LEI DA ÁGUA (Lei nº 58/2005) E LEI DA TITULARIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS (Lei nº 54/2008) António Gonçalves Henriques 1



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Transcrição:

LEI nº 58/2005 LEI DA ÁGUA, 29/12 LEI nº 54/2005 TITULARIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS, 15/11 António Gonçalves Henriques António Gonçalves Henriques 1

Lei nº 54/2005 Âmbito: águas, leitos e margens, zonas adjacentes, zonas de infiltração máxima e zonas protegidas. Domínio público hídrico Domínio público marítimo Domínio público lacustre e fluvial Domínio público das restantes águas Estado Regiões autónomas Municípios ou freguesias Recursos patrimoniais (entidades públicas ou privadas). 2 António Gonçalves Henriques 2

Lei nº 54/2005 Domínio Público Marítimo. a) as águas costeiras e territoriais; b) as águas interiores sujeitas à influência das marés, nos rios, lagos e lagoas; c) o leito das águas costeiras e territoriais e das águas interiores sujeitas à influência das marés; d) os fundos marinhos contíguos da plataforma continental, abrangendo toda a zona económica exclusiva; e) as margens das águas costeiras e das águas interiores sujeitas à influência das marés. Pertence ao Estado 3 António Gonçalves Henriques 3

Lei nº 54/2005 Domínio Lacustre e Fluvial. a) Cursos de água, navegáveis ou flutuáveis, com os respectivos leitos e ainda as margens pertencentes a entes públicos; b) Lagos e lagoas navegáveis ou flutuáveis, com os respectivos leitos, e ainda as margens pertencentes a entes públicos; c) Cursos de água não navegáveis nem flutuáveis com os respectivos leitos e margens, desde que localizados em terrenos públicos, ou os que por lei sejam reconhecidos como aproveitáveis para fins de utilidade pública, como a produção de energia eléctrica, irrigação, ou canalização de água para consumo público; d) Canais e valas navegáveis ou flutuáveis, ou abertos por entes públicos e as respectivas águas. 4 António Gonçalves Henriques 4

Lei nº 54/2005 Domínio Lacustre e Fluvial. e) Albufeiras criadas para fins de utilidade pública, nomeadamente produção de energia eléctrica ou irrigação, com os respectivos leitos; f) Lagos e lagoas não navegáveis ou flutuáveis, com os respectivos leitos e margens, formados pela natureza em terrenos públicos; g) Lagos e lagoas circundados por diferentes prédios particulares, ou existentes dentro de um prédio particular, quando tais lagos e lagoas sejam alimentados por corrente pública; h) Cursos de água não navegáveis nem flutuáveis nascidos em prédios privados, logo que transponham abandonados os limites dos terrenos ou prédios onde nasceram ou para onde foram conduzidas pelo seu dono, se no final forem lançar-se no mar ou em outras águas públicas. Pertence ao Estado ou Regiões Autónomas 5 António Gonçalves Henriques 5

Lei nº 54/2005 Domínio Lacustre e Fluvial. Pertencem ao domínio público hídrico do município os lagos e lagoas situados integralmente em terrenos municipais ou em terrenos baldios e de logradouro comum municipal. Pertencem ao domínio público hídrico das freguesias, os lagos e lagoas situadas integralmente em terrenos da freguesia ou em terrenos baldios e de logradouro comum paroquiais. 6 António Gonçalves Henriques 6

Lei nº 54/2005 Domínio Público Hídrico das Restantes Águas. a. águas nascidas e águas subterrâneas existentes em terrenos ou prédios públicos; b. águas nascidas em prédios privados, logo que transponham abandonadas os limites dos terrenos ou prédios onde nasceram ou para onde foram conduzidas pelo seu dono, se no final forem lançar-se no mar ou em outras águas públicas. c. águas pluviais que caiam em terrenos públicos ou que, abandonadas, neles corram. d. águas pluviais que caiam em algum terreno particular, quando transpuserem abandonadas os limites do mesmo prédio, se no final forem lançar-se ao mar ou em outras águas públicas. e. águas das fontes públicas, e dos poços e reservatórios públicos, incluindo todos os que vêm sendo continuamente usados pelo público ou administrados por entidades públicas. Pertencem ao Estado ou Regiões Autónomas ou Municípios ou Freguesias 7 António Gonçalves Henriques 7

