MINISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO DA PALAVRA. Paróquia Santa Rita de Cássia

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Transcrição:

MINISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO DA PALAVRA Paróquia Santa Rita de Cássia

ORIENTAÇOES PASTORAIS SOBRE OS MINISTERIOS INSTITUÍDOS 01. A instituição de ministérios deve corresponder, de fato, a uma necessidade da Comunidade Eclesial. 02. Ministério ordenado e ministério instituídos não se excluem. Não se deve, pois, colocar um contra o outro. Para se valorizar um, não se deve desvalorizar o outro. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo (1Cor 12,5).

03. O ministro instituído só pode exercer suas funções dentro do âmbito da Paróquia para a qual foi instituído. (Provisão) 04. No desempenho de suas funções, o ministro deve se trajar com dignidade e simplicidade. Tenha sempre uma postura condizente com o exercício do ministério. 05. O ministro que não estiver exercendo convenientemente suas funções poderá ser destituído da função pelo Bispo Diocesano, depois de ouvido o Pároco e o Conselho Paroquial.

06. Antes de se propor à paróquia a instituição de ministros, o pároco deverá obter o parecer do Bispo Diocesano que examinará as condições da paróquia para verificar se há real necessidade pastoral que justifique tal iniciativa. (Comprovar a necessidade da Paróquia)

07. A Comunidade Eclesial deve ser devidamente preparada para acolher o serviço do ministério e bem conscientizada sobre os ministérios na Igreja. Não se imponha o ministério instituído se a Comunidade ainda não está amadurecida para recebe-lo. O ministério é concedido em vista do bem espiritual da Comunidade Eclesial.

08. Os Ministérios Instituídos devem ser reconhecidos publicamente, por meio de rito apropriado, pelo Bispo Diocesano. 09. O Ministério será concedido pelo prazo de 4 (quatro) anos, podendo sempre ser renovado, de acordo com a avaliação feita sobre a atuação do ministro. 10. Os nomes dos ministros instituídos devem estar registrados na Cúria Diocesana.

11. No processo de escolha do ministro instituído, ou de sua recondução ao cargo, devem ser ouvidos os conselhos da Comunidade, da Paróquia e as próprias Comunidades para as quais o ministro será destinado. Caberá sempre ao Pároco dar a aprovação final e apresentar os candidatos ao Bispo para que sejam aceitos no ministério. Qualquer que seja a ordem seguida nas consultas sobre os candidatos ao ministério, sempre a Comunidade deve ser ouvida. A comunidade participe da escolha ou da eleição dos ministros, bem como na avaliação de seu trabalho.

12. Os que vão ser reconduzidos ao ministério, devem passar por uma reciclagem antes de assumirem novamente suas funções. 13. Deve-se cuidar atentamente da formação espiritual dos ministros. Sejam pessoas de oração, tenham amor à Palavra de Deus e vivencia sacramental. É conveniente que os ministros se preparem para receber o ministério através de um retiro espiritual ou de outras formas de encontro de espiritualidade. Aprofunde-se na espiritualidade do serviço, buscando identificar-se com o Cristo que veio para servir.

14. Os candidatos ao ministério sejam pessoas que deem testemunho de vida cristã no nível pessoal, familiar e profissional reconhecido pela Comunidade. 15. é necessário que os candidatos gozem de boa aceitação por parte da Comunidade Eclesial a que se destinam. 16. Para assumir o ministério, o candidato deve ter recebido o Sacramento do Batismo.

17. O pároco poderá livremente escolher outras pessoas para os ministérios instituídos que ele julgue capacitadas e que não foram indicadas pelas Comunidades.

18. Os candidatos ao ministério devem receber formação adequada para a função que irão receber. Essa formação constará de pelo menos 12 (doze) encontros e a duração mínima de um ano e deve englobar, especialmente, o aprofundamento bíblico, teológico e litúrgico. 19. Deve-se cuidar atentamente da formação espiritual dos ministros. Sejam pessoas de oração, tenham amor à Palavra de Deus e vivência sacramental.

