Alterações Legislativas Necessárias. Beatriz Condessa

Documentos relacionados
Propostas de Modelos de Gestão e Financiamento. José Antunes Ferreira Joana Castro e Almeida Ana Morais de Sá

Resultados do projeto: prática de financiamento. Joana Castro e Almeida

A REFORMA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS TERRITORIAIS E O SEU IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO LOCAL

Intervenção Urbanística - do Plano ao Projeto

INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO, DE PROGRAMAÇÃO E DE GESTÃO

MANUAL DE APOIO. Processos de delimitação e de aprovação de Áreas de Reabilitação Urbana e de Operações de Reabilitação Urbana

SISTEMA DE APOIO A ACÇÕES COLECTIVAS (SIAC)

Um projeto inovador do Ministério da Agricultura e do Mar. Bolsa Nacional de Terras e a Agricultura Biológica

Programa Local de Responsabilidade Social de Ferreira do Alentejo

EIXO PRIORITÁRIO VI ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ordenamento do território

EIXO PRIORITÁRIO VI ASSISTÊNCIA TÉCNICA. Convite Público à Apresentação de Candidatura no Domínio da Assistência Técnica aos Órgãos de Gestão

Classificação DOS EMPREENDIMENTOS DE TURISMO NO ESPAÇO RURAL:

O novo Regime da Política de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo. Abril, 2014

Medidas intersectoriais 2010/11

Perguntas Frequentes

PROGRAMA DE EXECUÇÃO E PLANO DE FINANCIAMENTO

- ÁREAS DE REABILITAÇÃO URBANA -

As matérias objecto do exame são definidas por despacho do ministro que tutela o IMOPPI, nos termos do n.º 3 do número 7.º do mesmo diploma.

Eixo Prioritário V Assistência Técnica

Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo - Cursos aprovados pelo POPH. Cursos aprovados Objetivos Conteúdos Programáticos

Apresentação da Medida COMÉRCIO INVESTE

I CURSO PÓS-GRADUADO DE APERFEIÇOAMENTO EM DIREITO DO URBANISMO E DA CONSTRUÇÃO

Perguntas Frequentes sobre a Rede de Apoio ao Consumidor Endividado

PROGRAMA DE EXECUÇÃO E PLANO DE FINANCIAMENTO

Programa Operacional Regional do Algarve

Risco de Liquidez. Risco de Liquidez: Conforme a Resolução nº , pode ser definido de duas maneiras:

Urbana. Urbana. Nuno Vitorino 19 Outubro Nov Nuno Vitorino

Vistos Gold As Novas Regras das Autorizações de Residência para Investidores

O que é o Sistema de Formação dos Trabalhadores dos Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC)?... 2

FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS FINEP PROGRAMA FINEP INOVAR SEMENTE 4ª CHAMADA PARA CAPITALIZAÇÃO DE FUNDOS DE CAPITAL SEMENTE

modernização administrativa desmaterialização processual SIRJUE sistema de informação do regime jurídico da urbanização e edificação

A ERSE e a liberalização do mercado de eletricidade. 26 de Outubro de 2012

Programa de Empreendedorismo Tecnológico

Gestão Bancária Gestão e Sistemas de Informação

MODELO DE COMUNICAÇÃO DE ALTERAÇÕES

Introdução ao controlo de gestão

DOCUMENTO DE CONSULTA REGULAMENTO DO BCE RELATIVO ÀS TAXAS DE SUPERVISÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS

SAMA2020 OPERAÇÕES TEMÁTICAS

SEPARATA N.º 04 Boletim Municipal

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

reconversão de empreendimentos turísticos

Reabilitação Urbana Sustentabilidade Caso Coimbra

ELABORAÇÃO DE MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO

Boletim de Janeiro Atractividade. Na competição global pela atracção de capital Janeiro 2014

newsletter Nº 87 ABRIL / 2014

DOCUMENTO DE TRABALHO

Empreendimentos Turísticos Como Instalar ou Reconverter Novo Regime Jurídico

FUNDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Energia 2ª ALTERAÇÃO AO AVISO DE ABERTURA DE CONCURSO. Aviso - ALG Eixo Prioritário 3 Valorização Territorial e Desenvolvimento Urbano

Millennium Fundo de Capitalização. Maio 2015

Horticultura Ornamental em Portugal - Perspetiva atual e tendências futuras

Linhas de Acção. 1. Planeamento Integrado. Acções a desenvolver: a) Plano de Desenvolvimento Social

JUSTIFICAÇÃO PARA A NÃO SUJEIÇÃO DO PLANO DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA DE SANTA CATARINA A AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

CONJUNTO COMERCIAL CENTRO COMERCIAL DE PORTIMÃO

PORTUGAL INOVAÇÃO SOCIAL Apoio à Inovação e Empreendedorismo Social

EIXO PRIORITÁRIO II SISTEMAS AMBIENTAIS E DE PREVENÇÃO, GESTÃO E MONITORIZAÇÃO DE RISCOS (FUNDO COESÃO)

Programação e Execução das Operações de Reabilitação Urbana

FINICIA. Como funciona?

