CONSIDERAÇÕES ACERCA DA SITUAÇAO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM MACEIÓ



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C a m p u s d e Ilh a S o lt e ir a ANEXO I

Transcrição:

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA SITUAÇAO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM MACEIÓ Fernando Silva de Carvalho 1 ; Guilherme Rocha Peplau 2 ; Gustavo Silva de Carvalho 3 & Valmir de Albuquerque Pedrosa 4 Resumo - A cidade escolhida para estudo de caso foi à cidade de Maceió cuja concessionária é a CASAL. Atualmente a situação da empresa apresenta-se com altos índices de perdas, o que pode explicar em parte o déficit financeiro da empresa. Discute-se também neste trabalho o baixo faturamento da empresa, considerando-se o volume de água disponibilizado para população maceioense e apresentadas recomendações para a melhora dos índices de perdas na distribuição da água em Maceió com base nas experiências nacionais e internacionais. Abstract - Maceió was chosen for case study whose concessionary it is CASAL. Now the situation of the company comes with high indexes of losses, what can explain the financial deficit of the company partly.. Also discusses in this study the low revenue of the company, being considered the volume of water for population and presented recommendations for the improvement of the indexes of losses in the distribution in Maceió with base in the national and international experiences. Palavras-chave - Perdas, Eficiência, Tarifas. 1 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul IPH/UFRGS; Avenida Cauduro, nº 166, aptº 202, Bom Fim, 90035-110, Porto Alegre/RS; (51)3268-8644;(51)9673-4696; fernandoscarvalho@hotmail.com 2 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Pernambuco; Conj. Climério Sarmento, Bl. 03, 404, Jatiúca, 57036-310; gpeplau@hotmail.com 3 DOMUS Engenharia e Arquitetura, Consultoria em Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos, R. Teonilo Gama, 103. Sala 01, Trapiche, 57010-320, Maceió/AL; (082) 241-4835, gsc@fapeal.br 4 Professor do Departamento de Águas e Energia da Universidade Federal de Alagoas DAE/ CTEC / UFAL, Campus A. C. Simões, Tabuleiro dos Martins, 57072-970, Maceió/AL; (082) 214-1291, valmirpedrosa@aol.com.br XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1

APRESENTAÇÃO A água potável é essencial à vida humana e um bem cada vez mais escasso. Diante desse quadro, deve-se zelar pela qualidade e pelo combate ao desperdício desse bem. Nesta linha de pensamento, sendo o abastecimento humano prioritário, as empresas de saneamento, sejam elas regionais ou municipais, têm por obrigação uma boa administração de perdas e um conseqüente melhor aproveitamento dos recursos hídricos. Para tanto, efetuando uma revisão histórica sobre a importância do abastecimento de água e sua ligação com a evolução da cidade de Maceió, percebe-se a importância em caracterizar a população maceioense e o seu poder de pagamento pelo serviço de abastecimento público de água. Assim como, a caracterização do serviço de abastecimento, levando em consideração os mananciais de captação, as estações de tratamento e sua distribuição. O presente trabalho leva também em consideração a demanda pelo serviço e faz uma breve análise da sua estrutura tarifária. O trabalho promove discussões sobre as condições atuais da CASAL (Companhia de Abastecimento d água e Saneamento de Alagoas) com relação a sua eficiência no abastecimento e suas implicações sociais e econômicas à população de Maceió. METODOLOGIA Histórico em Maceió Segundo Leite Jr.(2000), desde o início de sua ocupação, a água que se bebia na cidade de Maceió era de poços, barreiros e riachos, sem qualquer tratamento específico. Já no século XVII, quando a cidade de Maceió começava a se desenvolver, o abastecimento ainda era o mesmo, ou seja, através de cacimbas e poços, ou trazidos em ancoretas dos arredores do canal da Ponta Grossa, dos rios de Bebedouro e Fernão Velho. Em 20 de outubro de 1826, em sessão do Governo e com a iniciativa do Conselheiro Lisboa, foi proposta a construção do primeiro sistema de encanamento, que a partir da captação das águas do riacho Bebedouro, poderia abastecer na época toda a cidade que estava num desenvolvimento contínuo. No entanto, anos se passaram e nenhuma mudança ocorreu. Somente em 1845 a Assembléia Legislativa Provincial, a partir da Lei nº 34 de 12 de dezembro, autorizou a construção da obra. Por falta de recursos o assunto voltou a ser discutido em assembléia por duas vezes, em 1849 com a Lei nº 125 e, em 1958 com a Lei nº 335, porém nada foi efetivado. Em 1869 o presidente da província, José Bento Figueiredo Júnior deixou o governo com boa parte da cidade com água encanada, porém uma dívida decorrente de 27:000$000rs. XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2

