Normas adequadas Introdução Instalações prediais de gás e de combate a incêndio são muito importantes nas edificações residenciais, comerciais e industriais, visto que são responsáveis pela alimentação do sistema de hidrantes ou chuveiros automáticos, conhecidos como sprinklers. O despertar do Brasil para problemas relacionados a incêndio veio após diversas tragédias, como o incêndio no edifício Joelma, em 1974, e no Andraus, em 1972. Após esses acidentes, iniciou-se a elaboração de normas específicas tanto para incêndio quanto para instalações de gás predial. Ao final desta aula, você será capaz de: conhecer as normas referentes a projetos para instalação de gás e de combate a incêndio através da literatura. Instalação de gás: normas O objetivo de uma instalação de gás em unidades prediais é fornecer o gás combustível com segurança sem que ocorra interrupções no fornecimento às residências. Os tipos de gases utilizados nos sistemas prediais são (BORGES, BORGES, 1992; CREDER, 2006): natural (GN); gás liquefeito de petróleo (GLP). O gás natural (GN) é composto predominante por metano, com menores quantidades de etano, propano, butano, dentre outros elementos (CREDER, 2006). Já o GLP é composto, na maior proporção, por propano e butano e, em pequenas quantidades, de etano, metano e algumas frações mais pesadas de petróleo (como o pentano) (BORGES; BORGES, 1992). A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) rege as normas para instalação predial de gás. Veja a tabela a seguir. - 1 -
Figura 1 - Principais normas regidas pela ABNT para instalação predial de gás. Fonte: ABNT, 1994; 2013; 2016. A identificação das tubulações de gases por cores é a maneira mais prática para exercer a atividade em caso de possíveis acidentes. A tabela a seguir apresenta as cores padrões para as tubulações. Figura 2 - Código de cores padrão para identificação de tubulações de gases. Fonte: Adaptado pela autora, baseado na ABNT, 1994. Os recipientes de armazenamento para o gás GLP precisam ser confeccionados em aço, podendo ser cilindros ou botijões (BORGES; BORGES, 1992; CREDER, 1996). Para o dimensionamento adequado dos recipientes do tipo transportáveis existem normas que regem de acordo com o peso do recipiente, conforme tabela a seguir. - 2 -
Figura 3 - Normas referentes ao peso do recipiente de transporte de gás combustível (GLP). Fonte: Elaborada pela autora, 2018. Botijões pequenos (de 2 e 5 kg) são muito empregados em campings, laboratórios, etc.; já os de 13 e 45 kg são mais usados em residências e prédios residências de pequeno porte; e os de 90 kg em instalações que exigem maior consumo. FIQUE ATENTO Reportando sobre GLP, quando a temperatura de um botijão atingir 72ºC, rompe-se a válvula de segurança, com objetivo de evitar uma explosão. Quando a válvula se rompe, a forma gasosa do GLP (um dos componentes do GLP) consegue passar, evitando a explosão. (CREDER, 2006) A área destinada para abrigo dos recipientes de gás é chamada de Central de GLP e, segundo Fernandes (2010), corresponde à área delimitada para o armazenamento do GLP para consumo na instalação predial. Instalação de combate a incêndio: normas O fogo é considerado um elemento muito importante para a vida do ser humano. Com a evolução humana, aprendemos a utilizar o fogo para diversas funções: cocção de alimentos, aquecimento, entre outras. Entretanto, da mesma forma que o fogo auxiliou muito o ser humano possibilitando avanços e descobertas, o uso descontrolado pode destruir, tornando-se um incêndio. - 3 -
SAIBA MAIS Sobre Controle de Incêndios, o capitão Ivan Ricardo Fernandes, do Corpo de Bombeiros do Paraná, elaborou material com informações referentes às normas existentes, reunindo detalhes técnicos sobre o assunto. Acesse: <http://www.crea-pr.org.br/ws/wp-content /uploads/2016/12/engenharia-de-seguran%c3%a7a-contra-inc%c3%aandio-e-p%c3% A2nico.pdf>. Antes de falarmos sobre as normas de instalações de combate a incêndio, precisamos compreender como são classificados os incêndios. FIQUE ATENTO Existem diferentes técnicas para extinção do fogo em propagação, como extinção por isolamento (retirada do material combustível); por abafamento (retirar o comburente, reduzindo a concentração de O2 na mistura inflamável); por resfriamento (retirar o calor do fogo, diminuindo a temperatura); química (interromper a reação de queima). (BRENTANO, 2011) Brentano (2011) reporta que a classificação de incêndio é decorrente do tipo de material combustível, portanto divide-se em quatro classes, veja tabela a seguir. - 4 -
