DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO II TURMA DE DIA - 4º ANO. (Tópicos de Correção) Prof.ª Doutora Ana Soares Pinto

Documentos relacionados
ÍNDICE GERAL. Nota à primeira edição. Capítulo I O Direito Internacional

Licenciatura

I Resolução da hipótese

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 2.º Ano Turma A. Frequência (Coincidências)

Exame de Recurso 2ª Época. Direito Internacional Público Turma A 2.º Ano Grelha de Correção

Sumário. Capítulo 2 CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA 2.º Ano Turma Noite 18/06/2019

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

Prof. Daniel Sica da Cunha

DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA. 2015/ º Ano Turma A 20/06/20016

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Ano lectivo de ºano, Turma A DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA I. Exame escrito. 4 de Junho de 2009

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

PROGRAMA DE DIREITO DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA

Direito internacional público. Aula 8 Direito dos tratados Convenção de Viena de 1969

Junto se envia, à atenção das delegações, a versão parcialmente desclassificada do documento em epígrafe /10 EXT 2 ml DG H 2B

Licenciatura

Proposta conjunta de DECISÃO DO CONSELHO

Comissão Europeia. Conselho da União Europeia. Parlamento Europeu. Tribunal de Justiça. Tribunal de Contas. Comité Económico e Social

Processo C-321/99 P. Associação dos Refinadores de Açúcar Portugueses (ARAP) e o. contra Comissão das Comunidades Europeias

nota prévia 21 nota à 2ª edição 23 abreviaturas utilizadas 25 bibliografia geral 31

Junto se envia, à atenção das delegações, a versão parcialmente desclassificada do documento em epígrafe /10 EXT 4 ml DG H 2B

SUMÁRIO PARTE I INTRODUÇÃO À OBRA EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO CIVIL COMO ATRIBUTO DA SOBERANIA: O ESTADO- JUIZ... 19

Recomendação de DECISÃO DO CONSELHO

Proposta alterada de DECISÃO DO CONSELHO

INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA Ano Lectivo 2016/2017

(2014/434/UE) TÍTULO 1 PROCEDIMENTO A APLICAR NA INSTITUIÇÃO DE UMA COOPERAÇÃO ESTREITA. Artigo 1. o. Definições

Acompanhamento, Apreciação e Pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do Processo de Construção da União Europeia 1

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA Ano Lectivo 2018/2019

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento JOIN(2016) 26 final.

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Recomendação de DECISÃO DO CONSELHO

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA Ano Lectivo 2013/2014

7232/19 ADD 1 REV 1 1 TREE.2.B LIMITE PT

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 1. CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (HAIA) - 15 juízes independentes com imunidades diplomáticas

Acompanhamento, Apreciação e Pronúncia pela Assembleia da República no âmbito do Processo de Construção da União Europeia 1

NOTA DE ABERTURA À SEGUNDA EDIÇÃO 17. INTRODUÇÃO 19 Maria Manuel Leitão Marques 21

BASE JURÍDICA DESCRIÇÃO

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

Licenciatura PROGRAMA INTRODUÇÃO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, PRIVADO E DIREITOS HUMANOS

DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA 2015/2016 TURMA: PROFESSOR DOUTOR EDUARDO PAZ FERREIRA PROGRAMA. I. Introdução

TÓPICOS DE CORREÇÃO DO EXAME FINAL

DESTACAMENTO DE TRABALHADORES NO ÂMBITO DE UMA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Lei n.º 29/2017

PARLAMENTO EUROPEU Comissão dos Assuntos Constitucionais. dirigido à Comissão do Comércio Internacional

Glossário de terminologia jurídica

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

A Política Comercial Comum e seu marco jurídico-institucional no Tratado de Lisboa. Patrícia Luiza Kegel, Universidade de Blumenau.

Direito Constitucional II Comente a seguinte afirmação

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

INTRODUÇÃO 1 ARBITRAGEM E TUTELA JURISDICIONAL

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

Estrutura do Jornal Oficial Adaptação na sequência da entrada em vigor do Tratado de Lisboa


Projeto de Lei n.º 735/XIII. Aprova o regime de registo de entidades privadas que realizam representação de interesses EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento COM(2017) 606 final.

