Monitoramento do Período Sazonal da Febre Amarela Brasil 2017/2018

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Transcrição:

informe nº 24 2017/2018 Monitoramento do Período Sazonal da Febre Amarela Brasil 2017/2018 MONITORAMENTO DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL* Período de monitoramento: 01/07/2017 a 30/06/2018 Atualização: 02/05/2018 Epizootias em PNH notificadas: 6.967 Casos humanos notificados: 6.565 732 confirmadas 2.273 em investigação 2.290 indeterminadas 1.672 descartadas 1.257 confirmados (394 óbitos) 1.499 em investigação 3.809 descartados Anexo: Glossário Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à alteração. Além da confirmação de novos casos, a variação no número de casos e óbitos entre as publicações se deve em parte à constante revisão e reclassificação dos casos à luz de novos dados que são semanalmente incorporadas à base, à medida que as investigações epidemiológicas dos casos notificados reúnem informações essenciais que trazem implicações à avaliação crítica desses eventos. Assim, pode haver redução no número de casos confirmados quando os casos revisados/reclassificados superarem os casos novos. I ANTECEDENTES Nas últimas décadas, a Febre Amarela (FA) tem sido registrada além dos limites da área considerada endêmica (região amazônica). Ao mesmo tempo, a observação de um padrão sazonal de ocorrência de casos humanos, a partir da análise da série histórica, deu suporte à adoção da vigilância baseada na sazonalidade. Assim, o período de monitoramento da FA inicia em julho e encerra em junho do ano seguinte. Casos humanos e epizootias em primatas não humanos (PNH) foram recentemente registrados em uma ampla área do território nacional. Inicialmente, entre 2014/2015, a transmissão se deu na região Norte, com posterior expansão no sentido leste e sul do país, onde afetou prioritariamente a região Centro Oeste entre 2015/2016. Mais recentemente, entre 2016/2017, foi registrado o surto mais expressivo no Brasil, que afetou principalmente os estados da região Sudeste, quando foram registrados 779 casos humanos e 262 óbitos, além de 1.659 epizootias por FA no Brasil (Figura 1). 1

Número de casos 800 700 600 n = 1575 100,0 80,0 Taxa de letalidade (%) 500 60,0 400 300 42,7 40,0 200 20,0 100 0 0,0 Fonte: Sinan; GT-Arbo/UVTV/CGDT/DEVIT/SVS/MS Casos humanos de FA Taxa de letalidade (%) Taxa de letalidade média (%) Figura 1 Série histórica do número de casos humanos confirmados para FA e a letalidade, segundo o ano de início dos sintomas, Brasil, 1980 a junho de 2017. II SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Vigilância de Epizootias em Primatas Não Humanos PNH (macacos) A vigilância de epizootias em primatas não humanos (PNH) consiste em captar informações sobre o adoecimento ou morte de PNH (macacos) e investigar oportunamente, a fim de detectar precocemente a circulação do vírus amarílico e subsidiar a tomada de decisão para a adoção das medidas de prevenção e controle, de modo a reduzir a morbimortalidade da doença na população humana prioritariamente nas áreas afetadas (com transmissão ativa) e ampliadas (áreas adjacentes). No período de monitoramento 2017/2018 (julho/2017 a junho/2018), até a semana epidemiológica (SE) 17, foram notificadas ao Ministério da Saúde 6.967 epizootias em PNH, das quais 1.672 foram descartadas, 2.290 foram indeterminadas (s/ coleta de amostras), 2.273 permanecem em investigação e 732 foram confirmadas por FA (por laboratório). Foram registradas epizootias de PNH confirmadas no Tocantins [3]; no Mato Grosso [1]; no Espírito Santo (2); no Rio de Janeiro [39], em Minas Gerais [100] e em São Paulo [587], com o maior número de epizootias confirmadas na região Sudeste (99,4%; 728/732) (Tabela 1). 2

