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Transcrição:

ANALISE DOS NÍVEIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO PRÉDIO G1 DA FEAR/UPF: INSTRUMENTALIZAÇÃO DO CORPO TÉCNICO DA UNIVERSIDADE ANALYSIS OF THE FEAR-G1 BUILDING ENERGETIC EFFICIENCY LEVELS OF THE UNIVERSITY OF PASSO FUNDO: CAPABILITY OF THE UNIVERSITY TECHNICAL STAFF Eduardo Grala da Cunha (1), Daniela Teixeira (2) (1) Prof Adjunto; Dr. em Arquitetura, UFPel - Universidade Federal de Pelotas (2) Bolsista BIC FAPERGS, Universidade Federal de Pelotas RESUMO Com a preocupação mundial da redução de emissão de CO 2 na atmosfera, o Brasil deu um importante passo com a aprovação do Regulamento Técnico de Qualidade o qual prevê a etiquetagem do nível de eficiência energética de edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos a partir de 2014. A proposta desta pesquisa é instrumentalizar o corpo técnico da Universidade de Passo Fundo no que diz respeito à Eficiência Energética das edificações existentes e a serem projetadas. Desta forma, pretende-se disponibilizar aos profissionais uma referência à etiquetagem de eficiência energética das edificações dos Campi da UPF. Com relação à metodologia de pesquisa, inicialmente, foi prevista uma análise prévia do prédio G1 da Faculdade de Engenharia e Arquitetura, posteriormente, um levantamento das variáveis necessárias para a análise da envoltória da edificação e dos sistemas de iluminação artificial e condicionamento de ar. Tendo isso como base, o próximo passo relacionou-se à etiquetagem das mesmas. Em seguida foi previsto algumas simulações dos níveis de eficiência das variáveis etiquetadas no sentido da melhoria do nível de eficiência energética. Por fim, confeccionou-se um manual de eficiência energética que define as diretrizes básicas de projetos de novos edifícios da UPF objetivando a obtenção de níveis de eficiência A. Palavras-chave: Etiquetagem; eficiência energética, RTQ. ABSTRACT With the global concern on the reduction of green house emissions CO2 in the atmosphere, Brazil took an important step based on the approval of the Regulation of Voluntary Labeling for Commercial Buildings, of Public and Service, which determines that from 2014 all the buildings in this classification should be labeled according to levels of energy efficiency. This research is about the capability of the staff of the University of Passo Fundo with regard to energy efficiency of existing buildings and projects. This way, it is intended to provide to the professionals a reference to energy efficiency labeling of the buildings of UPF. Concerning the research methodology, a preliminary analysis of the building G1 of the Architecture and Engineering College was initially envisaged, then a verification of the variables necessary for the analysis of the building envelope and of artificial illumination systems and air conditioning. Based on that, the next step was related to labeling them. Then, some simulations of efficiency levels of the labeled variables towards the

improvement of building energetic efficiency were foreseen. Finally, a manual of energetic efficiency which defines the basic guidelines for the design of new buildings at UPF, aiming at obtaining level A efficiency. Keywords: Energetic efficiency labeling, energetic efficiency, RTQ. 1 INTRODUÇÃO Dentro do contexto das mudanças climáticas, discute-se na atualidade, a economia de energia das edificações como uma das formas mais efetivas de redução de emissão de CO 2 na atmosfera. Em agosto de 2007 o chefe do secretariado de Mudança Climática da ONU (Organização das Nações Unidas), Sr. Yvo de Boer, afirmou que a eficiência energética seria o meio mais promissor de reduzir os gases do efeito estufa em curto prazo. Países como França e Alemanha podem ser referências para futuros desenvolvimentos da normatização brasileira. A Alemanha, em particular, tem obtido excelentes resultados no que tange à economia de energia oriunda do consumo das edificações. Com a aprovação da primeira versão da EnEV (Lei de economia de energia) o país reduziu em 15% a emissão de CO 2 pelo aumento da eficiência das edificações e dos equipamentos de ventilação, refrigeração e aquecimento, entre outras razões. No Brasil, diversos estudos já foram realizados no que diz respeito ao consumo de energia elétrica por uso final em edificações comerciais em geral e públicas. GELLER (1991) apud LAMBERTS e CARLO (2004) indicou que 64% do consumo de energia elétrica se deve aos usos finais de iluminação e de arcondicionado, chegando a 86% em bancos e escritórios. Levantamentos em Salvador também mostraram que o consumo de energia em salas de edifícios de escritórios pode chegar a 70% para condicionamento de ar e 15% para iluminação (MASCARENHAS et al, 1988 apud LAMBERTS e CARLO, 2004). Observa-se então que a parcela que cabe aos sistemas de iluminação e condicionamento de ar aliados à configuração da envoltória da edificação, definidora do uso desses sistemas, representa um grande potencial para promover a redução no consumo de energia em edificações comerciais e públicas. O Brasil já iniciou a sua caminhada no sentido da normatização das edificações objetivando um melhor desempenho térmico e, por conseguinte, uma melhor eficiência energética. Os primeiros passos concretizados com a NBR 15220 (2005) e NBR 15575 (2008) são o início de uma longa jornada. Além disso, a aprovação da versão final em 2009 do Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos é um importante passo no sentido da inserção do tema eficiência energética no cenário da construção civil nacional. O Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos, regulamentado junto ao INMETRO em 2009, prevê que a partir de fevereiro de 2014 todos os edifícios comerciais, públicos e de serviços deverão estar etiquetados no que diz respeito aos níveis de eficiência energética. Entre 2009 e 2014 o procedimento é considerado voluntário, posteriormente, passará a ser obrigatório. 2 OBJETIVO A prescrição da Regulamentação de Etiquetagem Voluntária foi decisiva para dar início aos estudos relativos à eficiência energética, e mais especificadamente à etiquetagem de edifícios. Desta forma, a

pesquisa proposta prevê a análise e a classificação dos níveis de eficiência energética do prédio G1 da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo, objetivando consolidar um processo de trabalho, como também preparar o Laboratório de Conforto Ambiental do Curso de Arquitetura e Urbanismo para apoiar a comunidade regional no que diz respeito à análise da eficiência energética de edificações comerciais, públicas e de serviços. Ou seja, preparar o Laboratório de Conforto Ambiental para assessorar a comunidade profissional da região no que tange às novas demandas normativas de eficiência energética. Com base na realização de estudo piloto e na repertorização do processo de etiquetagem do nível de eficiência energética de edificações pretende-se também etiquetar os demais edifícios da Universidade de Passo Fundo, Campus I, e apresentar um manual de eficiência energética que definirá as diretrizes básicas para a realização de projeto de novos edifícios no campus da UPF, além de disponibilizar à comunidade profissional de Passo Fundo uma referência no que tange à etiquetagem de eficiência energética. 3 METODOLOGIA Para a elaboração desta pesquisa, o trabalho foi dividido em quatro etapas: 1 - Levantamento de dados e Revisão Bibliográfica; 2 - Classificação do nível de eficiência energética do edifício G1; 3 - Definição das medidas corretivas para promover o aumento do nível de eficiência energética do prédio G1 da FEAR/UPF; 4 - Recomendação de iniciativas para aumentar a eficiência energética da edificação; 5 - Confecção do manual de eficiência energética para o projeto das novas edificações da UPF. 3.1 Levantamento de dados e Revisão Bibliográfica Nesta primeira etapa, realizou-se uma análise de dados quantitativos relativos às plantas baixas, cortes e fachadas do edifício G1 da Faculdade de Engenharia e Arquitetura, assim como uma avaliação geral do edifício construído. Concomitantemente a isso foi realizada a leitura do RTQ - Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos, caracterizando-se assim, a revisão bibliográfica inicial. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, 2008, a classificação de eficiência geral do edifício é definida com base nos resultados das classificações da eficiência e potência instalada do sistema de iluminação (DPI), eficiência do sistema de condicionamento de ar (CA), e do desempenho da Envoltória (Env). Desta forma, para a realização da análise dos dados quantitativos, foram levantadas algumas informações necessárias para a classificação parcial de cada uma das três variáveis definidoras da classificação geral do edifício. A tabela 1 apresenta os pesos das três variáveis.

