SOBRECARGA EM CUIDADORES DE PACIENTES PSIQUIÁTRICOS

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Transcrição:

SOBRECARGA EM CUIDADORES DE PACIENTES PSIQUIÁTRICOS Jhéssica Rawane Araújo de Medeiros (1); Ana Paula Gomes de Medeiros (2); Camyla Cristina Maia da Costa (3); Mariana Albernaz Pinheiro de Carvalho (4) ¹Universidade Federal de Campina Grande - jhessicasantos.18@hotmail.com (1), ¹Universidade Federal de Campina Grande - anapaulagomes.2@hotmail.com (1), ¹Universidade Federal do Rio Grande do Norte camyla_maia@hotmail.com (1), ²Universidade Federal de Campina Grande mary_albernaz@hotmail.com(2). RESUMO: Introdução: Existem poucos estudos que abordem sobre estratégias que ajudem a enfrentar a sobrecarga em cuidadores de pacientes psiquiátricos, o que dificulta a construção de redes de apoio estruturadas e programas que os orientem sobre como enfrentar o problema e o que advém dele. Esses estudos tornam-se ainda mais escassos quando se trata da atuação dos profissionais de saúde para com esses cuidadores. Dessa maneira, seria interessante realizar pesquisas que objetivassem analisar as possíveis consequências da sobrecarga de cuidadores na saúde dos mesmos, obtendo assim êxito para resolução desses problemas. Diante do exposto, é necessário um maior estimulo para estudos sobre a saúde psíquica de cuidadores que abordem a atuação dos profissionais para ajudá-los. Objetivo: Tecidas as considerações, esse artigo tem como objetivo identificar as evidências científicas na literatura acerca da sobrecarga do cuidador de pacientes psiquiátricos. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica. As buscas foram realizadas de maneira online, compreendidos entre os dias 09 a 11 de maio de 2017. Indexadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Foram identificados 7 materiais categorizados por artigos, sendo que 4 respondiam ao objetivo da pesquisa. Os critérios de inclusão foram: Publicações entre os anos de 2010 a 2015, disponíveis na integra e nos idiomas português e inglês. Os critérios de exclusão foram: artigos que só estivessem disponíveis mediante pagamento. Resultados e Discussão: Os cuidadores de pacientes psiquiátricos, geralmente são do sexo feminino, isso se deve ao fato de que a maioria é mãe do sujeito adoecido, e de que a tarefa do cuidar desde primórdios é associada a figura feminina; de idade mais elevada e baixo nível educacional. Assim nesse mesmo estudo constatou-se alguns elementos que evidenciam a sobrecarga do cuidador, como as ações dificultosas do sujeito portador de algum transtorno mental (alucinações, delírios, agressividade, negativismo), a gravidade do transtorno, a duração de progressão da doença, a

quantidade de episódios de recorrência, o baixo nível de funcionamento do paciente e a mínima idade do paciente se tornem condições associadas ao cuidador que atuam de forma negativa a sobrecarga evidenciado também maior nível de ansiedade e depressão. Conclusão: De acordo com as pesquisas selecionadas para compor esta revisão, é explícito que os autores destacam que cuidadores emitem que as mudanças resultantes da atividade do cuidar acarretam em grande sobrecarga associada a fatores de cunho emocional, social e econômico. Sendo assim, é necessário que profissionais de saúde atualizem-se e alcancem meios mais pertinentes para investir na assistência dessa taxa de pessoas que exercem uma função fundamental, mas, que por diversas vezes, sem o conhecimento e capacitação para lidar com o transtorno mental, causam prejuízos à sua saúde, o que justifica a importância dessa temática ser estudo. Além de que seria interessante realizar pesquisas que objetivassem analisar as possíveis consequências da sobrecarga de cuidadores na saúde dos mesmos, obtendo assim êxito para resolução desse problema. Palavras-chave: Sobrecarga, Cuidadores, Sofrimento Psíquico. INTRODUÇÃO O termo cuidar difunde diversas definições, como: proteger, zelar, fazer algo em prol de alguém, prevenir agravos, promover saúde, bem-estar físico, mental e social, relacionando-se a representações que se associam às expectativas direcionadas ao cuidador que rotineiramente sente-se coagido a ser um agente de mudanças e que por conseguinte acaba por sentir-se frustrado e impotente por viver algo tão difuso e ameaçador (DUTRA; CORRÊA, 2015). O cuidador é identificado como o sujeito que se responsabiliza por contribuir na consumação das tarefas que a pessoa enferma que está com dificuldade ou não consegue realizar suas atividades de vida diária devido ao seu infortúnio. Os cuidadores podem se classificar em formais e informais, sendo os formais aqueles que exercem a profissão com formação acadêmica, enquanto que os informais, são geralmente aquele familiar ou o amigo que responsabiliza-se pelo zelo do enfermo quando este retorna ao contexto familiar. A rotina do cuidador é permeado por diversos fatores que oportunizam a sobrecarga do mesmo, tais como: a atividade de cuidados diários e ininterruptos, as modificações do comportamento e necessidades do cuidador decorrentes da mudança no seu cotidiano em função da carga de trabalho dispensada ao cuidado e à intensificação das demandas voltadas ao cuidado ao longo

