Respostas agronômicas de milho consorciado e co-inoculado cultivado em dois tipos de solo

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Transcrição:

Respostas agronômicas de milho consorciado e co-inoculado cultivado em dois tipos de solo Ricardo Fachinelli (1) ; Priscila Akemi Makino (2) ; Valquiria Krolikowski (3) ; Hadassa Kathyuci Antunes de Abreu (1) ; Renato Albuquerque da Luz (1) ; Gessí Ceccon (4). (1) Mestrando do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal; Universidade Federal da Grande Dourados; Dourados, MS; rfachinelli@hotmail.com; hadassa.antunes@gmail.com; reantoalbuquerqueluz@gmail.com; (2) Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal; Universidade Federal da Grande Dourados; Dourados, MS; priscila_akemi17@hotmail.com; (3) Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul; Aquidauana, MS; valkrolikowski@hotmail.com; (4) Analista Embrapa Agropecuária Oeste; Dourados, MS; gessi.ceccon@embrapa.br RESUMO: O nitrogênio é um elemento fundamental para garantir bom desenvolvimento e produtividade da cultura de milho. Por ser um insumo de elevado custo, a co-inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio podem ser uma alternativa viável para disponibilizá-lo a cultura. Deste modo, este trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia da inoculação e a co-inoculação em plantas de milho cultivadas em vasos, sob o sistema consorciado em dois tipos de solo. O trabalho foi desenvolvido na Embrapa Agropecuária Oeste, em casa de vegetação, com cultivo das plantas de milho em vasos. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com solo Arenoso e Argiloso, seis tratamentos e seis repetições. Os tratamentos consistiam em: sem nitrogênio e sem Bradyrhizobium no verão; com nitrogênio e sem Bradyrhizobium no verão; sem nitrogênio e com Bradyrhizobium no verão; sem nitrogênio e com Azospirillum no verão; sem nitrogênio e com Bradyrhizobium no verão e Com Azospirillum na safrinha; sem nitrogênio, Com Bradyrhizobium + Azospirillum no verão e com Azospirillum na safrinha. As plantas cultivadas em solo argiloso apresentaram maior altura, produção de massa seca total e teor de clorofila, e em todas as formas de inoculação apresentaram resultados inferiores ao tratamento com adubação nitrogenada. Os tratamentos com inoculação de Bradyrhizobium e com inoculação de Bradyrhizobium no verão e Azospirillum na safrinha, mostraram ser eficiente para produção de grãos, igualando-se ao de adubação nitrogenada. Conclui-se que a inoculação com A. brasilense promove produtividade de grãos equivalentes a adubação nitrogenada em plantas de milho consorciadas cultivadas em vaso. Termos de indexação: Bradyrhizobium; Azospirillum; Fitotecnia. INTRODUÇÃO Dentro da produção agrícola do milho, os fertilizantes nitrogenados constituem um dos mais altos custos do cultivo, devido ao grande uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos, obtidos da importação (Hungria, 2011). Um dos objetivos da agricultura sustentável é o aproveitamento eficiente do N atmosférico (Graham & Vance, 2000). A busca por alternativas para reduzir a utilização de fertilizantes sem diminuir a produção possibilita minimizar os custos de cultivo e os problemas ambientais relacionados. A inoculação da cultura com bactérias do gênero Azospirillum, aumentam a eficiência da cultura, pois atuam estimulando seu crescimento por múltiplos mecanismos, incluindo síntese de fito-hormônio, melhoria da nutrição nitrogenada, mitigação de estresse e controle biológico da microbiota patogênica (Bashan & Bashan, 2010). Fertilidade e nutrição de plantas Página 627