20. Promova-se, periodicamente, encontros de ministros instituídos para avaliação, reflexão, formação, oração e aprofundamento. (Formação Permanente)

MINISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO DA PALAVRA O Ministério Extraordinário da Palavra se insere especialmente em ordem à animação litúrgica, relacionado, portanto, à dimensão celebrativa. Entendendo a riqueza do exercício deste Ministério para a celebração propriamente litúrgica (Celebração da Palavra,conduzir a reflexão da Palavra de Deus nas Celebrações da Palavra, Exéquias, Leitura Orante da Palavra, Celebração do Ofício Divino...), ele contribui também com outras dimensões da evangelização como, por exemplo, para a formação bíblico/catequética e de agentes coordenadores dos grupos de reflexão.

Preparar com esmero a Celebração da Palavra, sobretudo nas Comunidades onde não há condições de se celebrar a Eucaristia aos domingos e os fiéis ficam impossibilitados de participar da Celebração Eucarística.

Na falta do ministro instituído, sejam delegados outros leigos, realmente capazes de exercerem esta função e cuidadosamente preparados para proferir as leituras da Sagrada Escritura, para que os fieis, ao ouvirem as leituras divinas, concebam no coração um suave e vivo afeto pela Sagrada Escritura (nº 101, pag. 72 Introdução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionario CNBB).

As funções litúrgicas, que não são próprias do sacerdote, podem ser confiadas também pelo pároco, a leigos idôneos e escolhidos com bênção litúrgica ou designação temporária (nº 107, pag. 73 Introdução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionario CNBB).

Quem preside a liturgia da palavra, ainda que escute a Palavra de Deus proclamada aos outros, continua sendo sempre o primeiro ao qual se confiou a função de anunciar a Palavra de Deus, compartilhando com os fieis, sobretudo na homilia, o alimento que esta palavra contém (nº 38, pag. 211 Introdução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionario CNBB).

[...] é preciso procurar que haja alguns leigos, os mais aptos, que estejam preparados para desempenhar este ministério (nº 52, pag. 216 Introdução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionario CNBB). [...] o ministro instituído, quando sobe ao ambão para proclamar a Palavra de Deus, deve usar a vestimenta sagrada própria de seu ofício (nº 54, pag. 216 Introdução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionario CNBB).

[...] que desempenham este ministério, seja realmente aptos e estejam cuidadosamente preparados. Esta preparação deve ser em primeiro lugar espiritual, mas é necessário também a preparação técnica (nº 55, pag. 216 Introdução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionario CNBB).

A liturgia como ação de Cristo e da Igreja, que atinge a cada um dos seus membros de modo diferente, conforme a diversidade de ordens, ofícios e da participação atual (SC 26), é uma ação ministerial (pág. 93, Guia Litúrgico- Pastoral, CNBB)

Segundo as orientações da CNBB, onde a necessidade da Igreja o aconselhar, podem também os leigos, exercer o ministério da palavra, presidir as orações litúrgicas, administrar o Batismo e distribuir a sagrada comunhão, assistir os matrimônios como testemunhas qualificadas (pag. 94, Guia Litúrgico-Pastoral e Cânon 230, 943 e 1112).

A proclamação eclesial e litúrgica da Palavra de Deus é uma realidade ministerial. Por vontade divina, o novo povo de Deus está formado por uma variedade de membros; por esta razão, são vários os serviços e as funções que correspondem a cada um, no que se refere a Palavra de Deus. Na celebração, cada um tem o direito e o dever de contribuir com sua participação, de modo diferente, segundo a diversidade de funções e de ministérios (nº 21 do Doc. 52 da CNBB: Orientações para a celebração da Palavra de Deus).

No serviço de dirigir a Celebração Dominical da Palavra pode-se admitir mais de uma pessoa, mas que fique evidente aquele que é sinal de Cristo- Cabeça, os outros são como que auxiliares. Isso não significa que essa pessoa deva falar o tempo todo ou comentar tudo aquilo que os outros ministros fazem (pág. 28, Presidir a celebração do Dia do Senhor; ed. Paulinas).

[...] todos os membros da Comunidade são missionários, mas os introdutores, especialmente, devem cuidar do querígma (nº 159, Doc. 107 Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários, CNBB).

Os introdutores fazem um acompanhamento personalizado, orientando os primeiros passos de quem deseja aproximar-se da fé cristã. Por isso, é importante desenvolver a consciência sobre a necessidade deste ministério nas Comunidades da Igreja no Brasil (nº 160, Doc. 107 Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários, CNBB).

