UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DEPARTAMENTO DE DIREITO PLANO DE ENSINO I IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA II OBJETIVOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DEPARTAMENTO DE DIREITO PLANO DE ENSINO I IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA Nome: Direitos Fundamentais Código: DIR 410216 Créditos 3 Trimestre 2016/1 Curso: Pós-Graduação em Direito Nível: Mestrado Professor: João dos Passos Martins Neto Dia da semana: Segunda-feira Horários: Das 19h às 22h. II OBJETIVOS Objetivo geral: Expor, problematizar, discutir e pesquisar a respeito dos conteúdos teóricos e dogmáticos da disciplina, bem como descrever, analisar e criticar precedentes do Supremo Tribunal Federal Objetivos específicos: 1. Perspectiva teórica: expor, debater e criticar os tópicos centrais da teoria contemporânea dos direitos fundamentais (genericamente considerados) 2. Perspectiva dogmática: expor, debater e criticar a doutrina e a jurisprudência constitucionais em torno dos direitos fundamentais (em espécie) 3. Apresentar e exercitar o modelo casuístico de descrição, análise e crítica das decisões do Supremo Tribunal Federal sobre direitos fundamentais 4. Orientar para eventuais e futuras pesquisas e para a preparação de trabalhos acadêmicos em torno do tema dos direitos fundamentais III EMENTA Direitos fundamentais. Teoria dos direitos fundamentais. Direitos fundamentais na Constituição do Brasil. Direitos fundamentais em espécie. Jurisdição constitucional dos direitos fundamentais. Descrição, análise e crítica das decisões do STF.

IV CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE I DA TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 1. A democracia constitucional. O Estado de Justiça 2. Os direitos fundamentais: conceito, função, tipos e espécies 3. Textura "aberta" dos direitos fundamentais: o problema do que é "exigível" 4. Metodologia dos direitos fundamentais: balanceamento v. regramento 5. Teoria dos princípios, colisão de direitos e método de ponderação 6. Teoria dos poderes circunscritos, concordância e método de subsunção 7. Crítica à teoria dos princípios. UNIDADE II DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE 1. Do direito à vida e outros âmbitos existenciais 2. Dos direitos de liberdade 3. Dos direitos de igualdade 4. Dos direitos de propriedade 5. Das garantias fundamentais institucionais, processuais e penais UNIDADE III DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS 1. Dos direitos de seguridade social saúde, previdência e assistência 2. Do direito à educação 3. Dos direitos dos trabalhadores 4. Da proteção à maternidade e à infância 5. Dos direitos econômicos, de nacionalidade, cidadania e políticos. UNIDADE IV DOS DIREITOS DE NACIONALIDADE E CIDADANIA 1. Da nacionalidade e dos direitos de nacionalidade 2. Da cidadania e dos direitos políticos 3. Dos partidos políticos V METODOLOGIA Aulas expositivas, leitura de textos, apresentação de seminários, análise de jurisprudência, debates, projeção de filmes e documentários. VI AVALIAÇÃO 1. ATIVIDADES Cada aluno deverá elaborar e apresentar em sala um ou mais tópicos indicados pelo professor, sempre utilizando o Modelo Casuístico de Descrição, Análise e Crítica, conforme Anexo I. 2. AVALIAÇÃO A nota final será atribuída pelo professor em função do material produzido - conforme Modelo Casuístico de Descrição, Análise e Crítica do Anexo I - e do desempenho em sala de aula. 3. FREQÜÊNCIA: Será exigida freqüência de, no mínimo, 75%.

VII BIBLIOGRAFIA BÁSICA ATALIBA, Geraldo. República e Constituição. São Paulo: Malheiros, 2007. 191 p. CHIMENTI, Ricardo Cunha et al. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2006. 608 p. MARTINS NETO, João dos Passos. Direitos fundamentais - conceito, função e tipos. São Paulo, RT, 2003. 207 p. MENDES, Gilmar et all. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2008. 1432 p. MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2004. 863 p. MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais. São Paulo: Atlas, 2007. 335 p. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2004. 768 p. VIII BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios da definição à aplicação dos princípios jurídicos. São Paulo: Malheiros, 2004. 138 p. ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Trad. Ernesto Garzón Valdés. Madrid: Centro de estudios constitucionales, 1997. 607 p. ANDRADE, José Carlos Vieira de. Os direitos fundamentais na Constituição Portuguesa de 1976. Coimbra: Almedina, 1998. 350 p. BARCELLOS, Ana Paula de... [et al.] A nova interpretação constitucional ponderação, direitos fundamentais e relações privadas. Organizador: Luís Roberto Barroso. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. 417 p. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 8. ed. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992. 217 p. BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 8. ed. São Paulo: Malheiros, 1999. 793 p. BRANDÃO, Paulo de Tarso. Ações constitucionais: novos direitos e acesso à justiça. Florianópolis: Habitus Editora, 2001. 277 p. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 3. ed. Coimbra: Almedina, 1999. 1414 p. CARRIÓ, Genaro. Notas sobre derecho y lenguaje. 2. ed. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 1979. 175 p. CLÈVE, Clèmerson Merlin. A fiscalização abstrata de constitucionalidade no direito brasilei-ro. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. 484 p. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 1999. 421 p.