O abastecimento do centro da cidade só foi iniciado entre 1949 e 1950. Os registros da construção da rede de abastecimento da rua do Sol e do Beco da Moeda, importantes ruas do centro comercial, são mostradas na foto 1, Pode-se ver também a construção da rede da Ladeira do Brito na foto 2. FOTO 2 - Ladeira do Brito, construção da linha de distribuição; Fonte: CASAL FOTO 1- Esquina da Rua do Sol e Beco da moeda, construção da linha de distribuição; Fonte: CASAL Quanto à estação de tratamento, têm-se registros datados de 1949 da construção da primeira Estação de Tratamento de Água no Bairro de Bebedouro, que faz parte do sistema Catolé, construído ente 1950 e 1952, a construção da ETA do Cardoso esta registrada na foto 3 abaixo. FOTO 3 - Construção da ETA do Cardoso; Fonte: CASAL XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 3

Caracterização da população maceioense Crescimento populacional A Cidade de Maceió vem tendo ao longo do tempo, um crescimento populacional muito alto, isto é evidenciado nos registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, que mostra essa evolução nos Censos realizados em 1970, 1980, 1991 e 1996 (tabelas 1 e 2). No último censo realizado tem-se dados de uma população de aproximadamente 800 mil habitantes. Tabela 1 Taxa de Crescimento anual de Maceió TAXA CRESCIMENTO ANUAL (h/dom) Fonte: PMSS (1998) POPULAÇÃO URBANA (%) 70-80 4,9 80-91 3,67 91-96 2,74 Tabela 2 Crescimento Populacional de Maceió SISTEMA/LOCALIDADE MACEIÓ TOTAL 263.670 1970 URBANA 243.009 TOTAL 399.298 1980 POPULAÇÃO URBANA 392.254 CENSOS TOTAL 629.041 1991 URBANA 583.343 TOTAL 723.230 1996 URBANA 667.915 Fonte: PMSS (1998) (VBA Consultoria, Diagnóstico-Técnico Operacional para PMSS 1998, Produto III, s/ pg) Pode-se através de instrumentos estatísticos, fazer previsões de população. A tabela abaixo, elaborada pelo PMSS, faz uma previsão do crescimento populacional e calcula a possível demanda hídrica para a cidade de Maceió. Tabela 3 Prognóstico de demanda hídrica e população para Maceió Ano Demandas(m 3 /s) População 2000 2,16 730.619 2005 2,28 812.838 2010 2,51 895.057 2015 2,74 977.276 2020 2,97 1.059.494 2025 3,20 1.141.713 2030 3,43 1.223.932 Fonte : PMSS (1998) XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 4