A inoculação de bactérias diazotróficas pode ser uma alternativa na busca pela sustentabilidade dos sistemas agrícolas, pois promovem maior disponibilidade de N para a planta pela atuação de microrganismos (Baldani et al., 2002). Deste modo, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência da inoculação e coinoculação em plantas de milho cultivadas em vasos, sob o sistema de consórcio com a Brachiaria brizantha cv. BRS Paiaguás em dois tipos de solo. MATERIAL E MÉTODOS O Experimento foi realizado no Centro de Pesquisas da Embrapa Agropecuária Oeste, conduzido em casa de vegetação não climatizada. Foram utilizados vasos cilíndricos (40 x 60 cm) com capacidade de 60 kg de solo seco. O cultivo anterior correspondeu ao plantio de soja inoculada com Bradyrhizobium. O híbrido de milho DKB 390 PRO foi semeado em fevereiro de 2016, sob sistema de cultivo consorciado com Brachiaria brizantha cv. BRS Paiaguás. Foram semeadas quatro sementes de milho e doze de braquiária em cada vaso e após a emergência realizou-se o desbaste, permanecendo uma planta de milho e quatro de braquiária em cada vaso. A irrigação foi realizada durante todo o ciclo da cultura, para manutenção da umidade do solo na capacidade de campo. No plantio foi utilizado a dose de 2,5 g de adubo 0-20-20 por vaso, e nos tratamentos com adubação nitrogenada foram adicionados 2,5 g de ureia. Na maturação fisiológica da cultura, foi realizada a coleta das plantas de milho para avaliar a altura de planta (m), medindo o comprimento da base até o ápice; massa seca total (g planta -1 ), calculada a partir do somatório de peso seco de colmo, espigas e folhas; produção de grãos por planta (g planta -1 ); e teor de clorofila total, com leituras realizadas na folha oposta e abaixo da espiga, no período de florescimento, utilizando clorofilômetro. Delineamento e análise estatística O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com dois tipos de solo (arenoso e argiloso), seis tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram: sem nitrogênio e sem Bradyrhizobium no verão (SN+SB); com nitrogênio e sem Bradyrhizobium no verão (CN+SB); sem nitrogênio e com Bradyrhizobium no verão (SN+CB); sem nitrogênio e com Azospirillum no verão (SN+CA); sem nitrogênio e com Bradyrhizobium no verão e com Azospirillum na safrinha (SN, CB+CA safrinha); sem nitrogênio, com Bradyrhizobium e Azospirillum no verão e com Azospirillum na safrinha (SN,CB+A verão +CA safrinha). Os dados coletados foram submetidos à análise de variância utilizando o teste F (P 0,05) e quando significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de variância indicou efeito significativo da interação entre os tratamentos para todas as variáveis analisadas, exceto teor de clorofila, o qual apresentou efeito isolado do tratamento com inoculação e tipo de solo. A altura de planta foi maior no tratamento sem adubação e sem inoculação (SN+SB) e no tratamento com adubação nitrogenada (CN+SB), em ambos os solos, demonstrando que a inoculação não foi eficiente para elevar o valor do parâmetro avaliado. As plantas cultivadas no solo argiloso apresentaram maior crescimento em altura. Segundo Castro et al. (2008), a altura de planta é influenciada pela disponibilidade de nitrogênio no solo, uma vez que este nutriente participa diretamente na divisão e expansão celular e no processo fotossintético. Isso evidencia que plantas nutridas adequadamente com N podem ter maior desenvolvimento vegetativo. Na contribuição da fixação biológica por Azospirillum, pode-se dizer que a transferência do N fixado para a planta ocorre muito lentamente. Apenas uma pequena parte torna-se disponível para o vegetal e as bactérias não secretam altas quantidades de amônia durante o crescimento diazotrófico (Cassan et al., 2001). Com isso, o crescimento em altura da planta pode ser prejudicado, acarretando em plantas de menor porte. As plantas cultivadas em solo argiloso apresentaram maior massa seca total, sendo a Fertilidade e nutrição de plantas Página 628