FERRAJOLI, Luigi. Derechos y garantías - La ley del más débil. Trad. Perfecto Andrés Ibáñez e Andrea Greppi. Madrid: Editorial Trotta, 1999. 180 p. FERREIRA F., Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2005. 396 p. GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 1997. 362 p. GUERRA FILHO, Willis Santiago. Processo constitucional e direitos fundamentais. São Paulo: Editora Celso Bastos, 1999. 172 p. LEÃO XIII. Rerum novarum. In: Encíclicas e documentos sociais. Vol. 1. Trad. Antonio De Sanctis. São Paulo: LTr, 1991. p. 13-47. LUÑO, Antonio E. Perez. Los derechos fundamentales. 6. ed. Madrid: Editorial Tecnos, 1995. 231 p. MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. Tomo IV. Direitos Fundamentais. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 1998. 485 p. ROBLES, Gregorio. Los derechos fundamentales y la ética en la sociedad actual. Madrid: Editorial Civitas, 1995. 211 p. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998, 386 p. SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das normas constitucionais. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 1999. 270 p.

ANEXO I MODELO CASUÍSTICO DE DESCRIÇÃO, ANÁLISE E CRÍTICA DE JURISPRUDÊNCIA CONSTITUCIONAL Inviolabilidade do domicílio Art. 5º, XI, CF. A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. HC Nº 82.788 - STF REGRA DO CASO: Escritório de contabilidade enquadra-se no conceito normativo de casa, desfrutando, pois, da proteção da inviolabilidade domiciliar. Assim, os agentes da receita federal não podem ali realizar busca e apreensão de livros contábeis, computadores e outros materiais sem mandado judicial. Dados do processo: HC nº 82.788. Supremo Tribunal Federal, 2ª Turma, 12.04.2005, Rel. Min. Celso de Mello. Fatos da causa: No dia 23 de agosto de 1993, um grupo de auditores fiscais da receita federal, acompanhado de policiais federais, realizou operação de busca e apreensão em dois escritórios contábeis da empresa S.A Organização Excelsior Contabilidade e Administração, na cidade do Rio de Janeiro, sem ter solicitado ou obtido prévia autorização judicial. Os agentes arrecadaram livros e documentos contábeis e fiscais da empresa, os quais foram utilizados como meio de prova para fundamentar a abertura de processos tributários e criminais contra a empresa e seus sócios dirigentes. Objeto da ação: Habeas corpus impetrado por um dos acusados no Supremo Tribunal Federal pretendendo o reconhecimento da nulidade, desde a denúncia do Ministério Público, de três processos criminais em curso perante a Justiça Estadual do Rio de Janeiro. Questão jurídica: Podem os agentes da Receita Federal realizar a busca e apreensão de bens em escritório de contabilidade sem mandado judicial? Decisão e fundamentos: Não. A circunstância de a administração tributária achar-se investida de poderes excepcionais não a exonera do dever de observar os limites constitucionais e legais impostos à sua atuação, especialmente aqueles resultantes dos direitos e garantias individuais. Segundo o art. 5º, inc. XI, da Constituição do Brasil, a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Os escritórios de contabilidade desfrutam da proteção constitucional da inviolabilidade domiciliar uma vez que, como decorrência do direito à privacidade, o conceito normativo de casa reveste-se de caráter amplo, compreendendo qualquer compartimento habitado, qualquer aposento ocupado de habitação coletiva e qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. Por isso, a busca e apreensão de livros contábeis e outros documentos e materiais por agentes da fiscalização tributária em escritório de contabilidade, contra a vontade do titular e sem mandado judicial, afronta a ordem constitucional.

Frase lapidar: Nem a polícia judiciária, nem o Ministério Público, nem a administração tributária, nem quaisquer outros agentes públicos podem ingressar em domicílio alheio, sem ordem judicial, ou sem o consentimento de seu titular, ou, ainda, fora das hipóteses autorizadas pelo texto constitucional, com o objetivo de proceder a qualquer tipo de diligência, como a execução de busca e apreensão. Divergência: Decisão unânime. Observações: Neste caso, havia uma outra questão jurídica implicada, relativa a saber se o Ministério Público poderia ter ajuizado ação penal utilizando a prova oriunda da diligência do fisco. Segundo a Corte, as provas que deram suporte às acusações do Ministério Público, porque obtidas com transgressão da inviolabilidade domiciliar, são ilícitas, ainda que por derivação. Assim, porque inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos (CF, art. 5º, LVI), os processos penais em curso foram declarados nulos desde a formalização da denúncia. Termos técnicos: Habeas Corpus é a ação constitucional que visa a proteger quem esteja sofrendo ou ameaçado de sofrer restrição ilegal em sua liberdade de locomoção. Busca e apreensão é a diligência efetuada por agentes públicos com a finalidade de procurar pessoa ou coisa que se pretende apresentar à autoridade. Mandado judicial é a ordem expedida por juiz para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa.