Universidade de Intercâmbio: Munich University of Applied Scientes (Hochschule München) -

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1 RELATÓRIO DE VIAGEM: Victor Bethlem Ladvocat Apresentação Pessoal Meu nome é Victor Bethlem Ladvocat, tenho 25 anos, e fiz intercâmbio de um ano de duração para Munique, na Alemanha, entre agosto de 2014 e agosto de Na época era aluno da Engenharia Civil na PUC-RJ, mas acabei migrando para a Engenharia de Produção após regressar. País de Destino: Alemanha Universidade de Intercâmbio: Munich University of Applied Scientes (Hochschule München) Visão Geral: Durante a minha experiência no exterior fui apresentado a diversos desafios, acadêmicos e sociais, que tornaram minha experiência rica e desafiador. Frequentei o colégio Alemão Corcovado no Rio de Janeiro a minha vida toda e, por isso, já possuía grande conhecimento da língua alemã. Apesar disso, me acostumar com o dia a dia falando sempre alemão foi desafiador no inicio, mas com o tempo me acostumei e passei até a sonhar em alemão. Um dos meus principais objetivos com o intercâmbio era desenvolver ainda mais o idioma e acredito que consegui cumprir com esse objetivo, principalmente a nível acadêmico, dado que procurei me matricular em disciplinas da grade local, lecionadas em alemão. O vocabulário técnico da Engenharia apresentou-se como grande obstáculo no principio e ia para as aulas com dicionário e gravador para poder, primeiro entender a língua e depois entender a matéria. Com o tempo e com a ajuda dos colegas alemães o idioma deixou de ser um

2 obstáculo e se transformou em ferramenta para expandir meus conhecimentos e para fazer amizades que carrego até hoje. O outro objetivo do intercâmbio, tão importante quanto o primeiro era o enriquecimento acadêmico em um país que se tornou referência no ensino técnico mundial. A universidade, como diz o nome, foca em ciências aplicadas e dá muito valor a experiência prática e no contato direto com a teoria aplicada. Para mim, foi crucial ter esse contato com as matérias da Engenharia Civil no primeiro semestre, pois pude constatar que talvez não fosse a especialização em Engenharia mais apropriada para mim. Cursei disciplinas com professores conhecidos em seus campos na Alemanha, como o Professor Slominski, de fundações, e tive a oportunidade de conversar bastante sobre a Engenharia Civil e aprender muito sobre a área e suas aplicações na Alemanha e no mundo. Fiquei bastante impressionado com a estrutura da universidade, instalações modernas, e com a cidade, que já conhecia como turista, mas que nunca tinha visto funcionando a pleno vapor. Munique é uma cidade especial e centro de grandes mentes na Alemanha e Europa, onde é possível entrar em contato com o que há de mais moderno na tecnologia ao mesmo tempo em que se mantém um laço forte com a história que ali foi escrita. A eficiência do povo alemão e a forma que eles fazem as coisas e tomam decisões foi outro ponto importante que absorvi da experiência. Um trem que está programado para sair às 15:13 saíra às 15:13, aconteça o que acontecer, e se adaptar à esse pensamento que os compromissos e pontualidade são cruciais para o bom funcionamento é algo que pode ser desafiado para intercambistas. Por já ter tido uma convivência com a cultura alemã tive facilidade para me adaptar aos horários, mas o jeito linear e racional de se pensar foi algo que se mostrou desafiador no principio. Entretanto, os alemães de Munique são um pouco diferentes do resto: são mais descontraídos e lidam melhor com um tratamento mais quente. Em suma, minha experiência foi excepcional e muito importante para minha formação enquanto Engenheiro, adulto e me transformou em alguém muito mais independente e com uma visão de mundo onde as coisas sejam mais simples e bem feitas, com regras e compromissos seguidos sem exceção, o que é algo que eu espero trazer para o nosso país. 3. Primeiros passos: Para alunos que desejem a experiência de realizar um intercâmbio na Alemanha, recomendo primeiramente resolve a questão da acomodação, maior desafio principalmente em grandes centros como Munique. Tentei conseguir algo sozinho e acabei me deparando com imóveis