Tabela 1 - Pesos das três variáveis que definem a classificação geral do edifício Variável Peso Sistema de Iluminação (DPI) 30% Sistema de Ar condicionado (AC) 40% Envoltória (Env) 30% Fonte: RTQ (2009) Para a realização da avaliação geral do edifício, foi necessário também um levantamento físico. De forma sintética, pode-se dizer que o edifício G1 da FEAR (figura 1) é caracterizado pelo uso do concreto armado como estrutura, tijolo cerâmico aparente como fechamento vertical e vidro 3 mm como fechamento transparente. O prédio possui três pavimentos subsolo, térreo e segundo pavimento; composto por 59 salas caracterizadas no levantamento. As figuras 2, 3 e 4 apresentam as plantas baixas do prédio G1 da FEAR. Figura 1 - Fotografia do Prédio G1 da FEAR (Fonte: Disponível em http://sketchup.google.com/3dwarehouse/details?mid=960811dffa7a5b4beb327915fa2dbb9c&hl=pt-br&ct=lc. Consultado em 05/02/2010) Figura 2- Planta baixa pavimento superior Figura 3 - Planta baixa pavimento subsolo

Figura 4 - Planta baixa pavimento térreo 3.2 Classificação do nível de eficiência energética Após a revisão bibliográfica e levantamento de dados, nesta segunda etapa, o trabalho teve como objetivo identificar o nível de eficiência energética do edifício G1, estabelecendo prescrições normativas e classificações parciais para os três requisitos especificados na norma (envoltória, sistema de iluminação e sistema de condicionamento de ar). Por fim, a pesquisa buscou estabelecer a classificação final do edifício construído. A tabela 2 mostra o resultado das classificações parciais e o equivalente numérico de cada uma delas: Tabela 2 - Classificação parcial das envolventes: Eq. Numérico Classificação Parcial Sist. Iluminação (EqNumDPI) 3 C Envoltória (EqNumEnv) 3 C Sist. Condicionamento de Ar (EqNumCA) 4 B As classificações parciais referem-se à eficiência de cada um dos sistemas, esses possuem níveis de eficiência que podem variar de A (para os mais eficientes) a E (para os menos eficientes), permitindo classificá-los separadamente (tabela 3). Tabela 3 - Nível de Eficiência Equivalente Numérico Classificação Final 4,5 a 5 A 3,5 a <4,5 B 2,5 a <3,5 C 1,5 a <2,5 D <1,5 E Para chegar à classificação final do edifício é necessário aplicar uma equação onde serão levados em consideração os equivalentes numéricos de cada variável, a área total e a área condicionada da edificação (Eq. 1). Aplicando a equação, obteve-se a classificação final do edifício conforme demonstra a tabela 4.

