REALIZAÇÃO: GRUPO DE PESQUISA EM SOCIOLOGIA DA SAÚDE UFPR/CNPq PRROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA DA UFPR Mestrado e Doutorado em Sociologia PATROCÍNIO: APOIO: SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA ISSN: 1982-5544 Os resumos publicados nos anais do evento são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não representam, necessariamente, pontos de vista do Grupo de Pesquisa em Sociologia da Saúde UFPR/CNPq.
CARDIOPATIAS SOB INFLUÊNCIA DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS Alexandre Szabô 1 Emanuel Alves Rosa¹ Leide da Conceição Sanchez 2 Sendo oposto ao que se acredita, a poluição do ar gerada nas metrópoles não é algo exclusivo da modernidade pós-industrial. Há muito tempo processos industriais primitivos têm comprometido a qualidade do ar que respiramos. Na Grécia e Roma antigas, as instalações de curtumes e fundições de prata eram controladas por emitirem gases mal cheirosos e venenosos. No ano de 1283 é que se tem o registro mais antigo de poluição do ar, quando na cidade inglesa de Nottingham, observou-se ao longo do ano frequentes nuvens de fumaça preta vindo da queima do carvão mineral utilizado no aquecimento das residências. A partir da Revolução Industrial do século XVIII, ocorrida na Inglaterra, episódios de excessiva poluição atmosférica aconteceram em diversas cidades dos EUA e Europa. Um dos primeiro episódios bem documentados de poluição atmosférica foi em 1930, na Bélgica quando uma grande névoa de poluição provocou a morte de 60 pessoas, além de centenas de habitantes que desenvolveram doença respiratória, muitas vezes acompanhada pelo agravamento da insuficiência cardíaca. Outros casos semelhantes ocorreram em 1948 na Pensilvânia e em 1952, na Inglaterra. Este de 1952 resultou em aproximadamente 4.000 mortes, sendo de causas respiratórias e cardiovasculares. A partir da década de 1970 as preocupações com os problemas ambientais foram ampliadas no Brasil e foi então criada a SEMA (Secretaria Especial de Meio Ambiente) além de terem sido estabelecidos os Padrões de Qualidade do Ar e das Águas. Atualmente, a situação da qualidade do ar das cidades não pode ser considerada boa. Consequência da modernização das indústrias, novas fontes de energia substituem o carvão, liberando em muitas cidades o ar carregado de fumaça preta. No entanto, outros e diversificados poluentes são jogados na atmosfera. Como impacto negativo, em muitas cidades, notam-se agravos na morbidade e mortalidade dos habitantes, sobretudo crianças e idosos. Este estudo apresenta os principais poluentes atmosféricos, analisa os efeitos destes no sistema cardiovascular humano e apresenta os parâmetros e resultados da qualidade do ar na cidade de Curitiba e região metropolitana. A pesquisa encontra justificativa em Braga, Pereira e Saldiva (2002), que afirmam que a poluição tem trazido consequências sérias para a saúde humana, com alterações clínicas ligadas principalmente ao sistema respiratório e cardiovascular. Este estudo caracteriza-se por uma pesquisa exploratória, que busca maiores informações sobre o assunto investigado, realizada por meio de pesquisa bibliográfica em livros, artigos e sites referentes à temática apresentada. Os critérios de inclusão definidos para 1 Acadêmicos do 6 período de Biomedicina da Faculdade Pequeno Príncipe. 2 Mestre em Sociologia pela UFPR. Professora de Sociologia e de Antropologia do Curso de Biomedicina Faculdades Pequeno Príncipe e Membro do Grupo de Pesquisa em Sociologia da Saúde CNPq/UFPR.
a busca dos conteúdos foram: publicações abrangendo o período de 1996 a 2011, escritos em Português e Inglês e palavras-chave: doenças coronarianas, poluição atmosférica, saúde pública. Foram consultados 21 textos/artigos. Foi demonstrado que as substâncias químicas emitidas pelos meios automobilísticos e fábricas prejudicam grandemente esse sistema, gerando efeitos nocivos por todo o organismo. De acordo com os dados obtidos de morbidade e mortalidade, as crianças e idosos representam o grupo de risco. Com relação aos padrões de qualidade do ar estabelecidos pode-se dizer que estes não são suficientemente aceitáveis, visto que determinado grupo de pessoas pode ser mais suscetível às doenças influenciadas pela emissão de poluentes atmosféricos, mesmo que estes estejam dentro do limite aceitável. A respeito do número de estações de medição da qualidade do ar na região de Curitiba, acreditamos que estes ainda são insuficientes para que seja tirada uma conclusão precisa, pois não houve um estudo/medição de todos os bairros da cidade. Perante o desafio da poluição, acreditamos que seja necessária a união de diversos setores governamentais e da sociedade, para que se busque melhorar a qualidade do ar, e consequentemente, a saúde da população. Refêrencias BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo patologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2000. BRAGA, Alfredo; PEREIRA, Luíz Alberto Amador; SALDIVA, Paulo Hilário Nascimento (2002). Poluição atmosférica e seus efeitos na saúde humana. In: sustentabilidade na geração e uso de energia no brasil: os próximos 20 anos. Campinas. Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/cidades/paper_saldiva.pdf>. Acesso em 16 mar. 2011. BROOK, Robert D. Air pollution and cardiovascular disease: a statement for healthcare professionals from the expert panel on population and prevention science of the american heart association. Circulation. Dallas, p. 2654-2671, jun. 2004. DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Poluição do ar como causa de morbidade e mortalidade da população urbana. RA'E GA O Espaço Geográfico em Análise, Curitiba, v.15, p.113-126, 2008. FERNANDES et al. Poluição atmosférica e efeitos respiratórios, cardiovasculares e reprodutivos na saúde humana. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 20, n.1, p.92-101, jan./mar. 2010. IAP - Instituto Ambiental Paranaense. Relatório da qualidade do ar na região metropolitana de Curitiba ano de 2009. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/file/programas_e_projetos/relatorios/relatorio_da_quali dade_do_ar_na_rmc_2009.pdf>. Acesso em 15 Abr. 2011.
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