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Nestes termos, após análise do projeto sub judice, a ASF considera de transmitir os seguintes comentários e sugestões:

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Transcrição:

DOCUMENTO DE CONSULTA PÚBLICA DA CMVM N.º 3/2018 Projeto de Regulamento relativo às centrais de valores mobiliários ÍNDICE I. ENQUADRAMENTO... 1 1.1. Introdução... 1 1.2. Estrutura... 2 II. APRESENTAÇÃO DO ANTEPROJETO... 2 III. AVALIAÇÃO DE IMPACTO... 6 IV. PROCESSO DE CONSULTA... 7 I. ENQUADRAMENTO 1.1. Introdução O presente documento apresenta e justifica o projeto de Regulamento relativo às centrais de valores mobiliários (CSD). Este regulamento desenvolve o regime previsto no regime jurídico das CSD, a ser aprovado pelo diploma que acolhe no ordenamento jurídico nacional o Regulamento (UE) n.º 909/2014, de 23 de julho, concretizando as seguintes matérias: a) Requisitos informativos relativos à divulgação e a comunicações respeitantes a participações qualificadas e de controlo e à designação de titulares do órgão de administração; b) Conteúdo do relatório sobre práticas de governo societário; c) Informação financeira a reportar à CMVM e a divulgar ao público. 1

1.2. Estrutura O projeto de regulamento que ora se propõe encontra-se dividido em 5 capítulos, nos termos que, sistemática e resumidamente, se apresentam. No Capítulo I delimita-se o âmbito de aplicação do regulamento, prevêem-se as disposições sobre comunicações relativas a membros do órgão de administração e de fiscalização e a participações qualificadas e de controlo, incluindo os elementos exigíveis para a avaliação da adequação do adquirente potencial e da solidez financeira do projeto de aquisição, o regime no caso de participações indiretas e situações de dispensa de apresentação de elementos de informação. O Capítulo II concretiza o conteúdo do relatório sobre práticas de governo da sociedade implementadas. O Capítulo III, relativo a informação, abrange os deveres de comunicação à CMVM da identidade de pessoas responsáveis, os deveres de divulgação de informação pelas CSD, os deveres de envio à CMVM de informação de diversa natureza, e periodicidade, e a informação constante dos anexos ao balanço e demonstração de resultados. O Capítulo IV versa sobre as alterações aos Regulamentos da CMVM n.º 14/2000, n.º 4/2007 e n.º 5/2007 e, por fim, o Capítulo V estabelece as disposições finais. II. APRESENTAÇÃO DO ANTEPROJETO O Regulamento (UE) n.º 909/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 23 de julho de 2014 1 (doravante CSDR ), sobre as centrais de valores mobiliários e os sistemas de liquidação de valores mobiliários, introduziu requisitos uniformes para a liquidação de valores mobiliários na União Europeia e regras em matéria de organização e conduta das centrais de valores mobiliários (CSD), com o objetivo de promover uma liquidação segura eficaz e simples. O diploma de execução do CSDR, presentemente em discussão na Assembleia da República (vejase a Proposta de Lei 109/XIII, disponível em http://www.parlamento.pt/actividadeparlamentar/paginas/detalheiniciativa.aspx?bid=42160), além da designação da autoridade competente em função do CSDR e das normas necessárias para 1 - Regulamento relativo à melhoria da liquidação de valores mobiliários na União Europeia e às Centrais de Valores Mobiliários e que altera as Diretivas 98/26/CE e 2014/65/UE e o Regulamento (UE) n.º 236/2012. 2

