HEMORIO INSTITUTO ESTADUAL DE HEMATOLOGIA ARTHUR DE SIQUEIRA CAVALCANTI. Anemia Hemolítica Hereditária III (TALASSEMIA)



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Transcrição:

HEMORIO INSTITUTO ESTADUAL DE HEMATOLOGIA ARTHUR DE SIQUEIRA CAVALCANTI MANUAL DO PACIENTE - ANEMIA HEMOLÍTICA HEREDITÁRIA III - TALASSEMIA EDIÇÃO REVISADA 02/2004 Anemia Hemolítica Hereditária III (TALASSEMIA)

Introdução Este manual tem como objetivo fornecer informações aos pacientes e seus familiares a respeito da assemia. Sabemos que as informações médicas são cercadas, na maior parte das vezes, por termos técnicos, difíceis e incompreensíveis pela maioria dos usuários. Dessa forma, esperamos que esse encarte possa esclarecer suas dúvidas. Qualquer comentário é muito bem vindo, seja sobre a clareza desse manual ou sobre a omissão de alguma informação considerada importante e pode ser enviado através da urna de sugestões do HEMORIO ou pelo e-mail ouvidoria@hemorio.rj.gov.br. Acesse o Portal do HEMORIO e saiba mais sobre outras orientações e serviços: 3

O que é assemia? A palavra assemia vem de tálassos, palavra grega que significa "mar", então, literalmente, assemia significa anemia do mar". O termo ANEMIA MEDITERRÂNEA é também usado para descrever assemia. ANEMIA DE COOLEY indica a forma severa de assemia em reconhecimento ao Dr. Thomas B. Cooley que fez a primeira descrição médica da doença em 1925. Para explicar assemia, será melhor definir primeiro alguns conceitos básicos. HEREDITARIEDADE, GENS, HEMOGLOBINA E ANEMIA. Cada pessoa é constituída de diferentes características. Algumas das quais como altura ou cor dos cabelos e olhos são mais fáceis de se ver ou medir. Cada característica é HERDADA, o que significa que ela passa dos pais para a criança através de partículas hereditárias chamadas GENS. Uma das características herdadas do sangue é uma proteína do glóbulo vermelho chamada HEMOGLOBINA. A hemoglobina dá ao sangue a cor vermelha e é importante para carregar oxigênio. Todos possuem gens para hemoglobina, um vindo do pai e outro da mãe, como visto no esquema ao lado. Quando não há suficiente hemoglobina presente, diz-se que a pessoa tem ANEMIA. Isto pode ser devido a diversas causas. Muitos tipos de anemia são causados por deficiências de vitaminas ou ferro, enquanto outras são herdadas. Qual é a causa da assemia? assemia é um termo médico usado para um tipo de anemia herdada. É causada por um gen que resulta na produção de quantidades muito pequenas de hemoglobina. Por causa disto, os glóbulos vermelhos de pessoas com assemia são menores e contém menos hemoglobina que o normal. Ocorre tanto em homens quanto em mulheres. Não é contagiosa e não é causada por deficiência na dieta, carência de vitaminas ou sais minerais. A Anemia Falciforme é também uma anemia herdada, entretanto, é diferente da assemia e tem diferentes sintomas e tratamento. A - INDICA O GEN PARA HEMOGLOBINA NORMAL 4 Hemácias normais

