INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM PACIENTES HIPERTENSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO SERTÃO CENTRAL

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Transcrição:

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM PACIENTES HIPERTENSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO SERTÃO CENTRAL Luís Galdino Júnior 1, Ermeson Olavo Pereira Pinheiro 1, Yana Kerly Capistrano de Oliveira 1, Davy Deusdeth Timbó Magalhães Sobrinho Timbó 1 ; Regilane Matos da Silva Prado 1 1 Centro Universitário Católica de Quixadá UNICATÓLICA luisgaldino23@gmail.com Resumo A hipertensão arterial (HA) é um problema de saúde pública, devido ao risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares e óbito na população, com alta incidência na população mundial. Faz parte do tratamento, mudança no estilo de vida, indicação de monoterapia, e por vezes a polimedicação, principalmente na presença comorbidades associadas, elevando a chance de PRMs, como as interações medicamentosas indesejadas. Esta pesquisa teve o objetivo de investigar as possíveis interações medicamentosas em pacientes hipertensos de uma Unidade Básica de Saúde UBS, do município de Quixadá/CE. Realizada com 45 pacientes, assistidos por uma equipe da ESF. O estudo identificou prevalência do sexo feminino (66%), de cor parda (43%) e com renda familiar de até meio salário mínimo (49%). Dentre os anti-hipertensivos com maior prescrição estão a losartana potássica (33%), hidroclorotiazida (29%) atenolol com (10%), e captopril (15%), e outros (15%). Foram identificadas possíveis 30 Potenciais Interações Medicamentosas - PIMs, algumas se repetiram totalizando 47 PIMs, onde 25 (83%) interações de gravidade moderadas. As classes terapêuticas que mais havia interação com os anti-hipertensivos foram os AINES. Conclui-se, portanto que há uma alta prevalência interações medicamentosas moderadas, que a população desconhece o assunto e tampouco as consequências dessas interações na saúde. Palavras-chave: Atenção farmacêutica. Anti-hipertensivo. Interação medicamentosa. Introdução De acordo com documentos oficiais nacionais e internacionais sobre Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), relata que a cada 10 adultos com mais de 25 anos, 4 tem este problema de saúde, que acarreta na perda da qualidade de vida, na limitação nas atividades de trabalho e de lazer do paciente, além do impacto econômico. A hipertensão é um dos principais fatores de risco para o aparecimento das doenças cardiovasculares, e óbito. (MALACHIAS, 2016; OPAS, 2016; BRASIL, 2017). A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos de 140 e/ou 90 mmhg. A hipertensão comumente é associada a outras comorbidades: dislipidemias, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito (BRASIL, 2016; MALACHIAS, 2016).

O controle da HAS depende das mudanças no estilo de vida do paciente, e do acesso ao medicamento, através de monoterapia e de associações de fármacos quando necessário, no entanto esta última prática aumenta o risco de interações medicamentosas indesejadas. As IMs podem ser classificadas de acordo com a gravidade da interação: nível leve, moderada e grave. Os paciente polimedicado tem maior risco de terem Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRMs), como por exemplo, as Interações Medicamentosa (IM), causando a inefetividade do fármaco, aparecimento de eventos adversos, piora no caso clínico e óbito em situações mais específicas, gerando sofrimento ao paciente e ônus maior no sistema de saúde público (SECOLI, 2010; OLIVEIRA et al., 2016). Devidos as potenciais interações medicamentosas e outros problemas relacionado a farmacoterapia, torna-se necessário o acompanhamento dos pacientes atendidos na Atenção Básica pelos profissionais da Equipe da Estratégia da Família (ESF) (MANZINI et al, 2015; ARAÚJO et al., 2016). Em virtude desse problema, este trabalho teve como objetivo investigar as possíveis interações medicamentosas em pacientes hipertensos acompanhados por uma Unidade Básica de Saúde UBS do município de Quixadá-CE utilizando o método de Dáder como instrumento de avaliação geral do paciente. Materiais e Métodos Estudo realizado entre os meses de novembro de 2016 a janeiro de 2017 na UBS, do Centro do município de Quixadá. A pesquisa foi de natureza transversal, explicativa, descritiva, documental e pesquisa de campo, com uma abordagem qualitativa e quantitativa. Inicialmente, foram realizadas as leituras dos prontuários dos pacientes hipertensos da na UBS, e selecionado os pacientes que receberiam a visita domiciliar. Nas visitas, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelo paciente, foram aplicados os questionários: Histórico Farmacoterâpeutico, Conhecimentos Prévios do Paciente sobre a Hipertensão Arterial e por fim o Estado Situacional das Condições de Saúde. Ainda foi solicitado ao paciente a apresentação de todos os medicamentos em uso para investigação de possíveis interações medicamentosas. No exame físicos foi feita a aferição da pressão arterial sentado e ortostática, glicemia pósprandial, peso, altura e Índice de Massa Corporal IMC, com auxílio de uma técnica de enfermagem. Em seguida os medicamentos identificados foram inseridos no banco de dados de interações medicamentosas DRUG.COM. KNOW MORE, BE SURE, e verificado as possíveis interações medicamentosas, assim como a gravidade das mesmas, tidas como Problemas