Lei nº 54/2005 Domínio Público Hídrico das Restantes Águas. Estado, Regiões Autónomas, Municípios ou Freguesias se os terrenos públicos pertencerem ao Estado, às Regiões Autónomas, aos Municípios ou às Freguesias ou se estas entidades tiverem construído fontes públicas nessas águas ou se os Municípios ou Freguesias tiverem custeado e administram fontes, poços ou reservatórios públicos. 8 António Gonçalves Henriques 8

Lei nº 54/2005 Águas patrimoniais e águas particulares. a. águas nascidas e águas subterrâneas existentes em terrenos ou prédios particulares até que transponham abandonadas os limites dos terrenos ou prédios onde nasceram ou para onde foram conduzidas pelo seu dono, se no final forem lançar-se no mar ou em outras águas públicas. b. águas pluviais que caiam em algum terreno particular, até transporem abandonadas os limites do mesmo prédio, se no final forem lançar-se ao mar ou em outras águas públicas. Pertencem ao Estado ou Regiões Autónomas ou Municípios ou Freguesias 9 António Gonçalves Henriques 9

Lei nº 54/2005 Águas patrimoniais e águas particulares. Todos os recursos hídricos que não pertencerem ao domínio público podem ser objecto do comércio jurídico privado e são regulados pela lei civil, designando-se como águas ou recursos hídricos patrimoniais. Os recursos hídricos patrimoniais podem pertencer, de acordo com a lei civil, a entes públicos ou privados, designando-se neste último caso como águas ou recursos hídricos particulares. Constituem designadamente recursos hídricos particulares aqueles que, nos termos da lei civil, assim sejam caracterizados, salvo se, por força dos preceitos anteriores, deverem considerar-se integrados no domínio público. 10 António Gonçalves Henriques 10

Lei nº 54/2005 Noção de Leito. 1. Leito: o terreno coberto pelas águas, quando não influenciadas por cheias extraordinárias, inundações ou tempestades. No leito compreendem-se os mouchões, lodeiros e areais nele formados por deposição aluvial. 2. O leito das águas do mar, bem como das demais águas sujeitas à influência das marés, é limitado pela linha da máxima preia-mar de águas vivas equinociais. Essa linha é definida, para cada local, em função do espraiamento das vagas em condições médias de agitação do mar, no primeiro caso, e em condições de cheias médias, no segundo. 3. O leito das restantes águas é limitado pela linha que corresponder à estrema dos terrenos que as águas cobrem em condições de cheias médias, sem transbordar para o solo natural, habitualmente enxuto. Essa linha é definida, conforme os casos, pela aresta ou crista superior do talude marginal ou pelo alinhamento da aresta ou crista do talude molhado das motas, cômoros, valados, tapadas ou muros marginais. 11 António Gonçalves Henriques 11

Lei nº 54/2005 Noção de Margem. 1. Margem: faixa de terreno contígua ou sobranceira à linha que limita o leito das águas. 2. A margem das águas do mar, bem como a das águas navegáveis ou flutuáveis que se encontram, à data da entrada em vigor deste diploma, sujeitas à jurisdição das autoridades marítimas e portuárias, tem a largura de 50 m. 3. A margem das restantes águas navegáveis ou flutuáveis tem a largura de 30 m. 4. A margem das águas não navegáveis nem flutuáveis, nomeadamente torrentes, barrancos e córregos de caudal descontínuo, tem a largura de 10 m. 5. Quando tiver natureza de praia em extensão superior à estabelecida nos números anteriores, a margem estende-se até onde o terreno apresentar tal natureza. 6. A largura da margem conta-se a partir da linha limite do leito. Se, porém, esta linha atingir arribas alcantiladas, a largura da margem é contada a partir da crista do alcantil. 7. Nas Regiões Autónomas, se a margem atingir uma estrada regional ou municipal existente, a sua largura só se estende até essa via. 12 António Gonçalves Henriques 12