Há mais de uma forma de assemia? Uma forma comum, leve, chamada TALASSEMIA MINOR (TRAÇO Sim. TALASSÊMICO) e outra forma severa, que é chamada TALASSEMIA MAJOR (ANEMIA DE COOLEY). Alguns pacientes ficam entre esses dois extremos, e são considerados como tendo TALASSEMIA INTERMÉDIA. O que significa ter assemia Minor? TALASSEMIA MINOR ou TRAÇO TALASSÊMICO não é uma doença, sendo considerada uma característica genética, na qual a pessoa herda um único gen da assemia de um de seus pais. Logo, a pessoa com assemia Minor não é doente e, na maioria dos casos, não sabe ter essa condição. Uma pessoa nasce com assemia Minor, e isso não muda ao longo de sua vida, assim como NÃO se transforma em assemia Major. Anemia discreta pode estar presente, mas isso geralmente não causa sintomas. O Traço assêmico pode ser confundido com outros tipos de anemia, especialmente a causada por deficiência de ferro. Exames especiais são necessários para fazer a distinção entre elas. Algumas pessoas com assemia Minor tomam medicamentos à base de ferro, por muitos anos, devido ao diagnóstico equivocado de que tenham deficiência de ferro. Ferro e outros medicamentos para o sangue não ajudam e geralmente não são necessários na assemia minor. Na realidade, pode mesmo ser prejudicial, receber grandes doses de ferro por longos períodos. Uma vez que a assemia é herdada, o indivíduo com assemia Minor pode passá-la para os seus filhos. O esquema a seguir representa a forma de herança desses casos. Traço assêmico Normais Normais Traço assêmico A - INDICA GEN PARA HEMOGLOBINA NORMAL β - INDICA GEN PARA TALASSEMIA 5

O que causa a assemia Major (Anemia de Cooley)? A assemia Major ocorre quando a pessoa herda DOIS gens para a assemia, um do pai e outro da mãe. O gen da assemia em dose dupla resulta em anemia tão severa que é necessária transfusão de sangue regular para manutenção da vida. Uma criança não pode ter assemia Major sem que AMBOS os seus pais tenham assemia Minor. No casamento de duas pessoas com assemia Minor, as chances de cada gravidez resultar em uma criança com assemia Major serão de 1 em 4. ESSA CHANCE ESTÁ PRESENTE EM CADA GRAVIDEZ. O nascimento de uma criança com assemia Major não significa que outra criança nascida posteriormente também não possa tê-la. Algumas famílias podem ter somente uma criança doente, enquanto outras, podem ter todos os seus filhos afetados. É SIMPLESMENTE AO ACASO. A - INDICA GEN PARA HEMOGLOBINA NORMAL T - INDICA GEN PARA TALASSEMIA Quais são os sintomas da assemia Major? As crianças com assemia Major não apresentam qualquer anormalidade, ao nascimento. Ao final do primeiro ano de vida, desenvolvem palidez, irritabilidade e cansaço. A barriga incha devido ao aumento do baço e fígado. Com o passar do tempo, podem surgir algumas alterações, como olhos podem "amendoados", os ossos do rosto proeminentes e os dentes mal alinhados. O crescimento é geralmente mais lento do que o normal, a criança é mais baixa e esguia e a maturidade pode estar muito atrasada. Entretanto, o intelecto não está prejudicado. O diagnóstico de assemia Major é quase sempre firmado durante os primeiros 2 ou 3 anos de vida. Se uma criança se mantém bem durante todo esse período, é improvável que apresente assemia Major. Qual é o tratamento? Vitaminas, tônicos, medicamentos e dietas não têm efeito benéfico. Transfusões de sangue devem ser dadas a cada 2 a 4 semanas. Por meio de transfusões de sangue regulares, o paciente pode ter uma vida relativamente normal por vários anos. Muitas das mudanças na aparência da face e ossos podem ser prevenidos por transfusões sangüíneas que mantém os valores do sangue próximos do normal. 6 β Normal Traço assêmico assemia Major β