Nível de renda dos maceioenses Segundo o relatório de indicadores econômicos do PMSS(1998), a população ativa maceioense possuía percentualmente 77% classificadas como de baixa renda, sendo os 18% seguintes classificados como de população de renda média e os 5% restantes pertencem a população de renda alta. Essa classificação foi feita da seguinte forma: - População de baixa renda : de 1 Salário Mínimo até 3SM - População de renda média : de 3 SM até 10SM - População de renda alta : acima de 10SM. A tabela a seguir mostra os dados segundo o Censo de 1991 e relatado pelo PMSS (1998). Tabela 4 Indicadores Econômicos Pop. %Pop. Pop. %Pop. Pop. %Pop. População Local Renda Renda Renda Renda Renda Renda % Total Ativa Baixa Baixa Média Média Alta Alta Maceió 282670 208701 77% 48347 18% 15622 6% 100% Fonte:PMSS(1998) Pode-se ter uma melhor caracterização da renda da população maceioense, mesmo sendo a fonte o Censo de 1991, sabendo-se que ainda existe a má distribuição da renda e, que qualquer mudança existente nestes 12 anos não foi de tamanha significação. O gráfico seguir mostra que 75% dos chefes de família entrevistados recebem menos de 5 salários mínimos(sm). Tabela 5 : Histograma dos chefes de família em Maceió Chefes de família por faixa de rendimentos Freqüência absoluta por faixa de renda (%) Freqüência acumulada por faixa de renda (%) Até ½ SM 12.982 9.29 9.29 ½ a 1 SM 26.453 18.94 28.23 1 a 2 SM 34.043 24.37 52.61 2 a 3 SM 16.936 12.13 64.73 3 a 5 SM 14.818 10.61 75.34 5 a 10 SM 14.090 10.09 85.43 10 a 15 SM 5.205 3.73 89.16 15 a 20 SM 2.349 1.68 90.84 + de 20 SM 3.765 2.70 93.54 Sem-Rendimento 8.542 6.12 99.65 Não declarado 485 0.35 100.00 Fonte: Censo (1991) apud Pedrosa (2001) XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5

0,25 0,225 0,2 Porcentagem por faixa de renda 0,175 0,15 0,125 0,1 0,075 0,05 Até ½ SM ½ a 1 SM 1 a 2 SM 2 a 3 SM 3 a 5 SM 5 a 10 SM 10 a 15 SM 15 a 20 SM + de 20 SM Sem-Rendimento Não declarado 0,025 0 1 Faixa Salarial FIGURA 1 Porcentagem por faixa salarial Fonte: Censo (1991) Caracterização do serviço de abastecimento de água e dos usuários da CASAL Mananciais Segundo dados fornecidos pela CASAL, na cidade de Maceió o abastecimento d água é feito usando os seguintes mananciais: Manancial do Riacho Catolé Esse manancial começou a ser utilizado entre 1950 e 1952, com a construção da estação de tratamento do Cardoso, em Bebedouro. O sistema possui uma represa que regulariza uma vazão de cerca de 320 L/s. Essa quantidade de água é conduzida por um aqueduto por gravidade, possuindo cerca de 13 Km de extensão, ligando a ETA do Cardoso ao Riacho Catolé. FOTOS 4 e 5 Barragem Catolé Fonte:PMSS (1998) XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 6

Ainda segundo a CASAL o sistema está exaurido respondendo juntamente com o Aviação por menos de 20% de todo abastecimento da cidade. Manancial do Riacho Aviação Esse sistema esta situado junto ao Catolé e utiliza as sobras do sistema Catolé juntamente com as do riacho Aviação, totalizando uma produção de 180 l/s. Como citado anteriormente a água é tratada na ETA do Cardoso por um sistema de filtros ascendentes e bombeada para o reservatório da Cidade Universitária, de onde é distribuída para a chamada Zona alta da cidade, mais precisamente os bairros do Tabuleiro, Clima Bom, Colina dos Eucaliptos e adjacências. Poços profundos: Os demais 80% do abastecimento d água na cidade de Maceió é realizado através de 180 unidades de poços espalhadas por toda a cidade, totalizando uma vazão de, aproximadamente, 2.000 l/s. As águas chegam ao destino por meio de bombas submersas que elevam a água captada aos reservatórios da cidade. Todavia, grande parte da água captada nos poços é injetada diretamente na própria rede de distribuição. Este sistema produtor na verdade é um conjunto de fontes dispersas, que podem ser divididas em cinco segmentos distintos: Tabela 6 Caracterização dos poços profundos SEGMENTO LOCAL Nº DE POÇOS VAZÃO (l/s) Nível Estático do Poço(m) Nível Dinâmico do Poço Profundidade de Perfuração 01 Parte Baixa(norte) Reginaldo 40 589,09 7,80 a 68,80 8 a 199 33 a 450 02 Bacia do Cardoso- Lagoa Mundaú 34 567,98 6 a 99 15 a 80 70 a 242 03 Parte Alta-Tabuleiro 11 133,56 35 a 50 40 a 71 75 a 176 04 Sistema Aviação 08 41,90 36 a 51 10 a 61 70 150 Parte nas áreas 05 baixas, parte do Diferentes Diferentes 77 418,44 Tabuleiro e cj Valores Valores Diferentes Valores Benedito Bentes Fonte: PMSS(1998) Nestes valores estão englobados tanto os poços pertencentes a sistemas isolados, ou seja, aqueles que abastecem apenas conjuntos habitacionais; como os que estão interligados nos sistema macro do abastecimento de Maceió. XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 7

