PERCEPÇÃO DE SAÚDE EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E SUA RELAÇÃO COM ESTADO DE HUMOR DEPRIMIDO.

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Transcrição:

PERCEPÇÃO DE SAÚDE EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E SUA RELAÇÃO COM ESTADO DE HUMOR DEPRIMIDO. Marielly Silva Nobre (1) ; Larissa Garrote Duarte (2) ; Oceano Teixeira Tavares Pereira (3) ; Felipe de Lima Rebêlo (4) 1 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), mari_silvanobre@hotmail.com; 2 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), larigdfisio@gmail.com; 3 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), oceanopereira@hotmail.com; 4 Professor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), feliperebelo_fisio@yahoo.com.br; INTRODUÇÃO No panorama mundial, bem como nos países em desenvolvimento, a população idosa aumenta significativamente e o contraponto desta realidade aponta que o suporte para essa nova condição não evolui com a mesma velocidade 1. À medida que a população envelhece, aumenta a procura por instituições de longa permanência para idosos (ILPIS), e o Brasil não está estruturalmente preparado para receber essa demanda 2. A população idosa apresenta um crescimento acelerado nas últimas décadas, tornando-se um fenômeno global 3. Dados do IBGE projetam que o número de idosos irá supera a marca de 30 milhões ate 2025, consequentemente se faz necessário um cuidado multidisciplinar com esse grupo etário 4. Baseado nesse fenômeno de crescimento populacional nota-se que a procura por instituição de longa permanência para idosos (ILPI s) tem aumentado, sendo que os países em desenvolvimento a exemplo do Brasil não estão preparados para acolher tal demanda 4. Nesta situação, com regras impostas pelas ILPI s, surgem alterações no comportamento dos idosos, situação que leva a variações da sua imagem comportamental, prejudicando sua individualidade. Considerar que um quadro de depressão é algo previsível ou comum nesta fase da vida traz como resultados um subdiagnóstico de casos enquanto que existem altos índices de depressão em idosos institucionalizados 5. A institucionalização pode trazer inúmeras consequências, entre elas a possibilidade de desencadear depressão, sendo essa uma importante causa de incapacidade, morbidade e sofrimento, trazendo prejuízos à qualidade de vida, interferindo diretamente na percepção de saúde do idoso 6. O envelhecimento deve ser considerado como um fenômeno biopsicossocial que é comum e natural a todos, portanto não é natural e conveniente associar esse processo com o estado depressivo ou à diminuição da qualidade de vida do indivíduo 5. Desta forma, torna-se importante uma maior atenção de uma equipe multiprofissional, mudanças na forma de tratamento para que

seja possível o diagnóstico e do quadro depressivo o mais precocemente possível, além de procurar alternativas para melhorar a qualidade de vida do indivíduo 7,15. O presente estudo se justifica pelo fato que, a depressão é considerada nos dias atuais como a doença psiquiátrica mais comum na terceira idade, principalmente em idosos institucionalizados, além de ser a maior causa de incapacidade no mundo, é frequentemente subdiagnosticada e subtratada, o que causa uma perda de autonomia no indivíduo e um agravamento do quadro de patologias já existentes, sendo o aumento da mortalidade a consequência mais séria da depressão tardia 8. Com isso, a produção de pesquisas e conteúdos sobre o assunto é cada dia mais pertinentes e necessários para que ocorra uma melhoria na qualidade de vida e atenção multidisciplinar nesta população idosa 9. Diante do contexto apresentado, este estudo teve como objetivo relacionar a percepção de saúde em idosos institucionalizados com o estado de humor deprimido. METODOLOGIA Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética e Pesquisa do Centro Universitário Cesmac, conforme parecer nº 051406/2015. As avaliações dos idosos participantes foram realizadas nas próprias ILPs, em Maceió-AL. Todos os indivíduos foram elucidados quanto aos procedimentos do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, de corte transversal, realizado em todas as instituições de longa permanência da cidade de Maceió, como critério de inclusão os idosos deveriam apresentar habilidade cognitiva para responder o questionário propostos para essa pesquisa. Para avaliação do estado de humor utilizou-se a Escala de Depressão Geriátrica (GDS) e para percepção de saúde o idoso era questionado quanto a sua auto avaliação, respondendo num modelo que segundo uma escala de Likert. Os dados foram analisados segundo modelo de regressão logística multivariada. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se no modelo multivariado que houve associação da percepção positiva da saúde atual com as categorias do GDS, onde Indivíduos com a saúde boa/excelente apresentaram uma chance 80% menor de ter risco moderado/alto de depressão.