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DA FORMAÇÃO

Portugal Inovação Social

Integração dastic nos processos de ensino e aprendizagem NORTE FEDER

Câmara Municipal de Águeda

Princípios de Finanças

Comissão Social Inter Freguesias da Zona Central

Desenvolvimento de Mercado

NORMAS URBANÍSTICAS E REABILITAÇÃO URBANA

Apresentação 8 de Fevereiro de 2012

NOVO REGIME JURÍDICO DO ARRENDAMENTO URBANO 30 e 31 Outubro de 2012

Regulamento Interno do Centro de Informática e Tecnologias da Informação da Universidade Nova de Lisboa PREÂMBULO

RECOMENDAÇÕES AOS INVESTIDORES EM PRODUTOS FINANCEIROS COMPLEXOS

ECB-PUBLIC PARECER DO BANCO CENTRAL EUROPEU. de 24 de março de sobre o regime do mediador de crédito (CON/2015/12)

FUNDO DE COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FCT) MECANISMO EQUIVALENTE (ME) FUNDO DE GARANTIA DA COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FGCT)

Comissão Ministerial de Coordenação do Programa Operacional Fatores de Competitividade

EIXO PRIORITÁRIO II SISTEMAS AMBIENTAIS E DE PREVENÇÃO, GESTÃO E MONITORIZAÇÃO DE RISCOS (FUNDO DE COESÃO)

Aviso. Procedimento de Formação de Contrato para Planeamento. Elaboração do Plano de Pormenor da Ranha_UOPG16

PROJETO DE REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA

Plano de Atividades 2015

AVISO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS N.º 01 / SAESCTN / 2012

Eixo Prioritário 2 Protecção e Qualificação Ambiental. Acções de Valorização e Qualificação Ambiental. Aviso - ALG

DECLARAÇÕES EUROPEIAS DA FARMÁCIA HOSPITALAR

FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS - FINEP PROGRAMA FINEP INOVAR SEMENTE 1ª CHAMADA PARA CAPITALIZAÇÃO DE FUNDOS LOCAIS DE CAPITAL SEMENTE

CONVITE PARA EXPRESSÕES DE INTERESSE PARA PROJETOS POLARES EM TODAS AS ÁREAS CIENTÍFICAS

Sessão temática: Inovação Tecnológica e Organizacional: Agir na/para a mudança

Bolsa Nacional de Terras. A Cultura do Medronheiro

PLANO DE PORMENOR DO DALLAS FUNDAMENTAÇÃO DA DELIBERAÇÃO DE DISPENSA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL

TRIBUTAÇÃO PELO IPTU: GEOINFORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO CADASTRAL

Decreto-Lei n.º 255/99 de 7 de Julho- Versão Texto consolidado com as alterações introduzidas pela Lei 5/2013 (texto sublinhado a amarelo)

Horizonte 2020: Financiamento para empresas na área da Saúde - Oportunidades no Sector das TIC, Biotecnologia, Farmacêutica e Afins

Conselho da CIP para a Construção e o Imobiliário

COSME instrumentos financeiros

Regulamento para atribuição do Financiamento Incentivo Estímulo à Contratação e Retenção de Recursos Humanos

Coleção Cadernos Práticos - 3 ALOJAMENTO LOCAL

FrontWave Engenharia e Consultadoria, S.A.

Capacitação do Núcleo de Evidências em Saúde / Estação BVS da ESP / SES -MG em

Victor Ferreira Plataforma Construção Sustentável Entidade Gestora do Cluster Habitat Sustentável

OIT DESENVOLVIMENTO DE EMPRESA SOCIAL: UMA LISTA DE FERRAMENTAS E RECURSOS

Síntese dos direitos dos passageiros do transporte em autocarro 1

Passaporte para o Empreendedorismo

Transcrição:

Alterações Legislativas Necessárias Beatriz Condessa

Tópicos (Des)adequação do Plano de Pormenor (tempo, objetivo, execução) (Défice da) capacidade de financiamento e gestão das operações Minimização do risco das operações Proposta de novo instrumento que suporte a intervenção Duas abordagens possíveis para o financiamento Proposta de modelo de avaliação imobiliária