efeitos da completude do regime sancionatório aplicável às centrais de valores mobiliários por violação do Regulamento, prevê também o regime jurídico das CSD. Esse regime, aplicável às CSD, ou seja, às sociedades que cumulativamente tenham por objeto a gestão de sistema de liquidação de valores mobiliários e, pelo menos, um dos serviços previstos nos pontos 1 e 2 da secção A do Anexo ao CSDR, é autonomizado do regime previsto no Decreto-Lei n.º 357-C/2007, de 31 de janeiro, alterado pelos Decretos-Lei n.ºs 52/2010, de 26 de maio, 18/2013, de 6 de fevereiro, 40/2014, de 18 e março, e 157/2014, de 24 de outubro, que passa a aplicar-se unicamente às sociedades que tenham por objeto social o exercício exclusivo da gestão de sistema de liquidação de valores mobiliários ou da gestão de sistema centralizado de valores mobiliários. Neste sentido, importa proceder à regulamentação das normas previstas no regime jurídico das CSD, designadamente no que respeita aos requisitos informativos relativos à divulgação e a comunicações respeitantes a participações qualificadas e de controlo e à designação de titulares do órgão de administração, ao conteúdo do relatório sobre práticas de governo societário e à informação financeira a reportar à CMVM e a divulgar ao público. Estas matérias encontram-se reguladas presentemente no Regulamento da CMVM n.º 4/2007 (Entidades Gestoras de Mercados, Sistemas e Serviços). No entanto, encontrando-se a Proposta de Lei n.º 109/XII em apreciação Parlamentar, o presente projeto Regulamentar poderá ser objeto de algumas alterações ou ajustamentos, atendendo à versão final da que vier a ser aprovada pela Assembleia da República. Neste contexto, destacam-se os seguintes aspetos do anteprojeto de Regulamento: (i) Comunicações relativas a membros do órgão de administração e de fiscalização (art. 2.º do anteprojeto de regulamento): A proposta de Regulamento concretiza-se os elementos de informação que devem acompanhar a comunicação subsequente da designação de membros de órgão de administração e de fiscalização, prevendo-se que a comunicação deve ser acompanhada de questionário devidamente preenchido, conforme modelo constante do Anexo I. Adicionalmente, prevê-se a comunicação à CMVM em caso de alteração dos elementos de informação comunicados, no prazo de 15 dias após a sua verificação, e ainda uma disposição que se refere ao período de validade da informação constante do questionário. A proposta mantém o regime em vigor, nos termos do art. 4.º do Regulamento da CMVM n.º 4/2007. (ii) Comunicações relativas a participações de controlo e qualificadas (arts. 3.º a 5.º do anteprojeto de regulamento): A proposta de Regulamento concretiza, no art. 3.º, o regime de comunicação prévia de alterações nas participações de controlo em CSD, prevista no Regulamento (UE) n.º 909/2014, em particular os elementos exigíveis para a avaliação da adequação do adquirente potencial e da solidez 3

financeira do projeto de aquisição, em conformidade com o previsto no n.º 4 do artigo 6.º do regime jurídico das CSD. Prevê-se ainda que, a título de informação adicional relacionada com a participação de controlo, seja enviado à CMVM um plano de negócios que contenha informações sobre o plano de desenvolvimento estratégico relacionado com a aquisição, projeções e detalhes relativos às principais alterações a introduzir na entidade participada. A proposta mantém, para as alterações nas participações de controlo em CSD, o regime em vigor para a comunicação prévia de alterações nas participações qualificadas, previsto no artigo 4.º-A do Regulamento da CMVM n.º 4/2007. Em termos de participações qualificadas, a proposta atualiza, no art. 3.º, o regime de comunicação subsequente em vigor, passando a exigir que seja submetida informação sobre a idoneidade, a situação financeira e conflitos de interesses, no caso de aquisição e aumento de participações qualificadas, e informação sobre o capital social e direitos de voto alienados e mantidos e identificação do adquirente, no caso de diminuição de participação qualificada. O maior volume de informação agora pedida aquando da comunicação subsequente de participações qualificadas justifica-se pelo facto de se ter eliminado a comunicação prévia de participações qualificadas (prevista, no regime em vigor, nos artigos 9.º/1 e 11.º-A/1 do Decreto-Lei n.º 357-C/2007 e artigos 4.º-A e 4.º-B do Regulamento da CMVM n.º 4/2007), a qual era acompanhada desta informação e, por esse motivo, a mesma não era exigida, de novo, aquando da comunicação subsequente. Ou seja, a informação que, no regime em vigor, deve acompanhar a comunicação prévia de participações qualificadas, passa, no regime proposto, a dever acompanhar a comunicação subsequente de participações qualificadas. (iii) Conteúdo do relatório sobre práticas de governo societário (art. 6.º do anteprojeto de regulamento). A proposta de Regulamento prevê o conteúdo do relatório anual sobre práticas de governo societário, mantendo o regime em vigor, nos termos do art. 8.º do Regulamento CMVM n.º 4/2007. (iv) Informação a reportar à CMVM e a divulgar ao público (arts. 7.º a 10.º do anteprojeto de regulamento): A proposta de regulamento prevê o prazo de 5 dias após a respetiva designação para a comunicação à CMVM da identidade da pessoa responsável (i) pela gestão do risco a que se refere o n.º 5 do artigo 49.º do Regulamento Delegado (UE) 2017/392, da Comissão, de 11 de novembro de 2016; (ii) pela tecnologia a que se refere o n.º 6 do artigo 49.º do Regulamento Delegado (UE) 4