Sistema Prataji: Atualmente não existe ainda captação de água efetuada no rio Prataji entretanto, por conta de sua importância no abastecimento da cidade, iremos tratá-lo de maneira específica. Na década de 70, foram iniciados os primeiros estudos visando abastecer a capital através do Rio Prataji. Em 1984 as obras foram contratadas pela CASAL - Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento do Estado de Alagoas. O Sistema foi projetado visando sua ampliação em 4 etapas, sendo de 1,08 m 3 /s a vazão da 1ª etapa. As obras da ETA foram iniciadas em 1984, continuando os serviços até 1987, quando na falta de recursos a obra foi paralisada. As obras civis estão em um estágio bastante avançado, bastando apenas a complementação de um pequeno trecho da distribuição do sistema. Com uma extensão de aproximadamente 3 km e com um diâmetro de 800 mm a adutora de água bruta já está construída a partir da captação no rio Prataji. O Governo do Estado, através da CASAL, pretende iniciar a operação do sistema durante o mês de outubro de 2003, com uma vazão aproximada de 0,6 m³/s. Estações de tratamento Em funcionamento pode-se considerar duas Estações de Tratamento em operação pela CASAL. A Estação do Cardoso destina-se ao tratamento do volume produzido pelo sistema Catolé e no momento precisa de pequenas melhorias e conservação. A Estação de Tratamento do Aviação está situada na barragem do Catolé e destina-se ao tratamento do volume produzido pelo sistema Aviação. Distribuição De acordo com o relatório realizado pela empresa VBA Consultoria, em seu Capítulo sobre o diagnóstico do Serviço de Água em Alagoas, Maceió contava com cerca de 1.235 km de tubulação com diâmetros de 20 a 600 mm, possuindo cerca de 125.000 residências, pontos comerciais, industrias ou prédios públicos. Na época eram atendidas 595.235 da sua população total, isso significa 72,8% da população. Segundo a CASAL os sistemas estão divididos em três macro-zonas de abastecimento, são elas: - Zona alta Abrange desde a Cidade Universitária, ao norte, até Uma linha imaginária transversal entre o Cemitério Parque das Flores e o bairro de Chã de Bebedouro. XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 8

- Zona média Atende desde a linha citada anteriormente até as Avenidas Comendador Gustavo Paiva, Comendador Calaça e Rua Barão de Atalaia; - Zona Baixa Abrange toda a área baixa. A Figura 2 representa a situação da distribuição de água na cidade de Maceió, desde a sua captação, reservação, tratamento e sua distribuição. Abastecimento de água e demanda pelo serviço Primeiramente é preciso que se defina o que vem a ser o número de ligações de água e o de economias de água. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, número de economias de água é o número médio anual de todas as unidades cadastradas para fins de pagamento pelo serviço de abastecimento dágua ; e para o número de ligações de água a definição é a seguinte: número de ligações ativas de água na rede pública, providas ou não de hidrômetros. Torna-se fácil de compreender da seguinte maneira: se um edifício tem 16 apartamentos, então se tem 16 economias e apenas uma ligação. Isso não se aplica aos edifícios com medição individualizada, uma nova idéia que está sendo implementada com mais ênfase em várias cidades. Na cidade de Maceió por ser a capital do Estado e ser uma metrópole estadual, tem como principal classe consumidora os consumidores residenciais, totalizando mais de 90 %, ficando o restante entre os consumidores comerciais, industriais e a administração pública. Tabela 8 Número de ligações de água em Maceió Ano Ligações Residencial Comercial Industrial Pública Total 1996 122.417 7.852 1.223 695 132.264 1997 124.823 8.129 1.307 688 135.028 1998 127.104 8.304 1.357 707 137.531 Fonte: PMSS(1998) XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 9

