MOVIMENTOS SOCIAIS NA PRIMEIRA REPÚBLICA Colégio Pedro II Campus São Cristóvão II 9º Ano Professora Robertha Triches
MOVIMENTOS RURAIS
CAUSAS Concentração de terras. Exploração do trabalho. Desmandos dos coronéis. Desigualdades profundas. Miséria.
GUERRA DE CANUDOS (1896-1897) Líder: Antônio Vicente Mendes Maciel Antônio Conselheiro. Construção do arraial de Belo Monte (1893-Bahia). Trabalho agrícola coletivo e vida comunitária. Messianismo e religiosidade popular. Ameaça à Igreja, aos proprietários de terra e às autoridades políticas.
O arraial de Canudos, na Bahia, 1897. Museu da República, Rio de Janeiro.
Prisioneiros do arraial de Canudos, 1897. Museu da República, Rio de Janeiro. Corpo de Antônio Conselheiro, 1897. Museu da República, Rio de Janeiro.
GUERRA DO CONTESTADO (1912-1916) Líder: Monge José Maria. Construção da comunidade religiosa igualitária Monarquia Celeste (1912-Santa Catarina). Trabalho coletivo e propriedade da terra comunitária. Messianismo e religiosidade popular.
Monge José Maria, 1910. Revoltosos presos por tropas oficiais.
CANGAÇO Local: sertão nordestino. Bandos armados que promoviam assaltos ao comércio, atacavam fazendas e fugiam da polícia. Banditismo social ou justiceiros? Bando mais conhecido: Virgulino Ferreira da Silva (Lampião).
Lampião ao lado de Maria Bonita e seu bando, 1936.
Exibição pública das cabeças decapitadas do bando de Lampião.
MOVIMENTOS URBANOS
CAUSAS Política excludente e autoritária. Exploração do trabalho e inexistência de legislação trabalhista. Desigualdades profundas e carestia de vida. Processo autoritário e excludente de modernização do Rio de Janeiro. A Reforma Pereira Passos (1902-1906): Bota Abaixo!.
Estalagens e cortiços no centro do Rio de Janeiro. Fotos: Augusto Malta.
REVOLTA DA VACINA (1904) A política higienista de Oswaldo Cruz: Combate à peste bubônica: eliminação de ratos (transmissores) e política de compra de ratos pelos funcionários do governo. Caça aos Ratos. Álbum de recortes de jornais e revistas reunidos por Oswaldo Cruz, década de 1900. Caricatura de J. Carlos. Acervo Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz
REVOLTA DA VACINA (1904) A política higienista de Oswaldo Cruz: Combate à febre amarela: campanha de mata-mosquitos, com a eliminação de focos e higienização das casas. Brigadas sanitárias de mata-mosquitos vedam residência para aplicação de veneno contra o transmissor da febre amarela.
REVOLTA DA VACINA (1904) A política higienista de Oswaldo Cruz: Combate à varíola: política de vacinação em massa através da aprovação da Lei da Vacina Obrigatória (1904), que autorizava os funcionários da brigada sanitária a entrar nas casas para vacinar as famílias. O Malho, 1904. Charge de Calixto.
REVOLTA DA VACINA (1904) Política autoritária e sem esclarecimentos, feria os direitos individuais da população carioca. O Malho, 1904. Charge de Leônidas.
REVOLTA DA VACINA (1904) Capa d A Avenida, 1904.
Acima, imagens da Revolta da Vacina. Ao lado, imagem de algumas pessoas presas.
REVOLTA DA CHIBATA (1910) Líder: João Cândido, o Almirante Negro. Local: Rio de Janeiro. Contra os castigos físicos na Marinha, especialmente o uso da chibata. Além dos castigos, os marinheiros reclamavam dos baixos soldos, da má alimentação e do trabalho excessivo.
João Cândido, líder da Revolta da Chibata, lendo um folheto. 1910 Marinheiros a bordo do navio São Paulo durante a Revolta da Chibata, 1910.
GREVE GERAL (1917) Local: São Paulo. Grande participação de imigrantes. Influência das ideias anarquistas, socialistas e sindicalistas revolucionárias (anarcossindicalistas). Movimento operário tratado como questão de polícia pelo Estado. Reivindicações: redução da jornada de trabalho para oito horas diárias; liberdade de organização sindical; aumento do salário; fim da exploração do trabalho de menores e do trabalho noturno das mulheres, libertação dos grevistas detidos pela polícia, etc. Início (junho de 1917): greve organizada por mulheres que trabalhavam na fábrica têxtil Cotonofício Crespi, na Mooca, e que, dentre outras reivindicações, denunciavam o assédio que sofriam na fábrica. Morte do sapateiro espanhol e militante anarquista em confronto com a polícia, em 9 de julho de 1917.
Greve na fábrica têxtil Cotonofício Crespi, 1917.
Multidão de operários grevistas descem a ladeira do Carmo, no centro de São Paulo, 1917.
Vacina obrigatória (1904) Anda o povo acelerado com horror a palmatória Por causa dessa lambança da vacina obrigatória Os manatas da sabença estão teimando desta vez Em meter o ferro a pulso bem no braço do freguês E os doutores da higiene vão deitando logo a mão Sem saber se o sujeito quer levar o ferro ou não Seja moço ou seja velho, ou mulatinha que tem visgo Homem sério, tudo, tudo leva ferro, que é servido. Bem no braço do Zé Povo, chega um tipo e logo vai Enfiando aquele troço, a lanceta e tudo o mais Mas a lei manda que o povo e o coitado do freguês Vá gemendo na vacina ou então vá pro xadrez.
Contam um caso sucedido que o negócio tudo logra O doutor foi lá em casa vacinar a minha sogra A velha como um bicho teve um riso contrafeito E peitou com o doutor bem na cara do sujeito E quando o ferro foi entrando fez a velha uma careta Teve mesmo um chilique eu vi a coisa preta Mas eu disse pro doutor: vá furando até o cabo Que a senhora minha sogra é levada dos diabos Tem um casal de namorados que eu conheço a triste sina Houve forte rebuliço só por causa da vacina A moça que era inocente e um pouquinho adiantada Quando foi para pretoria já estava vacinada Eu não nesse arrastão sem fazer o meu barulho Os doutores da ciência terão mesmo que ir no embrulho Não embarco na canoa que a vacina me persegue Vão meter ferro no boi ou nos diabos que os carregue.