1. Apresentação Pessoal. Nome: Ana Carolina Jucá Moreira Dias. Curso: Arquitetura e Urbanismo Período: 8º. País de Destino: Estados Unidos

Transcrição

1 RELATÓRIO DE VIAGEM: 1. Apresentação Pessoal Nome: Ana Carolina Jucá Moreira Dias Curso: Arquitetura e Urbanismo Período: 8º País de Destino: Estados Unidos Universidade de Intercâmbio: University of California San Diego UCSD 2. Visão Geral: Como a maioria das universidades americanas, o campus é quase que o tamanho de um sub-bairro carioca. Localizada em La Jolla, San Diego, a faculdade conta com 6 colleges, que guiarão as áreas de enfoque dos variados cursos de graduação. Fundada em 1959, sua marca registrada é a arquitetura de sua biblioteca Geisel e uma pequena casa azul no topo de um dos edifícios do campus, símbolo de casa home para os alunos. Seu ponto forte é na área de pesquisa, e está listada entre as 15 melhores faculdades do mundo nos rankings mundiais. A espera de um ano e meio para passar para a Universidade da California foi muito bem recompensada já nos primeiros contatos com o campus. Foi uma experiência incrível! Durante o tempo que estive lá, houve por minha parte, um grande crescimento profissional e pessoal. Adquiri ensinamentos e laços que poderei carregar comigo na carreira, e na vida. A UCSD se mostra muito preocupada - e de fato bem eficiente - em promover a mistura de culturas e a interação entre os alunos, independente de sua origem. Eles querem ver trocas e aprendizados formais ou informais, e por isso, valorizam a conscientização de igualdades e respeito, como também promovem eventos na própria faculdade, buscando a realização de contato entre alunos do mundo todo. No meu caso, esta troca não se restringiu apenas à alunos, mas também ocorreu com professores. Diferentemente da PUC, na UCSD o curso de Urbanismo é único, não conta com estudos de arquitetura. Isto, na minha opinião, é uma falha, pois mesmo que o enfoque seja urbanismo, uma base mínima de arquitetura, neste caso, faz um enorme diferencial. Tal fator somado à minha pré-experiência na PUC com projeto urbano, promoveram um destaque de meus projetos, o que despertou o interesse da metodologia de ensino brasileira nos professores que tive contato. Além disso, uma outra escolha feliz, no meu caso, foi a vontade de morar no campus. Ao pesquisar sobre as várias possibilidades de acomodação, me deparei com a chamada: International House, uma comunidade de 50% estudantes americanos e 50% estudantes internacionais. Lá, fiz amizades com pessoas do mundo inteiro, as quais eu tenho o carinho de chamar de família internacional.

2 3. Primeiros passos: Ao ser aprovada para estudar na UC, comecei a pesquisar acomodações. Por recomendações de amigos que por acaso já haviam feito intercâmbio para lá, descobri a International House, ou como mais popularmente conhecida: I-House. Morar lá, foi a melhor escolha que fiz nessa experiência. Como já foi dito anteriormente, esta comunidade dentro do campus, é composta de 50% estudantes americanos e 50% estudantes internacionais. Então, além de você fazer amizades com pessoas do mundo inteiro e realizar trocas culturais, você vive com pessoas que estão na mesma situação e intenção que você. Isso gera um sentimento de grande união, nos tornando uma grande família internacional. Além disso, a própria comunidade promove eventos para incentivar ainda mais essa troca, como: Sunday Supper (um jantar com diálogos intrigantes e performances talentosas de integrantes da comunidade) ; Slice of America (uma pequena viagem pelas áreas culturais de San Diego como educação interativa) ; Language Conversation Table (onde é possível aprender ou ensinar uma língua diferente do inglês fora da sala de aula), entre outros programas, que despertam o interesse de fazer parte desta comunidade. No entanto, para ser aceito neste meio, é preciso fazer uma aplicação, respondendo 5 perguntas em redações explicando o porquê de querer morar ali. É cansativo, mas vale cada palavra. Outra informação importante é que no valor do aluguel, já está incluso os famosos Dining Dollars, que nada mais é que um cartão pré-pago, que lhes dá a liberdade de escolher diferentes planos alimentares que são aceitos em diversos restaurantes e mercados do campus. Sem ele, não é possível morar na I-House. Estando tudo certo, basta ficar de olho no criado da faculdade conveniada para não perder prazos de pagamento e informações sobre o dia da mudança, estipulado por eles.