Relacionamentos aos Medicamentos PRMs. As quantidades de medicamentos foram tabulados no excel e realizado a análise estatística para abordagem quantitativa enquanto a avaliação qualitativa foi realizada com por meio de questionário adaptado do método Dáder. Por fim os resultados das IMs foram apresentados a Equipe da Estratégia da Saúde da Família ESF e discutidos na ocasião. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Centro Universitário Católica de Quixadá com o parecer Nº 1.810.968, através da Plataforma Brasil de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Resultados e Discussão Dos 68 hipertensos da UBS, desse montante participaram da pesquisa (60,3%), onde 35%, correspondeu ao sexo masculino e 65% do feminino. Essa prevalência das mulheres com a média de idade de 60 anos vai de encontro com a pesquisa do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde, onde observou que resultados semelhantes foram identificado nos estados do Rio de Janeiro (33,2%), Pernambuco (30,4%) e Alagoas (29,4%) (BRASIL, 2014). De acordo com Brasil (2017), os determinantes sociais, como educação, ocupação, renda, gênero e etnia, com a prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), são importantes para melhor entendimento dos problemas de saúde. Este estudo evidenciou uma população com baixo nível de escolaridade e de baixa renda, fatores que dificultam os cuidados com a saúde. Do total de pacientes 37 (90%), possui histórico familiar de HAS, 18 (44%) pacientes estavam com a pressão arterial fora dos limites recomendados ( 140/90 mmhg) indicando falhas no tratamento da HAS. Dentre os anti-hipertensivos com maior prescrição estão a losartana potássica 19 (33%), hidroclorotiazida 16 (29%) e captopril 9 (15%), e atenolol com 6 (10%), somando um total de 59 anti-hipertensivos, esses dados são semelhantes aos publicados no trabalho de Monteiro (2015), onde os anti-hipertensivos mais utilizados foram hidroclorotiazida 27%, losartana 21%, captopril 15%, e outros anti-hipertensivos 36%. Constatamos 132 prescrições médicas e 22 automedicações, somando 154 medicamentos pertencentes a diversas classes terapêuticas, gerando uma média de 4 medicamentos entre prescrição e automedicação. Dos 154 medicamentos, 38% eram medicamentos para o tratamento da Hipertensão Arterial, gerando uma média aritmética 1,4 anti-hipertensivos por pessoa. Foram identificadas 30 potenciais interações indesejáveis, algumas se repetiram em diferentes pacientes o que levou a 47 IMs, dessa forma 7% de gravidade maior, 83% de gravidade

