PLANTAS MEDICINAIS USADAS NA REGIÃO NORDESTE: REVISÃO INTEGRATIVA DE SÁ, C.G 1 ; DE BARROS, S.O 2 ;GOMES, A. P 3 ;SILVA FILHO, F. A 4 ; TEIXEIRA, K.S.S 5. FACULDADE DE ENSINO E CULTURA DO CEARÁ¹ UNINASSAU - PARNAÍBA 2,3 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ 4 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ E UNINASSAU - PARNAÍBA 5 RESUMO Introdução:O uso de plantas medicinais é uma forma muito antiga utilizada pela humanidade para o tratamento, cura e prevenção de doenças. Os usuários de plantas medicinais de todo o mundo mantêm o seu consumo, consagrando as informações que foram acumuladas durante séculos, o que desperta o interesse de pesquisadores sobre estudos multidisciplinares que enriqueçam os conhecimentos sobre a inesgotável fonte da medicinal natural. Dentro das práticas integrativas e complementares do SUS, a fitoterapia é uma das práticas descritas como sendo um tratamento terapêutico utilizando plantas medicinais em diferentes formas farmacêuticas. Desta forma o presente trabalho teve por objetivo verificar as principais plantas medicinais utilizadas na região nordeste do Brasil, de 2005 a 2015. Metodologia:Uma revisão integrativa foi realizada, consistindo na síntese do conhecimento, bem como na incorporação da aplicabilidade de resultados significativos na prática. Foi feita, também, uma busca na base de dados Scielo por artigos que estivessem relacionados ao tema, utilizando o descritor booleano and, e especificando através de plantas medicinais and nordeste. Foram selecionados, portanto, oito (08) artigos para o estudo.resultados e discussão:as famílias mais citadas foram a Lamiaceae e a Fabaceae, seguidas pelas Asteraceae e Verbenaceae. As espécies mais encontradas foram a CymbopogoncitratusStapf. (Capim-santo), a Chenopodiumambrosioides L. (Mastruz), e a Lippia alba (Mill) N.E. Brown (Erva-cidreira). As folhas foram a parte mais utilizada, através do método de preparo chá, que pode ser feito tanto por infusão como por decocção, dependo do que se quer extrair da planta. Conclusão:Com a revisão integrativa, pôde-se verificar que há uma prática incorreta na utilização de plantas medicinais e isso pode trazer riscos à saúde, bem como comprometer o ambiente natural, como no caso da região da Caatinga. No que diz respeito à saúde do indivíduo, há os riscos toxicológicos, devido às plantas medicinais conterem substâncias que podem levar a problemas de saúde, se consumidas de maneira incorreta ou exagerada. Com esse tipo de revisão é possível verificar que é de suma importância que os profissionais de saúde sejam treinados para a utilização da fitoterapia dentro das práticas integrativas do SUS, para garantirem um melhor aproveitamento do conhecimento popular alinhado com o conhecimento científico.
Palavras-chave Plantas medicinais. Nordestebrasileiro. Revisãointegrativa. ABSTRACT Introduction: The use of medicinal plantsis a veryancientformusedbyhumanity for thetreatment, cure andpreventionofdiseases. Usersof medicinal plantsaroundthe world maintaintheirconsumption, consecratingtheinformationthathasaccumulated for centuries, whicharousestheinterestofresearchers in multidisciplinarystudiesthatenrichtheknowledgeabouttheinexhaustiblesourceofth e natural medicinal. Withintheintegrativeandcomplementarypracticesof SUS, phytotherapyisoneofthepracticesdescribed as being a therapeutictreatmentusing medicinal plants in differentpharmaceuticalforms. Thus, thepresentstudyaimedtoverifythemain medicinal plantsused in thenortheastregionofbrazilfrom 2005 to 2015. Methodology:Anintegrativereviewwasperformed, consistingofthesynthesisofknowledge, as well as incorporatingtheapplicabilityofsignificantresults in practice. A search in thescielodatabasewasalsomade for articlesthatwererelatedtothetopic, usingthebooleandescriptor "and", andspecifyingthrough "medicinal plantsandnortheast". Therefore, eight (08) articleswereselected for thestudy. Resultsanddiscussion: The mostcitedfamilieswerelamiaceaeandfabaceae, followedbyasteraceaeandverbenaceae. The most common specieswerecymbopogoncitratusstapf. (Capim-santo), Chenopodiumambrosioides L. (Mastruz), andlippia alba (Mill) N.E. Brown (lemongrass). The leaveswerethemostusedpart, throughtheteapreparationmethod, whichcanbedoneeitherbyinfusionorbydecoction, dependingonwhatonewantstoextractfromtheplant. Conclusion: With the integrative review, it could be verified that there is an incorrect practice in the use of medicinal plants and this can pose health risks, as well as compromise the natural environment, as in the case of the Caatinga region. With regard to the health of the individual, there are toxicological risks, because medicinal plants contain substances that can lead to health problems, if consumed incorrectly or exaggerated. With this type of review, it is possible to verify that it is of paramount importance that health professionals be trained to use phytotherapy within the integrative practices of SUS, to guarantee a better use of popular knowledge in line with scientific knowledge. Keywords - Medicinal plants. Brazilian Northeast. Integrative review. INTRODUÇÃO O uso de plantas no tratamento, cura e prevenção de doenças é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. Os usuários de plantas medicinais de todo o mundo mantêm o seu consumo, consagrando as informações que foram acumuladas durante séculos, o que desperta o interesse de pesquisadores sobre estudos multidisciplinares que enriqueçam
os conhecimentos sobre a inesgotável fonte da medicinal natural (LORENZI & MATOS, 2002). O Brasil é o país que detém a maior parcela da biodiversidade, em torno de 15% a 20% do total mundial. Entre os elementos que compõem a biodiversidade, as plantas são a matéria-prima para a fabricação de fitoterápicos e outros medicamentos. Além de seu uso como substrato para a fabricação de medicamentos, as plantas são também utilizadas em práticas populares e tradicionais, tais como na preparação de remédios caseiros e comunitários, processo conhecido como medicina tradicional, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (BRASIL, 2006). A importância desse trabalho se dá pelo fato de que muitas plantas medicinais são utilizadas pela população de forma incorreta e de que as informações necessárias sobre essas plantas, muitas vezes, não chegam à população leiga. E devido as práticas integrativas e complementares do SUS estarem trazendo novas alternativas dentro do tratamento, dentre elas a fitoterapia, é necessário que a população tenha conhecimento da utilização correta. METODOLOGIA O estudo foi realizado através de uma revisão integrativa, definida como um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados significativos na prática (SOUZA, SILVA e CARVALHO, 2010). Os dados foram coletados através de um levantamento das principais plantas medicinais usadas na Região Nordeste do Brasil. Para tanto, foram realizadas buscas por artigos publicados na base de dados Scielo que estivessem relacionados ao tema. Na primeira busca por plantas medicinais no Brasil, foram obtidos 487 artigos, ao filtrar a busca através de artigos escritos em português, houve uma queda para 378 e, ao definir o período de publicação de 2005 a 2015, houve uma diminuição para 309 artigos. Foi utilizado também o operador booleano and como método de exclusão: especificando plantas medicinais and Nordeste, foram obtidos 10 artigos e, delimitando em plantas medicinais no Nordeste, 7 artigos surgiram, totalizando, assim, 17 artigos. No entanto, 7 artigos eram repetidos e 2 foram excluídos depois da leitura do tema, pois o estudo tratava apenas de uma planta e/ou ativo. Restou, assim, um total de 8 artigos para o estudo. Portanto, foram excluídos artigos que não estavam em português, que não estavam dentro do período de 2005 a 2015, cujas pesquisas não foram realizadas na Região Nordeste e os que se restringiram apenas a uma planta e/ou ativo. Foram incluídos os artigos cujas pesquisas foram realizadas na Região Nordeste, no período de 2005 a 2015, escritos em português. RESULTADOS E DISCUSSÃO O n amostral final desta revisão foi de 08 artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Todos os artigos selecionados foram encontrados na base de dados Scielo. A maioria dos estudos analisados utilizaram, para a definição da amostra, o método bola de neve, o qual consiste em entrevista com aplicação de questionário, em que o primeiro informante indica um outro e assim sucessivamente (ROQUE, ROCHA e LOIOLA, 2010). Pode-se verificar que a maior parte dos entrevistados são pessoas idosas, pois o nível de conhecimento e a indicação de espécies vão aumentando conforme a idade (SOUSA, ARAÚJO e Santos, 2007).