Quais são as complicações? Transfusões sangüíneas regulares, por um longo tempo, resultam em complicações. Um grande acúmulo de ferro ocorre em órgãos vitais, podendo causar um coloração marrom na pele, diabetes, e mau funcionamento do fígado e coração. O baço pode se tornar muito grande, sendo, às vezes, necessário retirá-lo. Atualmente é possível remover grandes quantidades de ferro do organismo dos pacientes e prevenir danos ao coração e outros órgãos, prolongando sua expectativa de vida. Este tratamento, geralmente, se inicia antes dos 5 anos de idade e emprega uma medicação chamada desferoxamina. Esta medicação, classificada como um agente quelante, elimina o ferro do organismo. A terapia com desferoxamina deve ser dada por injeção e administrada por um período de 8-12 horas (geralmente durante a noite), ou seja, 5-7 vezes por semana, usando um aparelho chamado bomba infusora. Existe relação entre assemia e Anemia Falciforme? Esta relação pode existir quando um mesmo indivíduo herda de um dos pais o gen da assemia (T) e do outro o gen da Anemia Falciforme (S). Veja esquema abaixo. Normal AS Traço Falcêmico AS Traço assêmico S β S-assemia A - INDICA GEN PARA HEMOGLOBINA NORMAL β - INDICA GEN PARA TALASSEMIA S - INDICA GEN PARA DOENÇA FALCIFORME O paciente com S-assemia apresenta anemia moderada com crises de dor óssea freqüentes. Como a anemia tem um caráter hemolítico, os pacientes apresentam-se ictéricos (com as mucosas amareladas). A doença pode ser considerada de gravidade moderada. Freqüentemente o paciente necessita fazer transfusões de sangue. Quais são as perspectivas para o futuro? Pesquisas para controlar a doença e suas complicações estão sendo realizadas em muitos centros. Estas pesquisas incluem: 1) maneiras de aumentar a hemoglobina dos glóbulos vermelhos; 2) desenvolvimento de novos agentes quelantes de ferro que possam ser tomados oralmente e 3) transplante de medula óssea normal para substituir a medula óssea talassêmica. O transplante de medula óssea tem sido usado com sucesso para tratar a assemia Major em um pequeno número de pacientes, nos Estados Unidos e um número maior na Europa. Entretanto, nem todos os pacientes podem ser submetidos a transplante, e, no presente, este ainda é um procedimento experimental que pode apresentar riscos. 7

Tenho um familiar com gen para assemia. O que devo fazer? Homens e mulheres com assemia Minor podem transmitir os gens da assemia para os filhos. Se ambos os pais têm assemia Minor, há uma probabilidade de 25% de seus filhos receberem dois gens da assemia e nascerem com assemia Major. A informação sobre a presença de assemia Minor na família é útil por ocasião do pré-natal de qualquer membro de sua família. Logo, o médico deverá solicitar o exame diagnóstico para assemia com o objetivo de verificar se o casal está sob risco de ter um filho com assemia Major. O diagnóstico pré-natal (em gestantes) também é possível, e está disponível em alguns centros no Brasil. Como ser testado para assemia Minor e para Traço Falcêmico? Exames de sangue especiais devem ser realizados para diagnosticar a presença destes gens anormais. O hemograma não diferencia as doenças que podem ser confundidas com outros tipos de anemias (como por exemplo entre assemia Minor e anemia por carência de ferro). O Traço Falcêmico e o Traço assêmico passam, na maioria das vezes, desapercebidos nos exames de sangue convencionais. O teste mais específico para detecção do gen S é a Eletroforese de Hemoglobina. Para o diagnóstico de assemia, incluímos na eletroforese de hemoglobina a dosagem de Hemoglobina A2. A Hemoglobina A2 elevada demonstra a presença do gen para assemia. O gen S é originário da África e da Ásia, tendo sido espalhado pelo mundo com o tráfico de escravos e com as correntes migratórias. No Brasil a freqüência do Traço Falcêmico na população adulta saudável varia entre 2% e 6%. Esta incidência é bastante elevada e torna a triagem para este gen muito importante. Que pessoas devem ser testadas para assemia? Pessoas originárias dos países mediterrâneos e sudeste da Ásia, assim como seus descendentes, devem ser testadas. Além destas, pessoas com história familiar de anemia que não respondem a tratamentos e para a qual não há explicação, também devem ser testadas. Quando é o melhor momento para fazer o teste para assemia Minor? O teste para assemia Minor pode ser feito a qualquer tempo, após os primeiros meses de vida. Entretanto, já que os resultados do teste são especialmente importantes para o planejamento familiar, seria importante que as 8

