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Transcrição:

RESUMO EXECUTIVO O levantamento topográfico (georreferenciamento) das propriedades rurais tornou-se um problema para proprietários de imóveis em todo o país. Obrigatório por lei para quem precisa fazer alterações cartoriais, o georreferenciamento precisa ser aprovado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que o proprietário receba o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR). O certificado é um documento necessário para a realização de qualquer modificação cartorial de propriedade, como transações de compra e venda, desmembramento ou retificação judicial ou extrajudicial. Para não perder os prazos de georreferenciamento, estabelecidos pelo Incra e determinados conforme o tamanho da propriedade, milhares de proprietários realizaram os levantamentos topográficos e encaminharam a solicitação de certificação. Sem dispor de estrutura técnica suficiente para atender a demanda, o Incra não conseguiu dar vazão aos pedidos. O resultado foi um acúmulo de cerca de 29 mil processos aguardando parecer no final de 2012. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o apoio de senadores, conseguiu convencer o Incra sobre a necessidade de modificações no processo de análise do georreferenciamento. Neste mês de dezembro, o Incra anunciou alterações que simplificam a certificação dos imóveis rurais, estabelecidas na Norma de Execução 105. Desde então, os proprietários devem apresentar uma quantidade menor de documentos e os técnicos do Incra precisam apenas conferir o código do imóvel e da análise da poligonal e memorial descritivo da propriedade. Com essas mudanças, e outras que incluem a informatização de todo o processo, espera-se maior agilidade na análise dos pedidos de certificação. Segundo estimativa do Incra, todas as solicitações represadas devem receber um parecer até o mês de abril. 2

Sumário INTRODUÇÃO... 4 DADOS ESTATÍSTICOS E ESTRUTURA FUNDIÁRIA... 5 CERTIFICAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS: LEI 10.267/01... 8 PRAZOS PARA CERTIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES... 12 APLICAÇÃO DA LEI E QUESTIONAMENTOS LEGAIS... 15 NOVAS REGRAS PARA A CERTIFICAÇÃO: NORMA DE EXECUÇÃO Nº 105... 17 ENTREVISTA... 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 22 FONTES... 22 ANEXO 1... 25 3

INTRODUÇÃO Todos os imóveis rurais do Brasil que precisam fazer qualquer alteração cartorial de propriedade estão obrigados por lei a realizar levantamento topográfico (georreferenciamento) de suas áreas. A aprovação do georreferenciamento é uma condição para a liberação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), documento fornecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e que é exigido pelos cartórios para alterações de domínio, como, por exemplo, transações de compra e venda, desmembramento, parcelamento, remembramento, alienação e retificação judicial ou extrajudicial. Os prazos de certificação são definidos conforme o tamanho do imóvel. Para as áreas com mais de 500 hectares, o prazo expirou e o certificado já é uma exigência para concretizar transações junto aos cartórios de registro de imóveis. Segundo informou o Incra, em matéria publicada em seu site no mês de novembro, existem cerca de 5,5 milhões de imóveis no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), sendo que a maior parte possui área inferior a 500 hectares. Para estes, o prazo para obtenção do certificado varia entre 2013 e 2023. As áreas entre 250 e menos de 500 hectares precisam estar certificadas até novembro de 2013, sendo que o prazo mais longo beneficia os imóveis com área inferior a 25 hectares. Nos últimos anos, milhares de proprietários rurais de todo o país realizaram o georreferenciamento e encaminharam os pedidos ao Incra. Como a autarquia não dispõe de estrutura técnica necessária para atender tantos pedidos, devido também ao processo detalhado de análise dos dados, o volume de solicitações aguardando um parecer começou a crescer e chegou a 29 mil pedidos pendentes, o que causou problemas para os proprietários rurais. Segundo levantamento do Incra, até janeiro de 2013 haviam sido certificados 42,8 mil imóveis rurais no país, com maior quantidade nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Diante disso, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio de congressistas do Senado Federal, solicitou ao Incra a simplificação do processo de certificação. Segundo a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, a demora na certificação leva os proprietários a se valer de "meios informais de celebração dos negócios jurídicos translativos, o que provoca uma "instabilidade das relações fundiárias no campo". No final de 2012, o Incra decidiu atender a solicitação da CNA e desburocratizar o sistema de aferimento dos georreferenciamentos. Com a Norma de Execução 105, ficou determinado que os técnicos do Incra precisam apenas checar se os limites do imóvel não se sobrepõem aos das propriedades vizinhas e verificar se o memorial descritivo atende as normas legais. Com as novas regras em vigor, a expectativa da Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra é que até abril de 2013 todos os processos represados sejam analisados e recebam um parecer. Para acelerar ainda mais o processo, o Incra pretende disponibilizar na internet, a partir de fevereiro, um programa específico para o encaminhamento dos 4

levantamentos topográficos. DADOS ESTATÍSTICOS E ESTRUTURA FUNDIÁRIA A estrutura fundiária no Brasil costuma ser analisada a partir dos dados de duas fontes principais, os censos agropecuários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e as estatísticas cadastrais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ambas as fontes apresentam problemas e nem sempre correspondem a números precisos. O Incra elabora o cadastro dos imóveis rurais através da declaração dos proprietários ou posseiros e, por isso, o imóvel pode ser uma propriedade ou uma posse. Segundo Mazucheli (2009), o sistema do Incra apresenta fragilidades porque o cadastro é abastecido com dados de natureza declaratória, sem a conferência das informações nos cartórios de registro de imóveis. Em muitos casos, a preocupação do declarador com os impostos a pagar, terras improdutivas, grilagem e interesse em obter crédito rural podem levar a uma declaração de área superior ou inferior à realidade. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza censos agropecuários a cada dez anos, sendo que o último foi feito em 2006. O IBGE (2007b, p. 16) classifica como estabelecimento agropecuário toda unidade de produção dedicada, total ou parcialmente, a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, subordinada a uma única administração: a do produtor ou a do administrador. Para o instituto, são considerados como recenseáveis, além das unidades voltadas à produção comercial e de subsistência, os hortos, reformatórios, asilos, escolas profissionais, hotéis fazendas e locais para lazer, desde que tenham algum tipo de exploração agropecuária, florestal ou aquícola, exceto os quintais de residência com pequenos animais e hortas domésticas (HOFFMANN e NEY, 2010, p. 9). Para Mazucheli (2009), os dados do IBGE não estão totalmente livres de possíveis desvios, porém, em virtude de sua finalidade censitária, acreditamos que haja menos interesse dos produtores em fornecer informações falsas. Além disso, os dados do Censo Agropecuário apresentam problemas de comparabilidade dos dados do censo de 2006 com o de 1995/1996. Isso porque a pesquisa mais recente tem o ano civil como período de referência, ou seja, os dias de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2006. No entanto, o levantamento realizado em 1995/1996 considerou o ano agrícola de 1 de agosto de 1995 a 31 de julho de 1996 (HOFFMANN e NEY, 2010, p. 7). Segundo dados do Incra, apurados em fevereiro de 2012 (Anexo 1), existem no Brasil cerca de 5,4 milhões de imóveis rurais, totalizando uma área cadastrada de 605 milhões de hectares. Esse levantamento considera cinco categorias diferentes de classe de área propriedade, posse e propriedade, posse por simples ocupação, posse a justo título, posse por simples ocupação e a justo título e situação jurídica não informada. A maioria dos imóveis tem entre 10 e menos de 25 hectares. Na categoria de 5

propriedade, esses imóveis somam 1.039.950 unidades, que totalizam uma área total 16,8 milhões de hectares. Na categoria de posse e propriedade, os imóveis entre 10 e menos de 25 hectares são em número de 31.501 e na categoria posse por simples ocupação 159.835. Já os imóveis entre 25 e menos de 50 hectares somam 614.381 unidades na categoria propriedade, totalizando uma área de 21,6 milhões de hectares. Na categoria de posse e propriedade, os imóveis entre 25 e menos de 50 hectares são em número de 23.645 e na categoria posse por simples ocupação 124.762. Na outra ponta, os imóveis entre 2,5 mil e menos de 5 mil hectares somam, na categoria propriedade, o número de 14.923. Nessa mesma categoria, existem, segundo o Incra, 5.109 imóveis entre 5 mil e menos de 10 mil hectares, e 903 imóveis entre 10 mil e menos de 20 mil hectares. De acordo com o levantamento, a maior parte das propriedades rurais, ou seja, 5,2 milhões de imóveis possui menos de 500 hectares. De acordo com o IBGE, havia no Brasil, em 2006, 5,1 milhões de estabelecimentos agropecuários distribuídos em uma área total de 333,6 milhões de hectares. O maior número de estabelecimentos agropecuários está concentrado na região Nordeste, com 2,4 milhões de unidades, seguido pela região Sul (1 milhão), Sudeste (922 mil), Norte (475 mil) e Centro-Oeste (317 mil). A seguir, a Tabela 1 mostra o total de estabelecimentos agropecuários e a área total em 2006, segundo as grandes regiões e unidades da federação. 6

Grandes Regiões e Unidades da Federação Total de estabelecimentos Área total (ha) Brasil 5 175 636 333 680 037 Norte 475 778 55 535 764 Rondônia 87 078 8 433 868 Acre 29 483 3 528 543 Amazonas 66 784 3 668 753 Roraima 10 310 1 717 532 Pará 222 029 22 925 331 Amapá 3 527 873 789 Tocantins 56 567 14 387 949 Nordeste 2 454 060 76 074 411 Maranhão 287 039 13 033 568 Piauí 245 378 9 506 597 Ceará 381 017 7 948 067 Rio Grande do Norte 83 053 3 187 928 Paraíba 167 286 3 787 404 Pernambuco 304 790 5 434 076 Alagoas 123 332 2 112 574 Sergipe 100 607 1 482 437 Bahia 761 558 29 581 760 Sudeste 922 097 54 937 773 Minas Gerais 551 621 33 083 509 Espírito Santo 84 361 2 839 854 Rio de Janeiro 58 493 2 059 462 São Paulo 227 622 16 954 949 Sul 1 006 203 41 781 003 Paraná 371 063 15 391 782 Santa Catarina 193 668 6 062 506 Rio Grande do Sul 441 472 20 326 715 Centro-Oeste 317 498 105 351 087 Mato Grosso do Sul 64 864 30 274 975 Mato Grosso 112 987 48 688 711 Goiás 135 692 26 136 081 Distrito Federal 3 955 251 320 Tabela 1: Total de estabelecimentos agropecuários e área em 2006. Fonte: IBGE (2007a), adaptado pelo autor 7

CERTIFICAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS: LEI 10.267/01 O Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), emitido pelo Incra, foi instituído por lei federal em 1972. A partir da lei 10.267, de 2001, o CCIR passou a ser obtido com a aprovação do processo de georreferenciamento das áreas rurais, que tem prazos definidos conforme o tamanho do imóvel. O georreferenciamento é realizado a partir da descrição da propriedade em suas características, limites e confrontações, realizando o levantamento das coordenadas dos vértices definidores dos imóveis rurais, georreferenciados ao sistema geodésico brasileiro, com precisão posicional fixada pelo Incra. Para o diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra, Richard Torsiano, além de aumentar a segurança jurídica do imóvel para os proprietários, o processo de certificação permite a qualificação do conhecimento e da gestão da estrutura fundiária nacional. A lei que define as regras de certificação sofreu várias alterações nas últimas décadas. A mais recente, n. 10.267 de 2001, foi sancionada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e regulamentada no ano seguinte pelo decreto 4.449. Este, por sua vez, foi alterado pelo decreto 5.570, de 2005. A lei 10.267 alterou alguns dispositivos de cinco leis anteriores, aprovadas em 1966, 1972, 1973, 1979 e 1996. A seguir, as principais normas da Lei 10.267, de 28 de agosto de 2001 (BRASIL, 2001). Em relação ao artigo 22 da lei de 1966, foram estabelecidas as seguintes modificações. - A apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) ocorre sempre acompanhada da prova de quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), correspondente aos últimos cinco exercícios, ressalvados os casos de inexigibilidade e dispensa previstos no art. 20 da Lei de 1996. - Dos títulos de domínio destacados do patrimônio público constará obrigatoriamente o número de inscrição do CCIR, nos termos da regulamentação desta Lei. - Nos casos de usucapião, o juiz intimará o INCRA do teor da sentença, para fins de cadastramento do imóvel rural. - Além dos requisitos previstos no art. 134 do Código Civil e na Lei n. 7.433, de 18 de dezembro de 1985, os serviços notariais são obrigados a mencionar nas escrituras os seguintes dados do CCIR: 8

I código do imóvel; II nome do detentor; III nacionalidade do detentor; IV denominação do imóvel; V localização do imóvel. - Os serviços de registro de imóveis ficam obrigados a encaminhar ao INCRA, mensalmente, as modificações ocorridas nas matrículas imobiliárias decorrentes de mudanças de titularidade, parcelamento, desmembramento, loteamento, remembramento, retificação de área, reserva legal e particular do patrimônio natural e outras limitações e restrições de caráter ambiental, envolvendo os imóveis rurais, inclusive os destacados do patrimônio público. - O INCRA encaminhará, mensalmente, aos serviços de registro de imóveis, os códigos dos imóveis rurais, para serem averbados de ofício, nas respectivas matrículas. A lei também modifica os dispositivos dos artigos 1, 2 e 8 da lei de 1972: - As revisões gerais de cadastros de imóveis passam a ser realizadas em todo o País nos prazos fixados em ato do Poder Executivo, para fins de recadastramento e de aprimoramento do Sistema de Tributação da Terra (STT) e do Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR). - Fica criado o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR), que terá base comum de informações, gerenciada conjuntamente pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro. - A base comum do CNIR adotará código único, a ser estabelecido em ato conjunto do INCRA e da Secretaria da Receita Federal, para os imóveis rurais cadastrados de forma a permitir sua identificação e o compartilhamento das informações entre as instituições participantes. - Integrarão o CNIR as bases próprias de informações produzidas e gerenciadas pelas instituições participantes, constituídas por dados específicos de seus interesses, que poderão por elas ser compartilhados, respeitadas as normas regulamentadoras de cada entidade. - Ficam também obrigados todos os proprietários, os titulares de domínio útil ou os possuidores a qualquer título a atualizar a declaração de cadastro sempre que houver alteração nos imóveis rurais, em relação à área ou à titularidade, bem como nos casos de preservação, conservação e proteção de recursos naturais. 9

- São considerados nulos e de nenhum efeito quaisquer atos que infrinjam o disposto neste artigo não podendo os serviços notariais lavrar escrituras dessas áreas, nem ser tais atos registrados nos Registros de Imóveis, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e criminal de seus titulares ou prepostos. As alterações também afetam os artigos 169, 176, 225 e 246 da lei de 1973: - Os registros relativos a imóveis situados em comarcas ou circunscrições limítrofes, que serão feitos em todas elas, devendo os Registros de Imóveis fazer constar dos registros tal ocorrência. - a identificação do imóvel, que será feita com indicação: a - se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas características, confrontações, localização e área; b - se urbano, de suas características e confrontações, localização, área, logradouro, número e de sua designação cadastral, se houver. - Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis rurais, a identificação será obtida a partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro módulos fiscais. - A identificação será obrigatória para efetivação de registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos prazos fixados por ato do Poder Executivo. - Nos autos judiciais que versem sobre imóveis rurais, a localização, os limites e as confrontações serão obtidos a partir de memorial descritivo assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro módulos fiscais. - As averbações serão as feitas a requerimento dos interessados, com firma reconhecida, instruído com documento dos interessados, com firma reconhecida, e instruído com documento comprobatório fornecido pela autoridade competente. A alteração do nome só poderá ser 10

averbada quando devidamente comprovada por certidão do Registro Civil. - Tratando-se de terra indígena com demarcação homologada, a União promoverá o registro da área em seu nome. - Constatada, durante o processo demarcatório, a existência de domínio privado nos limites da terra indígena, a União requererá ao Oficial de Registro a averbação, na respectiva matrícula, dessa circunstância. - As providências deverão ser efetivadas pelo cartório, no prazo de trinta dias, contado a partir do recebimento da solicitação de registro e averbação, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), sem prejuízo da responsabilidade civil e penal do Oficial de Registro. A lei de 2001 também acresce artigos na lei de 1979: - A União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município prejudicado poderá promover, via administrativa, a retificação da matrícula, do registro ou da averbação quando a alteração da área ou dos limites do imóvel importar em transferência de terras públicas. - O Oficial do Registro de Imóveis, no prazo de cinco dias úteis, contado da prenotação do requerimento, procederá à retificação requerida e dela dará ciência ao proprietário, nos cinco dias seguintes à retificação. - Recusando-se a efetuar a retificação requerida, o Oficial Registrador suscitará dúvida, obedecidos os procedimentos estabelecidos em lei. - Nos processos de interesse da União e de suas autarquias e fundações, a apelação será julgada pelo Tribunal Regional Federal respectivo. - A apelação poderá ser interposta, também, pelo Ministério Público da União. - Verificado que terras públicas foram objeto de apropriação indevida por quaisquer meios, inclusive decisões judiciais, a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município prejudicado, bem como seus respectivos órgãos ou entidades competentes, poderão, à vista de prova da nulidade identificada, requerer o cancelamento da matrícula e do registro. - Nos casos de interesse da União e de suas autarquias e fundações, o requerimento será dirigido ao Juiz Federal da Seção Judiciária competente, ao qual incumbirão os atos e procedimentos cometidos ao Corregedor Geral de Justiça. - Caso o Corregedor Geral de Justiça ou o Juiz Federal não considere suficientes os elementos 11