3 Alguns meses antes da chegada à universidade, passamos a receber diversos s de orientações em diversos aspectos. Eles são bem atenciosos quanto a isso, e respondem seu e- mail, caso tenha alguma dúvida. Em uma dessas orientações, segui as instruções para fazer as inscrições nas aulas desejadas via-online. Eles te disponibilizam data e hora, e a partir desta data, o aluno pode acessar e modificar seu quadro de aulas. Algumas matérias mais concorridas, pode haver lista de espera, mas conversando com o professor e acompanhando sua posição na lista, é bem capaz de conseguir uma vaga. Minha passagem para San Diego, foi comprada com bastante antecedência para garantir os melhores preços. A universidade faz uma espécie de orientação online para os alunos que ela espera receber, e nesta orientação há informações importantes e cruciais para a sua ida para os EUA, como: o visto e o plano de saúde. O plano de saúde era o único valor que devia ser pago à UCSD fora do valor do convênio da PUC. É um plano caro, de aproximadamente U$650 por trimestre, mas que inclui todos os tipos de tratamentos possíveis. Inclusive, antes da partida, é preciso enviar algumas informações sobre seu histórico de saúde para o Student Health Center, como carteira de vacinação em dia com as vacinas obrigatórias e testes/exames laboratoriais que comprovem a ausência de doenças contagiosas, além de um relatório assinado e carimbado por um médico. Para o visto de estudante, foi necessário acessar o site do consulado americano e seguir as orientações, preenchendo os formulários com as suas devidas informações. É importante lembrar de ficar sempre de olho nas datas e prazos para não perder a entrevista, entrega de documentos e tirada da foto. Após essas burocracias, está tudo certo para partir.

4 4. Sites que você indica: A Universidade: O ponto forte da universidade é a área de pesquisa. Ela está no ranking de 15º melhor faculdade do mundo neste quesito. Ela abrange diversos cursos e conta com excelentes professores, que valorizam muito a interação com os alunos. A UCSD possui 6 colleges, que guiarão as áreas de enfoque dos variados cursos de graduação. O que me chamou muita atenção foi a preocupação de tentar promover um ambiente amistoso. A universidade recebe muitos alunos internacionais, de todas as partes do mundo, e então, torna-se grande influenciadora da interação entre eles. Já no primeiro dia de aula, eles promoveram a chamada orientation (orientação), a qual os alunos puderam assistir palestras sobre a faculdade em todos os sentidos, mas também tiveram a chance de se conhecerem. Encontros como estes eram realizados pela faculdade, com muita comida de graça, música, show, brinquedos, jogos e outras atividades. Poder fazer parte disto foi inesquecível. Haviam todos os modelos de aulas: tradicionais, palestras, estúdios, laboratórios etc. Os professores tentavam variar as aulas sempre que possível, chamando convidados por fora para dar palestras, fazendo visitas de campo, debatendo com os alunos e até mesmo trazendo lanches para todos nas apresentações finais, buscando um clima descontraído. A busca pela troca foi nítida. Uma das minhas professoras, ficou tão interessada no meu trabalho, que queria me encontrar fora da sala de aula para que ela pudesse entender um pouco também da metodologia do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC. Afinal, é isso que se baseia a ideia de Exchange. A faculdade também dispõe de um vasto departamento de línguas. Resolvi começar a estudar francês, por influência das amizades que fiz. Enquanto isso, tinha amigos espanhóis fazendo aula de português, britânicos fazendo aula de espanhol, americanos fazendo aula de alemão, etc. A UCSD é uma grande troca em todos os sentidos. Outro fator motivador foi como a faculdade é bem equipada. Estados Unidos é primeiro mundo, já sabemos disso, mas em questão de infraestrutura a diferença para o Brasil é gritante. A biblioteca principal contava com oito andares com vista panorâmica do campus, em frente ao mar. Diversos laboratórios e estúdios com computadores Mac ou Windows, com diversos programas que geralmente, temos que pagar, instalados. Não é à toa, que diversos alunos passavam o dia inteiro, e até a madrugada trabalhando ali. A UCSD conta com um posto de saúde só da faculdade, localizado dentro do campus. Lá, você pode ser atendido com quaisquer especialistas, contando com exames que já constam no valor pago trimestralmente de plano de saúde. Enquanto estava lá, quebrei o pé e tive que

5 ficar com o mesmo imobilizado por 1 mês. Cientes disso, eles disponibilizam serviços de motorista com carrinhos de golfe para o aluno de desabilidade poder se locomover pelo vasto campus. Em relação ao meu curso, tive a oportunidade de fazer um projeto em San Diego, mas também em Tijuana, México, no segundo trimestre que estive lá. Desta forma, conheci mais uma parte do mundo, soltando a criatividade. A animação e paixão dos professores eram fortes. Inclusive, eles eram sempre muito gratos por cursarmos e participarmos das aulas deles. Além disso, o esporte era um grande incentivo da faculdade. Como a maioria das faculdades americanas, a universidade tinha um time: Tritons, o qual participava de várias competições, em que os alunos poderiam torcer por seus colegas ou até mesmo tentar uma chance no time, como aconteceu com uma das minhas amigas brasileiras também da PUC, que entrou para o time de tênis. Mas mesmo que não fosse o forte participar, a faculdade tinha duas academias enormes, com diversas aulas, em que tive o prazer de participar, como: acrobacia aérea, squash, dança, natação, vôlei, basquete, entre outras diversas atividades ou esportes. Também participei de uma corrida, chamada Walk The Block, que foi realizada em forma de protesto contra a fome, onde milhares de alunos deram a volta no campus, totalizando 5km de corrida, onde no final a comemoração era com show de dj e apresentações de danças, e diversos sucos e lanches saudáveis disponibilizados para os alunos. Eles são muito bem sucedidos em criar uma comunidade ativa, unida e cativante. 6. Suas recomendações: San Diego é a cidade da Califórnia com melhor clima. Por isso, é muito conhecida por suas praias, com água gelada, mas o bom tempo na maior parte do ano equilibra este fator. Além disso, é uma cidade jovem, que preza muito por esportes de rua como skate e surf. Inclusive, durante o intercâmbio, a maioria dos alunos internacionais se inscrevem para aulas de surf, estimulando o exercício e abraçando a cultura do local. Suas praias mais famosas têm características peculiares: Mission Beach, conta com um grande parque de diversões bem americanizado para entreter a população; Pacific Beach é onde se encontra a maioria dos bares e restaurantes que a garotada gosta; La Jolla Cove, é