Tabela 1 Distribuição das epizootias em PNH notificadas à SVS/MS, por UF do local provável de infecção e classificação, monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17*. Região UF EPIZOOTIAS EPIZOOTIAS EPIZOOTIAS EPIZOOTIAS EM EPIZOOTIAS NOTIFICADAS DESCARTADAS INDETERMINADAS INVESTIGAÇÃO CONFIRMADAS Norte Acre Amapá Amazonas Norte Pará 90 4 54 32 Rondônia 17 1 13 3 Roraima 9 1 4 4 Tocantins 58 4 43 8 3 Nordeste Alagoas 37 11 20 6 Bahia 461 97 138 226 Ceará 7 2 5 Maranhão 22 20 2 Paraíba 2 1 1 Pernambuco 30 8 16 6 Piauí Rio Grande do Norte 42 5 14 23 Sergipe 9 5 4 Centro-Oeste Distrito Federal 128 77 6 45 Goiás 225 80 81 64 Mato Grosso 49 12 29 7 1 Mato Grosso do Sul 21 2 2 17 Sudeste Espírito Santo 111 33 24 52 2 Minas Gerais 1987 210 1010 667 100 Rio de Janeiro 1054 496 89 430 39 São Paulo 2392 557 647 601 587 Sul Paraná 74 38 22 14 Rio Grande do Sul 23 5 13 5 Santa Catarina 119 29 39 51 Total 6967 1672 2290 2273 732 Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão. A curva epidêmica (Figura 2) evidencia a manutenção da circulação viral no período de baixa ocorrência (junho a setembro), quando as baixas temperaturas e pluviosidade geralmente implicam em condições menos favoráveis à transmissão. Epizootias em PNH confirmadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, detectadas nas mesmas áreas afetadas e proximidades do surto anterior (2016/2017), indicaram a manutenção da transmissão regional e do risco às populações humanas. No período de monitoramento 2016/2017 até a SE 17, foram confirmadas 1.529 epizootias em PNH, das quais 353 por critério laboratorial, enquanto que no período atual (2017/2018) foram confirmadas 732 epizootias (por laboratório) (Figura 3). 3

Nº de casos 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun 2017 2018 período sazonal Confirmadas (728) Em investigação (2270) Indeterminadas (2287) Descartadas (1650) 1 2 3 4 5 6 7 8 n = 6935 (BR) SE Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. Dados preliminares e sujeitos à revisão. A data de ocorrência não estava registrada em 32 das notificações. Figura 2 Distribuição das epizootias em PNH notificadas à SVS/MS, por SE de ocorrência e classificação, período de monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17. Nº de epizootias 180 160 140 120 100 80 60 40 20 Até SE-17/2017: 1.529 confirmados Até SE-17/2018: 732 confirmados 0 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun período sazonal Monitoramento 2016/2017 (1610) Monitoramento 2017/2018 (728) 1 2 3 4 5 6 7 8 SE Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão. A data de ocorrência não estava registrada em quatro das notificações do período de monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18). Figura 3 Distribuição das epizootias em PNH confirmadas à SVS/MS, por SE de ocorrência, nos períodos de monitoramento 2016/2017 (jul/16 a jun/17) e 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17*. 4

Vigilância de Casos Humanos A vigilância de casos humanos é feita por meio da notificação de casos com sintomatologia compatível com FA. Todo caso suspeito deve ser prontamente comunicado por telefone, fax ou e-mail às autoridades, (até 24 horas), por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e internacional. É importante preencher a ficha de Investigação, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). No período de monitoramento 2017/2018 (julho/2017 a junho/2018), até a SE 17, foram notificados 6.565 casos humanos suspeitos de FA, dos quais 3.809 foram descartados, 1.499 permanecem em investigação e 1.257 foram confirmados. Do total de casos confirmados, 394 evoluíram para o óbito (letalidade de 31,3% [394/1.257]). A maior parte dos casos confirmados foi notificada na região Sudeste (99,9% [1.256/1.257]) (Tabela 2). Tabela 2 Distribuição dos casos humanos suspeitos de FA notificados à SVS/MS por UF de provável infecção e classificação, monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17*. REGIÃO UF (LPI) CASOS CASOS CASOS EM CASOS CONFIRMADOS NOTIFICADOS DESCARTADOS INVESTIGAÇÃO TOTAL CURAS ÓBITOS LETALIDADE (%) Norte Acre 2 1 1 Amapá 6 4 2 Amazonas 8 5 3 Pará 46 33 13 Rondônia 9 8 1 Roraima 3 3 Tocantins 23 16 7 Nordeste Alagoas 8 8 Bahia 70 45 25 Ceará 4 3 1 Maranhão 9 6 3 Paraíba 5 5 Pernambuco 8 5 3 Piauí 11 6 5 Rio Grande do Norte 5 2 3 Sergipe 3 3 Centro-Oeste Distrito Federal 81 48 32 1 1 100,0 Goiás 75 39 36 Mato Grosso 14 10 4 Mato Grosso do Sul 13 10 3 Sudeste Espírito Santo 129 101 22 6 5 1 16,7 Minas Gerais 1570 759 300 511 346 165 32,3 Rio de Janeiro 1333 606 513 214 144 70 32,7 São Paulo 2897 1902 470 525 368 157 29,9 Sul Paraná 126 119 7 Rio Grande do Sul 56 41 15 Santa Catarina 51 26 25 TOTAL 6565 3809 1499 1257 863 394 31,3 Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão. O primeiro caso humano confirmado nesse período teve data de início dos sintomas em meados de julho (Figura 4) com local provável de infecção em Guapimirim/RJ, onde epizootias em PNH por FA haviam sido detectadas no mês anterior de ocorrência do caso. O perfil demográfico dos casos confirmados coincide com aquele geralmente observado nos surtos de febre amarela silvestre, com a maior parte dos casos em pacientes do sexo masculino e idade economicamente ativa, uma vez que esses indivíduos se expõem com maior frequência a áreas e situações de risco, sobretudo em decorrência de atividades laborais (Figura 5). 5

Nº de casos 900 800 700 600 500 400 300 200 100 n = 6538 (BR) 0 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun 2017 2018 Período sazonal Confirmados (1255) Em investigação (1488) Descartados (3795) 1 2 3 4 5 6 7 8 SE Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. Dados preliminares e sujeitos à revisão. A data de ocorrência não estava registrada em 94 das notificações. Figura 4 Distribuição dos casos humanos suspeitos de FA notificados à SVS/MS, por SE de início dos sintomas e classificação, monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17. 96 a 100 anos 91 a 95 anos 86 a 90 anos 81 a 85 anos 76 a 80 anos 71 a 75 anos 66 a 70 anos 61 a 65 anos 56 a 60 anos 51 a 55 anos 46 a 50 anos 41 a 45 anos 36 a 40 anos 31 a 35 anos 26 a 30 anos 21 a 25 anos 16 a 20 anos 11 a 15 anos 6 a 10 anos 0 a 5 anos 1 1 7 1 5 3 11 7 11 20 16 22 22 22 17 20 17 13 19 3 4 1 9 17 23 41 40 57 67 68 92 97 109 117 131 146 F (216; 17,2%) M (1041; 82,8%) 30 10 10 30 50 70 90 110 130 150 170 Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão. Figura 5 Distribuição por sexo e faixa etária dos casos confirmados de febre amarela notificados à SVS/MS, período de monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17*. 6

Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. *Dados preliminares e sujeitos à revisão. A data de ocorrência não estava registrada em sete das notificações do período de monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18). Figura 6 Distribuição dos casos confirmados à SVS/MS, por SE de ocorrência, nos períodos de monitoramento 2016/2017 (jul/16 a jun/17) e 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17*. No período de monitoramento 2016/2017 até a SE 17, foram confirmados 761 casos de febre amarela silvestre, enquanto que no período atual (2017/2018) foram confirmados 1.257 (Figura 6). Em uma comparação preliminar entre o período de monitoramento 2016/2017 e o período mais recente (2017/2018), foi observado que, embora o número absoluto de casos confirmados seja maior no período atual (760 vs. 1.248 incluídos na análise, respectivamente), a incidência de FA por 100.000 habitantes nos municípios com registro de casos humanos confirmados foi menor (6,41 vs. 3,30) (Tabela 3). Esse fato pode ser explicado pela ocorrência mais recentemente da FA em áreas com maior contingente populacional (população sob risco), uma vez que foram afetadas as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Por outro lado, o número de municípios com casos humanos confirmados foi maior no período mais recente (218) quando comparado com o anterior (143). Entretanto, o maior percentual populacional sob risco no período atual é justamente aquele de áreas recém afetadas (58,5%), onde a vacina não estava recomendada (ASRV), diferentemente do registrado no período anterior (42,2%), o que reforça a importância das estratégias de intensificação e campanhas da vacinação em áreas recém afetadas (ASRV), assim como da intensificação da vacinação seletiva onde a circulação do vírus já foi documentada previamente (ACRV). É importante considerar que parte dos municípios registraram FA apenas em PNH, além da parcela vacinada da população não estar sob risco, de modo que essa comparação preliminar deve ser interpretada com cautela. 7

Tabela 3 Número de casos, municípios afetados, população residente e a incidência da Febre Amarela em municípios com casos humanos confirmados, comparando o período de transmissão 2016/2017 com o mais recente 2017/2018. Municípios com casos humanos População residente % populacional Número de casos 2016/2017 Incidência por 100.000 hab. ASRV 51 5.004.840 42,2 277 5,35 ACRV 92 6.845.883 57,8 483 7,06 Total 143 11.850.723 100,0 760 6,41 2017/2018 ASRV 52 22.101.862 58,5 426 1,93 ACRV 166 15.702.215 41,5 822 5,23 Total 218 37.804.077 100,0 1.248 3,30 Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. Foram excluídos os casos que não tinham todas as informações necessárias para compor a análise (2016/2017: um caso; 2017/2018: nove casos). Locais de transmissão (áreas afetadas) Os casos humanos e epizootias em PNH registrados nesse período de monitoramento estão dispostos em Tocantins, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo (Figuras 7 e 8), onde ações de intensificação da vacinação e da vigilância estão em curso. Todos os casos humanos confirmados tiveram LPI em áreas onde foram documentadas epizootias em PNH por FA previamente (Figuras 7 e 8), com exceção do caso confirmado pela SES/DF. 8

Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. Os pontos no mapa estão plotados no centroide do município e não georreferenciados no local de ocorrência do evento. Figura 7 Distribuição dos casos humanos e epizootias em PNH confirmados para FA, por município do local provável de infecção, monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17. 9

Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. Os pontos no mapa estão plotados no centroide do município e não georreferenciados no local de ocorrência do evento. Figura 8 Distribuição dos casos humanos e epizootias confirmadas para FA, por município do local provável de infecção, Região Sudeste, monitoramento 2017/2018 (jul/17 a jun/18), Brasil, até a SE 17. Figura 9 Áreas Com Recomendação de Vacinação, Áreas Sem Recomendação de Vacinação, áreas afetadas e ampliadas e municípios participantes da Campanha de Vacinação contra Febre Amarela. 10

Vacinação contra febre amarela Em 25 de janeiro deste ano, teve início a Campanha de Vacinação contra Febre Amarela, em 77 municípios selecionados dos estados da BA, SP e RJ, a saber: 8 municípios (BA); 54 municípios (SP) e 15 municípios (RJ). Ressalta-se que no decorrer da Campanha, São Paulo ampliou a vacinação de forma gradativa, para mais 52 municípios, de acordo com as etapas 1, 2 e 3 (Tabela 4). Com o encerramento da Campanha nos referidos municípios, as ações de vacinação continuam, visto a garantir o alcance da meta de cobertura vacinal de 95% da população elegível, cerca de 40 milhões de pessoas, considerando a ampliação da vacinação no estado de São Paulo. O público-alvo para vacinação é constituído por pessoas a partir de 9 (nove) meses de idade, sem comprovação de vacinação, residentes nos municípios definidos. Para essa estratégia está sendo utilizada a vacina febre amarela em dose padrão (0,5 ml) e dose fracionada (0,1 ml), ou seja, a utilização de um quinto (1/5) de uma dose padrão (0,5 ml). Esta medida está em consonância com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), por ser em áreas populosas com risco de expansão da doença. O Ministério da Saúde, de janeiro a abril de 2018, encaminhou às Unidades Federadas o quantitativo de aproximadamente 25,1 milhões de doses da vacina Febre Amarela. Para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia foram enviados cerca de 18,4 milhões de doses para a Campanha de Vacinação, a saber: 13,4 milhões (SP), 4,7 milhões (RJ) e 300.000 mil (BA). Antes de iniciar a Campanha de Vacinação, os estados do RJ e BA já tinham vacinado, cerca de 6,7 milhões de pessoas. Considerando o total de doses acumuladas e doses da Campanha, Rio de Janeiro vacinou cerca de 6,8 milhões de pessoas e Bahia vacinou 1,8 milhões. O estado de São Paulo durante a Campanha vacinou cerca de 6,5 milhões de pessoas. As coberturas vacinais dos estados do RJ e BA correspondem 55,46 % e 55,03 %, respectivamente. 11

TABELA 4 Dados de doses acumuladas e de doses da vacinação contra febre amarela, informados pelos estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Brasil, até a SE 17*. Unidade Federada Doses distribuídas Nº de Municipios População Alvo Doses acumuladas anteriormente à campanha Estimativa de não vacinados Padrão (0,5ml) Doses aplicadas Fracionada (0,1ml) Total % Total de doses aplicadas (acumulada + campanha) Cobertura vacinal atualizada (%) Bahia 300.000 8 3.362.802 1.800.000 1.553.996 4.370 46.023 50.393 1,5 1.850.393 55,03 *São Paulo (1ª Etapa) 4.000.000 54 com SP capital 13.232.022 3.692.246 9.539.779 237.786 5.152.585 5.390.371 40,74 9.082.617 68,64 São Paulo (2ª Etapa) 4.000.000 53 com SP capital 10.244.025 2.871.639 7.410.342 336.147 787.783 1.123.930 10,97 3.995.569 39 **São Paulo (3ª Etapa) 1.300.000 São Paulo capital 1.250.736 Sem informação** 1.250.736 - - 0 - - - Rio de Janeiro 4.700.000 15 11.735.582 4.924.793 6.810.789 76.215 1.507.982 1.584.197 13,5 6.508.990 55,46 Total 18.400.000 129 39.825.167 13.288.678 26.565.642 654.518 7.494.373 8.148.891 20,46 21.437.569 53,83 *São Paulo recebeu 4.100.000 doses da vacina febre amarela anteriormente à campanha. Estas doses estão somadas ao total de doses distribuídas para a campanha. **São Paulo iniciou a 3º Etapa a partir de março de 2018. O Estado ainda não informou dados da referida etapa até o momento. Fonte: SES/RJ, SES/SP e SES/BA. Dados preliminares e sujeitos à revisão. 12

Considerando o histórico epidemiológico da doença no país, com base nas evidências registradas até junho de 2017, a área com recomendação de vacinação (ACRV) passou a ser considerada conforme a classificação na Figura 9. As áreas afetadas (em vermelho no mapa) indicam os municípios com transmissão ativa durante o período de monitoramento atual (2017/2018) e, somadas às áreas ampliadas (em amarelo), indicam as áreas de risco, onde as ações de vigilância e resposta são prioritárias. Eventos Adversos Pós-Vacinação Febre Amarela Os Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) são qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação e que, não necessariamente, possui uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico. Podem ser classificados como Eventos Adversos Graves (EAG) quando necessitam de hospitalização por pelo menos 24 horas, ocasionam sequela, anomalia congênita, risco de morte ou morte e Eventos Adversos Não Graves (EANG), que são aqueles que não estão incluídos nos EAG. A vacina febre amarela é reconhecidamente uma das vacinas mais eficazes e seguras, entretanto, EAG tem sido notificados e estão relacionados à disseminação do vírus vacinal. Resultados Dose Padrão Campanha No período de 25 de janeiro a 15 de abril deste ano foram notificados 1.292 EAPV nos estados da BA, RJ e SP com a dose padrão da vacina febre amarela, sendo 41 (3,2%) na BA, 411 (32%) no RJ e 840 (65%) em SP. Dos 1.292 EAPV notificados, 325 (25,2%) estão como EAG, 56 (17,2%) no RJ e 268 (82,5%) em SP. Os dados apresentados referentes à dose padrão são casos notificados e ainda se encontram em investigação para conclusão, sendo passíveis de alterações. Resultados Dose Fracionada Campanha No período de 25 de janeiro a 15 de abril deste ano foram notificados 906 EAPV nos estados do RJ e SP com a dose fracionada da vacina febre amarela, sendo 164 (18,1%) no RJ e 742 (81,9%) em SP. Não houve notificação, pelo estado da BA, de nenhum caso de EAPV com a dose fracionada da vacina febre amarela no período acima citado. Quanto a gravidade, ocorreram 137 EAG, 25 (18,2%) no RJ e 112 (81,8%) em SP. Os dados apresentados referentes a dose fracionada são casos notificados e ainda se encontram em investigação para conclusão, sendo passíveis de alterações. 13

GLOSSÁRIO Área Com Recomendação de Vacinação (ACRV): Área com registro histórico de febre amarela (FA) silvestre e, portanto, com recomendação permanente de vacinação. Área Sem Recomendação de Vacinação (ASRV): Área sem registro histórico de FA silvestre e, portanto, sem recomendação de vacinação. Área Com Recomendação de Vacinação Parcial (ACRP): Área afetada quando registrada em regiões metropolitanas, com grandes centros urbanos e elevados contingentes populacionais, para efeito de priorização das populações sob maior risco e priorização da vacinação para bloqueio de foco. Área afetada: Municípios com evidência recente (período de monitoramento julho a junho) de transmissão do vírus da FA. Área ampliada: Municípios contíguos à área afetada. Adicionalmente, também poderão ser incluídos nessa área aqueles municípios dispostos entre distintas áreas de transmissão (afetada e ampliada). Caso humano suspeito de FA: Indivíduo com quadro febril agudo (até 07 dias), de início súbito, acompanhado de (i) icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, (ii) não vacinado contra a FA ou com estado vacinal ignorado, (iii) residente em (ou procedente de) área de risco para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootia confirmada em primatas não humanos ou isolamento de vírus em mosquitos vetores, nos últimos 15 dias. Caso humano confirmado para FA por critério clínico-laboratorial: Todo caso suspeito que, além dos critérios clínicos e epidemiológicos compatíveis, apresente pelo menos uma das seguintes condições: (i) isolamento do vírus da FA em tecidos ou sangue/soro; (ii) detecção do genoma viral em tecidos ou sangue/soro; (iii) detecção de anticorpos da classe IgM em soro pela técnica de MAC-ELISA em indivíduos não vacinados ou com aumento de 4 vezes ou mais nos títulos de anticorpos pela técnica de inibição da hemaglutinação (IH), em amostras de soro pareadas; (iv) achados histopatológicos com lesões em tecidos compatíveis com FA. Também será considerado caso confirmado o indivíduo assintomático ou oligossintomático, originado de busca ativa, que (i) não tenha sido vacinado e que (ii) apresente sorologia (MAC-ELISA) positiva ou positividade por outra técnica laboratorial conclusiva para a FA. Importante avaliar para além dos resultados laboratoriais, os critérios clínicos e epidemiológicos para encerramento de casos, considerando a elevada incidência e prevalência de outros Flavivirus como os da Dengue, Zika, Saint Louis e do Oeste do Nilo, além do vírus vacinal da FA, em virtude da elevada frequência de reações inespecíficas e/ou cruzadas entre esses arbovírus. Em caso de divergência entre diferentes técnicas laboratoriais para a mesma amostra/animal/ paciente/evento e na ausência de elementos clínicos e epidemiológicos compatíveis, a avaliação deve ser feita caso a caso, em conjunto entre as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde e a Secretaria de Vigilância em Saúde, considerando sobretudo a necessidade de recursos e insumos para o desencadeamento de ações de resposta, divulgação e comunicação internacional. Caso humano confirmado para FA por vínculo epidemiológico: Caso suspeito de FA que evoluiu para óbito em menos de 10 dias, sem confirmação laboratorial, em período e área compatíveis com surto ou epidemia em que outros casos já tenham sido confirmados laboratorialmente. Definição de caso suspeito de FA mais sensível para aplicação em nível focal: Em situações de surto, recomenda-se adequar a definição de caso suspeito, tornando-a mais sensível em nível focal para detectar o maior número possível de casos, levando-se em conta o amplo espectro clínico da doença. Essa estratégia deve ser adotada com cautela e em nível focal, em função da elevada incidência e prevalência de outras flaviviroses de ocorrência urbana e que apresentam similaridade clínica e reações cruzadas em alguns exames diagnósticos. 14