apresentados com o requerimento, poderá, antes de exarar a decisão, promover as notificações previstas, observados os procedimentos neles estabelecidos, dos quais dará ciência ao requerente e ao Ministério Público competente. - Caberá apelação da decisão proferida: I pelo Corregedor Geral, ao Tribunal de Justiça; II pelo Juiz Federal, ao respectivo Tribunal Regional Federal. - É de oito anos, contados do trânsito em julgado da decisão, o prazo para ajuizamento de ação rescisória relativa a processos que digam respeito a transferência de terras públicas rurais. A lei de 1996 passa a vigorar com as seguintes alterações: - A Secretaria da Receita Federal, com o apoio do INCRA, administrará o CAFIR e colocará as informações nele contidas à disposição daquela Autarquia, para fins de levantamento e pesquisa de dados e de proposição de ações administrativas e judiciais. PRAZOS PARA CERTIFICAÇÃO DAS PROPRIEDADES decretos. Desde 2001, a Certificação de Imóveis Rurais teve novas alterações aprovadas por Em outubro de 2005, foi aprovado o decreto n. 5.570, que definiu, entre outras modificações, os prazos para a identificação da área do imóvel rural exigida nos casos de desmembramento, parcelamento, remembramento e em qualquer situação de transferência de imóvel rural. O decreto fixou o prazo de cinco anos (a contar a partir de 20/11/2003, data da publicação dos atos normativos do Incra), para os imóveis com área de quinhentos a mil hectares, e oito anos, para os imóveis com área inferior a quinhentos hectares. Expirados esses prazos, o decreto estabelece que o oficial fica proibido de praticar na matrícula os registros de desmembramento, parcelamento, remembramento, alienação e retificação judicial ou extrajudicial do imóvel para propriedades não certificadas. Em novembro de 2011, o decreto n. 7.620 prorrogou para novembro de 2013 o prazo de georreferenciamento e a certificação no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para os proprietários de imóveis com menos de 500 hectares que precisam realizar qualquer situação de transferência da propriedade. No entanto, o prazo não mudou para as áreas superiores a 500 hectares. 12

Segundo o decreto, os prazos são diferenciados conforme o tamanho das propriedades e ficam dispostos da seguinte maneira (BRASIL, 2011): Imóveis com área entre 250 e menos de 500 Até 20 de novembro de 2013 hectares Imóveis com área entre 100 e menos de 250 Até 20 de novembro de 2016 hectares Imóveis entre 25 e menos de 100 hectares Até 20 de novembro de 2019 móveis com área inferior a 25 hectares Até 20 de novembro de 2023 Tabela 2: Os prazos para o georreferenciamento conforme o tamanho do imóvel. Fonte: Prorrogado (2011), elaborado pelo autor Apesar da prorrogação do prazo, outra questão preocupa proprietários rurais e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Durante reunião da Senadora Kátia Abreu com o presidente do Incra, Carlos Guedes, realizada no início de dezembro para tratar do impasse envolvendo o georreferenciamento de propriedades rurais, a Senadora enfatizou a demora na avaliação dos pedidos de georreferenciamento, que somavam 29 mil processos pendentes no final de 2012, sendo que 19 mil deles ainda não haviam começado a ser analisados. As causas principais deste atraso seriam o excesso de burocracia no processo de certificação e a insuficiência de técnicos para avaliar os pedidos na mesma velocidade com que cresce a demanda. A Superintendência Regional do Incra em Mato Grosso do Sul, por exemplo, recebeu desde 2003 cerca de 14,8 mil pedidos de georreferenciamento. Deste total, apenas 7,6 mil foram emitidos, ou seja, pouco mais da metade dos requerimentos. Dos outros 7,2 mil processos, 3,2 mil foram pré-certificados e o restante apresentou problemas de sobreposição, de acordo com informações do Incra. O Mato Grosso do Sul é o segundo estado com maior número de pedidos de georreferenciamento deferidos, atrás apenas de São Paulo, que recebeu 9,1 mil certificados. Problemas semelhantes ocorrem em outros estados, como informa a CNA em matéria publicada no Canal do Produtor em outubro de 2012. No Tocantins, apenas um terço dos 4 mil processos foi certificado, e, no Mato Grosso, foram certificados pouco mais de 2 mil imóveis entre 9 mil processos (SUSPENSÃO, 2012). Em novembro de 2011, o Incra firmou um termo de cooperação técnica com o Exército, através do Centro de Imagens e Informações Geográficas (Cigex), para a análise dos processos de certificação de georreferenciamento que tramitam nas superintendências regionais do Incra em todo o país. O Cigex trabalha em duas grandes frentes, a produção de cartas topográficas e desenvolvimento de softwares na área de produção de dados geográficos. Para esse trabalho, o Exército selecionou cerca de 100 profissionais, por meio de processo seletivo simplificado, entre engenheiros, analistas de sistemas, técnicos em 13

cartografia e auxiliares administrativos. Segundo o Incra, os trabalhos tiveram início em maio de 2012 com uma previsão inicial de 16 meses de duração. O Incra também firmou um plano de ações com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), com o objetivo de aprimorar os trabalhos de georreferenciamento de imóveis rurais. Entre outras ações, o Confea contribui com a qualificação dos quase seis mil profissionais de engenharia credenciados no Incra. O Sistema de Certificação de Imóveis do Incra registrava 42.881 propriedades certificadas até o dia 8 de janeiro de 2013, conforme mostram os gráficos a seguir. Gráfico 1: Propriedades certificadas até o dia 8 de janeiro de 2013 nas 30 superintendências regionais do Incra. Fonte: Sistema (2013) Os números do gráfico acima são referentes às 30 superintendências regionais do Incra. Os maiores volumes de certificações estão nas superintendências 8 (São Paulo), com 9.194, e 16 (Mato Grosso do Sul), com 7.648. Na outra ponta, as superintendências 21 (Amapá) e 29 (Médio São Francisco) são as que receberam menor número de certificados, com nove e 26, respectivamente. 14