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA Ano Lectivo 2011/2012

ÍNDICE GERAL I INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL

PROGRAMA DE DISCIPLINA

DIREITO ADMINISTRATIVO I TURMA A - 2º ANO. Prof. Doutor Domingos Soares Farinho Prof. Doutor Miguel Prata Roque Prof.ª Doutora Mafalda Carmona

DIPu_08 - TRATADOS INTERNACIONAIS

Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior

Foi ouvida a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Assim:

RESPONSABILIDADE PENAL DAS SOCIEDADES

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA Ano Lectivo 2017/2018

AS INSTITUIÇÕES EUROPEIAS

7079/17 mpm/aap/fc 1 DGD 1C

Textos, filmes e outros materiais. Categorias/ Questões. Habilidades e Competências. Conteúdos/ Matéria. Tipo de aula.

Tratados e Convenções. Prof. Luciano Favaro

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Curso de Licenciatura 2018/2019 (1.º Semestre)

PROJETO DE LEI N.º 289/XIII/1.ª

O Funcionamento do Triângulo Institucional

Noções de Estado. Organização da Federação e Poderes do Estado

Pontos a debater (II)

BANCO CENTRAL EUROPEU

Da Função Jurisdicional

PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º 194/IX SOBRE A CONSTITUIÇÃO EUROPEIA

PROVA ESCRITA DE DIREITO E PROCESSO ADMINISTRATIVO Via Académica

DIREITO DOS CONTRATOS I 3.º ANO TURMA B (DIA) ANO LETIVO Maria de Lurdes Pereira

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO II PROVA DE AVALIAÇÃO FINAL. Ano letivo 2016/2017 Turma B 22 de junho de 2017

DIREITOS HUMANOS E TRATADOS INTERNACIONAIS CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO INTERNACIONAL

Recomendação de DECISÃO DO CONSELHO

14367/18 IV/sf LIFE.2.A. Conselho da União Europeia Bruxelas, 27 de novembro de 2018 (OR. en) 14367/18. Dossiê interinstitucional: 2018/0349 (NLE)

O ADVOGADO PERANTE O TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM DOSSIER TEMÁTICO

Cidadania Europeia. Trabalho realizado por: Joana Ferreira 11ºH Área de Integração

CÓDIGO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO: alterações e consequências na Administração Central e Local

Preparação da União Europeia para os importantes alargamentos de 1 de Maio de 2004 e 1 de Janeiro de 2007 a Leste e a Sul

CONVENÇÃO ARBITRAL TÁCITA? CISG, ART. 9º (2) Eduardo Talamini

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

BANCO CENTRAL EUROPEU (BCE)

Instrução n. o 1/2017 BO n. o

CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA DIREITO ADMINISTRATIVO I Turma B 15 de fevereiro de Exame de Recurso - Tópicos de Correção

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA Ano Lectivo 2017/2018

XIII REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE MINISTROS DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA Lisboa, 24 de Julho de 2008

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE LEI N.º 813/XII/4.ª REFORÇA A PROTEÇÃO DAS MULHERES GRÁVIDAS, PUÉRPERAS OU LACTANTES NO CÓDIGO DE TRABALHO

11621/02 JAC/jv DG H II PT

Carta Europeia de Autonomia Local

Transcrição:

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO II TURMA DE DIA - 4º ANO (Tópicos de Correção) Regente: Colaboradores: Prof.ª Doutora Ana Guerra Martins Prof. Doutor Miguel Prata Roque Prof.ª Doutora Ana Soares Pinto EXAME ÉPOCA DE RECURSO (15 de fevereiro de 2018) Grupo I Analise e comente o caso supra descrito, de modo fundamentado: Várias empresas europeias de cruzeiros pretendem impugnar um tratado celebrado, em 1980, entre a (extinta) Comunidade Económica Europeia e vários Estados das Ilhas Caribenhas, com fundamento na sua falta de base jurídica e na violação do direito de estabelecimento. Com efeito, o Tratado do Caribe determinava que nenhuma empresa europeia podia estabelecer sucursais nos portos desses países, apenas podendo aportar quando previamente aprovado pelas capitanias caribenhas, que garantiam um direito de preferência para empresas de cruzeiros nacionais. - Discussão sobre a impugnabilidade jurisdicional de convenções internacionais - Recurso de anulação da decisão do Conselho que aprova o acordo, visto que produz efeitos face a terceiros e não se trata nem de parecer, nem de recomendação (218º/6 + 263.º/1/TFUE) - Ilegalidade com fundamento em incompetência e em violação dos tratados (263º/2/TFUE)

- Particulares podem impugnar se tiverem sido afetados direta e individualmente (263º/4/TFUE) - TJUE só não exerce jurisdição sobre atos praticados no âmbito da PESC (275º/1/TFUE) - TJUE pode sempre ser consultado antes da aprovação do tratado; se o for, essa consulta não prejudica o exercício posterior de competência jurisdicional (218º/11/TFUE - Celebração do tratado pode ser fundada nas bases jurídicas da política comercial comum (206º/TFUE) e da política comum de transportes (90º/100º/TFUE) - Existência de procedimento específico de negociação de acordos comerciais, com reforço da intervenção da Comissão (207º/TFUE) - Exclusão de aplicação desse regime aos acordos comerciais na área dos transportes (207º/5/TFUE) Ao ser confrontada com estes protestos, a Comissária Europeia dos Transportes afirma que não faz sentido impugnar um tratado já celebrado há tanto tempo e que, para além do mais, se a Comissão pode tomar decisões sobre transportes intracomunitários, não faria sentido que não o pudesse fazer no plano internacional. - Comissão não tem poderes para proferir declarações ou juízos materialmente jurisdicionais sobre a vigência de tratados; apenas tem competência para execução de tratados celebrados pela UE - Comissão exerce funções de guardiã dos tratados, mas apenas pode fazê-lo através da legitimidade processual ativa para instaurar ações perante o TJUE (263º/1/TFUE) - Sucessão de normas constitucionais (dos tratados europeus) no tempo: deveria aplicar-se as normas vigentes segundo a redação vigente à data de celebração do tratado (isto é, 1980); ou seja, a redação do Tratado da Comunidade Económica Europeia, anterior ao Ato Único Europeu - Tese do paralelismo entre competências internas e externas: em especial, o Acórdão AETR (1971) - Parecer 1/76 e Acórdão Céu Aberto (2002) exigem que a competência interna

já tenha sido exercida ou que, pelo menos, seja exercida ao mesmo tempo que o exercício da competência externa - Referência à teoria dos poderes implícitos e à sua distinção dogmática face à cláusula de poderes necessários - Existência de atribuição expressa da UE para celebração de tratados internacionais (3.º/2 + 216º/1/TFUE) Por iniciativa da Alemanha, o Conselho Europeu nomeou o presidente da Associação Europeia de Empresas de Cruzeiro (AEEC) como negociador de um novo Tratado do Caribe. Após uma cimeira em Porto de Espanha, capital de Trinidad e Tobago, o novo Tratado do Caribe é assinado pelos ministros e secretários de Estado de Turismo de todos os Estados-Membros da União Europeia e pela Alta Representante para os Negócios Estrangeiros. - Nomeação de negociador cabe ao Conselho da União Europeia e não ao Conselho Europeu (218º/3/TFUE) - Cabe à Comissão ou à Alta Representante para os Negócios Estrangeiros, quando se trate de PESC, apresentar recomendações ao Conselho, pelo que não cabe à Alemanha tomar a iniciativa (218º/3/TFUE) - Admissibilidade de nomeação de líder de entidade privada, visto que o tratado não estabelece exigência de que negociador seja titular de cargo político, dirigente ou funcionário da UE (218º/3/TFUE) - Noção de acordo misto: reflexão sobre a natureza do Tratado do Caribe - Tratados internacionais devem ser assinados, em nome da UE, por quem for autorizado por decisão do Conselho, mediante prévia proposta do negociador (218º/5/TFUE) Os eurodeputados decidem aprovar uma resolução, no plenário de Estrasburgo, condenando a viagem daqueles representantes ao Caribe e alegando que o novo Tratado do Caribe não vincula a União Europeia, visto que nenhum representante do Parlamento Europeu assinou o referido tratado ou esteve presente na cerimónia de assinatura.