3 extremamente caros, ou baratos, mas em áreas muito afastadas do centro e da universidade. Recomendo entrar em contato com a secretaria de intercâmbios da universidade local, pois na Alemanha sempre existem moradias exclusivas de estudantes (só alunos matriculados em universidades de lá podem alugar os imóveis) por preços bem acessíveis e em boas condições de manutenção. Eu, por exemplo, morava na vila olímpica de Munique, em um pequeno bungalow de 18 metros quadrados: Além de moradia, outro ponto importante na cidade é a locomoção. É frequente se deparar com universitários se deslocando pela cidade em bicicletas, e é algo bem simples e seguro de se fazer por lá. O problema é que o inverno é rigoroso e as ruas ficam com muito gelo às vezes, o que pode ser perigoso. Sugiro a compra de um bilhete de transporte semestral, que possui desconto para estudantes, e permite o uso dos U-bahn (metrô), trams (similar ao VLT) e ônibus da cidade de Munique, além do S-bahn (trem que atinge as periferias da cidade de Munique e cidades mais próximas). A carteira de estudantes na Alemanha da direito ao uso do transporte publico metropolitano gratuito entre 18:00 e 06:00, mas recomendo a compra do bilhete. Abaixo, imagem com plano de U-bahn e S-Bahn. Como podemos observar, a rede é bem completa:

4 4. Sites que você indica: Indico a página no Facebook para alunos intercambistas de Munique: Página no Facebook das residências de estudantes do parque Olimpico: Página com apartamentos para estudantes: 5. A Universidade: A universidade, como mencionado no item (2) é uma instituição bem diferente da PUC-RJ, em que a aplicação prática de quase todas as disciplinas é realizada. Foram diversas visitas à obras, aulas em laboratório e até execução de pequenos projetos de engenharia. A universidade oferecia uma grade de matérias em língua inglesa para alunos estrangeiros e possuía um sistema de buddy para alunos que chegassem de outros países. Os buddys eram alunos alemães que se disponibilizavam para ajudar os estrangeiros na universidade e a se adaptarem na cidade e foram de grande ajuda para a adaptação. Além disso, existia um setor responsável pelos intercambistas e um international club onde todos podiam se reunir e se conhecer melhor. O

5 international club foi um diferencial para a adaptação e realizava também passeios como: esquiar nas montanhas, ida a Oktoberfest e passeios culturais na cidade. Cursei um mix de matérias em alemão e em inglês com foco tanto em Engenharia Civil, quanto em business, mas senti que a faculdade não ajudou muito na montagem da grade e fiquei meio perdido na hora de escolher as disciplinas. Do lado da PUC sinto que faltou um planejamento também com as matérias que deveria cursar. Me reuni com o coordenador de Civil na época, mas a conversa foi bem mais informal do que deveria e acabei tendo dificuldade em escolher as disciplinas. 6. Suas recomendações: Munique é uma cidade cara. Minha acomodação custava EUR 350,00 por mês e, além disso, precisava de mais uns EUR 700,00 para sobreviver na cidade. Como sugestão de coisas para fazer, listo algumas recomendações abaixo: Participar da Oktoberfest no final de setembro. Ir até os lagos Starnbergersee e Ammersee, perto de Munique. Visitar os alpes e, se possível, esquiar. Ir a um jogo de futebol na Allianz Arena. Visitar uma das diversas Bierhalle em Munique, como a Hofbräuhas, Seehaus ou Augstiner. Passear no Englisher Gartens. Visitar o parque Olímpico e o museu da BMW. Se inscrever para utilizar as instalações do parque olímpico. É barato e da direito a diversos campos e ginásios de todos os esportes. Visitar o campo de concentração Dachau perto da cidade. Não ser tímido e tentar ficar a maior parte do tempo fora de casa, especialmente no verão, quando as ruas da cidade ficam cheias e alegres.