Gráfico 2: Propriedades certificadas até o dia 8 de janeiro de 2013 por unidades da federação. Fonte: Sistema (2013) Na divisão por unidades da federação, como consta no Gráfico 2, acima, os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul são os que receberam maior número de certificados do Incra, com 9.177 e 7.647, respectivamente. Amapá, Roraima e Alagoas apresentam os menores números, com oito, 18 e 20 certificados, respectivamente. APLICAÇÃO DA LEI E QUESTIONAMENTOS LEGAIS Imagem 1: Para a CNA, normas ferem o direito à propriedade previsto na Constituição Federal. Fonte: CNA (2011a) Milhares de proprietários rurais que precisam realizar alguma alteração de domínio (apenas estes são obrigados a fazer o georreferenciamento) encaminharam documentação ao 15

Incra para a obtenção da certificação, preocupados com a expiração do prazo determinado por decreto para o levantamento topográfico. No dia 16 de outubro de 2012, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo impugnação dos artigos da lei que trata da obrigatoriedade de georreferenciamento e que atribui competência ao Incra para certificação dos registros dos imóveis rurais. No entendimento da CNA, a Lei dos Registros Públicos (Lei 6.015/73) fere o direito à propriedade, garantido pela Constituição Federal, conforme noticiado pelo STF. A ação questiona parágrafos do artigo 176 que foram introduzidos na norma pela Lei do Georreferenciamento (Lei 10.267/2001) e regulamentados pelo decreto 4.449, que também estabeleceu os prazos para o georreferenciamento. Outro questionamento refere-se ao parágrafo 5 do artigo 176 da Lei dos Registros Públicos, que foi incluído por meio da Lei 11.952/2009. A CNA argumenta que essas normas ferem o direito à propriedade, previsto na Constituição Federal no artigo 5º, inciso XXII. Na ação, a entidade afirma que a alienação, desmembramento e remembramento são "atividades que se inserem no âmbito do direito de disposição que tem o proprietário sobre seus imóveis rurais" e que as normas estabelecidas no artigo 176 da Lei dos Registros Públicos impõem restrições desproporcionais ao exercício do direito, e a demora para a certificação restringe desmesuradamente o direito fundamental à propriedade. A CNA também questiona na mesma ação a competência do Incra para certificar as alterações nos registros por conta da falta de estrutura da autarquia para atender o volume de requerimentos. A entidade alega na ação que "o acúmulo passou a acarretar meses ou anos de demora na certificação, impedindo a efetivação de toda e qualquer operação que acarrete mudança no registro de propriedade. Para a CNA, a demora na certificação leva muitos proprietários a se valerem de "meios informais de celebração dos negócios jurídicos translativos, com a utilização de contratos de gaveta' ou de outros subterfúgios que tornem despiciendo o registro". Na avaliação da CNA, a prática vem provocando uma "instabilidade das relações fundiárias no campo. 16

NOVAS REGRAS PARA A CERTIFICAÇÃO: NORMA DE EXECUÇÃO Nº 105 Imagem 2: A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, em reunião no dia 1 de novembro de 2012, em Brasília, com o presidente do Incra, Carlos Guedes. Fonte: Uma solução (2012) Em dezembro de 2012, atendendo aos pedidos da CNA e de congressistas do Senado Federal, a direção nacional do Incra alterou as regras para a certificação de georreferenciamento a partir da Norma de Execução 105. Desde então, a quantidade de documentos exigidos aos proprietários diminuiu, o que deve reduzir o tempo de tramitação dos processos. A partir de agora o processo consiste na simples conferência do código do imóvel e da análise da poligonal e memorial descritivo da propriedade e não mais de forma detalhada como era antes. O diretor nacional de Ordenamento Fundiário, Richard Torsiano, reconheceu que os funcionários do Incra faziam um trabalho que compete aos cartórios, segundo consta em matéria publicada no site do Incra (WEB, 2012). De acordo com Torsiano, agora os funcionários precisam conferir apenas o levantamento topográfico da propriedade para checar se os limites do imóvel que está sendo georreferenciado não se sobrepõem aos das propriedades vizinhas e verificar se o memorial descritivo atende a normativa. O profissional que fizer o levantamento topográfico da propriedade submeterá o trabalho a um programa que disponibilizaremos na rede mundial de computadores. A partir daí, a análise dos processos será ainda mais rápida e a emissão dos certificados também, garante Torsiano. A expectativa é de que a partir de agora o Incra consiga, em poucos meses, dar vazão aos pedidos pré-certificados e aos poucos atender a todos os requerimentos em um prazo bem mais curto. Para acelerar ainda mais o processo, a partir de fevereiro as certificações poderão ser emitidas via internet. 17