dos anos (ALBUQUERQUE; CINTRA; BANDEIRA, 2015). A sobrecarga e o sofrimento em cuidadores de pacientes psiquiátricos podem ser motivados por vários fatores, um deles é que o cuidado realizado em sua maioria, é por um único membro da família, de forma não remunerada, e não preparada e por longas horas. Assim essas razões acabam por permear que o cuidador possa a vir renunciar de suas atividades produtivas e de lazer as quais rotineiramente eram praticadas, além do que o fato de cuidar de uma pessoa dependente faz com que haja uma mudança de vida radical em virtude das necessidades do outro. Por conseguinte, o paciente também pode apresentar comportamentos dificultosos e bastante dependência, em uma fase da vida em que seria esperado um comportamento adulto e responsável (ANDRADE, 2014). Existem poucos estudos que abordem sobre estratégias que ajudem a enfrentar a sobrecarga em cuidadores de pacientes psiquiátricos, o que dificulta a construção de redes de apoio estruturadas e programas que os orientem sobre como enfrentar o problema e o que advém dele. Esses estudos tornam-se ainda mais escassos quando se trata da atuação dos profissionais de saúde para com esses cuidadores. Diante do exposto, é necessário um maior estimulo para estudos sobre a saúde psíquica de cuidadores que abordem a atuação dos profissionais para ajuda-los. Tecidas as considerações, esse artigo tem como objetivo: identificar as evidências científicas nacionais e internacionais na literatura acerca da sobrecarga do cuidador de pessoas com transtorno mental. METODOLOGIA Optou-se pelo método de revisão integrativa de literatura. As buscas foram realizadas de maneira online, compreendidos entre os dias 09 a 11 de maio de 2017. Indexadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Foram identificados 7 materiais categorizados por artigos, sendo que 4 respondiam ao objetivo da pesquisa. Foram utilizados os descritores do DeCS saúde: Sobrecarga, Cuidadores, Sofrimento Psíquico. Para a combinação desses descritores foi utilizador o operador boleano and. Os critérios de inclusão foram: Publicações entre os anos de 2010 a 2015, disponíveis na integra nos idiomas português e inglês. Os critérios de exclusão foram: artigos que só estivessem disponíveis mediante pagamento. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O termo sobrecarga familiar (family burden) definidos por Hoenig e Hamilton indica como um "fardo a carregar" vivenciada por familiares de doentes mentais. Na língua inglesa, o termo burden é bastante utilizado para retratar as características negativas que se relacionam aos cuidados de sujeitos adoecidos e corresponde às palavras: fardo, impacto, sobrecarga e interferência Esta sobrecarga possui duas vertentes, as sobrecarga objetiva e a subjetiva, tendo a primeira, seguimentos que atuam com modificações na rotina, na redução da vida social e profissional dos cuidadores além dos prejuízos financeiros. Já a sobrecarga subjetiva dirige-se a maneira de como é refletida pelos encarregados pelo cuidado. Como os cuidadores em sua maioria são familiares do paciente psiquiátrico, a parcela mais penosa é a modificação desse paciente que eles antes discerniam e que hoje não conseguem discernir mais, o que acarreta em dificuldades de relação entre os cuidadores, familiares e até com o próprio sujeito adoecido mentalmente (GOMES; MELO, 2015). O perfil traçado para com os cuidadores de pacientes psiquiátricos, é que são principalmente do sexo feminino, isso se deve ao fato de que a maioria é mãe do sujeito adoecido, e de que a tarefa do cuidar desde primórdios é associada a figura feminina; de idade mais elevada e baixo nível educacional. Acrescenta ainda para uma maior sobrecarga o fato de o cuidador trabalhar fora, ter baixa renda, fazer tratamento de saúde e ter filhos. O que acaba por resultar em que a sobrecarga dos cuidadores de pacientes com transtornos mentais é, em geral considerada, de moderada a grave (ALMEIDA,2010). Os elementos que mais perpetuam a sobrecarga em um cuidador são considerados como as ações dificultosas do sujeito portador de algum transtorno mental (alucinações, delírios, agressividade, negativismo), a gravidade do transtorno, a duração de progressão da doença, a quantidade de episódios de recorrência, o baixo nível de funcionamento do paciente e a mínima idade do paciente. Estas são condições associadas ao cuidador que atuam de forma negativa a sobrecarga evidenciado também maior nível de ansiedade e depressão (GOMES; MELO,2015). Cita-se ainda que quanto às condições de vida de cuidadores, a sobrecarga se torna maior quando os pacientes psiquiátricos não realizam atividades em casa; quando o cuidador não possui alguma atividade de lazer fora de casa e, quando o cuidador se sente inútil e