Lei nº 54/2005 Leitos e margens privadas de águas públicas. 1. São particulares, sujeitos a servidões administrativas, os leitos e margens de águas do mar e de águas navegáveis e flutuáveis que forem objecto de desafectação e ulterior alienação, ou que tenham sido, ou venham a ser, reconhecidos como privados por força de direitos adquiridos anteriormente, ao abrigo de disposições expressas deste diploma, presumindo-se públicos em todos os demais casos. 2. No caso de águas públicas não navegáveis e não flutuáveis localizadas em prédios particulares, o respectivo leito e margem são particulares, nos termos do do Código Civil, sujeitos a servidões administrativas. 3. Nas Regiões Autónomas os terrenos tradicionalmente ocupados junto à crista das arribas alcantiladas das respectivas ilhas constituem propriedade privada. 13 António Gonçalves Henriques 13

Lei nº 54/2005 Recuo das águas. Os leitos dominiais que forem abandonados pelas águas, ou lhes forem conquistados, não acrescem às parcelas privadas da margem que porventura lhes sejam contíguas, continuando integrados no domínio público se não excederem as larguras fixadas na definição de margem e entrando automaticamente no domínio privado do Estado no caso contrário. Avanço das águas 1. Quando haja parcelas privadas contíguas a leitos dominiais, as porções de terreno corroídas lenta e sucessivamente pelas águas consideram-se automaticamente integradas no domínio público, sem que por isso haja lugar a qualquer indemnização. 2. Se as parcelas privadas contíguas a leitos dominiais forem invadidas pelas águas que nelas permaneçam sem que haja corrosão dos terrenos, os respectivos proprietários conservam o seu direito de propriedade, mas o Estado pode expropriar essas parcelas. 14 António Gonçalves Henriques 14

Lei nº 54/2005 Zonas adjacentes. 1. Área contígua à margem que como tal seja classificada, por se encontrar ameaçada pelo mar ou pelas cheias. 2. As zonas adjacentes estendem-se desde o limite da margem até uma linha convencional definida para cada caso no diploma de classificação, que corresponde à linha alcançada pela maior cheia, com período de retorno de cem anos ou à maior cheia conhecida, no caso de não existirem dados que permitam identificar a anterior. 3. As zonas adjacentes mantêm-se sobre propriedade privada, ainda que sujeitas a restrições de utilidade pública. 4. O ónus real resultante da classificação de uma área como zona adjacente é sujeito a registo, nos termos e para efeitos do Código de Registo Predial. 5. Nas Regiões Autónomas se a linha limite do leito atingir uma estrada regional ou municipal a zona adjacente estende-se desde o limite do leito até à linha convencional definida no decreto de classificação. 15 António Gonçalves Henriques 15

Lei nº 54/2005 Restrições de utilidade pública das Zonas Adjacentes. 1. áreas de ocupação edificada proibida, e 2. áreas de ocupação edificada condicionada 16 António Gonçalves Henriques 16

Lei nº 54/2005 Restrições de utilidade pública das Zonas Adjacentes. 1. áreas de ocupação edificada proibida é interdito: a. destruir o revestimento vegetal ou alterar o relevo natural, com excepção da prática de culturas tradicionalmente integradas em explorações agrícolas; b. instalar vazadouros, lixeiras, parques de sucata ou quaisquer outros depósitos de materiais; c. realizar construções, construir edifícios, ou executar obras susceptíveis de constituir obstrução à livre passagem das águas; d. dividir a propriedade em áreas inferiores à unidade mínima de cultura. 17 António Gonçalves Henriques 17

Lei nº 54/2005 Restrições de utilidade pública das Zonas Adjacentes. 2. áreas de ocupação edificada condicionada a construção de edifícios só é permitida mediante autorização, desde que: a. Tais edifícios constituam complemento indispensável de outros já existentes e devidamente licenciados ou que se encontrem inseridos em planos já aprovados; e além disso, b. Os efeitos das cheias sejam minimizados através de normas específicas, sistemas de protecção e drenagem e medidas para a manutenção e recuperação de condições de permeabilidade dos solos. c. As cotas dos pisos inferiores dos edifícios construídos nas áreas referidas devem ser sempre superiores às cotas previstas para a cheia com período de retorno de 100 anos, devendo este requisito ser expressamente referido no respectivo processo de licenciamento. 18 António Gonçalves Henriques 18