Estratégias de busca ativa: Os casos suspeitos captados a partir de estratégias de busca ativa devem trazer essa informação, para fins de avaliação adequada do sistema de vigilância e descrição clínica e epidemiológica dos eventos. Caso humano descartado: Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, desde que comprovado que as amostras foram coletadas em tempo oportuno para a técnica laboratorial realizada; ou caso suspeito confirmado para outra doença. Epizootia de primata não-humano com suspeita de FA: Primata não humano de qualquer espécie, encontrado morto (incluindo ossadas) ou doente, em qualquer local do território nacional. Os eventos notificados devem ser classificados em: Epizootia de primata não-humano em investigação : Morte de macaco, constatada em investigação local, com coleta de amostras do animal objeto da notificação ou com coleta de amostras secundárias na investigação (amostras de primatas remanescentes da área, contactantes do animal doente ou morto). Adicionalmente, a investigação na área do Local Provável de Infecção (LPI) pode reunir amostras indiretas para contribuírem na investigação, tais como vetores para pesquisa de vírus, casos humanos sintomáticos ou indivíduos assintomáticos não vacinados, identificados na busca ativa. Epizootia em primata não-humano confirmada para FA por critério laboratorial: Epizootia em primatas não humanos com resultado laboratorial conclusivo para a FA em pelo menos um animal do LPI (aplicam-se as mesmas técnicas utilizadas em amostras de humanos). Epizootia em primata não-humano confirmada para FA por vínculo epidemiológico: Epizootia em primatas não humanos associada a evidência de circulação viral em vetores, outros primatas não humanos ou humanos no LPI. Devem ser considerados o tempo e a área de detecção, avaliando caso a caso, em conjunto com as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Epizootia em primata não-humano indeterminada: Informação sobre o adoecimento ou morte de macaco, com histórico consistente, sem coleta de amostras para diagnóstico laboratorial. Incluem-se nessa classificação aqueles eventos com histórico consistente em que o animal não foi avistado ou foi encontrada a ossada ou carcaça em decomposição, sem amostra disponível para o diagnóstico laboratorial. Epizootia em primata não-humano descartada: Epizootia em primatas não humanos com resultado laboratorial negativo para FA ou com confirmação por outras causas. Nucom/SVS/MS 3 maio 2018 15