Imagem 3: Richard Torsiano, diretor nacional de Ordenamento Fundiário do Incra. Fonte: Prorrogado (2011) A seguir, confira em detalhes o texto da Norma de Execução 105 e as mudanças estabelecidas (INCRA, 2012b). Do cadastro do imóvel O servidor responsável pela análise conferirá somente se o código do imóvel informado no memorial descritivo consta da base de dados do Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR). Se o código não estiver na base do SNCR, o requerimento será indeferido. Nos casos de desmembramento ou remembramento de imóvel rural, se o código não estiver presente no memorial descritivo, o servidor responsável pela análise deverá promover a sua inclusão no SNCR, desde que a documentação contida no processo admita essa possibilidade. Caso não haja a possibilidade de inclusão, o requerimento será indeferido. Da análise cartográfica A análise cartográfica vai verificar se a poligonal objeto do memorial descritivo não se sobrepõe a nenhuma outra constante do cadastro georreferenciado do Incra e que o memorial atende às exigências técnicas. Somente serão utilizados na análise os seguintes documentos, dispensando-se os demais constantes do processo: a) o memorial descritivo em meio analógico devidamente assinado por profissional 18

habilitado; e b) o arquivo digital que contenha o polígono que represente os limites do imóvel rural, doravante denominado "perímetro limpo". 1. Sobreposição O cadastro georreferenciado do Incra seguirá hierarquia quanto à precisão dos polígonos que o compõe, denominadas de classes, na seguinte forma: a) Classe 1: composta pelos polígonos já certificados e presentes na base de dados do Incra; e b) Classe 2: polígonos somente georreferenciados (Unidades de Conservação, Terras Indígenas, Assentamentos Rurais, Terras Públicas, Territórios Quilombolas, entre outros). O servidor responsável pela análise verificará se o "perímetro limpo" coincide com o memorial descritivo, comparando o valor das coordenadas de três vértices de escolha aleatória, e também o valor da área e do perímetro constante no "perímetro limpo" com aquele apresentado no memorial descritivo. Caso o "perímetro limpo" não permita a análise do perímetro definido no memorial descritivo, deverá ser tentada uma das alternativas abaixo: a) exclusão de camada do arquivo que contenha a planta digital completa a fim de se obter o perímetro limpo; ou b) a partir da planilha de cálculo analítico de área representar em formato vetorial a fim de se obter o perímetro limpo. Caso as duas alternativas não sejam passíveis de aplicação, o requerimento será indeferido. Realizado o procedimento acima descrito, o servidor responsável pela análise verificará se o "perímetro limpo" se sobrepõe a algum outro polígono da classe 1 ou da classe 2. Tratando-se de sobreposição com polígono(s) da classe 1, a poligonal não será certificada e o requerimento indeferido. Tratando-se de sobreposição com polígono(s) da classe 2, referentes a áreas sob a gestão de entidade ou órgão público federal, estadual ou municipal, este será comunicado, via ofício, para manifestar-se no prazo de trinta dias. Se não houver manifestação da entidade ou órgão público, ou se a manifestação for desfavorável à certificação, o requerimento será indeferido. Tratando-se de sobreposição com polígono(s), classe 1 ou classe 2, referentes a áreas sob a gestão do INCRA, o setor competente avaliará o caso e decidirá a respeito, deferindo ou não o requerimento. 2. Memorial Descritivo O servidor responsável, ao analisar se o memorial descritivo atende as exigências técnicas, deverá: 19

a) Conferir a existência dos seguintes itens no cabeçalho, independente da ordem apresentada: Imóvel; Proprietário; Município; Unidade Federativa; Matrícula(s); Código do Imóvel no Incra (SNCR); Área; Perímetro; b) Verificar se o perímetro do imóvel foi descrito por distâncias, azimutes e coordenadas, calculadas no plano de projeção UTM (observando a correta vinculação ao meridiano central de acordo com a localização geodésica do imóvel), vinculadas ao Sistema Geodésico Brasileiro - SGB; e c) Verificar se o responsável técnico que assinou o memorial descritivo está cadastrado, ativo e com o seu código válido na listagem de técnicos credenciados do Incra, bem como informou o número da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Da certificação Efetuada a análise e verificado o atendimento de todos os requisitos, o servidor responsável pela análise deverá: a) inserir o perímetro limpo no cadastro georreferenciado do Incra; b) emitir e assinar o documento de certificação; e c) carimbar e assinar o memorial descritivo. Da notificação Nos casos de indeferimento do requerimento, o servidor responsável pela análise notificará o requerente e o profissional credenciado uma única vez, informando todas as inconsistências encontradas. A notificação será enviada por correio eletrônico e por carta registrada. O requerente terá até 60 dias, a contar da data de recebimento da carta registrada, para manifestar-se, sob pena de arquivamento. A manifestação deverá sanar todas as inconsistências apontadas, sob pena de arquivamento. Somente será admitida mais de uma notificação quando houver falha administrativa na notificação anterior. Disposições finais A certificação da poligonal objeto do memorial descritivo pelo Incra não implicará reconhecimento do domínio ou a exatidão dos limites e confrontações indicados pelo proprietário, bem como não dispensará a qualificação registral, atribuição exclusiva do oficial de registro de imóveis. 20