Abre-se um tempo oportuno. Deve ser vivido com paciência e perseverança, promovendo e consolidando ações que compreendam e integrem: o anuncio do querígma, o conhecimento, a celebração, a experiência comunitária e o exercício do empenho cristão no mundo. Esse processo parte de Comunidade e a ela conduz. Muitos ministérios e serviços serão renovados. Outros surgirão. É a Igreja sempre a caminho (nº 249, Doc. 107 Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários, CNBB).

Valorizar o Dia do Senhor nas Comunidades, especialmente as rurais. Desse modo, tal ministério visa a colaborar para que nenhuma comunidade fique sem celebrar o Dia do Senhor. Atuar junto aos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística dirigindo a Celebração da Palavra aos domingos (ou outro dia da semana), e em outros momentos necessários;

Preparar-se adequadamente para proclamar a Palavra de Deus (leitor(a) na Celebração dos sacramentos e na Celebração da Palavra, de maneira que a mensagem chegue ao coração dos fiéis. Não basta lê-la, é necessário proclamá-la com o coração, para que o objetivo do anúncio e da compreensão da Palavra de Deus aconteça. Na ausência do diácono ou do presbítero, fazer a reflexão sobre a Palavra de Deus;

A formação deve contemplar as diretrizes da ação evangelizadora, projetos de evangelização e diretrizes da Igreja particular de Colatina. O cunho doutrinário também é importante por meio do Catecismo da Igreja Católica. Deve-se garantir formação permanente durante o tempo em que os ministros estiverem investidos. Observe-se se os candidatos têm dedicação, buscam seu aprimoramento e procuram estar sempre atualizados com as normas da Igreja.

Onde for possível, que haja treinamento com fonoaudióloga, com técnicas de comunicação e exercício de oratória.

O Ministério da Palavra é muito amplo e requer cuidado e preparo especial para com aqueles(as) que assumem este serviço, na liturgia e na catequese. Trata-se de um serviço que ocupa um lugar especial na ação evangelizadora ( LG nn.25-27; 34-36; Presbiterorum Ordinis nn 4-6). É um serviço a ser exercido numa fidelidade à Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja como luz e força que transforma a vida das pessoas e da sociedade (CNBB doc 71, nn. 20-25). É o múnus de ensinar da Igreja (DV 11-12; 21) que não se limita a um aspecto da vida eclesial, mas a todo itinerário da vida humana e cristã.

Quando a Comunidade se reúne para preparar a Celebrar a memória do Senhor, ela se depara diante de uma grande variedade de funções: animador, presidência, leitores, salmista, homiliasta, distribuição da Sagrada Comunhão (onde existe); música... Na preparação da celebração não basta distribuir tarefas. Cada pessoa participa segundo a diversidade de funções, ministérios e ofícios. É fundamental percorrer um caminho pedagógico ou passos para uma boa celebração (CNBB, doc 43 nn 219-228)

Os Cânones 762 a 767 falam da importância da pregação da Palavra de Deus, na celebração litúrgica. Entre as formas de pregação destaca-se a homilia, que é parte da própria liturgia e se reserva ao sacerdote ou diácono; nela se devem expor, ao longo do ano litúrgico, a partir do texto sagrado, os mistérios da fé e as normas da vida cristã ( Cân 767,1).

Na legislação complementar da CNBB, a respeito do cân. 766, números 3, 4 e 5 encontramos o seguinte: O Bispo diocesano, onde houver necessidade ou utilidade pastoral, pode permitir, por tempo determinado, que leigos idôneos preguem nas igrejas e oratórios. Atenda-se à formação e acompanhamento dos leigos comissionados para a pregação, de modo a garantir-se a fidelidade à doutrina e sua integridade. Em casos particulares e observadas as prescrições diocesanas o pároco e o reitor da igreja podem confiar a pregação a leigos de comprovada idoneidade. De acordo com este cânon o anúncio da Palavra de Deus pode ser realizado pelos leigos(as) mas a homilia permanece reservada ao presbítero e ao diácono. A homilia, via de regra, é proferida pelo sacerdote celebrante ou é por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém a um leigo (GMR, 66). A Instrução REDEMPIONIS SACRAMENTUM sobre alguns aspectos que se deve observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, reforça essa orientação a respeito de quem proclama o Evangelho e quem faz a homilia (nn. 63-66) (Não há presidência única a não ser o ministério ordenado).