EqNumEnv é o equivalente numérico da envoltória; (Eq. 1) EqNumDPI é o equivalente numérico do sistema de iluminação, identificado pela sigla DPI, de Densidade de Potência de Iluminação; EqNumCA é o equivalente numérico de sistema de condicionamento de ar. EqNumV é o equivalente numérico de ambientes não condicionados e/ou ventilados naturalmente (ver item 6.2.2); APT é a área de piso dos ambientes de permanência transitória, desde que não condicionados; ANC é a área de piso dos ambientes não condicionados de permanência prolongada; AC é a área de piso dos ambientes condicionados; AU é a área útil; b é a pontuação obtida pelas bonificações, que varia de zero a 1. Tabela 4 - Classificação final do edifício a partir das classificações parciais das envolventes: Eq. Numérico PT (Eq. 01) Classificação Final Sist. Iluminação (EqNumDPI) 3 Envoltória (EqNumEnv) 3 Sist. Condic. de Ar (EqNumCA) 4 3,43 C Ambientes naturalmente ventilados (EqNumV) 3 Área Condicionada (AC) Área não condicionada (ANC) Área de permanência transitória (APT) 199,8 1930,92 847,12 Área Útil (AU) 2977,84 3.3 Definição das medidas corretivas para promover o aumento do nível de eficiência energética dos prédios da UPF Identificado o nível de eficiência em que se encontra o edifício, o próximo passo é elevá-lo com o objetivo de obter classificação A em eficiência energética, respeitando os pré-requisitos de acordo com os critérios de cada variável. Nesta etapa foram realizadas simulações de diferentes configurações da envolvente (proteção solar e cores dos revestimentos) e o sistema de iluminação artificial (lâmpadas e luminárias mais eficientes, cores dos revestimentos internos das salas de aula e diferentes possibilidades de conjugação da iluminação artificial e natural), sendo que a realização de simulações do sistema de condicionamento de ar não foi necessária. Os ensaios a seguir apresentam de forma detalhada cada uma das simulações realizadas: 3.3.1 Ensaio 01: As modificações realizadas referem-se ao sistema de iluminação artificial. Considerando que o sistema de iluminação receba classificação B em eficiência energética, de acordo com o RTQ-C, deverão ser respeitados alguns pré-requisitos específicos. O primeiro pré-requisito caracteriza que cada ambiente deve possuir pelo menos um dispositivo de controle manual para o acionamento independente da iluminação

interna, e em ambientes maiores que 250m² cada dispositivo de controle deve controlar uma área de até 250m² para ambientes de até 1000m². O segundo pré-requisito exige que ambientes com janela voltada para o ambiente externo ou voltada para átrio não coberto ou de cobertura translúcida e com mais de uma fileira de luminárias paralelas à(s) janela(s) devem possuir um controle instalado (manual ou automático), para o acionamento independente da fileira de luminárias mais próxima à janela, de forma a propiciar o aproveitamento da luz natural disponível. 3.3.1.1. Resultado: O Índice de Consumo (IC) geral passou de 3,43 para 3,73, desta forma a classificação final do edifício passou a ser B em eficiência energética (tabela 5). Tabela 5 - Classificação final do edifício a partir das classificações parciais das envolventes: Eq. Numérico PT (Eq. 01) Classificação Final Sist. Iluminação (EqNumDPI) 4 Envoltória (EqNumEnv) 3 Sist. Condic. de Ar (EqNumCA) 4 3,73 B Ambientes naturalmente ventilados (EqNumV) 3 Área Condicionada (AC) Área não condicionada (ANC) Área de permanência transitória (APT) 199,8 1930,92 847,12 Área Útil (AU) 2977,84 3.3.2 Ensaio 02: As modificações realizadas referem-se ao sistema de iluminação artificial. Foram realizados ajustes na quantidade e no tipo de lâmpada presente nos ambientes do edifício, descritos a seguir: Para a adequação do sistema de iluminação foi necessário, inicialmente, uma verificação da iluminância adequada para cada ambiente considerando as atividades realizadas nele, conforme a norma NBR 5413, a qual estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em interiores. Considera-se o valor médio de iluminância a partir da definição dos fatores determinantes para iluminância adequada: Idade (inferior a 40 anos= -1); Velocidade de precisão (=0); Refletância do fundo da tarefa (30%, 50% e 70%=0); Somatório=-1+0+0=-1 Iluminância média. A partir do valor resultante (iluminância = -1), pode-se indicar, inicialmente, a iluminância adequada e posteriormente, o tipo e o número de lâmpadas e luminárias: Lâmpada utilizada: TLD 36 W40 PHILIPIS (P= 36W, FL=3350 Lm; I Rep Cores= 85; Tº 4000 K; Ef. Lum 93 Lm/W); Luminária utilizada: TBNS 910228 C5 REL acabamento brilhante. O número adequado de lâmpadas para cada ambiente foi determinado a partir da adoção do método dos Lumens da metodologia de origem européia, pois apresenta um resultado que implica em um decréscimo de custo de instalação e de consumo de energia, 40 % menor que o método americano.