O requerente e o profissional credenciado são responsáveis por todas as informações prestadas, inclusive pelas inconsistências que por acaso vierem a ser detectadas na poligonal certificada e por eventuais prejuízos causados a terceiros. ENTREVISTA Ciro Fernando Assis Siqueira: Consultor do Instituto CNA 1- Caso as novas regras para a certificação tenham o efeito esperado, quanto tempo estima-se necessário para a vazão dos cerca de 29 mil pedidos protocolados no Incra? Siqueira: A expectativa da diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra é de que todos os processos pendentes devem ser apreciados em 4 meses, até abril de 2013. 2 - Para os proprietários de imóveis com área superior a 500 hectares a exigência do certificado já está em vigor. Quais são os prejuízos para os proprietários de terra que aguardam a certificação? Siqueira: Os imóveis cujo prazo para certificação está expirado não podem ter o domínio alterado pelos cartórios. Ou seja, caso haja uma transação de compra e venda de imóveis nessa situação o comprador não consegue concluir a transferência da terra para o seu nome no Cartório de Registro de Imóveis. Na prática, imóveis que não têm certificação não podem ser comprados ou vendidos. A maioria dos atos de compra e venda de imóveis rurais acaba acontecendo à margem do devido processo legal, o que confere insegurança jurídica ao processo. Esse ambiente de insegurança limita novos investimentos e afeta o mercado e o preço da terra. 3 - Qual seria o tempo ideal de tramitação do processo de certificação? Siqueira: O menor possível. Lembrando que depois de certificada qualquer alteração dos limites do imóvel deverá passar novamente pelo mesmo processo de certificação. Um proprietário que tenha um imóvel certificado e compre uma área do seu vizinho, ou venda uma parte do seu imóvel, deverá passar novamente pelo processo de certificação dos novos limites. Quanto mais agilidade tiver o processo, menos será seu efeito no ambiente de negócios no campo. 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS A emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tornou-se um processo lento e problemático para proprietários de imóveis rurais em todo o país. Obrigatória desde 2001 para a realização de qualquer alteração cartorial de propriedade, a emissão do certificado depende de análise do georreferenciamento realizado nas propriedades. Para cumprir os prazos estipulados por decreto, entre eles o mês de novembro de 2013 para imóveis entre 250 e menos de 500 hectares, milhares de proprietários encaminharam documentação ao Incra, mas a autarquia não conseguiu analisar os pedidos em tempo satisfatório. Em dezembro de 2012 havia cerca de 29 mil pedidos represados a espera de parecer do Incra. Desde 2001, apenas 42,8 mil receberam a certificação, segundo dados fornecidos pela autarquia. Para resolver o problema, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio de congressistas do Senado Federal, solicitou ao Incra modificações no processo de certificação. Em dezembro de 2012, o Incra anunciou alterações na averiguação do georreferenciamento, medidas que devem acelerar o trabalho dos técnicos e reduzir o tempo necessário para o fornecimento dos pareceres. A partir da Norma de Execução 105, os técnicos do Incra deixaram de realizar tarefas que são atribuições dos cartórios. Agora eles devem somente checar se os limites do imóvel não se sobrepõem aos das propriedades vizinhas e verificar se o memorial descritivo atende as normas legais. Com isso, espera-se que em poucos meses todos os pedidos de certificação sejam atendidos. Além disso, o Incra deve disponibilizar na internet, em fevereiro, um programa específico para o encaminhamento dos levantamentos topográficos. Os pareceres também devem ser emitidos de forma informatizada. FONTES BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 10.267, de 28 de agosto de 2001. Altera dispositivos das Leis n. 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Brasília, 28 ago. 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10267.htm. Acesso em: 08 jan. 2013. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto 7.620, de 21 de novembro de 2011. Altera o art. 10 do Decreto n. 4.449, de 30 de outubro de 2002, que regulamenta a Lei n. 10.267, de 28 de agosto de 2001. Brasília, 21 nov. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7620.htm> Acesso em: 09 jan. 2013. 22

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2006 Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação segunda apuração. Censos 2007a. [Tabela 2.2.1]. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/2006_segunda_ apuracao/default_tab_pdf.shtm>. Acesso em: 09 jan. 2013. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2006: resultados preliminares. Rio de Janeiro, IBGE, Censos 2007b. 146 p. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/2006/agrop ecuario.pdf. Acesso em: 11 jan. 2013. CNA entra com ação contra obrigatoriedade de georreferenciamento. Aprosoja. 01 nov. 2012a. Disponível em: <http://aprosojams.org.br/vernoticia?id=918&tit=cna-entra-coma%c3%a7%c3%a3o-contra-obrigatoriedade-de-georreferenciamento.html>. Acesso em: 09 jan. 2013. CNA questiona dispositivos da Lei dos Registros Públicos. VA/AD in: Supremo Tribunal Federal. 26 out. 2012b. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/vernoticiadetalhe.asp?idconteudo=222295>. Acesso em: 08 jan. 2013. INCRA e Exército iniciam trabalhos para certificação de georreferenciamento. Incra. 22 mai. 2012a. Disponível em: <http://www.incra.gov.br/index.php/noticias-sala-deimprensa/noticias/12091-incra-e-exercito-iniciam-trabalhos-para-certificacao-degeorreferenciamento>. Acesso em: 08 jan 2012. INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Norma de Execução Nº 105, de 26 de novembro de 2012. Regulamenta o procedimento de certificação da poligonal objeto de memorial descritivo de imóveis rurais a que se refere o 5º do art. 176 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e a norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais. Normas de Execução. Brasília, n. 228, Seção 1, pág. 69, 2012b. Disponível em: <http://www.incra.gov.br/index.php/institucionall/legislacao--/atos-internos/normas-deexecucao/file/1406-norma-de-execucao-n-105-26-11-2012> Acesso em: 09 jan. 2013. INCRA atende pedido da CNA e flexibiliza regras para certificação de propriedades rurais. Canal do Produtor. 04 dez. 2012c. Disponível em: <http://www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/noticias/incra-atende-pedido-da-cna-eflexibiliza-regras-para-certificacao-dos-imoveis-r>. Acesso em: 08 jan. 2013. HOFFMANN, Rodolfo; NEY, Marlon Gomes. Estrutura fundiária e propriedade agrícola no Brasil - grandes regiões e unidades da federação (de 1970 a 2008). Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2010. 108 p. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=f&rct=j&url=http://www.nead.gov.br/portal/nead/publica coes/download_orig_file%3fpageflip_id%3d8632224&q=&esrc=s&ei=cyseuza1i4lm9atmzod ABA&usg=AFQjCNHXs1wuaWpq9mo-TnHWEAhMjmVf_w>. Acesso em: 09 jan. 2013. MAZUCHELI, Claudemir. Brasil estrutura fundiária. Núcleo de Estudos, Pesquisas e projetos de Reforma Agrária - Atlas da Questão Agrária Brasileira por Eduardo Paulon Girardi in: Blog Geografia e Luta. 13 out. 2009. Disponível em: <http://profcmazucheli.blogspot.com.br/2009/10/brasil-estrutura-fundiaria.html>. Acesso em: 11 jan. 2013. 23