Figura 4 - Classificação dos incêndios referente ao tipo de material combustível. Fonte: Elaborada pela autora, baseado em BRENTANO, 2011. Conforme a Tabela 2, uma das maneiras de se apagar um incêndio é usando extintores. Há extintores para cada classificação de incêndio, por exemplo, extintor de água é usado para apagar incêndio de classe A, pois possuem alta capacidade de resfriamento e umidificação; assim como o de espuma é apropriado para classe A, sendo que pode ser utilizado para Classe B, pois a espuma é mais leve do que o líquido combustível; extintores pós químicos secos são empregados para Classe B e C. - 5 -
EXEMPLO Imagine-se em uma situação na qual você precisa apagar um incêndio. O primeiro passo será tentar identificar o tipo de fogo e pegar o extintor correto. Normalmente, no abrigo do extintor, há a informação para qual classe de incêndio é apropriado aquele tipo de extintor e, às vezes, já traz a informação de que é proibido utilizar em equipamentos elétricos. Feito o reconhecimento da classe, pega-se o extintor pela alça na parte superior para levá-lo até o local do fogo. Chegando no local, apoia-se o extintor, rompe-se o lacre e puxa-se o pino de segurança, liberando o gatilho para realizar a extinção do fogo. Em relação à normatização, estas são as principais normas referentes a sistemas de combate a incêndio: NBR 10897 - Proteção contra incêndio por chuveiro automático; NBR 10898 - Sistemas de iluminação de emergência; NBR 11742 - Porta corta-fogo para saída de emergência; NBR 12615 - Sistema de combate a incêndio por espuma; NBR 12692 - Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio; NBR 12693 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio; NBR 13434: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico - formas, dimensões e cores; NBR 13435: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico; NBR 13437: Símbolos gráficos para sinalização contra incêndio e pânico; NBR 13523 - Instalações prediais de gás liquefeito de petróleo; NBR 13714 - Instalação hidráulica contra incêndio, sob comando; NBR 13714: Instalações hidráulicas contra incêndio, sob comando, por hidrantes e mangotinhos; NBR 14276: Programa de brigada de incêndio; NBR 9077 - Saídas de emergência em edificações; NBR 9441 - Sistemas de detecção e alarme de incêndio; NR 23, da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Proteção contra incêndio para locais de trabalho. Importante ressaltamos que a normatização para Combate a Incêndio é reportada nas três esferas públicas (Federal, Estadual e Municipal) e, sendo assim, caso as normas Municipais sejam mais restritivas, é essa que deve ser acordada nos projetos. Fechamento Agora que você já conhece quais são as normas de instalação predial de gás e de combate a incêndio e a legislação, poderá aplicar quando necessário. Nesta aula, você teve a oportunidade de: conhecer as normas pertinentes a instalação predial de gás, bem como os gases mais comumente utilizados para consumo em residências; aprender sobre o código de cores padrão para identificação da tubulação de gás; aprender sobre as normas para tamanho de botijões e cilindros de gás; conhecer as normas pertinentes à instalação predial de combate a incêndio; aprender sobre a classificação de incêndio de acordo com o material combustível. - 6 -
Referências ASSOCIAÇÃO BRASILERA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT. NBR 13.932: NBR 6.493: Emprego de cores para identificação de tubulações, Rio de Janeiro, 1994.. NBR 13.103: Instalação de aparelhos a gás para uso residencial requisitos, Rio de Janeiro, 2013.. NBR 15.526: Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais projeto e execução, Rio de Janeiro, 2016. BORGES, R. S.; BORGES, W. L. Instalações prediais hidráulico-sanitárias e de gás. 4. ed. São Paulo: Pini, 1992. BRENTANO, T. EDIPUCRS, 2011. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações. CREDER, H. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6. ed. São Paulo: LTC, 2006. 4. ed. Porto Alegre: FERNANDES, I. R. Engenharia de segurança contra incêndio e pânico. Edição CREA/PR. 88 P. 2010. Curitiba - PR. Disponível em: <http://www.crea-pr.org.br/ws/wp-content/uploads/2016/12/engenharia-de-seguran% C3%A7a-contra-Inc%C3%AAndio-e-P%C3%A2nico.pdf>. Acesso em: 16/02/2018. - 7 -