A INTERFERÊNCIAS DA CRISE HIDRICA NA QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB

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Transcrição:

A INTERFERÊNCIAS DA CRISE HIDRICA NA QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB Adeilson dos Santos Silva (1); Waleska Silveira Lira (2) Universidade Estadual da Paraíba- adilsongmcg@hotmail.com Universidade Estadual da Paraíba- waleska.silveira@oi.com.br 1 INTRODUÇÃO A água é um bem essencial para a vida na Terra, porém em muitas cidades do Nordeste brasileiro, a população tem sofrido com a escassez desse recurso, sobretudo nas áreas localizadas na região Semiárida 1, devido a irregularidade das chuvas, bem como, com a evaporação dos rios devido as altas temperaturas, além da falta de gestão ambiental no uso desse recurso por parte da ação antrópica. Dessa maneira, a população de Campina Grande-PB, cidade localizada na faixa Agreste da Paraíba, viveu nos últimos quatro anos o seu pior racionamento de água, tendo a partir do ano de 2016 apenas dois dias com água nas torneiras durante uma semana, este fato tem mudado o cotidiano de muitas pessoas, causando uma nova postura no consumo desse recurso, pois tem comprometido de maneira direta a vida de todos os cidadãos do município. Logo, um dos fatores que tem provocado essa problemática é a quantidade cada vez menor desse recurso hídrico no reservatório que garante o abastecimento de água para esta e outras cidades das áreas Semiáridas da Paraíba, o açude Epitácio Pessoa, conhecido como Boqueirão. Assim, a pesquisa se voltou para a discussão de cunho cientifico e acadêmico, sobre os conceitos: crise hídrica e suas interferências na sociedade. Por isso, está pesquisa parte da premissa que existe interferências provocada pelo problema hídrico junto a qualidade de vida da população de Campina Grande. Dessa forma, este artigo tem como objetivo analisar as interferências da crise hídrica na qualidade de vida da população de Campina Grande-PB, tendo em vista que o racionamento deste 1 O Semiárido abrange a maior parte dos Estados do Nordeste, a região setentrional de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo, ocupando uma área total de 969.589,4 km2 (CIRILO, 2008, p.08).