6 onde você vai encontrar milhares de focas e leões marinhos pegando um solzinho com você; La Jolla Shores/Scripps, é uma parte mais farta, com grandes casarões residenciais; Black s Beach, conta uma bela falésia em frente ao mar; Coronado Beach, areia branca, em frente ao grande Hotel Del Coronado, cenário de clássicos filmes, como Some Like It Hot estrelando Merlyn Monroe. Praia é o que não falta, e cada uma diferente da outra. Vale a pena conhecer! Mas falando de praia, o que também é imperdível, cuja Califórnia é reconhecida por isto, são os belíssimos pores do sol. Na minha opinião, os melhores locais para assistir esse show gratuito da natureza são: Sunset Cliff, cujo nome já entrega pelo o que o local é conhecido, e também Blacks Beach, que se localiza em frente ao campus da UCSD, portanto ponto escolhido constantemente pelos alunos para apreciar a vista no fim de tarde ou até mesmo fazer uma fogueira ao ar livre à noite, quando La Jolla Shores não estava disponível. Programas como esses são gratuitos, você só deve se deslocar até o local. No entanto, os programas culturais de San Diego já pesam um pouco mais no bolso. Não é a cidade mais cara da Califórnia, mas também não é a mais barata. Na realidade, o estado é caro. Comida boa e saudável custa caro, por exemplo. Opção não falta, mas prepare-se para gastar um pouco mais do que o normal, dependendo também da crise do Brasil, e em quanto estiver a conversão Dólar-Real. O sistema de transporte público é insuficiente. São poucos ônibus circulando pela cidade, que demoram muito. Apesar de termos passe livre por sermos estudantes da UCSD, acabamos não usando com frequência pois pode levar horas para passar. Mas nesse sentido, a previsão é de mudança. O campus continua crescendo e se desenvolvendo, e quando fui embora as obras para o Trail, uma linha de trem que ligará o campus à toda cidade, já haviam começado. Enquanto isso, faça bom uso de Uber ou aluguel de carro nas concessionárias ou no conhecido ZipCar. Entretanto, para conhecer bem San Diego, não se pode deixar de conhecer o Zoológico, que é o maior do mundo ; o Balboa Park, que nada mais é que um vasto parque de belíssimo paisagismo, que conta com ambientes culturais espalhados por ele como, diversos museus, orquestra, jardim botânico, áreas de exposições escultóricas ao ar livre, igreja etc. isto quando não está ocorrendo algum evento que chamam ainda mais a população e os turistas para o grande parque. Outro programa é visitar a Marina de San Diego, com bons restaurantes nos seus arredores, museu naval, e outras obras de artes, parques e lojinhas turísticas. Pertinho da Marina, está o famoso Gaslamp Quarter, em Dowtown: quarteirões comerciais com inúmeros bares, restaurantes e boates que pulsam vida noturna na cidade. Além desses locais, também vale conhecer Old Town, onde nasceu San Diego e que preza muito pela influência histórica mexicana; Hillcrest também conhecido por sua vida noturna, mas principalmente por ser uma comunidade LGBT, entre outros programas. Vale lembrar, que estando tão perto do México, conhecer a cultura de um novo país que está tão perto, também é muito recomendado. Mudando um pouco o cenário, San Diego também tem programas de trilhas curtas que contam com uma vasta vista da cidade, como Potato Chip Rock. Mas, estando na Califórnia, não deve-se perder a oportunidade de fazer a viagem pela costa, a famosa Highway One. Além

7 disso, diversos parques naturais são relativamente perto da cidade, por isso é prezado tantas viagens de estrada. Lá você pode conhecer: Joshua Tree Park, Death Valley, Yosemite e até Grand Canyon e Antelope Canyon, mas prepare-se para gastar na gasolina e ficar bastante tempo no carro. É cansativo, mas vale muito a pena. Todas essas experiências culturais, de viagens, de relações e de aprendizado, me fizeram crescer muito pessoalmente e profissionalmente. Se pudesse, faria tudo de novo. Deixo aqui registrado, a minha satisfação de 99% com o intercâmbio. O 1% remanescente foi a tentativa falha de extensão por mais três meses, não permitido pela CCCI Puc Rio.