2017/392, da Comissão, de 11 de novembro de 2016; e (iii) pelo cumprimento a que se refere o n.º 7 do artigo 49.º do Regulamento Delegado (UE) 2017/392, da Comissão, de 11 de novembro de 2016. A previsão de um prazo para a comunicação confere determinação às obrigações de comunicação que decorrem do diploma europeu, considerando-se que o prazo de 5 dias permite suficiente flexibilidade e assegura a tempestividade e atualidade ao cumprimento dessas obrigações. A proposta prevê ainda o dever de divulgação de informação financeira, de informação superveniente relativo à idoneidade dos titulares do órgão de administração e de fiscalização e de acionistas, assim como as informações a serem incluídas nos anexos ao balanço e demonstração dos resultados, mantendo-se o regime em vigor, previsto nos artigos 10.º a 12.º do Regulamento da CMVM n.º 4/2007. Adicionalmente, propõe-se proceder à alteração: a) Do Regulamento da CMVM n.º 14/2000 (Sistemas de registo de valores mobiliários), procedendo: (i) à atualização das referências desse Regulamento às plataformas de negociação; (ii) à atualização de referências a locais de publicação de informação; (iii) à clarificação de algumas disposições; (iv) em substituição da anterior obrigatoriedade de interrupção técnica do sistema no caso de exercício de direitos e obrigatoriedade de interrupção da negociação, no caso de conversão de valores titulados em escriturais, previsão da mera possibilidade de interrupção técnica e de interrupção da negociação; (v) à substituição do anterior regime de aprovação do preçário da entidade gestora pela CMVM por um regime de mera comunicação do preçário à CMVM, mantendo-se o dever de publicação, acrescentando-se o dever de não serem cobradas nem informadas comissões em contradição com as comunicadas e publicadas; e (vi) à revogação do art. 35.º, sobre contas de titularidade direta junto da entidade gestora, por se tratar de uma obrigação que deixou de se mostrar essencial à prossecução das finalidades de controlo de valores mobiliários; b) Do Regulamento da CMVM n.º 4/2007 (Entidades Gestoras de Mercados, Sistemas e Serviços), excluindo a aplicação desse regulamento às CSD; e c) Do Regulamento da CMVM n.º 5/2007 (Compensação, contraparte central e liquidação), alargando a sua aplicação às CSD, no que tenha que ver com sistemas de liquidação, com exceção das disposições desse Regulamento que versam sobre matérias que o CSDR já regula e até de modo mais detalhado, e revogando as disposições desse Regulamento que se referem à liquidação de operações sobre valores mobiliários negociados em plataformas de negociação, sujeitos ao regime que decorre do CSDR. 5