Estrutura da Lei da Água Finalidades Artigo 1º Enquadramento Artigos 2º a 4º Análises de Regiões Hidrográficas Artigo 28º Monitorização Artigo 52º Objectivos Ambientais Artigos 43º a 50º Registo de Áreas Protegidas Artigo 36º a 38º Programas de Medidas Artigos 29º e 31º a 42º e 53º a 72º Águas para Captação de Água Potável Artigo 36º Abordagem Combinada Artigo 51º Enquadramento Institucional Artigos 5º a 13º Fiscalização e Sanções Artigos 85º a 93º Ordenamento e Planeamento Artigos 14º a 28º e 30º Informação e Participação do Público Artigo 80 a 84º Regime Económico e Financeiro Artigos 73º a 78º 19 António Gonçalves Henriques 19

Enquadramento Institucional Nacional Autoridade Nacional da Água Regionais Administrações de Região Hidrográfica Locais Autarquias Locais 20 António Gonçalves Henriques 20

Enquadramento Institucional Nacional Regionais GOVERNO Autoridade Nacional da Água Administrações de Região Hidrográfica Conselho Nacional da Água Conselhos de Região Hidrográfica Locais Autarquias Locais 21 António Gonçalves Henriques 21

Enquadramento Institucional 1 2 4 5 6 8 3 7 REGIÕES HIDROGRÁFICAS 1. Minho e Lima 2. Cávado, Ave e Leça 3. Douro 4. Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste 5. Tejo 6. Sado e Mira 7. Guadiana 8. Ribeiras do Algarve 9. Açores 10.Madeira 22 António Gonçalves Henriques 22

23 António Gonçalves Henriques 23

Enquadramento Institucional 1 2 NORTE 3 CENTRO 4 5 TEJO 7 ALENTEJO 6 ALGARVE 8 ADMINISTRAÇÕES DE REGIÃO HIDROGRÁFICA NORTE: RH1 Minho e Lima RH2 Cávado, Ave e Leça RH3 Douro CENTRO: RH4 Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste TEJO: RH5 Tejo ALENTEJO: RH6 Sado e Mira RH7 Guadiana ALGARVE RH8 Ribeiras do Algarve AÇORES MADEIRA 24 António Gonçalves Henriques 24

Ordenamento e Planeamento Nacional Plano Nacional da Água Região Hidrográfica Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica Sub-bacia Hidrográfica Sector Problema Tipo de Água Plano Específico de Gestão das Águas 25 António Gonçalves Henriques 25

Ordenamento e Planeamento Revisão em 2006 Nacional Plano Nacional da Água Adopção em 2009 Região Hidrográfica Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica Sub-bacia Hidrográfica Sector Problema Tipo de Água Plano Específico de Gestão das Águas 26 António Gonçalves Henriques 26

Ordenamento e Planeamento Nacional Plano Nacional da Água Região Hidrográfica Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica Sub-bacia Albufeiras de Hidrográfica Águas Públicas Orla Sector Costeira Problema Estuários Tipo de Água Planos Específico Especiais de de Ordenamento Gestão do das Território Águas 27 António Gonçalves Henriques 27