Fonte CASAL FIGURA 2 Situação do abastecimento de água de Maceió XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 10

Tabela 9 Número de economias de água em Maceió Ano Economias Residencial Comercial Industrial Pública Total 1996 150.177 15.293 1.294 2.729 169.596 1997 153.291 16.046 1.375 2.847 173.679 1998 156.052 15.805 1.43 3.101 176.571 Fonte: PMSS(1998) Dados mais atualizados, expostos na tabela a seguir, sobre a situação da relação entre ligações e economias, mostra o aumento dos números de ligação e de economias e a alta perda na medição e, proporcionalmente, a uma perda de faturamento. Tabela 10 Número de Ligações em 2000 LIGAÇÕES ATIVAS INATIVAS Total de Com Sem Com Sem Total Total Ligações Hidrômetros Hidrômetros Hidrômetros Hidrômetros 83,161 19,159 102,32 24,404 15,279 39,683 142,003 Fonte: Anuário Estatístico (2000) A tabela acima mostra que aproximadamente 40.000 ligações apresentavam em situação inativa, que de certa forma significa uma perda de faturamento mensal, que ajuda ao desequilíbrio financeiro da CASAL. E em relação ao número de economias, como já era previsto, um valor total maior que o das ligações. Tabela 11 Número de Economias em 2000 ECONOMIAS ATIVAS INATIVAS Total de Com Sem Com Sem Total Total Ligações Hidrômetros Hidrômetros Hidrômetros Hidrômetros 111,823 19,646 131,469 32,508 17,178 49,686 181,155 Fonte: Anuário Estatístico (2000) XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 11

Nesta situação pode-se notar que cerca de 15% das economias ativas não possuem hidrômetros, ou seja, a fatura por estes 15% é feito por estimativa, por uma média mensal e em muitas vezes apenas é cobrada apenas a taxa mínima. Um outro fato a ser observado é que 27,5% das economias estão inativas, ou seja, que a CASAL deixa de faturar por 27,5% potenciais faturas mensais, mesmo quando os mesmos 27,5% destas economias poderiam ser cobradas por uma estimativa mensal. Um outro fator muito importante e discutido para a busca da eficiência do sistema é a diferença entre o volume produzido e o volume faturado. O SNIS define volume de água produzido como volume médio de água disponível para consumo, produzido exclusivamente pelo operador, medido diretamente na saída da ETA, estimada mediante pitometria ou registradores temporários de vazão e o volume faturado volume médio de água, debitado ao total das economias medidas e não medidas, para fins de faturamento. Alguns índices que representam uma boa medida para a eficiência são os Índices de Perdas de faturamento o IPF e o índice de evasão de receitas IER(Indica as perdas não-físicas). Na cidade de Maceió segundo dados do SNIS(2000) o IPF chega a 57,8 % o que vem a ser um índice muito alto e que deixa Maceió como a segunda em perdas a nível estadual, ficando atrás apenas da cidade de Delmiro Gouveia que chega a 67,7%. Para os valores do IER tem-se registrados valores de até 68,39% no mês de maio de 1998 (Pedrosa, 2001). Os valores de IER são fundamentais para o controle de perdas já que é através destes índices que se conhece valores de perdas no faturamento, por inadimplência, desvios legais, hidrômetros adulterados entre outros. A Tabela 12 apresenta os valores para os volumes de água produzidos, Tratado, Micro e Macromedidos, consumidos e faturados. Nota-se a ineficiência do sistema quando na comparação entre os volumes produzidos, consumidos e faturados. Em média o volume faturado é muito menor que os valores dos volumes produzidos, porém, é preciso notificar uma queda na arrecadação do serviço pois, em 1995 perdiam-se 40% dos volumes produzidos e no ano de 1998 as perdas chegaram a 60%. ANO PRODUZIDO TRATADO EM ETA's TRATADO DESINF. Tabela 12 Volumes de Água VOLUMES DE ÁGUA MACROMEDIDO CONSUMIDO MICROMEDIDO FATURADO 1000m³/dia 1000m³/dia 1000m³/dia 1000m³/dia 1000m³/dia 1000m³/dia 1000m³/dia 1995 198,00 198,00 16,00-72,00 50,00 118,00 1996 246,20 221,80 23,30-124,00 59,00 132,00 1997 286,40 145,10 141,30-124,00 71,20 132,10 1998 339,61 125,00 24,00-187,74 75,74 138,25 Fonte: dados de 1995 a 1997 - SNIS; dados de 1998 fornecidos pelo setor comercial da CASAL XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 12