maior no tratamento sem inoculação e adubação (SN+SB). Em solo arenoso, os tratamentos sem inoculação e adubação (SN+SB) e com adubação nitrogenada (CN+SB) apresentaram maior massa seca total em relação aos demais. O mesmo foi observado por Repke (2013), que trabalhando com plantas de milho inoculadas com A. brasilense sob doses de nitrogênio, não verificou influência da inoculação para a produção de matéria seca, apenas das doses do fertilizante nitrogenado. A avaliação de clorofila das plantas de milho mostrou melhor resultado nas plantas cultivadas em solo argiloso, enquanto que nos tratamentos, a maior produção de clorofila foi observada no tratamento sob adubação nitrogenada (CN+SB). A produção de grãos foi superior nas plantas cultivadas em solo argiloso, sendo os tratamentos com inoculação de Bradyrhizobium no verão (SN+CB) e com inoculação de Bradyrhizobium no verão e A. brasilense na safrinha (SN, CB verão+ca safrinha), mostraram ser tão eficientes quanto a adubação nitrogenada em relação à esta variável. Em solo arenoso, a maior produção de grãos por planta foi observada apenas no tratamento com adubação nitrogenada sem inoculação (CN+SB). A importância da adubação nitrogenada reflete no processo de crescimento do vegetal, o qual depende do N para realização da síntese de proteína, absorção iônica, fotossíntese, respiração, multiplicação e diferenciação celular, proporcionando uma vegetação verde e abundante, com aumento da folhagem e rápido crescimento (Okumura et al. 2011). CONCLUSÕES A inoculação com A. brasilense em milho consorciado com braquiária, não influencia a maioria dos parâmetros agronômicos avaliados, no entanto possibilita aumentar a produção de grãos. As variáveis analisadas apresentam melhores resultados quando o milho é cultivado em solos argiloso, sob adubação nitrogenada e na ausência de inoculação. REFERÊNCIAS BALDANI, J.I. Potencial biotecnológico de bactérias diazotróficas associativas e endofíticas. In: SERAFINI, L. A.; BARROS, N. M.; AZEVEDO, J.L. Biotecnologia: avanços na agricultura e na agroindústria. Caxias do Sul: EDUCS, 2002. 433p. BASHAN, Y.; BASHAN, L. E. How the plant growthpromoting bacterium Azospirillum promotes plant growth - a critical assessment. Advances in agronomy, v.108, n. 77-136, 2010. CASSAN, F. et al. Azospirillum brasiliense and Azospirillum lipoferum hydrolyze conjugates of GA20 and metabolize the resultant aglycones to GA1 in seedlings of Rice dwarf mutants. Plant Plrysiology. Washington. v.125, n.4, p.2053-2058, 2001. CASTRO, P.R.C.; KLUGE, R. A.; SESTARI, I. Manual de fisiologia vegetal: fisiologia de cultivos. 1. ed. Editora Agronômica Ceres, 2008. 864p. GRAHAM, P. H.; VANCE C. P. Nitrogen fixation in perspective: an overview of research and extension needs. Field Crops Research, Amsterdam, v. 65, p. 93-106, 2000. HUNGRIA. M. et al. Inoculation with selected strains of Azospirillum brasilense and A. lipoferum improves yields of maize and wheat in Brazil. Plant and Soil. The Hague. v.331, p.413-425, 2011. OKUMURA R. S.; MARIANO, D. C.; ZACCHEO, P. V. C. Uso de fertilizante nitrogenado na cultura do milho: uma revisão. Pesquisa Aplicada & Agrotecnologia v.4, n.2, 2011. REPKE, R. A. Eficiência da Azospirillum brasilense na fixação de nitrogênio em milho. Dissertação (Mestrado) Fertilidade e nutrição de plantas Página 629

Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciencias Agrarias. [s. n.] Botucatu-SP, 2013. Fertilidade e nutrição de plantas Página 630

Tabela 1 Altura de plantas, massa seca total, produção de grãos e teor de clorofila, em tratamentos com inoculação e co-inoculação de plantas de milho em consórcio com a B. brizantha cv. BRS Paiaguás em dois tipos de solo, em Dourados, MS, 2016. Altura (m) Massa seca total (g) Produção de grãos (g planta -1 ) Arenoso Argiloso Arenoso Argiloso Arenoso Argiloso ba ba SN+SB 152,7 186,2 169,54 338,04 1,5 27,78 CN+SB 158 163,7 B 206,77 200,21 33,98 30,66 SN+CB 111,3 152,5 88,55 189,26 7,73 19,08 SN+CA 118,8 154,8 86,4 210,69 0,52 13,66 SN+CB (verão) +CA (safrinha) 112,3 151 92,65 227,66 1,2 36,69 SN+CB+A (verão) +CA (safrinha) 115,8 159,2 94,36 198,21 0,22 16,56 Teor de Clorofila CV% 9,26 20,6 69,89 13,49 Médias seguidas da mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). B B B 22,27 b 37,19 a 22,44 b 22,18 b 22,28 b 21,05 b Média 144,69 175,19 15,8 24,57 Tabela 2 Teor de clorofila de plantas de milho em consórcio com a B. brizantha cv. BRS Paiaguás, em dois tipos de solo, em Dourados, MS, 2016. Clorofila Arenoso 21,71 b Argiloso 27,43 a Média 24,57 CV% 13,49 Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05). Fertilidade e nutrição de plantas Página 631