De acordo com resultados analisados, pode-se verificar que as famílias Laminaceae e Fabaceae tiveram o maior número de espécies citadas, seguidas pelas Asteraceae e Verbenaceae.Tal fato pode ser explicado pela possibilidade dessas famílias serem encontradas tanto em clima tropical como temperado. As espécies mais citadas foram a CymbopogoncitratusStapf. (Capim santo), a Chenopodiumambrosioides L. (Mastruz) e a Lippia alba (Mill) N.E.Br (Erva-cidreira). Foram selecionadas as espécies que tiveram maior número de citações nos artigos. Essas espécies têm a folha como principal parte utilizada e isso pode ser explicado pelo fato de a maior parte delas serem exóticas e cultivadas através de hábitos herbáceos, apresentando, assim, folhas durante todo o ano. As folhas são preparadas principalmente na forma de chá, por infusão ou por decocção. Para muitos, o melhor método é a decocção, por acreditarem que a planta só tem utilidade se for cozida (SILVA, et al., 2006); já para outros, a melhor forma de preparo é a infusão. Como ressaltado na pesquisa de Medeiros& Cabral (2001), quando se colocam, por exemplo, as folhas de vick (Menthaspicata L.) para ferver, o chá perde o ardor, concordando, assim, com estudos da literatura farmacológica que demonstram a presença de óleos essenciais nas folhas de vick, as quais, com a fervura, perdem substâncias voláteis presentes nas folhas, responsáveis pelo ardor mencionado, evidenciando, assim, uma relação de saberes. O método a ser utilizado, todavia, dependerá do que se quer extrair da planta. Também pode-se verificar a grande utilização, pela população, de xarope (lambedor), preparações utilizadas principalmente contra gripe, utilizando várias plantas, acrescentando-se açúcar, mel e água; sendo um dos melhores meios de administração, principalmente para crianças, que são, de fato, as mais afetadas (SILVA, et al., 2006). A espécie MyracrodruonurundeuvaAllemão (aroeira), muito utilizada para inflamações, foi a mais citada em regiões de Caatinga e usada na medicina natural, sendo essa uma das espécies mais ameaçada de extinção do bioma em questão. Alguns dos principais fatores para essa ameaça são mencionados; porém, a maioria da população inserida na Caatinga depende, na maioria das vezes, diretamente dos recursos vegetais disponíveis para o seu sustento. A principal parte do vegetal utilizada pela população é a casca, por conta da ausência de folhas na maior parte do ano, nas espécies nativas do semiárido; sendo assim, tal fato corrobora com a ameaçade extinção, pois muitas vezes essas cascas são retiradas de forma incorreta, interferindo, assim, no crescimento da planta, podendo levá-la àmorte(roque, ROCHA e LOIOLA, 2010). Ressalta-se que a maioria das indicações terapêuticas foram para problemas respiratórios e digestivos, podendo tais designações ser verificadas pelas principais espécies mencionadas, como o CymbopogoncitratusStapf. (capim-santo), muito utilizado pela população para dor abdominal e reumática, alteração digestiva, como dispepsia e flatulência; nervosismo (calmante), febre, tosse e dor de cabeça. Além dessas propriedades, o óleo essencial possui atividade antimicrobiana e ação calmante, devido à presença de citral, reforçando as informações fornecidas pelos entrevistados, principalmente sobre a ação calmante (OLIVEIRA, OLIVEIRA e ANDRADE, 2010). A maioria dos estudos analisados não mencionam efeitos toxicológicos presentes nas plantas, exceto um, que menciona os efeitos tóxicos do atipim, afirmando que a planta é utilizada como abortivo. Esse tipo de relato não foi
verificado nos outros artigos, pois tais pesquisas não tinham como intuito analisar os riscos toxicológicos presentes nas plantas medicinais. Pode, portanto, ser verificado que é importante mencionar e informar à população de modo geral que algumas espécies podem ser maléficas à saúde. CONCLUSÕES Com a revisão integrativa, pôde-se verificar que há uma prática incorreta na utilização de plantas medicinais e isso pode trazer riscos à saúde, bem como comprometer o ambiente natural, como no caso da região da Caatinga. No que diz respeito à saúde do indivíduo, há os riscos toxicológicos, devido às plantas medicinais conterem substâncias que podem levar a problemas de saúde, se consumidas de maneira incorreta ou exagerada. Com esse tipo de revisão é possível verificar que é de suma importância que os profissionais de saúde sejam treinados para a utilização da fitoterapia dentro das práticas integrativas do SUS, para garantirem um melhor aproveitamento do conhecimento popular alinhado com o conhecimento científico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LORENZI H & MATOS FJA. Plantas medicinais no Brasil. Nova Odessa, Plantarum. Pp. 512. 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. Política nacional deplantas medicinais e fitoterápicos/ministério da Saúde; Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos; Departamento de Assistência Farmacêutica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 60 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde). SOUZA MT, SILVA MD, CARVALHO R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein. N 08: 102-106. 2010. ROQUE AA, ROCHA RM, LOIOLA MIB. Uso e diversidade de plantas medicinais da Caatinga na comunidade rural de Laginhas, município de Caicó, Rio Grande do Norte (Nordeste do Brasil). Revista brasileira plantas medicinais 12(1).2010. LHC. SOUSA CG, ARAÚJO BRN, SANTOS ATP. Inventário Etnobotânico de Plantas Medicinais na Comunidade de Machadinho, Camaçari BA. Revista Brasileira de Biociências. V. 5(1): 549-551. 2007. SILVA MS, ANTONIOLLI AR, BATISTA SJ, MOTA CN. Plantas medicinais usadas nos distúrbios do trato gastrintestinal no povoado Colônio Treze, Lagarto, SE, Brasil. ActaBot.bras. 20(4): 815-829. 2006. OLIVEIRA GL, OLIVEIRA AFM, ANDRADE LHC. Plantas medicinais utilizadas na comunidade urbana de Muribeca, Nordeste do Brasil. Acta Bot. Bras. vol.24 N 02 São Paulo Apr./June. 2010. MEDEIROS LCM, CABRAL IE. O cuidar com plantas medicinais: uma modalidade de atenção à criança pelas mães e Enfermeiras-Educadoras. Rev. Latino-am. Enfermagem-Ribeirão Preto. Vol.9 N 1. janeiro 2001.