Segundo dados recentes do SNIS 2001,do volume de 55.268 mil metros cúbicos produzidos anualmente, sendo 27.523 tratado na ETA e o restante tratado apenas com desinfecção, apenas 24.154 (1.000 m 3 /ano) são faturados, ou seja, 56.2% do volume produzido pela concessionária é perdido entre as perdas físicas e não físicas. Estrutura tarifária da CASAL A CASAL possui uma estrutura tarifária, em vigor desde janeiro de 2002, numa base de cálculo onde se dividem as tarifas por categorias de consumo. Os valores das contas mensais dos serviços de água e/ou esgoto, são calculados através das seguintes expressões: a) Para a categoria residencial : Cm = [C x K1 x Pl + ( C nf ) x K2 x P2]x K b) Para a categoria comercial : Cm = [ nf x TMC + ( C nf ) x TEC] x K c) Para a categoria industrial : Cm = [nf x TMI + ( C nf ) x TEI] x K d) Para a categoria pública : Cm = [nf x TMP + (C - nf) x TEP ] x K Onde: Cm = Conta mensal n = Número de economias f = Consumo mínimo ( 10m3 / economia x mês ) C = Consumo Kl = 0,9 + (nf / ( 10 x C ) K2 = 1, 8 ( nf / C ) P1 = 0,98 P2 = 1,00 TMC = Tarifa mínima comercial = 2,26 TEC = Tarifa de excesso comercial = 3,90 ( excedente ) TMI = Tarifa mínima i industrial = 2,54 TEI = Tarifa de excesso industrial = 5,05 ( excedente ) TMP = Tarifa mínima pública = 2,37 TEP - Tarifa de excesso pública = 6,61 ( excedente ) O coeficiente K assume três valores: K = 1,8 para os saneados K = 1,3 para os saneados (sistema singelo de esgoto) K = 1,0 para os não saneados XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 13

A tarifa da categoria residencial para cada faixa é portanto definida como : TF = Cm / cf Onde: TF = Tarifa por faixa Cm = Conta mensal para faixa cf = Consumo na faixa Tabela 13 Tarifa por faixa CATEGORIA FAIXAS TARIFA (R$/m3) AGUA ESGOTO RESIDENCIAL COMERCIAL INDUSTRIAL PUBLICA RESIDENCIAL/COMERCIAL INDUSTRIAL/PUBLICA Até lom3 0,98 Excedente (*) Até lom3 2,26 Excedente 3,90 Até lom3 2,54 Excedente 5,05 Até lom3 2,37 Excedente 6,61 30% ou 80% sobre o valor da água Fonte: CASAL (2002) (*) conforme expressão tarifária RESULTADOS E DISCUSSÕES Previsões podem ser feitas, estimativas efetuadas, mas sempre os resultados alcançados em algum empreendimento prático, é que podem melhor balizar futuras ações no sentido de implantação do proposto, portanto experiências são primordiais para avaliar a viabilidade de investir em algo semelhante. Algumas experiências nacionais e internacionais sobre o tema perdas e suas conseqüências financeiras e ambientais podem ser citadas, e todas as citações não se noticiou fatos decepcionantes. Daí entende-se as razões que levou o governo brasileiro nos últimos anos, procurar desenvolver ações XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 14