Tópicos Tipologia de instrumento que suporta a intervenção Os procedimentos de controlo prévio A utilização de ferramentas para ultrapassar a inércia/desinteresse dos proprietários O modelo de avaliação imobiliária A possibilidade de consignação de receitas

Tipologia de instrumento que suporta a intervenção

Projeto de Intervenção Urbana Projeto de Intervenção Urbana Unidade de Execução Projeto de execução imediata que enquadra operações urbanísticas desenvolvidas por promoção pública e/ou por particulares, em áreas com múltiplos proprietários; Critérios de delimitação das unidades de execução nos instrumentos de planeamento; Delimitação das unidades de execução pode ser efetuada pelo município ou proposta pelos privados.

Tipologias de intervenção Colmatação Expansão Urbana Projeto de Intervenção Urbana Unidade de Execução Instrumento Próprio PP de Reabilitação Urbana Operações de Reabilitação Urbana Regime Jurídico Reabilitação Urbana

Projeto de Intervenção Urbana Projeto de Intervenção Urbana Densificação de conteúdo da atual Unidade de Execução: Desenho consensualizado; Avaliação das propriedades; Business Plan; Identificação da entidade gestora Reclassificação de solo rústico para urbano não só através de PP com efeitos registais mas também através da Unidade de Execução

Entidade Gestora Quem gere as operações urbanísticas? Entidade Gestora Competências de gestão do processo, negociação e motivação dos proprietários, captação de investidores e de financiamento bancário, comercialização; Credenciação em termos técnicos e financeiros.

Procedimentos de controlo prévio Densificação de conteúdo da unidade de execução Agilização de procedimentos Incentivo às operações urbanísticas conjuntas Estando uma operação urbanística integrada neste projeto é desde logo admissível a comunicação prévia; Ou Projeto de Intervenção Urbana pode funcionar como um pedido de informação prévia.

Ferramentas para ultrapassar a inércia e desinteresse dos proprietários

Expropriação No atual Código das Expropriações a forma de cálculo de indemnização por expropriação: Tem em conta os usos potenciais na determinação desse valor Elevado grau de discricionariedade e mesmo de arbitrariedade E se esse valor fosse conhecido à partida? Modelo de Avaliação Imobiliária

Expropriação Utilização de modelo único de avaliação Redução do grau de discricionariedade do cálculo Conhecimento prévio do valor de indemnização por expropriação permite: Redução do risco; Não tornar a expropriação atrativa para os proprietários; Incentivo a que os proprietários integrem o processo de urbanização conjunta.

Venda forçada Situação atual: Venda forçada como instrumento de execução dos planos; Aplicável apenas às operações de regeneração e reabilitação urbana (articulação com RJRU); No futuro? Utilização deste instrumento nas restantes operações urbanísticas conjuntas; Ferramenta eficaz para ultrapassar a inércia e desinteresse dos proprietários, desde que se constitua efetivamente como alternativa à expropriação.

Modelo de Avaliação Imobiliária

Modelo de avaliação imobiliária Objetivo: Constituição de um modelo de avaliação único, aplicável a diversas finalidades Situação atual: Lei de Bases prevê a existência de um modelo único; RJIGT não faz referência esta temática; Alterações necessárias: Disponibilização das bases de dados (?) dos valores de transação e dos dados da caderneta predial para se poder efetuar o cálculo.

Aplicação de instrumentos TIF: a possibilidade da consignação de receitas

Princípio da não consignação Princípio da Lei de Enquadramento Orçamental e da Lei das Finanças Locais não se pode afetar o produto de quaisquer receitas à cobertura de determinadas despesas; Objeções à utilização do IMI enquanto instrumento TIF; Solução? Criação de uma taxa Criação de uma contribuição especial Regime de exceção no limite de endividamento.

Síntese O princípio da tipicidade dos instrumentos de planeamento territorial vs. projeto de intervenção urbana Essencial a articulação entre: LBPSOTU e RJIGT RJUE Código das Expropriações Perequação e equidade: Propostas de modelos de gestão e financiamento não introduzem inovações nos mecanismos e sistemas de execução do RJIGT O que se pretende é: Melhorar a eficiência e a eficácia da execução das intervenções Aumentar a atratividade destas operações conjuntas relativamente à execução assistemática

Sítio da Internet do Projeto: http://projectopercom.tecnico.ulisboa.pt/ Contactos: beatriz.condessa@tecnico.ulisboa.pt percom.cesur@gmail.com Este trabalho é financiado por Fundos Nacionais através da FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do projeto PTDC/AUR-URB/120509/2010