recurso afeta os aspectos da vida da população. Devido a isso, esse assunto se torna pertinente e imprescindível de ser estudado. 2 METODOLOGIA A metodologia da pesquisa é exploratória e descritiva. Utilizou-se ainda, como procedimento técnico, o estudo de caso, e em relação à abordagem do problema, a pesquisa trata-se de qualitativa. Em relação à pesquisa de campo foi realizado in loco, a aplicação de questionário estruturado, aplicado junto aos moradores de Campina Grande-PB. A primeira parte da pesquisa foi formada pela construção da fundamentação teórica, onde foram abordados assuntos referentes ao tema, por meio de um levantamento bibliográfico a partir de artigos, livros e outras formas de pesquisas, visando assim, situar a discussão no âmbito cientifico e acadêmico, conceituando: gestão dos recursos hídricos e sustentabilidades, destacados nas obras de Lacerda e Cândido (2013), Peliccione (1995), dentre outros. Em relação a segunda fase (pesquisa de campo) que foi realizada in loco, através de aplicação de questionário estruturado, aplicado junto aos moradores de Campina Grande-PB, a fim de se conhecer o ponto de vista da população sobre as reflexões trazidas nesta pesquisa. O questionário foi composto pelas seguintes perguntas: se hoje você, dá mais importância a água depois do racionamento hídrico, se possui poços, caixa d água, cisternas ou outras formas de armazenamento de água em sua residência, qual o destino final para a água, o que mudou na sua rotina diária com o racionamento de água, se em comparação com o período em que não existia o racionamento hídrico, sua qualidade de vida foi afetada, dentre outras questões. O questionário estruturado foi aplicado no mês de Abril de 2017, com 196 pessoas. Para Samara e Barros (2007) o cálculo de amostragem foi realizado com uma margem de segura de 95%, significa que foi utilizado para seu cálculo um desvio padrão igual a 1,96. Os participantes da pesquisa foram diversos moradores da cidade de Campina Grande, escolhidos de maneira aleatória. A aplicação do questionário ocorreu no Centro de Campina Grande, em alguns pontos estratégicos como: a Praça da Bandeira e Av. Floriano Peixoto próximo a Igreja Catedral. Alguns questionários foram aplicados também na UEPB.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Para conhecer as interferências da crise hídrica junto a qualidade de vida da população de Campina Grande-PB, provocada pelo racionamento hídrico, aplicou-se um questionário estruturado com 196 moradores da cidade e constatou-se que os sujeitos da pesquisa passaram a dar mais importância a água, especialmente depois do racionamento hídrico vivido pela população de Campina Grande-PB. Dessa maneira, 97% dos respondentes destacaram que sim e apenas 3% não. Essa questão é relevante, tendo em vista que ela reafirma que o racionamento hidrico mudou a relação entre a sociedade e o uso dos recursos hidricos, por meio da crise hidrica. Sobre isso Lacerda e Cândido (2012, p.15) destacam que, os recursos hídricos atendem aos diferentes interesses humano. A água potável diminiui a cada dia, por isso é necessário reduzir seus impactos e a degradação dos mananciais. Assim, ficou mais perceptível para a população que essa probemática alertou que a água é um bem inestimável e extremamente necessário para a vida, necessitando de cuidados e gestão no seu uso cotidiano. Outra questão abordada, foi conhecer se os moradores possuem poços, caixa d água, cisternas ou outras formas de armazenamento de água em sua residência. Dessa maneira, 97% possuem e apenas 3% responderam não (são pessoas que moram em apartamento). Esse resultado possibilita compreender que o armazenamento de água nas residências de Campina Grande se tornou algo necessário, tendo em vista que, o racionamento hídrico obrigou a todos, de alguma forma a se planejarem para que as suas rotinas diárias e domésticas fossem afetadas o mínimo possível nos dias em que a população não possuía água nas torneiras. Nesse sentido, buscou-se conhecer se ocorreram mudanças na rotina diária da população com o racionamento hídrico em Campina Grande-PB, 80% dos respondentes tiveram a sua rotina de vida mudada com o racionamento e passaram a concentrar atividades domésticas como lavar roupas e outras atividades nos dias que possuíam água nas torneiras. 17% destacaram que armazenam água e continua com a mesma rotina diária e 3% não armazenam água (moram em apartamento). Em comparação com o período em que não existia o racionamento hídrico em Campina Grande-PB, uma questão abordada foi conhecer se com o racionamento houve redução na qualidade de vida dos sujeitos, os respondentes destacaram que não em 52% e 48% destacaram que sim. Assim, percebe-se interferências na qualidade de vida de muitos sujeitos, mesmo que um número expressivo 52% afirme que o racionamento hídrico não afetou sua qualidade vida, mostrando dessa forma, uma contradição em relação aos sujeitos da pesquisa, no que tange o conceito de qualidade

de vida, pois muitos estão insatisfeitos com o problema hídrico, além do que suas necessidades no uso desse recurso não são atingidas em plenitude. Muitos são os desafios para a população que viveu e vive o racionamento hídrico de Campina Grande. Nesse sentindo, 50% destacaram que um dos maiores desafios foi efetivar práticas de Educação Ambiental, não só na rotina da casa, mas com todos os membros da família, se conscientizando especialmente com o racionamento hídrico que a água é um bem precioso, necessitando de uma nova postura no seu uso e gestão pelas famílias. Um outro questionamento foi se as pessoas usam a água do banho em outras atividades doméstica. 79% reaproveitam a água do banho para outras atividades e apenas 21% não realizam essa prática. Das pessoas que reusam a água nas rotinas domésticas, 57% usam no banheiro (no lugar da descarga) 23% usam para lavar a calçada, 18% limpam a casa e 2% para lavar o automóvel. Este fato destaca que com o racionamento hídrico a água é aproveita e reaproveitada o máximo possível. A água consumida para beber em Campina Grande é tratada e disponibilizada pela Companhia de Água e Esgoto do Estado da Paraíba, porém com o baixíssimo nível do reservatório Epitácio Pessoa, especialmente no último semestre do ano de 2016 e no ano de 2017, chegando ao seu volume morto com 4% da sua capacidade total a água se tornou imprópria para beber 2 Por isso, para realizar algumas atividades domésticas, sobretudo aquelas que são necessárias a ingestão de água, como exemplo cozinhar, passaram a ser desenvolvidas com o uso da água mineral. Logo, assim 84% dos respondentes não confiam na água do açude de Boqueirão para beber e 16% confiam. Uma das principais questão desse estudo foi conhecer se consumir a água do açude de Boqueirão para beber diminuiria a qualidade de vida da população, dessa maneira 92% mencionaram que sim e apenas 8% disseram que não. Esse resultado destaca que uma grande parcela da população de Campina Grande não confia na água do açude para beber e consequentemente o seu consumo poderia trazer problemas para a saúde da população e diminuir a qualidade de vida. Na visão de Peliccione (1995) a qualidade de vida é uma avaliação subjetiva que induz dimensões positivas e negativas e que se apoia no contexto cultural, social e ambiental. 2 Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br/vida_urbana/noticia/152533_pb-tem-14-acudes-secos-e-44-com-aguasimproprias-para-beber