Legislação sobre Qualidade da Água 91/676/CEE 96/61/CE 98/83/CE 2000/60/CE TRANSPOSIÇÃO 75/440/CEE 76/464/CEE ( 1 ) 78/659/CEE 79/869/CEE Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto 79/923/CEE 80/68/CEE 76/160/CEE ( 2 ) 91/271/CEE Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de Junho, alterado pelo alterado 98/15/CE Decreto-Lei nº 348/98 de 9 de Novembro e pelo Decreto-Lei nº 149/2004 de 26 de Maio Decreto-Lei nº 235/97 de 3 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 68/99 de 11 de Março. Portaria nº 1100/2004 de 3 de Setembro (zonas vulneráveis) Decreto-Lei nº194/2000, de 21 de Agosto Decreto-Lei nº 243/2001 de 5 de Setembro Lei nº 58/2005 de 29 de Dezembro e Decreto-Lei nº 77/2006 de 30 de Março (1) alterada pela Directiva 2006/11/CE de 15 de Fevereiro (2) alterada pela Directiva 2006/7/CE de 15 de Fevereiro 28 António Gonçalves Henriques 28

Regime de utilização dos recursos hídricos Decreto-Lei nº 236A/2007 Estabelece o regime jurídico da utilização dos recursos hídricos, abrangendo as águas, respectivos leitos e margens, zonas adjacentes, zonas de infiltração máxima, zonas protegidas, em conformidade com a Lei da Água. 29 António Gonçalves Henriques 29

Regime de utilização dos recursos hídricos Estabelece o regime jurídico da utilização dos recursos hídricos, abrangendo as águas, respectivos leitos e margens, zonas adjacentes, zonas de infiltração máxima, zonas protegidas, em conformidade com a Lei da Água. São tituladas por autorização, licença ou concessão as utilizações das águas susceptíveis de causarem impactes significativos no estado das águas, qualquer que seja a natureza e a forma jurídica do utilizador. 30 António Gonçalves Henriques 30

Regime de utilização dos recursos hídricos Estão sujeitas a autorização as seguintes utilizações particulares, desde que incidam sobre leitos, margens e águas particulares: a)a realização de construções; b)a implantação, alteração, reparação ou demolição de infra-estruturas hidráulicas; c) A captação de águas, excepto quando se trate de águas destinadas ao consumo humano que ficam sujeitas ao regime de licença; d)outras actividades que alterem o estado das massas de águas ou coloquem esse estado em perigo. 31 António Gonçalves Henriques 31

Regime de utilização dos recursos hídricos Estão sujeitas a licença as seguintes utilizações de recursos hídricos, quando incidam sobre o domínio público: a) A captação de águas; b) A descarga de águas residuais; c) A imersão de resíduos; d) A ocupação temporária para a construção ou alteração de instalações, fixas ou desmontáveis, apoios de praia ou equipamentos e infra-estruturas e equipamentos de apoio à circulação rodoviária, incluindo estacionamentos e acessos ao domínio público hídrico; e) A implantação, alteração, reparação ou demolição de instalações e equipamentos referidos na alínea anterior; f) A ocupação temporária para a construção, alteração, reparação ou demolição de infra-estruturas hidráulicas; g) A implantação, alteração, reparação ou demolição de infra-estruturas hidráulicas; 32 António Gonçalves Henriques 32

Regime de utilização dos recursos hídricos Estão sujeitas a licença as seguintes utilizações de recursos hídricos, quando incidam sobre o domínio público: h) A recarga de praias e assoreamentos artificiais e a recarga e injecção artificial em águas subterrâneas; i) As competições desportivas e a navegação marítimo-turística, bem como as respectivas infra-estruturas e equipamentos de apoio à navegação; j) A instalação de infra-estruturas e equipamentos flutuantes, culturas biogenéticas e marinhas; k) A sementeira, plantação e corte de árvores ou arbustos; l) A realização de aterros ou de escavações; m) Outras actividades que envolvam a reserva de um maior aproveitamento desses recursos por um particular e que não estejam sujeitas a concessão; n) A extracção de inertes; o) Outras actividades que possam pôr em causa o estado dos recursos hídricos do domínio público e que venham a ser condicionadas por regulamentos anexos aos instrumentos de gestão territorial ou por regulamentos anexos aos planos de gestão de bacia hidrográfica. 33 António Gonçalves Henriques 33

Regime de utilização dos recursos hídricos Estão ainda sujeitas a licença de utilização as seguintes actividades quando incidam sobre leitos, margens e águas particulares: a)a descarga de águas residuais; b)a recarga e injecção artificial em águas subterrâneas; c) A extracção de inertes; d)os aterros ou escavações. A licença de utilização dos recursos hídricos é atribuída pelo prazo máximo de dez anos, consoante o tipo de utilização e o período necessário para a amortização dos investimentos associados. 34 António Gonçalves Henriques 34