- Reflexão sobre poder de controlo político da ação externa pelo Parlamento Europeu: possibilidade de aprovação de resoluções políticas não vinculativas, de audição parlamentar e de formulação de perguntas aos titulares de órgãos europeus - Parlamento Europeu tem poder de aprovar (ou reprovar) tratados internacionais (218º/6/a)/TFUE) ou de ser consultado (218º/6/b)/TFUE), mas não existe exigência de assinatura do mesmo por qualquer representante do Parlamento Europeu (218º/5/TFUE, a contrario ) Para além disso, o novo Tratado do Caribe impunha que os Estados -Membros da União Europeia, em troca da abertura dos portos caribenhos às empresas europeias assegurariam postos de comando militar e de auxílio em matéria de proteção civil, ao abrigo de um dever de cooperação militar. - Cooperação militar insere-se na Política de Defesa e de Segurança Comum e, portanto, encontra-se sujeita às regras específicas da PESC - Aplicação do regime geral de celebração de tratados internacionais (218º/TFUE), com as especificidades nele previstos - Discussão acerca da determinação do regime aplicável a tratados internacionais que versam, simultaneamente, sobre matéria de ação externa de tipo comunitário e sobre matéria de PESC - O critério da predominância da matéria: análise e compreensão das suas consequências Na sequência de várias tempestades tropicais, que devastaram o território de várias ilhas, o Reino de Espanha e a República Italiana invocaram a suspensão do referido tratado, alegando que, face à dimensão daquelas catástrofes naturais, não dispunham de meios suficientes para assegurar auxílio aos Estados caribenhos e, assim, continuar a cumprir os deveres decorrentes dos referidos tratados. - As causas naturais como fundamento da suspensão da execução de convenções

internacionais (65º/CV1969 sobre Direito dos Tratados, aplicado analogicamente, por força da não vigência da CV1986) - A alteração substancial de circunstâncias ( rebus sic stantibus ): análise dos seus requisitos - O procedimento de invocação de causas de cessação de vigência ou de suspensão da execução de tratados internacionais (65º/CV1969 sobre Direito dos Tratados, aplicado analogicamente, por força da não vigência da CV1986) Grupo II Comente, de modo crítico, a seguinte afirmação: «Apesar de a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais, de 1986, ser um repositório de normas costumeiras, nem todas as suas normas vinculam a União Europeia, nas suas relações com outros sujeitos de Direito Internacional». - A convencionalização internacional enquanto instrumento de redução a escrito de normas costumeiras - A natureza e a função do costume internacional - A Convenção de Viena de 1986 e a sua falta de vigência, por ausência de ratificação do número mínimo de Estados e organizações internacionais - Possibilidade de aplicação analógica da CV1986 ou como meio auxiliar interpretativo, por ser reveladora de princípios gerais, de costumes internacionais e até de ius cogens - Crítica: a falta de ratificação pode indiciar que a comunidade internacional se opõe às normas nela previstas - A natureza do ius cogens e sua vinculatividade (eventual crítica) - Referência a jurisprudência do TJUE (por exemplo, Acórdão Räcke ) que admite que há normas da CV1986 que integram soluções de ius cogens e outras que são puramente procedimentais e neutras, pelo que não vinculam os atores internacionais - Distinção entre normas que vinculam a UE e normas que não a vinculam: eventual exemplificação

Cotação: I 13 valores; II 6 valores; redação e sistematização 1 valor Duração da prova: 1h 30m (com 15 minutos de tolerância)