Portanto, observa-se que mesmo com informações transmitidas pela Cagepa sobre a qualidade da água, muitas pessoas não confiaram plenamente para consumi-la em todas as suas atividades e usos. A população percebeu cor, cheio e aspectos diferentes da água que chegavam em suas torneira, sobretudo, no momento do consumo da água do volume morto do açude. 5 CONCLUSÃO Esta pesquisa buscou conhecer quais as interferências da crise hídrica na qualidade de vida dos moradores da cidade de Campina Grande-PB, por meio do racionamento hídrico, ação está que afetou o cotidiano e alterou as relações socioambientais dessa população nos últimos quatro anos. É pertinente ressaltar que, um número muito expressivo de pessoas passaram a dar mais importância a água depois da crise hídrica, o que demostra a importância do uso e valor subjetivo da água na vida da sociedade, especialmente mudando a gestão dada pelos moradores em relação aos recursos hídricos. A grande maioria dos respondentes possuem poços, caixa d água, cisternas ou outras formas de armazenamento de água em sua residência. Assim, é notório que existe interferências na qualidade de vida de muitos sujeitos da pesquisa, números relevantes destacam isso. Dessa forma, a rotina das pessoas foi alterada, pois a grande maioria foi obrigada a armazenar água e desenvolver as atividades domésticas, como: lavar roupas nos dias com água nas torneiras. Um dos maiores desafio do racionamento hídrico, foi efetivar práticas de educação ambiental e adaptar a casa e suas famílias para essa nova rotina. Uma das mudanças foi realizar o reuso da água, tendo como intenção usar a água para descargas nos banheiros. Concluiu-se que para um representativo número de pessoas a qualidade de vida foi afetada com o racionamento hídrico. Muitas pessoas não confiam na água disponibilizada pela Cagepa para beber e cozinhar seus alimentos. Quando questionou-se sobre consumir a água do açude de Boqueirão poderia diminuir a qualidade de vida da população, foi quase unânime essa confirmação, destacando-se inúmeras interferência para este fato. Para tanto, essa pesquisa teve intenção de contribuir junto a compreensão deste tema diante dos grandes desafios vividos pela população, por meio do racionamento hídrico que obrigou a todos a realizarem mudanças comportamentais e de posturas, diante do uso dos recursos hídricos.

Portanto, a qualidade de vida é algo que se configura na dimensão individual de cada pessoa, isso leva a construção de uma reflexão que em muitos casos mostrou que as necessidades dos sujeitos não estão sendo satisfeitas, no que tange as questões hídricas. Contudo, com a chegada da água da reintegração da bacia hidrográfica do Rio São Francisco está se torna uma das possibilidades de amenizar ou até resolver esse problema, porém a aprendizagem e experiências socioambientais que levou a população de Campina Grande a mudarem sua relação com o uso e a gestão da água não deve ser alterada, ou seja, para que não se volte as velhas e errôneas práticas do desperdício hídrico, já que a água é indispensável para todas as atividades humanas e para atingir a qualidade de vida. 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CIRILO, José Almir. Políticas públicas de recursos hídricos para o semiárido. Revista Estudos avançados USP. v. 22, n. 63 (2008). Disponível em: < https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10293/11940> LACERDA, Cícero de Souza. CÂNDIDO, Gesinaldo Ataíde. Modelos indicadores e sustentabilidade para a Gestão de recursos hídricos. In: Gestão sustentável dos recursos naturais: uma abordagem participativa. Campina Grande: EDUEPB, 2013. LIRA, Arthur. PB tem 14 açudes secos e 44 com águas impróprias para beber. Jornal da Paraíba 02/06/2015. <http://www.jornaldaparaiba.com.br/vida_urbana/noticia/152533_pb-tem-14-acudes-secos-e-44- com-aguas-improprias-para-beber> PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação Ambiental, Qualidade de Vida e Sustentabilidade. REVISTA SAUDE E SOCIEDADE, 1998. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v7n2/03.pdf> SAMARA, Beatriz Santos. BARROS, José Carlos de. Pesquisa de marketing: conceito e metodologia. 4. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.