pessoas jovens tivessem esta informação antes de escolherem seus maridos e esposas. Deste modo, adolescentes e adultos jovens devem ser testados, preferencialmente. Qual o significado de ter um teste negativo para assemia? Significa que a pessoa não tem assemia Minor. Portanto, nenhum de seus filhos pode ter assemia Major, não importando quem seja o outro genitor. Qual o significado de ter um teste positivo para assemia? Significa que a pessoa tem assemia Minor. Esta condição inofensiva não requer tratamento. A contagem de glóbulos vermelhos é um pouco menor que de outras pessoas da mesma idade e sexo, mas não apresenta sintomas. É uma condição que já estava presente quando do seu nascimento e o acompanhará por toda a vida. Não sofrerá variações ou pioras. No entanto, em circunstâncias especiais, como na gravidez, o grau de anemia pode aumentar significativamente. O tratamento com sulfato ferroso é desnecessário e não melhora a anemia. Se administrado por longo tempo, pode ser prejudicial. Se este indivíduo se casar com uma pessoa que não tenha assemia Minor, cerca de 50% dos seus filhos terão assemia Minor, como ele. Entretanto, se o indivíduo se casar com uma pessoa que também tenha assemia minor, alguns dos seus filhos poderão ter assemia Major. Ele terá que decidir se quer correr esse risco ao planejar seu casamento e seus filhos. Qual é a freqüência da assemia Minor? De 3% a 6% dos americanos de ascendência mediterrânea têm assemia Minor. Ela também ocorre com considerável freqüência em pessoas do Oriente Médio (Irã, Israel e Turquia) e do Sudeste Asiático. A assemia tem sido identificada em pessoas de vários grupos étnicos, não sendo uma doença exclusivamente do Mediterrâneo. No Brasil a incidência de assemia Minor é variável e dependente do tipo de população que colonizou a área, sendo freqüente, por exemplo, em São Paulo, onde há uma grande colônia de italianos. Existe uma Associação de Pacientes? Sim, a AFARJ (Rio de Janeiro) e a ABRASTA (São Paulo) são a Associações de falcêmicos e talassêmicos que atuam em assuntos de interesse geral dos pacientes e seus familiares. AFARJ - HEMORIO - Rua Frei Caneca nº. 8, sala 811-8º. andar, Rio de Janeiro - RJ - CEP:20.211-030 Tel: 2332-8611, ramal 2246. ABRASTA - Alameda Rio Claro, 190, 1º. andar - Bela Vista - São Paulo - SP - CEP: 01.332-010 - Tel: 11-287- 5049 9

Expediente Direção Geral Clarisse Lobo Equipe Técnica Grupo Interdisciplinar de Tratamento de Portadores de Doenças Hemolíticas Hereditárias Humberto Aguiar de Oliveira Vera Marra Editoração/Ilustração Marcos Monteiro TOME NOTA: www.abrasta.org.br www.falcemicos.com.br SERVIÇO SOCIAL DO HEMORIO Rua Frei Caneca, nº 8, sala 811 - Centro Rio de Janeiro - Tel: 2332-8611 ramal 2246 Aqui você vai encontrar pessoas que se importam com você 10

ONDE QUER QUE VÁ, LEVE UMA MENSAGEM DE AMOR FALE SOBRE A DOAÇÃO DE SANGUE! Rua Frei Caneca, 8 - Centro - Rio de Janeiro - CEP: 20.211-030 - Tel.: 2332-8611 www.hemorio.rj.gov.br SECRETARIA DE SAÚDE E DEFESA CIVIL