Presidir é um serviço que garante a harmonia, a unidade da assembleia reunida em nome de Cristo. O verdadeiro presidente das celebrações litúrgicas é Jesus Cristo. Ele une o Pai e a assembléia. A pessoa que preside a liturgia de uma Comunidade, age em nome de Cristo e da assembléia reunida, através de ações simbólicas litúrgicas, ações de Cristo, no Mistério Pascal.

Presidir é suscitar uma relação de amor, comunhão, unidade na assembléia convocada por Deus, por Cristo e em Cristo. Trata-se de um ministério com a assembléia e não para a assembléia. Ele também é celebrante com toda a comunidade reunida. Quem preside é chamado a vivenciar na fé a ação simbólica ritual do Cristo Ressuscitado, exercendo o sacerdócio ministerial a serviço do sacerdócio dos fiéis. Quem preside tem a função de fazer com que toda a assembléia acolha e expresse todas as dimensões da vida da Igreja e da humanidade na páscoa de Cristo na vida dos cristãos.

É um serviço que integra as dimensões da vida eclesial: comunitária e participativa, missionária, catequetica, celebrativa, ecumênica e o diálogo religioso e a sócio-transformadora. Por tanto, quem preside está sintonizado com Deus, em Jesus Cristo, com a Igreja, com a sociedade moderna, enfim com todo o universo.

Na Sagrada Escritura encontramos vários testemunho que comprovam que para ser Ministro da Palavra é necessário ter carisma. É assim que compreendemos a missão e vocação dos profetas Ezequiel (2,9-3,3); Jeremias (20,7-9); Isaias (55,10s) e de tantos homens e mulheres ao longo da história. A Palavra é a vida do Povo de Deus (Dt 32,47; 8,3). Ela cria e recria todas as coisas ( Gn 1; Sl 19,2-5). Ela é dinâmica (Mt 8,16), viva, encarnada (1ª Jo 1,1-3; Jo1,14) e sempre atual ( Mt 28, 20). Deve ser acolhida, levada em consideração (Mt 13,18-23; Mc 2,2; 4,33; 8,22; At 17,11), proclamada nos diversos contextos da vida pelos seguidores (as) de Jesus Cristo (At 4,29-31; 10,36). Deve ser anunciada, proclamada, escutada como mensagem de salvação e graça ( At 5,20; 13,26; 20,32).

Deus falou e continua falando de muitas maneiras: na vida de cada dia, na celebração dos mistérios de nossa fé, no serviço aos necessitados, no esforço de viver em comunhão fraterna, etc.

No Antigo Testamento encontramos os profetas exercendo o Ministério da Palavra, como servos e mensageiros de Deus falando ao povo, a serviço da vontade, do desígnio de Deus. Eles são chamados e enviados para proclamar a mensagem de Deus, numa atitude de fidelidade à Palavra.

Na perspectiva do Novo Testamento esse é ministério é suscitado pelo Espírito no interior do povo cristão para garantir o anúncio e a difusão da Palavra, na fidelidade a Jesus Cristo. O mensageiro da Palavra é um porta voz da mensagem cristã, aquele que faz ressoar a salvação de Deus realizada entre nós, olhando para frente, para a história, para o caminho a ser percorrido.

O Senhor Ressuscitado é que envia seus discípulos como servos da mensagem evangélica e ministros da Palavra (Mt 28,18-20). Paulo nos é apresentado como protótipo do apóstolo e ministro da Palavra (Rm 15,15-19), mensageiro a serviço do Evangelho de Cristo Senhor.

A herança que recebemos das primeiras Comunidades Cristãs revelam a consciência de que por Ministério da Palavra se compreende a comunicação, o anúncio, a proclamação, a instrução... da Palavra de Deus aos irmãos reunidos ( At 11,1-18), para suscitar ou fortalecer a fé. Trata-se de um serviço apostólico, responsabilidade da comunidade eclesial.

Dessa forma esse ministério vai se definindo como: anúncio do Evangelho ( Rm 1,9; I Cor 9,16); mensagem de fé que se transmite na fidelidade a Sagrada Escritura e à Tradição; serviço que parte do diálogo, do testemunho, da comunicação, da palavra e nos sacramentos.

Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vos e sempre em todas as minhas suplicas oro por todos vós como alegria, e tenho plena certeza de que aquele que começou em vós a boa obra há de leva-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus (Fl 1,3-6).