Tabela 1. Associação entre categorias GDS (sem risco/leve e moderado/alto) e variáveis Variável Univariada Multivariada¹ RC IC 95% P-valor RC IC 95% P-valor Sexo Masculino 0,94 0,52 1,71 0,85 - - - Idade (anos) 1,00 0,97 1,03 0,86 - - - Ser casado 0,24 0,04 1,22 0,08 0,11 0,01 1,09 0,06 Anos de estudo 0,97 0,89 1,05 0,45 - - - Renda > 1 Salário 0,94 0,28 3,11 0,92 - - - Tem doença 1,06 0,54 2,05 0,86 - - - Tabagista 1,53 0,62 3,76 0,35 - - - Etilista 0,90 0,23 3,56 0,89 - - - Hobbies 0,62 0,33 1,15 0,13 0,66 0,31 1,42 0,29 Número de morbidades 1,05 0,66 1,67 0,82 - - - Saúde atual boa/excelente 0,17 0,08 0,35 <0,01 0,20 0,08 0,49 <0,01 Saúde melhor que há 1 ano 0,56 0,24 1,29 0,17 0,52 0,18 1,49 0,22 Amputação 0,70 0,11 4,34 0,70 - - - Uso de bengala/muleta/andador 1,96 1,06 3,64 0,03 2,07 0,96 4,45 0,06 Pratica atividade física 0,67 0,18 2,48 0,55 - - - Recebe visitas 1,00 0,46 2,14 0,99 - - - Fraturas 1,23 0,62 2,41 0,54 - - - Número de medicações 1,04 0,93 1,15 0,46 - - - Panturrilha D (cm) 0,96 0,90 1,02 0,20 - - - Panturrilha E (cm) 0,96 0,90 1,02 0,25 - - - Usa prótese auditiva 4,55 0,49 41,6 0,17 5,15 0,44 59,1 0,18 Dificuldade para conversação 1,04 0,56 1,92 0,88 - - - Usa lentes corretivas 1,40 0,75 2,60 0,28 - - - Dificuldade de leitura 1,51 0,79 2,90 0,20 - - - Imobilismo 0,25 0,02 2,30 0,22 - - - Já caiu 1,14 0,61 2,12 0,66 - - -

Repercussão funcional 1,34 0,46 3,89 0,58 - - - RC, Razão de chances; IC, Intervalo de confiança ¹Modelo de regressão logística multivariada que incluiu todas as variáveis que apresentaram P < 0,20 na análise univariada. Neste estudo, foi discutido a relação da percepção de saúde do idoso institucionalizado com o estado de humor deprimido, apenas em idosos do sexo masculino, não ativos, com doenças associadas e com características clínicas semelhantes, já que a literatura relata que vários fatores a exemplo do gênero e nível de atividade física, podem influenciar no estado de humor deprimido 11. Comumente a população convencionou-se a relacionar o processo de envelhecimento com uma diminuição gradual na qualidade de vida, atrelado ao surgimento de estados depressivos, entretanto estes fatores não estão necessariamente relacionados 12. A insatisfação pode ser explicada, em parte, pelo fato do idoso ser obrigado a conviver com desconhecidos, a seguir uma rotina de horários 18. A depressão é a desordem psiquiátrica que se torna comum em idosos institucionalizados 8, levando o indivíduo a perda da autonomia no ambiente onde perde o convívio social anteriormente praticado, o qual leva ao agravamento de patologias preexistentes 12. As ILPI favorecem o afastamento do idoso de suas atividades sociais, física e mental, provocando assim consequências negativas à sua qualidade de vida 16. Um estudo com 5.400 idosos residentes em áreas rurais registrou prevalência de sintomas depressivos significativos em 33,5% da população estudada 12, o qual serve de alerta para a necessidade de cuidados especiais com a população idosa, sobretudo considerando o acelerado processo de envelhecimento populacional no Brasil 13. Para a prática clínica os estudos sobre depressão em idosos mostram-se relevantes, pois possibilitam intervenções precoces e efetivas, além da prevenção de fatores de risco 9,12. No presente estudo foi realizado um rastreamento da presença de sinais indicativos de depressão e não de uma avaliação diagnóstica clínica 14,15. CONCLUSÕES Para os dados analisados nesse estudo, a percepção de saúde mostrou-se associada ao estado de humor deprimido, onde, a boa percepção associou-se a menores chances de desenvolvimento de quadros moderados ou graves de depressão. Assim a percepção do idoso

