CAPÍTULO 9 LEI E ÉTICA QUESTÕES LEGAIS VERSUS QUESTÕES ÉTICAS Teoricamente, pode-se distinguir entre questões legais e questões éticas. Se você infringir a lei, você cometeu um ato ilegal. As leis são criadas pelo governo e constituem em regras estritamente legais que regem todos os cidadãos sob a sua jurisdição. A ética por sua vez é um ramo da filosofia que trata o que é considerado certo ou errado. O CE abre um novo aspecto de atividades não regulamentadas no qual a definição de certo ou errado nem sempre é clara. Consideramos, por exemplo, os seguintes cenários: Um site coleta informações sobre clientes potenciais e as vende a seus anunciantes. Como alguns desses perfis são inexatos, as vítimas acabam recebendo um grande número de e-mails impróprios e intrusivos. Esse tipo de lixo eletrônico deve ser permitido? Uma empresa permite a seus empregados a utilização limitada da Web para assuntos pessoais. Sem que os empregados saibam, o pessoal de TI não somente monitora suas mensagens, como também examina seu conteúdo. Se achar que esse conteúdo é inconveniente, a empresa deve ter o direito de demitir os empregados culpados? Considerar essas ações como antiéticas (ou até mesmo ilegais) depende, em grande parte, do sistema de valores vigente no país onde elas ocorrem. O que é antiético em uma cultura pode ser perfeitamente aceitável em outra. Segue um link onde terão acesso a algumas leis criadas voltadas para internet. http://www.internetlegal.com.br/biblioteca/legislacao/ LEITURA IMPORTANTE: Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências. Lei e Ética 1
PRIVACIDADE Cada um tem o seu conceito de privacidade. Em geral, privacidade significa o direito de não ser incomodado, bem como o direito de estar livre de intrusões pessoais despropositadas. A definição de privacidade pode ter uma definição bastante ampla, sendo que duas regras têm sido bastante observadas em decisões passadas: - direito à privacidade não é absoluto precisa estar em equilíbrio com as necessidades da sociedade. - direito de saber do público é superior ao direito de privacidade do indivíduo. Essas duas regras mostram porque é difícil, em alguns casos, determinar e fazer cumprir regulamentos de privacidade. A complexidade de coletar, classificar, arquivar e acessar manualmente informações vindas de diversas agências diferentes era, em muitos casos, uma proteção intrínseca contra o mau uso de informações privadas. Simplesmente saía muito caro, incômodo e complexo invadir a privacidade de alguém. Contudo, a Internet, aliada aos bancos de dados em grande escala, tem criado uma dimensão inteiramente nova para o acesso e a utilização de dados. É claro que o poder inerente aos sistemas capazes de acessar vastas quantidades de dados pode ser usado para o bem da sociedade. Por exemplo, compatibilizando registros com o auxílio do computador é possível eliminar ou pelo menos reduzir fraudes. No caso da saúde, através de bancos de dados sincronizados, pode-se criar cadastros de pessoas para doar medula óssea. E outras aplicações diversas. A questão é: que preço cada indivíduo deve pagar em termos de perda de privacidade para que o governo possa deter criminosos com mais eficiência? Além disso, a Internet também oferece uma série de oportunidades para coletar informações privadas sobre indivíduos. Veja abaixo algumas formas: - Lendo o que os indivíduos publicam em grupos de discussão (redes sociais) - Procurando o nome e a identidade de um indivíduo em um diretório de Internet - Gravando as ações de um indivíduo enquanto ele navega na Web - Lendo o e-mail de um indivíduo - Solicitando a um indivíduo que preencha um registro em um site Lei e Ética 2
COOKIES Outra maneira que um site tem para juntar informações sobre alguém é a utilização de cookies. Na terminologia da internet, cookie é uma pequena porção de dados que é trocada sucessivamente entre um site e o navegador de um usuário enquanto este navega pelo site. Assim, os cookies permitem que os sites monitorem as atividades dos usuários sem pedir sua identificação. Os sites lançam mão desse método por uma variedade de razões: para personalizar as páginas exibidas a alguém, ou para melhorar vendas e outros serviços on-line. Contudo, os cookies também podem ser usados para invadir a privacidade da pessoa. Afinal, eles permitem que os sites coletem informações detalhadas sobre suas preferências, interesses e padrões de navegação. De qualquer modo, caso queira, o usuário pode proteger-se contra os cookies, deletálos de seu computador ou, ainda, usar um software anticookie. Este tipo de aplicativo desativa cookies no seu computador. PROTEÇÃO DA PRIVACIDADE Em alguns países, compartilha-se alguns princípios quando se trata de coleta e utilização de informações pessoais. Dentre esses princípios, estão os seguintes: - Notificação/conscientização O consumidor/usuário deve ser notificado sobre a prática de informações de uma entidade antes da coleta de informações pessoais. Também deve poder tomar decisões sobre o tipo e a extensão da divulgação das informações, com base nas intenções da parte que as está coletando. - Escolha/consentimento O consumidor deve ser conscientizado das opções que tem quanto ao modo como suas informações pessoais podem ser usadas, bem como de qualquer utilização secundária delas. O consentimento pode ser dado pelas cláusulas de nãoadesão, que exigem algumas providências para impedir coletas de informações. Em outras palavras, quem cala, consente. Ou o consumidor pode dar seu consentimento por meio das clásulas de adesão, que requerem algumas providências para permitir a coleta de informações. Lei e Ética 3
- Acesso/participação - O consumidor deve poder acessar suas informações pessoais e constestar a validade dos dados. - Integridade/segurança Deve-se garantir aos consumidores que seus dados pessoais estejam seguros e que são exatos. Quem coleta os dados deve tomar todas e quaisquer precauções exigidas para garantir que os dados estejam protegidos contra perda, acesso não autorizado, destruição e utilização fraudulenta. - Cumprimento/recuso Deve sempre existir um método de cumprimento e recurso. Caso contrário não haverá nenhum impedimento real ou obrigatoriedade de cumprimento para as questões de privacidade. As alternativas são intervenção governamental, a legislação para recursos privados ou auto-regulamentação. Em muitos países há um debate contínuo sobre os direitos dos indivíduos versus os direitos da sociedade. Alguns acham que a auto-regulamentação é a melhor alternativa. TESTE SEUS CONHECIMENTOS: 1. Cite quais os príncipios de coleta e utilização de informações pessoais, quando se trata de proteção a privacidade. Lei e Ética 4
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