Regime de utilização dos recursos hídricos Estão sujeitas a concessão as seguintes utilizações de recursos hídricos, quando incidam sobre o domínio público: a) A captação de água para abastecimento público; b) A captação de água para rega de área superior a 50 ha; c) A utilização de terrenos do domínio público hídrico que se destinem à edificação de empreendimentos turísticos e similares; d) A captação de água para produção de energia; e) A implantação de infra-estruturas hidráulicas que se destinem aos fins referidos nas alíneas a), b) e d); f) Implantação de serviços de apoio à navegação marítimo ou fluvial, desde que impliquem investimentos avultados e integrem a prestação de serviços tais como, postos de venda para combustíveis, zona destinada à manutenção de embarcações, postos de socorros e vigilância/ comunicações; g) Implantação de equipamentos industriais ou outras infra-estruturas que impliquem investimentos avultados, cujo prazo de amortização seja superior a 10 anos. Estão igualmente sujeitas a concessão as infra-estruturas e equipamentos de apoio à navegação de uso público, ainda que localizadas em margens e leitos privados conexos com águas públicas, desde que revistam as características da alínea f). O prazo da concessão não pode exceder 75 anos. 35 António Gonçalves Henriques 35

Regime de utilização dos recursos hídricos Introduz-se o princípio do reconhecimento dos direitos dos utilizadores, eliminando o princípio da precariedade das licenças de utilização do domínio público hídrico, bem como a possibilidade de transaccionar, independentemente de autorização administrativa, de licenças ou concessões entre utilizadores de uma mesma bacia hidrográfica, desde que o plano de bacia preveja essa possibilidade e não envolva o abastecimento público. Para além das utilizações sujeitas ao regime geral, existem outras subordinadas a regimes especiais, tais como as que se enquadram na Convenção sobre Cooperação para a Protecção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-espanholas, as sujeitas a licença ambiental e a avaliação de impacte ambiental, bem como a previsão de regime especial para as situações de declaração de estado de emergência ambiental. 36 António Gonçalves Henriques 36

Regime Económico-Financeiro Estabelece o regime económico e financeiro dos recursos hídricos previsto pela Lei da Água, disciplinando a taxa de recursos hídricos, as tarifas dos serviços públicos de águas e os contratosprograma em matéria de gestão dos recursos hídricos. 37 António Gonçalves Henriques 37

Regime económico e financeiro Tarifa de serviços da água Taxa de recursos hídricos Serviços hídricos captação, tratamento, distribuição de água, e colecta, tratamento e rejeição de águas residuais Usos da água actividades com impacte significativo no estado das águas UNIVERSO DOS USOS DA ÁGUA Actividades sem impacte significativo no estado das águas 38 António Gonçalves Henriques 38

Regime Económico-Financeiro O regime económico e financeiro dos recursos hídricos obedece aos seguintes princípios: princípio da utilização sustentável dos recursos hídricos: garantir a gestão sustentável dos recursos hídricos através da internalização tendencial dos custos e benefícios associados à utilização da água. princípio da equivalência: as taxas e tarifas devem reflectir os custos que os utilizadores dos recursos hídricos provocam à comunidade e os benefícios que a comunidade lhes proporciona. 39 António Gonçalves Henriques 39

Regime Económico-Financeiro As taxas de recursos hídricos visam: compensar o benefício que resulta da utilização privativa do domínio público hídrico, o custo ambiental inerente às actividades susceptíveis de causar um impacte adverso significativo nos recursos hídricos, bem como os custos administrativos inerentes à fiscalização, planeamento, garantia da quantidade e qualidade das águas. 40 António Gonçalves Henriques 40