angustiado em virtude da doença mental do indivíduo a quem cuida (BANDEIRA et al., 2014). No que se atribui entre o familiar cuidador e o paciente em sofrimento mental, cita-se duas condições que explanam que a sobrecarga torna-se maior quando os familiares cuidadores já se sentem adoecidos devido ao cuidado para com o paciente e, quando eles consideraram a relação com o paciente ruim ou muito ruim (BANDEIRA et al., 2014). Dados de alguns estudos de grande importância alegam que tanto a família, como a sociedade, não foi preparada para acolher as pessoas acometidas de transtornos mentais. Isto é, como cuidadores informais, acabam por assumir ocupações sem uma preparação prévia, o que implica na existência de fatores de risco que podem promover danos ao bem-estar e segurança dos cuidadores, uma vez que pode-se entender como fator de risco qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de um agravo à saúde ou doença, assim os cuidadores acabam por desenvolver algum maleficio a sua saúde (GOMES; MELO,2015). CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com as pesquisas selecionadas para compor esta revisão, é explícito que os autores destacam que cuidadores emitem que as mudanças resultantes da atividade do cuidar acarretam em grande sobrecarga associada principalmente a fatores de cunho emocional, social e econômico geradas a partir do cuidado destinado ao paciente psiquiátrico continuamente, estando assim implicado em risco à saúde do cuidador. Sendo assim, é necessário que profissionais de saúde atualizem-se e alcancem meios mais pertinentes para investir na assistência dessa taxa de pessoas que exercem uma função fundamental, mas, que por diversas vezes, sem o conhecimento e capacitação para lidar com o transtorno mental, causam prejuízos à sua saúde, o que justifica a importância dessa temática ser estudo. Além de que seria interessante realizar pesquisas que objetivassem analisar as possíveis consequências da sobrecarga de cuidadores na saúde dos mesmos, obtendo assim êxito para resolução desse problema. REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Ellen Pinheiro Tenorio de; CINTRA, Ana Maria de Oliveira; BANDEIRA, Marina. Sobrecarga de familiares de pacientes psiquiátricos: comparação entre diferentes tipos de cuidadores. J Bras Psiquiatr, [S.l.]. 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v59n4/07.pdf> Acesso em: 10 mai 2017. ALMEIDA, M. Machado, et al. A sobrecarga de cuidadores de pacientes com esquizofrenia. Revista de Psiquiatria. Rio Grande do Sul - RS. 2010 ANDRADE, Samkya F. de O. Qualidade de Vida e Sobrecarga de Cuidadores de Crianças com Câncer. Revista de Psicologia: Ciência e Profissão. UFPB. João Pessoa, 2014. BANDEIRA, Marina; TOSTES, Joanna Gonçalves de Andrade; SANTOS, Daniela Cristina Souza; LIMA, Diego Costa; OLIVEIRA, Marcos Santos de. Sobrecarga de familiares cuidadores de pacientes psiquiátricos: relação com assertividade. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 19, n. 3, p. 399-409, set./dez. 2014 DUTRA, Wagner Honorato; CORRÊA, Rosa Maria. O Grupo Operativo como Instrumento Terapêutico-Pedagógico de Promoção à Saúde Mental no Trabalho. Psicologia: Ciência e Profissão. Brasília, 2015. GOMES, Mariana Silva; MELLO, Rosâne. Sobrecarga gerada pelo convívio com o portador de esquizofrenia: a enfermagem construindo o cuidado à família. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. [S.l.]. 2012. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/smad/article/view/49596/53671> Acesso em: 09 maio 2017 Hoenig J, Hamilton MW. The schizophrenic patient in the community and his effect on the household. Int J Soc Psychiatry. 1966; 12(3):165-76.