Assim, submete-se a consulta pública o projeto de Regulamento da CMVM que procede à regulamentação do regime jurídico das centrais de valores mobiliários e que altera os Regulamentos da CMVM n.º 14/2000, n.º 4/2007 e n.º 5/2007. III. AVALIAÇÃO DE IMPACTO A análise de impacto regulatório visa conferir apoio estruturado à tomada de decisões de política regulatória, permitindo a avaliação de cenários alternativos, seja na implementação de novos normativos, seja no processo de revisão da regulamentação em vigor. A CMVM avaliou o impacto desta iniciativa nos termos do anexo ao presente documento de consulta, para o qual se remete (vide Nota justificativa ). Em termos gerais, crê-se que as medidas previstas no projeto de Regulamento resultem em custos incrementais mínimos para as entidades a ela sujeitas, tendo em conta que, face ao regime em vigor, nos termos do Regulamento da CMVM n.º 4/2007: (i) mantém-se o regime em vigor quanto a comunicações relativas a membros do órgão de administração e de fiscalização; (ii) mantém-se, para as alterações nas participações de controlo em CSD, o regime em vigor para a comunicação prévia de alterações nas participações qualificadas; (iii) atualiza-se o regime de comunicação subsequente de participações qualificadas, exigindo-se a informação que, no regime em vigor, deve acompanhar a comunicação prévia de participações qualificadas, passando essa informação a ser exigida no momento da comunicação subsequente face à eliminação da comunicação prévia de participações qualificadas; (iv) mantém-se o regime em vigor, em termos de participações indiretas e de situações de dispensa de apresentação de elementos de informação; (v) mantémse o regime em vigor em termos de conteúdo do relatório sobre práticas de governo societário; (vi) passa a prever-se o prazo de 5 dias para a comunicação, nos termos do art. 49.º, n.º s 5 a 7, do Regulamento Delegado (UE) 2017/392, da Comissão, de 11 de novembro de 2016, da identidade de pessoas responsáveis pela gestão do risco, pela tecnologia e pelo cumprimento; e (vii) mantémse o regime em vigor quanto aos deveres de divulgação de informação financeira, de informação superveniente relativo à idoneidade dos titulares do órgão de administração e de fiscalização e de acionistas, assim como quanto às informações a serem incluídas nos anexos ao balanço e demonstração dos resultados. Adicionalmente, quanto às alterações propostas aos Regulamentos da CMVM n.º 14/2000, n.º 4/2007 e n.º 5/2007, na medida em que, por um lado, refletem os impactos da transposição de diretiva europeia (DMIF II, no que toca ao elenco de plataformas de negociação) e, por outro, 6

mantêm, aligeiram ou revogam deveres presentemente em vigor, é expectável a existência de impactos incrementais mínimos para as entidades destinatárias. IV. PROCESSO DE CONSULTA A CMVM submete o projeto a escrutínio público para que todos os agentes do mercado possam sobre ele pronunciar-se, dirigindo comentários, sugestões e contributos em relação às soluções apresentadas. As respostas ao presente documento de consulta devem ser submetidas à CMVM até ao dia 5 de junho de 2018. Os contributos devem ser remetidos, preferencialmente, para o endereço de correio eletrónico cmvm@cmvm.pt. As respostas à consulta pública podem igualmente ser remetidas, por correio normal, para a morada da CMVM (Rua Laura Alves, 4, Apartado 14258, 1064-003 Lisboa) ou por fax n.º 21 353 70 77/78. Por razões de transparência, a CMVM propõe-se publicar os contributos recebidos ao abrigo desta consulta. Caso o respondente se oponha à referida publicação deve comunicá-lo expressamente no contributo a enviar. Qualquer dúvida ou esclarecimento adicional sobre a presente consulta pública pode ser elucidada pelas Sras. Dras. Rita Oliveira Pinto e Helena Bayão Horta, do Departamento Internacional e de Política Regulatória. 7