no intuito de desenvolver e modernizar o setor de saneamento com o PMSS, através da SEDU. O ganho econômico com a minimização das perdas é substancial. A SANASA de Campinas/SP e a SABESP, que investiram em controle de perdas, tiveram ótimos resultados e tornaram-se autosustentáveis. De fato é fácil perceber que uma redução nas perdas é economicamente viável e que o retorno do investimento é certo. Socialmente haveria, no caso de uma adoção de política de minimização de perdas, uma aceitação por parte da sociedade que entende, mesmo que de maneira instintiva a importância da questão. A CASAL transpareceria com essa ação, ser uma empresa a fim de melhorar de situação do abastecimento em Maceió, e quem sabe contar com o apoio prático da população. A diminuição da tarifa também seria uma conseqüência social prática da recuperação das perdas. Gradativamente haveria um melhor controle através de ações de melhoria no sistema de micromedição, no intuito de minimizar as perdas físicas e não físicas, buscando otimizar a arrecadação e os volumes necessários ao abastecimento diminuindo ao longo do tempo o preço da água, pois o que se paga hoje, além de um dos serviços mais caros é a ineficiência da empresa. Então, um fato interessante será a redução de perdas, pois num futuro não muito distante, será uma realidade, visto que a CASAL tem feito se representar nos encontros técnicos realizados no Brasil, assumindo a condição de conhecedor das técnicas e da importância de se implantar um programa de redução para alcançar as vantagens financeiras e ambientais dessa iniciativa, caminho percorrido com êxito por várias empresas públicas. Um trabalho recomendado seria um estudo mais aprofundado sobre a questão dos índices de perdas e o quanto cada índice influi na curva de custos e conseqüentemente nas tarifas cobradas, levando a simulações de possibilidades da variação destes índices e reflexo virtual tarifário. Uma análise que pode ser feita é a condição de ampliar a oferta de água na cidade por meio da análise do projeto Prataji e do potencial aumento da explotação dos aqüíferos em Maceió (fazendo previsões de tempo de utilização e recarga), além de fornecer outras possíveis alternativas para o abastecimento de água, visto o incremento de demanda crescente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. A disponibilidade, a escassez e o desperdício da água. Água: Não ao desperdício, não à escassez. Rio de Janeiro, Volume único Pg.51. Outubro de 2002. ADANI, L. C. Programa de Redução de Perdas de Água SANASA - Campinas. In. SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE PROGRAMAS DE REDUÇÃO E CONTROLE DE PERDAS XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 15

EM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, 2002, Recife-PE. Proceedings. Recife/PE. 12p. CASAL(Companhia de Abastecimento d água e Saneamento de Alagoas) Disponível em < http://www.casal-al.com.br > Acesso em: 20/02/2003. AMPARO, P. P do & CALMON, K. M. N. A experiência Britânica de Privatização do Setor Saneamento. Texto para discussão nº701, IPEA Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada. Brasília, janeiro de 2000. CAVALCANTE, A.M. de A. et al. Avaliação Microbiológica da Água de Consumo do Estado de Alagoas. XII Encontro Nacional de Analistas de Alimentos ENAAL, Maceió/AL, novembro de 2001. Anais do XII Encontro Nacional de Analistas de Alimentos ENAAL. LEITE JUNIOR, B. Histórias de Maceió. Maceió-AL Edições Catavento, 2000. PEDROSA, V.A. Tarifas nas empresas de saneamento. Porto Alegre: UFRGS, 2001.151 f. Tese (Doutorado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental) Programa de Pós Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. REVISTA BRASILEIRA DE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES. Caderno Especial. Os números da pesquisa nacional de saneamento básico. O saneamento no Brasil do ano 2000. Rio de Janeiro. Ano XI nº 22, Abril-Junho 2002. SNIS. Sistema Nacional de Informações do Saneamento, 2000. Governo Federal. Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano. Brasília. SNIS. Sistema Nacional de Informações do Saneamento, 2001. Governo Federal. Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano. Brasília. VBA CONSULTORIA. Diagnóstico técnico operacional realizado sobre a CASAL para o PMSS 1998. XV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 16