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MINISTÉRIO DO DESENVLVIMENTO AGRÁRIO - MDA INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA DIRETORIA DE ORDENAMENTO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA - DF NÚCLEO DE ESTUDOS E ESTATÍSTICAS CADASTRAIS - NEEC TOTAL BRASIL Total de Imóveis rurais 5.498.505 Total de área cadastrada (em hectares) 605.387.746,06 CLASSE DE ÁREA PROPRIEDADE TOTAL DE IMÓVEIS TOTAL DE ÁREA (ha) POSSE E PROPRIEDADE TOTAL DE IMÓVEIS TOTAL DE ÁREA (ha) POSSE POR SIMPLES OCUPAÇÃO TOTAL DE IMÓVEIS TOTAL DE ÁREA (ha) POSSE A JUSTO TÍTULO TOTAL DE IMÓVEIS TOTAL DE ÁREA (ha) POSSE SIMPLES OCUPAÇÃO E A JUSTO TÍTULO TOTAL DE IMÓVEIS TOTAL DE ÁREA (ha) SITUAÇÃO JURÍDICA NÃO INFORMADA TOTAL DE IMÓVEIS TOTAL DE ÁREA (ha) 3.871.671 464.274.331,26 125.465 15.350.812,75 796.304 46.433.393,30 676.772 69.735.457,67 8.302 576.651,91 19.991 9.017.099,17 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Mais de 0 a menos de 1 (ha) 44.236 22.707,69 562 329,29 43.701 21.398,86 28.124 14.078,01 56 36,39 622 325,24 1 a menos de 2 (ha) 72.697 101.583,77 1.406 2.007,86 56.987 74.204,79 36.633 49.882,02 188 263,08 828 1.134,80 2 a menos de 5 (ha) 490.173 1.678.023,47 9.458 32.602,24 128.873 408.005,38 127.055 419.538,73 1.019 3.444,60 2.444 7.999,82 5 a menos de 10 (ha) 593.833 4.327.514,42 14.889 109.594,43 104.482 726.440,13 113.022 807.308,86 1.163 8.525,35 2.488 17.621,31 10 a menos de 25 (ha) 1.039.950 16.892.845,52 31.501 524.234,19 159.835 2.557.256,63 154.120 2.482.321,77 1.929 31.320,29 4.394 72.732,14 25 a menos de 50 (ha) 614.381 21.619.210,33 23.645 842.819,84 124.762 4.319.574,80 92.749 3.258.674,50 1.350 48.114,78 3.412 122.547,30 50 a menos de 100 (ha) 419.853 29.539.442,38 18.535 1.295.295,99 106.537 6.920.197,94 62.683 4.371.854,46 1.224 86.473,97 2.913 201.212,43 100 a menos de 250 (ha) 329.786 51.033.311,07 14.457 2.241.321,76 48.787 6.306.096,98 36.031 5.418.025,84 1.020 158.602,07 1.649 239.905,28 250 a menos de 500 (ha) 133.575 47.105.340,86 5.878 2.056.419,74 9.719 3.473.075,45 11.305 4.014.580,77 241 79.768,84 578 205.740,32 500 a menos de 1000 (ha) 70.380 48.936.863,11 2.965 2.054.642,81 5.082 3.434.394,39 6.660 4.758.254,75 63 43.350,69 286 198.106,60 1.000 a menos de 2.000 (ha) 32.919 45.321.698,85 1.246 1.733.287,45 3.158 4.474.030,73 3.662 5.099.770,86 24 32.196,21 197 272.658,05 2.000 a menos de 2.500 (ha) 8.184 18.273.942,55 279 619.861,09 3.278 7.668.413,20 1.468 3.304.827,34 8 17.346,60 50 113.252,84 2.500 a menos de 5.000 (ha) 14.923 51.401.315,73 452 1.563.845,75 987 2.981.163,97 2.135 7.500.174,21 13 42.656,94 88 294.239,27 5.000 a menos de 10.000 (ha) 5.109 36.610.987,80 150 1.045.807,17 91 609.041,70 775 5.621.107,58 4 24.552,10 28 194.924,91 10.000 a menos de 20.000 (ha) 903 12.326.637,79 30 422.448,70 8 112.580,71 167 2.326.487,63 0 0,00 5 75.298,24 20.000 a menos de 50.000 (ha) 506 14.920.347,16 8 213.962,82 5 145.185,84 102 3.063.323,61 0 0,00 6 159.609,39 50.000 a menos de 100.000 (ha) 108 7.597.136,10 0 0,00 1 80.560,00 28 1.945.199,32 0 0,00 1 78.377,23 Imóveis Incosist. Excluídos 117.434 3.539.854.631,04 24.682 478.900.819,36 21.370 228.985.859,73 18.986 498.326.446,03 42.309 71.756.964,07 41.551 84.143,46 Total de Imóveis rurais inconsistentes excluídos 266.332 Total de área cadastrada inconsistente excluída (em hectares) 4.817.908.863,68 Fonte: SNCR, Apuração Especial realizada em 02/2012. quinta-feira, 26 de abril de 2012 Página 1 de 2

18 100.000 e Mais (ha) 155 56.565.422,63 4 592.331,61 11 2.121.771,80 53 15.280.047,42 0 0,00 2 6.761.414,00 Imóveis Incosist. Excluídos 117.434 3.539.854.631,04 24.682 478.900.819,36 21.370 228.985.859,73 18.986 498.326.446,03 42.309 71.756.964,07 41.551 84.143,46 Total de Imóveis rurais inconsistentes excluídos 266.332 Total de área cadastrada inconsistente excluída (em hectares) 4.817.908.863,68 Fonte: SNCR, Apuração Especial realizada em 02/2012. quinta-feira, 26 de abril de 2012 Página 2 de 2