3.3.2.1 Resultado: Considerando os pré-requisitos específicos do sistema de iluminação (divisão de circuitos, contribuição de luz natural e desligamento automático do sistema de iluminação) a classificação do item iluminação passará a ser B (EqNumDPI = 4). Como, segundo o RTQ-C, os pré-requisitos são obrigatórios, a classificação geral do edifício passou ser nível B (tabela 6). Tabela 6 - Classificação parcial do edifício após a realização do ensaio 02: Eq. Numérico PT (Eq. 01) Classificação Final Sist. Iluminação (EqNumDPI) 4 Envoltória (EqNumEnv) 3 Sist. Condic. de Ar (EqNumCA) 4 3,73 B Ambientes naturalmente ventilados (EqNumV) 3 Área Condicionada (AC) Área não condicionada (ANC) Área de permanência transitória (APT) 199,8 1930,92 847,12 Área Útil (AU) 2977,84 3.3.3 Ensaio 03: A modificação realizada refere-se à envoltória. Considerando que a envoltória receba classificação B em eficiência energética, de acordo com o RTQ-C, deverão ser respeitados alguns pré-requisitos específicos para o sistema receber essa classificação. Desta forma, além de serem levados em consideração todos os demais requisitos, será necessário realizar a pintura das paredes externas do edifício com cor clara para diminuir a absortância solar do revestimento (α=0,4). 3.3.3.1 Resultado: Após a adequação aos pré-requisitos, incluindo a pintura das paredes externas com cor clara,o valor da absortância solar diminui, a classificação da envoltória passa a ser B (EqNumEnv = 4), mas a classificação final do edifício não é alterada (tabela 7). Tabela 7 - Classificação parcial do edifício após a realização do ensaio 03: Eq. Numérico PT (Eq. 01) Classificação Final Sist. Iluminação (EqNumDPI) 3 Envoltória (EqNumEnv) 4 Sist. Condic. de Ar (EqNumCA) 4 3,45 C Ambientes naturalmente ventilados (EqNumV) 3 Área Condicionada (AC) Área não condicionada (ANC) Área de permanência transitória (APT) 199,8 1930,92 847,12 Área Útil (AU) 2977,84 Os pré-requisitos considerados para a classificação da envoltória receber nível B, com base no RTQ (2009) são os seguintes: A transmitância térmica da cobertura de ambientes condicionados artificialmente não deve ultrapassar 1,5 W/m 2 K e para ambientes não condicionados, não deve ultrapassar 2,0 W/m 2 K. Os pisos de áreas sem fechamentos laterais localizadas sobre ambiente(s) de permanência prolongada devem atender aos pré-requisitos de transmitância de coberturas. Incluem-se como áreas externas

sem fechamentos laterais os pilotis e as varandas cuja área de piso seja superior a 25% de Ape. A transmitância térmica das paredes externas não deve ultrapassar 3,7 W/m 2 K. Utilização de materiais de revestimento externo de paredes com absortância solar baixa, a < 0,4 (cores claras); Em coberturas não aparentes, utilização de cor de absortância solar baixa, a < 0,4, telhas cerâmicas não esmaltadas ou teto jardim. Os pisos de áreas sem fechamentos laterais localizadas sobre ambiente(s) de permanência prolongada devem atender aos pré-requisitos de absortância solar de coberturas. Incluem-se como áreas externas sem fechamentos laterais os pilotis e as varandas cuja área de piso seja superior a 25% de Ape. 3.3.4 Ensaio 04: O quarto ensaio foi caracterizado com base nos três primeiros estudos realizados. Desta forma, todos os ensaios foram empregados na obtenção das classificações parciais necessárias para a classificação final do edifício: Ensaio 01: confirmação do sistema de iluminação artificial de acordo com os pré-requisitos específicos exigidos para classificação B de eficiência energética; Ensaio 02: realização de ajustes na quantidade e no tipo de lâmpada presente nos ambientes do edifício; Ensaio 03: adequação do da envoltória aos pré requisitos específicos exigidos para classificação B de eficiência energética. 