos custos de interesse económico geral é apresentada na figura seguinte: Custos de Interesse Económico Geral 3500 3000 2500 10 6 EUR 2000 1500 1000 500 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Da análise desta figura, observa-se que a partir de 2011 a tendência acentuada de crescimento dos CIEG altera-se, assistindo-se a uma certa estagnação entre 2013 e 2014, e a uma redução em 2015. Os valores apresentados incluem igualmente os custos a recuperar em cada ano, bem como os que foram objeto de diluição temporal com impacte na dívida tarifária. 7

5. Serviço da Dívida O quadro que segue apresenta as amortizações e os juros da dívida gerada em anos anteriores (2006 a 2012), de entre os quais se destacam: (i) a parcela relativa a medidas de estabilidade tarifária, estabelecidas no Decreto-Lei n.º 165/2008 e (ii) a parcela dos sobrecustos com a aquisição de energia a produtores em regime especial, ao abrigo do artigo 73.º-A do Decreto-Lei nº 215-A/2012 de 8 de outubro. 8

Amortizações e juros da dívida tarifária Saldo em dívida em 2014 Juros 2015 Amortização 2015 Serviço da dívida incluído nas tarifas de 2015 Unidade: 10 3 EUR Saldo em dívida em 2015 (1) (2) (3) (4) = (2)+(3) (5) = (1)-(3) EDA (BCP e CGD) 36 542 258 12 095 12 353 24 447 Convergência tarifária de 2006 12 884 91 4 264 4 355 8 619 Convergência tarifária de 2007 23 658 167 7 831 7 998 15 828 EEM (BCP e CGD) 20 360 144 6 739 6 883 13 621 Convergência tarifária de 2006 4 710 33 1 559 1 592 3 151 Convergência tarifária de 2007 15 650 111 5 180 5 291 10 470 EDP Serviço Universal 4 316 829 186 290 1 026 727 1 213 017 4 801 253 BCP e CGD 57 863 409 19 152 19 561 38 711 Défice de BT de 2006 41 944 297 13 883 14 179 28 061 Continente 40 308 285 13 341 13 626 26 966 Regiões Autónomas 1 636 12 541 553 1 094 Défice de BTn de 2007 15 919 113 5 269 5 382 10 650 Continente 15 298 108 5 063 5 172 10 234 Regiões Autónomas 622 4 206 210 416 BCP Diferimento do sobrecusto PRE de 2012 516 450 32 640 250 315 282 955 266 135 EDP Serviço Universal 12 134 767 5 881 6 648 6 253 BCP Diferimento do sobrecusto PRE de 2012 182 331 11 523 88 373 99 896 93 958 Santander Diferimento do sobrecusto PRE de 2012 79 299 5 012 38 435 43 447 40 864 Tagus, SA Diferimento do sobrecusto PRE de 2012 242 686 15 338 117 626 132 964 125 060 Diferimento do sobrecusto PRE de 2013 982 690 57 445 309 140 366 585 673 550 EDP Serviço Universal 319 387 18 670 100 474 119 145 218 913 Santander Diferimento do sobrecusto PRE de 2013 106 382 6 219 33 466 39 685 72 916 Tagus, SA Diferimento do sobrecusto PRE de 2013 556 921 32 556 175 199 207 755 381 722 Diferimento do sobrecusto PRE de 2014 1 533 878 69 885 336 960 406 845 1 196 918 EDP Serviço Universal 1 359 653 61 480 296 432 357 912 1 063 221 BCP Diferimento do sobrecusto PRE de 2014 174 225 8 405 40 528 48 933 133 697 Diferimento do sobrecusto PRE de 2015 1 511 151 Tagus, SA (*) 1 225 949 26 444 111 160 137 604 1 114 788 Desvios de energia de 2007 e 2008 não repercutidos em tarifas de 2009 907 594 19 577 82 294 101 871 825 299 Sobrecusto da PRE 2009 318 355 6 867 28 866 35 733 289 489 Prémio de emissão ao abrigo do n.º 6 do Despacho n.º 27 677/2008 0-533 0-533 0 Titularização do sobrecusto da PRE de 2009 [2] 0-533 0-533 0 [2] EDP Distribuição 315 782 26 527 74 912 101 439 240 869 BCP Parcela de acerto de 2011 74 912 7 679 74 912 82 591 0 EDP Distribuição Parcela de acerto de 2012 240 869 18 849 0 18 849 240 869 Total 4 689 514 213 219 1 120 473 1 333 693 5 080 191 9

6. Proveitos regulados O quadro seguinte apresenta os proveitos permitidos por empresa regulada implícitos nas tarifas para 2015, que incluem as transações entre empresas ao longo da cadeia de valor do sector elétrico. Proveitos permitidos por empresa regulada (10 3 Euros) Proveitos sem ajustamentos Ajustamentos Proveitos permitidos (a) (b) (c) = (a+b) REN Trading 129 631 19 507 149 138 Compra e Venda de Energia Elétrica do Agente Comercial (CVEEAC) 129 631 19 507 149 138 REN 542 939-7 941 534 998 Gestão Global do Sistema (GGS) 230 612 44 876 275 488 Transporte de Energia Elétrica (TEE) 312 327-52 818 259 509 EDP Distribuição 3 296 874 86 002 3 382 877 Distribuição de Energia Elétrica (DEE) 1 193 717-20 731 1 172 987 Proveitos do ORD por aplicação da tarifa de Uso da Rede de Transporte 259 509 40 647 300 157 Proveitos do ORD por aplicação da tarifa de Uso Global do Sistema 1 843 648 66 086 1 909 734 EDP Serviço Universal (CUR) 1 773 062 298 177 2 071 238 Compra e Venda de Energia Elétrica (CVEE) 1 149 149 290 944 1 440 094 CVEE da Produção em Regime Especial 826 189 399 468 1 225 657 CVEE para Fornecimento de Clientes 322 960-108 523 214 437 Compra e Venda do Acesso à Rede de Transporte e de Distribuição (CVATD) 576 840 576 840 Comercialização (C) 43 578 7 232 50 810 Sobreproveito pela aplicação da tarifa transitória 3 494 3 494 EDA 163 620 152 163 772 Atividade de Aquisição de Energia Elétrica e Gestão do Sistema 127 644-2 691 124 953 Atividade de Distribuição de Energia Elétrica 29 049 2 478 31 527 Atividade de Comercialização de Energia Elétrica 6 927 365 7 293 EEM 166 228 718 166 946 Atividade de Aquisição de Energia Elétrica e Gestão do Sistema 125 822-3 048 122 774 Atividade de Distribuição de Energia Elétrica 35 512 3 606 39 118 Atividade de Comercialização de Energia Elétrica 4 894 160 5 054 Notas: Neste caso, os ajustamentos com sinal positivo são valores a recuperar pelas empresas e os ajustamentos com sinal negativo são valores a devolver ao sistema Aceda a informação complementar sobre as Tarifas de Energia Elétrica para 2015 Lisboa, 15 de dezembro de 2014 10