quanto ao seu estado de saúde está relacionado de forma direta ao estado de humor deprimido, podendo levar a quadros de depressão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Novaes, R. H. L. (2003). Os asilos de idosos no Estado do Rio de Janeiro: Repercussões da (não) integralidade no cuidado e na atenção à saúde dos idosos. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ. 2. Mariana Ayres Vilhena de Freitas, Marcos Eduardo Scheicher. Qualidade de vida de idosos institucionalizados. rev. bras. geriatr. gerontol., rio de janeiro, 2010; 13(3):395-401 3. Mariana AVF, Marcos ES. Qualidade de vida de idosos institucionalizados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio de janeiro, 2010; 13(3):395-401. 4. Nathaly WDG, Mellisa CA, Carla W, Rita MMG, Rita de CA. Envelhecimento e qualidade de vida: análise da produção científica da SciELO. Estudos de Psicologia, Campinas, 30(3), 393-403. julho - setembro 2013 5. José Antônio SHJ, Giliane CG. Depressão em idosos institucionalizados: as singularidades de um sofrimento visto em sua diversidade. Revista SBPH, 17(2), Dez. 2014. 6. José Antônio SHJ, Giliane CG. Depressão em idosos institucionalizados: as singularidades de um sofrimento visto em sua diversidade. Revista SBPH [online]. Rio de Janeiro, 2014, 17(2):83-105. 7. Sérgio FAV, Nuno MSG. Depressão em idosos institucionalizados no distrito de Bragança. Revista de enfermagem referência, Coimbra, 2011, (4): 49-58. 8. Elisa RS, Allana RPS, Luzitano BF, Henry MP. Prevalência e fatores associados à depressão entre idosos institucionalizados: subsídio ao cuidado de enfermagem. Rev. esc. enferm. USP [online]. São Paulo 2012, 46(6):1387-1393. 9. Gazalle FK, Hallal PC, Lima MS. Depressão na população idosa: os médicos estão investigando? Rev Bras Pisquiatr. 2004;26(3):145-9. 10. Patrícia A. Garcia, João M. D. Dias, Rosângela C. Dias, Priscilla Santos, Camila C. Zampa. Estudo da relação entre função muscular, mobilidade funcional e nível de atividade física em idosos comunitários. Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 15, n. 1, p. 15-22, jan./fev. 2011.

11. Gizele CFR, Jair AC, Ana TFB, José MGM, Antônio PC. Prevalência de sintomas depressivos e fatores associados em idosos no norte de Minas Gerais: um estudo de base populacional. J. Bras. Psiquiatr. 2015; 64(2):122-31. 12. Oliveira DAAP, Gomes L, Oliveira RF. Prevalência de depressão em idosos que frequentam centros de convivência. Rev Saúde Pública. 2006;40(4):734-6. 13. Maria Carla N. S. Costa, Elizabeth Frohlich Mercadante. O Idoso residente em ILPI (Instituição de Longa Permanência do Idoso) e o que isso representa para o sujeito idoso. Revista Kairós Gerontologia,16(2), 209-222. Março 2013. 14. Ferrari JF, Dalacorte RR. Uso da Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage para avaliar a prevalência de depressão em idosos hospitalizados. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 3-8, jan./mar. 2007. 15. Emylucy M. P. Paradela. Depressão em idosos. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. Abr/Jun 2011. Vol. 10. N.2. 16. Nathaly Wehbe DAWALIBI, Geovana Mellisa Castrezana ANACLETO, Carla WITTER, Rita Maria Monteiro GOULART, Rita de Cássia de AQUINO. Envelhecimento e qualidade de vida: análise da produção científica da SciELO. Estudos de Psicologia, Campinas, 30(3), 393-403. julho - setembro 2013.