Regime Económico-Financeiro As taxas de recursos hídricos aplicam-se aos utilizadores das águas e incide sobre: a) O aproveitamento de águas do domínio público hídrico; b) A descarga, directa ou indirecta, de efluentes nas águas, susceptível de causar impacte adverso significativo; c) A extracção de materiais inertes do domínio público hídrico; d) A ocupação de terrenos ou planos de água do domínio público hídrico; e) O aproveitamento de águas sujeitas a planeamento público, susceptível de causar impacte adverso significativo. 41 António Gonçalves Henriques 41

Regime Económico-Financeiro As tarifas dos serviços públicos de águas visam: garantir a recuperação, em prazo razoável, dos investimentos feitos na instalação, expansão, modernização e substituição das infra-estruturas e equipamentos necessários à prestação dos serviços de águas, promover a eficiência dos mesmos na gestão dos recursos hídricos, e assegurar o equilíbrio económico e financeiro das entidades que os levam a cabo em proveito da comunidade. 42 António Gonçalves Henriques 42

Regime Económico-Financeiro As tarifas dos serviços públicos das águas aplicam-se a todos os utilizadores destes serviços, independentemente da forma de gestão que neles seja adoptada, e visam: a) Assegurar a recuperação tendencial e em prazo razoável do investimento inicial e dos investimentos de substituição e de expansão, modernização e substituição, deduzidos de comparticipações e subsídios a fundo perdido; b) Assegurar a manutenção, reparação e renovação de todos os bens e equipamentos afectos ao serviço; c) Assegurar o pagamento dos encargos obrigatórios por lei, nomeadamente da taxa de recursos hídricos e das taxas devidas a entidades reguladoras; 43 António Gonçalves Henriques 43

Regime Económico-Financeiro d) Assegurar a recuperação do nível de custos necessários para a operação e a gestão eficiente dos recursos utilizados na prossecução do serviço, deduzidos de outros proveitos não provenientes de tarifas e que se correlacionem com a prestação daquele serviço; e) Assegurar, quando aplicável, a remuneração adequada do capital investido; f) Garantir a aplicação de uma tarifa a pagar pelo utilizador final que progrida em função da intensidade da utilização dos recursos hídricos, preservando ao mesmo tempo o acesso ao serviço dos utilizadores domésticos, considerando a sua condição socio-económica, no que respeita a determinados consumos; g) Incentivar uma utilização eficiente dos recursos hídricos; h) Clarificar, quando necessário, as situações abrangidas por diferenciação tarifária. 44 António Gonçalves Henriques 44

Regime Económico-Financeiro Os contratos-programa relativos a actividades de gestão dos recursos hídricos visam fomentar a cooperação de entidades públicas de diferentes níveis territoriais da administração, bem como de entidades privadas, na gestão sustentável dos recursos hídricos, estimulando os investimentos que para ela concorram e contribuindo para a internalização dos benefícios ambientais que resultem para a comunidade de projectos e acções a levar a cabo neste domínio. 45 António Gonçalves Henriques 45

Regime Económico-Financeiro Os contratos-programa são celebrados entre a administração central e as autarquias locais, respectivas associações, empresas concessionárias, entidades privadas ou associações de utilizadores e visam promover a utilização sustentável dos recursos hídricos, contribuindo para a internalização dos custos e benefícios associados à utilização da água e privilegiando os usos que assegurem a utilização economicamente mais equilibrada e racional dos recursos hídricos. 46 António Gonçalves Henriques 46

Regime Económico-Financeiro Têm por objecto o apoio técnico ou financeiro à realização de investimentos nas seguintes áreas: a) Introdução de novas tecnologias visando a maximização da eficiência na utilização da água e a diminuição do potencial contaminante de emissões poluentes; b) Instalação de tecnologias de informação, de comunicação e de gestão automática de sistemas de gestão de recursos hídricos; c) Introdução de técnicas de auto-controlo e monitorização na utilização de água e na emissão de poluição sobre os recursos hídricos; d) Construção de infra-estruturas hidráulicas; e) Construção de sistemas de abastecimento de água, de drenagem e tratamento de águas residuais e suas componentes; f) Manutenção e recuperação das margens dos cursos de água e das galerias ripícolas. 47 António Gonçalves Henriques 47