RELATÓRIO DE VIAGEM: 1. Apresentação Pessoal: Nome: Pedro Zagury T. Duarte Curso: Engenharia de Produção Período: 8º período País de Destino: Estados Unidos Universidade de Intercâmbio: University of California at San Diego 2. Visão Geral: Essa não foi a primeira vez que tinha feito intercâmbio, mas sem dúvidas foi a mais especial. Evidente que não havia o mesmo grau de liberdade e independência em experiências anteriores, então o dia-dia nos meus seis meses, que já seriam, por definição, muito diferentes do meu cotidiano na PUC, foram, também, muito diferentes de tudo que havia vivido antes. Das melhores lembranças tenho as viagens de carro a pelas estradas da Califórnia, conhecendo quase toda a costa, indo de San Diego à Carmel. Mas também pelos parques e desertos no interior, idas ao Grand Canyon e à Las Vegas. Em métricas de qualidade e quantidade de viagens certamente foi memorável. Não posso deixar de falar dos grandes amigos que fiz, que ainda mantenho em contato e que me proporcionaram momentos incríveis durante minha estadia. Em termos acadêmicos, a experiência foi muito agregadora. Não só consegui aproveitar os créditos das matérias que cursei, como também escolhi cursar tópicos do meu interesse, mas que não são oferecidos na minha graduação na PUC. Curiosamente, logo após minha chegada, consegui um estágio o qual meu dia-a-dia é baseado em duas matérias que cursei. A fluência em inglês naturalmente melhorou e a habilidade de me virar e ser independente foi aperfeiçoada. De forma geral, a experiência foi enriquecedora em todos os sentidos. Honestamente, algumas vezes já me vi pensando e conversando com amigos feitos em UCSD, sobre coisas que teríamos feito diferente. A verdade é que nada, ou, pelo menos, quase nada, valeria a pena mudar. Pouco tempo depois da minha volta, já me sinto nostálgico dos bons momentos, boas experiências e aprendizados que tive nos seis meses longe de casa. 3. Primeiros passos: Infelizmente, não existem voos diretos entre Rio e San Diego. O jeito que fiz, e, acredito, deva ser o mais eficiente, é fazer escala em Miami. Assim, nenhum de ambos os voos são demasiadamente longos e pode haver um descanso em terra firme. Chegando em San Diego, a melhor opção é pegar um táxi à sua acomodação, dado que o sistema de transporte público não é tão eficiente: só existem algumas poucas linhas de ônibus. Carro é necessário para se locomover na cidade, que possui planejamento urbano típico americano, com highways (autoestradas) ligando todos os pontos.
Ter, pessoalmente, um carro está longe de ser necessário. Para distâncias curtas, bicicletas funcionam e para mais distantes, pode ser usado tanto o (lento e ineficiente) sistema de ônibus ou aplicativos de transporte, como Uber ou Lyft. Ambos são razoavelmente baratos, e, se programando para sair sempre em grupos, a divisão de tarifa os torna mais vantajosos que transporte público. Como a universidade fica em La Jolla, um bairro (apesar de ser considerado uma outra cidade) ao Norte do Centro de San Diego, recomendo fortemente a estadia nessa área. É um bairro de classe alta, por isso não é incomum ver carros extravagantes, como Ferraris e Lamborghinis, nas ruas. Mas isto só comprova que a qualidade de vida é altíssima, a ponto dos mais ricos quererem morar lá. O ideal é chegar em San Diego, uns dois ou três dias antes do começo efetivo das aulas, para ir se ambientando tanto com as pessoas quanto com os espaços. Na minha experiência, decidi me hospedar dentro da universidade, pois sempre gostei da ideia da experiência universitária americana completa. É um pouco mais caro, mas vale inteiramente à pena foi, inclusive, me recomendado, antes da minha partida por ex-intercambistas e atuais alunos da faculdade. O melhor espaço é a International House, onde se aluga um quarto individual dentre quatro num flat, com sala, cozinha e banheiros compartilhados e, necessariamente, metade das vagas são ocupadas por intercambistas. Isso proporciona grande interação entre pessoas de interesses comuns: conhecer o maior número de estudantes possível para poder aproveitar ao máximo a breve experiência fora. Assim, se for ficar no dormitório estudantil, é bom ir falando e conhecendo o máximo de pessoas possíveis logo nos primeiros dias. Pela minha experiência em intercâmbios, são nos primeiros momentos que os grupos são formados é bem mais difícil se inserir depois que as pessoas já acumularam algum convívio e intimidade. No meu caso, também, a minha primeira semana em SD foi repleta de eventos: tanto estudantis, organizados pela faculdade, assim como sociais. Recomendo ir a todos. No caso de ficar fora do campus, é bom de qualquer forma, se hospedar de uma distância pequena da universidade. Assim, não se desperdiça tempo (e dinheiro) com locomoção e não inviabiliza o convívio com outros intercambistas. Em termos de bagagem, uma mala me fora suficiente na ida. O clima é agradável, e não muito diferente do Rio do Janeiro, mas sem os extremos de verão. Chove pouco, não há muita umidade no ar e as temperaturas não chegam a menos de 10 graus no inverno. Então não deveria ter preocupação em levar roupas de frio: a não ser que se programe a fazer alguma viagem mais ao Norte. Roupas de cama, utensílios de cozinha, banho, e todos os outros objetos que utilizamos sem perceber em casa, foram comprados no meu primeiro dia lá, numa clássica loja de departamentos americana. A qualidade é sempre confiável, o preço é baixo e economiza-se o trabalho de transportar objetos de casa entre países. 4. Sites que você indica:
Desde o início não utilizei muitos sites para me programar. Já conhecia ex-intercambistas em UCSD, assim como atuais estudantes e alguns amigos que já haviam morado em San Diego, então grande parte do aconselhamento que recebi foi de pessoas no meu círculo. O site da universidade e o myeap deram algum suporte antes da minha ida. Grupos de estudantes e associações de brasileiros no Facebook também ajudaram a desenvolver uma ideia e me preparar para meu intercâmbio. Lá, usava muito craigslist para anunciar objetos que queria me desfazer, Amazon, obviamente, para compras (inclusive de supermercado) e Uber de transporte. Para restaurantes, Open Table sempre dava boas recomendações. A verdade é que San Diego é uma cidade grande, cosmopolita e com turistas, portanto não há necessidade de sites específicos ou fora do padrão para se preparar. 5. A Universidade: Como disse anteriormente, baseei quase que inteiramente minhas matérias em tópicos de meu interesse que tenho menos contato na minha formação de Engenharia. Sempre gostei de mercado financeiro, já tinha experiência profissional no setor antes, e decidi, portanto, me aprofundar. Cursei algumas matérias do Departamento de Economia quanto de Business (Rady School of Management), que abordariam Finanças em algum sentido. Fiz Financial Markets, Investment Banking, Decisions Under Uncertainty, Corporate Finance e Financial Statement Analysis. Evidente que, por serem, do meu interesse há tempos, recomendo todas aos alunos que forem. Não só por que acho particularmente interessantes, mas, por que, desde meu regresso, já foram de uso prático frequente nas minhas atividades profissionais. Como consegui um estágio em Private Equity, todo o conteúdo de Investment Banking e Financial Statement Analysis, são a base das minhas rotinas diariamente. As disciplinas do Rady School of Management têm uma infra-estrutura, tanto em sala de aula como fora, superiores às outras. Os ambientes físicos foram recentemente reformados, e os professores são normalmente renomados em seus campos, então a experiência é sempre positiva. Como morava dentro do campus, a locomoção interna era feita a pé ou de bicicleta. As distâncias são, de fato, extensas, mas longe de comprometer a qualidade de vida: o segredo era se programar para sair para as aulas com vinte minutos de antecedência. A alimentação no campus era claramente um ponto negativo. Devido ao grande número de alunos asiáticos, existe uma clara influência asiática na comida. Isso torna as refeições
sempre fortes e pesadas, e com o passar do tempo, enjoativas, dado que há poucas variações. Minha solução foi começar a cozinhar no apartamento. Ao se hospedar dentro de UCSD, se é obrigado a fazer um plano de refeições já pré-pago. Mas esse plano vale para os mercadinhos internos: então simplesmente gastava meus créditos de refeição no mercado, e preparava minhas refeições em casa. O grande lado positivo é que isso fez com que jantares se tornarem grandes eventos para os amigos, cada dia com cardápios de um país diferente. 6. Suas recomendações: Como a universidade fica em La Jolla, recomendo primeiramente conhecer o redor. A praia de Black s Beach, exatamente em frente à UCSD, é um ponto de surf reconhecido internacionalmente por suas ondas, então os amantes do esporte devem conhece-la. Como a praia fica em uma falésia, enquanto a universidade em seu topo, a descida tende a demorar um pouco. Mas de qualquer forma, no topo desta falésia, existe um heliporto de parapente onde praticantes saltam e sobrevoam. O pôr-do-sol neste ponto é espetacular. Vale passear pelo centrinho de La Jolla, com lojas e bons restaurantes. Durante boa parte do ano, leões-marinhos repousam nas pedras da costa, o que tornou a região um ponto turístico. No Centro de San Diego, vale conhecer o bairro chamado Gaslamp, parte da San Diego histórica. Lá existem prédios em estilo clássico, bons restaurantes e é um dos poucos bairros da cidade onde se pode andar a pé. É onde está a vida noturna da cidade: bares, boates, rooftops... O Balboa Park, e seu zoológico dentro, são pontos turísticos reconhecidos. Vale o USS Midaway, museu de guerra americano: basicamente um navio da segunda guerra mundial, em operação até pouco tempo, que virara museu e está aberto ao público. Devido à proximidade de bases militares e exposição ao Pacífico, San Diego é uma cidade com alta demografia e cultura militares. As outras praias pela cidade também são visitas obrigatórias como Coronado, Ocean Beach e Pacific Beach. Nos finais de semana, um bom programa é alugar uma bicicleta com os amigos e sair de La Jolla até Ocean Beach, por toda a orla. As viagens pela Califórnia e arredores são imperdíveis. Fui ao Death Valley, um deserto e ponto mais baixo do Ocidente, e as paisagens são belíssimas, apesar de ser melhor visitar no inverno do que no verão. Por ser grande fã de tênis, fui ao torneio de Indian Wells, a duas horas de San Diego, e assisti, ao vivo, Roger Federer e Rafael Nadal, ao vivo. Para os entusiastas do esporte, certamente um programa que vale a pena. As trilhas por San Diego também são recomendáveis, principalmente de Potato Chip Rock.
Devido à proximidade ao México, vale muito a pena visitar. Tijuana, à noite, é uma experiência única e as paisagens de Baj California são memoráveis. Fiz uma viagem de carro por dez dias, durante o Spring Break, pelo México e foi incrível, à despeito das várias dificuldades. Los Angeles, Santa Barbara, San Francisco, Carmel, Las Vegas e outros pontos turísticos clássicos são obrigatórios. As fotos abaixo mostram um pouco da experiência: Pacific Beach Pier Típica Aula no Depto. De Economia de UCSD Holywood SIgn Falésia de Black s Beach Leões-Marinhos no centro de L a Jolla
El Burro, Baja California Sud, Mexico Torneio de tênis de Indian Wells Pôr- do Sol em La Jolla Death Valley Volta de bike em San Diego