moderada e 10% leves. A interação entre cloridrato de potássio e a losartana é considerada grave, pois eleva os níveis de potássio no sangue, denominada de hipercalemia, podendo levar à insuficiência renal, paralisia muscular, ritmo cardíaco irregular, e parada cardíaca. São pacientes de risco idosos, diabéticos, os desidratados, os cardiopatas e os nefropatas (GUIA DE MEDICAMENTOS, 2011; MONTEIRO, 2015). Tabela 1 - Potenciais interações e sua relevância clínica em pacientes hipertensos da UBS do Centro de Quixadá-CE. Interações medicamentosas n (caso) f(%) Relevância clínica Aspirina e losartana 3 07 Moderada Aspirina e omeprazol 1 02 Leve Atenolol e hidroclorotiazida 2 05 Moderado Atenolol e prednisolona 1 02 Moderado Captopril e diazepam 1 02 Moderado Captopril e hidroclorotiazida 2 05 Moderado Captopril e ibuprofeno 2 05 Moderado Captopril e metformina 1 02 Moderado Carbonato de cálcio e alendronato de cálcio 1 02 Leve Carbonato de cálcio e captopril 4 10 Leve Carisoprodol e losatana 1 02 Moderado Cloridrato de potássio e losartana 1 02 Grave Dianzepam e orfenadrine 1 02 Moderado Enalapril e aspirina 1 02 Moderado Gliburide e timolol 1 02 Moderado Haloperidol e losartana 1 02 Moderado Haloperidol e timolol 1 02 Moderado Hidroclorotiazida e metformina 3 07 Moderado Hidroclorotiazida e omeprazol 2 05 Moderada Ibuprofeno e aspirina 1 02 Grave Ibuprofeno e hidroclorotiazida 2 05 Moderado Ibuprofeno e losartana 3 07 Moderado Losartana e brimonidine 1 02 Moderado Losartana e insulinanph 1 02 Moderado Metformina e insulinanph 1 02 Moderado Omeprazol e escitalopram 1 02 Moderado Omeprazol e sinvastatina 2 05 Moderado Predinisolona e losartana 3 07 Moderado Prednisolona e clortalidona 1 02 Moderado Prednisolona e gliburide 1 02 Moderado Frequência simples absoluta 47 100 ---- A associação entre o captopril e carbonato de cálcio foi evidenciada em 10%, seguidos pela associação de ibuprofeno (AINEs) e losartana, predinisolona e losartana, aspirina e

losartana, hidroclorotiazida e metformina com uma frequência de 7%, estas interações são consideradas de de gravidade moderada (SEHN, 2002; RANGER, 2011). O uso de anti-inflamatório não estereoidais AINEs, diminui a eficácia terapêutica dos antihipertensivos quando utilizados concomitantemente, levando ao fracasso no controle da pressão arterial. Isto por que os AINEs, inibi enzimas COXs, gerando a redução sistêmica e renal de PGs vasodilatadoras (FORMAN, RIMM, CURHAN, 2007; NASCIMENTO et al., 2013). O uso de diuréticos tiazidicos como a hidroclorotiazida pode reduzir o efeito dos hipoglicemiantes como a metformina, causando a hiperglicemia no paciente e ao insucesso da clínica, por uma interação medicamentosa que precisa de monitoração (AMARAL; PERASSOLO, 2012; NEAL, 2014). Conclusão Foram evidenciados problemas de interações medicamentosas IM, entre os pacientes hipertensos da Unidade Básica de Saúde do Centro, uma das causas que contribui para o não controle das doenças crônicas, em destaque a hipertensão arterial. Conclui-se, portanto que há uma alta prevalência interações medicamentosas moderadas, que a população desconhece o assunto e tampouco as consequências dessas interações na saúde. Referências AMARAL, M. D; PERASSOLO, M. S. Possíveis interações medicamentosas entre os anti - hipertensivos e antidiabéticos em participantes do Grupo HIPERDIA de Parobé, RS. Rev Ciênc Farm Básica Apl., v.33, n.1, p. 99-105. ISSN 1808-4532. 2012. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2014 : vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico /Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 152 p.: il. FORMAN JP; RIMM ER; CURHAN GC. Frequency of analgesic use and risk of hypertension among men. Rev Bras Hipertens, v.3, n.14, p.192-193, 2007. Guia de medicamentos. Disponível em: https://www.uniara.com.br/arquivos/file/cursos/graduacao/farmacia/guias-de-medicamentos/guiamedicamentos.pdf. Acesso em: 05/03/2017 as 14:00. MACHUCA, M; PARRAS, M. Guía de seguimiento farmacoterapéutico sobre hipertensión. MALACHIAS M. V. B. et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Rev. Arq Bras Cardiol 2016; n. 107, supl.3, p.1-83. 2016.

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