3.3.4.1. Resultado: A classificação final do edifício passou a ser nível B de eficiência energética (tabela 8). Tabela 8 - Classificação final do edifício após a realização do ensaio 04: Eq. Numérico PT (Eq. 01) Classificação Final Sist. Iluminação (EqNumDPI) 4 Envoltória (EqNumEnv) 4 Sist. Condic. de Ar (EqNumCA) 4 3,75 B Ambientes naturalmente ventilados (EqNumV) 3 Área Condicionada (AC) Área não condicionada (ANC) Área de permanência transitória (APT) 199,8 1930,92 847,12 Área Útil (AU) 2977,84 3.4 Recomendação de iniciativas para aumentar a eficiência energética da edificação Após a realização definitiva das modificações necessárias para elevar a eficiência energética do edifício para nível B, recomenda-se o uso de iniciativas, também chamadas de bonificações, visando aumentar a eficiência energética do edifício. As bonificações poderão agregar até um ponto na classificação geral, para tanto, essas iniciativas deverão ser justificadas, e a economia gerada deve ser comprovada. Desta forma, indica-se a instalação de um sistema de aproveitamento da água pluvial para a utilização nas descargas do edifício. A proposta é colocar um reservatório de, no mínimo, 6.000 l, ou seja, uma capacidade de aproximadamente 20% do consumo da edificação.

Se instalado o sistema com esta mesma capacidade, o resultado será o acréscimo de 1 ponto na classificação final do edifício, ou seja, o edifício passará a ter nível A na classificação final de eficiência energética. 3.5 Confecção do manual de eficiência energética para as novas edificações da UPF Com base nas análises realizadas foi desenvolvido um manual de eficiência energética da Universidade de Passo Fundo. O manual relaciona diversas diretrizes a serem seguidas durante a execução de novos projetos de edifícios da UPF, dentre eles podemos citar: definição das características arquitetônicas da envolvente no que diz respeito à presença e tipos de sistemas de proteção solar, relação entre os fechamentos opacos e transparentes da envoltória da edificação, cores dos fechamentos verticais e características de transmitância térmica, atraso térmico, fator de calor solar e capacidade térmica dos fechamentos verticais e horizontais; definição dos sistemas de iluminação artificial a serem utilizados no que diz respeito ao tipo de lâmpada (eficiência energética mínima em lm/w), tipo de luminária e disposição dos conjuntos lâmpadas-luminárias; definição dos sistemas de ar condicionado a serem utilizados no que diz respeito ao nível mínimo de eficiência energética segundo a classificação do INMETRO, como também os requisitos necessários para a instalação dos equipamentos de condicionamento artificial. Assim como o RTQ, o manual é dividido em três partes atendendo: sistema de ar condicionado, sistema de iluminação artificial e estratégias para definição da envoltória. A tabela 11 apresenta a estrutura do manual proposto. Tabela 11 Estrutura do manual de eficiência energética para as novas edificações da UPF: 1. Aspectos Gerais 1.1. Proposta para nível de eficiência "A" 2. Envoltória 3. Ar Condicionado 4. Sistema de Iluminação 2.1. Vedação e cor 2.2. Proteção Solar 2.3. Fechamento Transparente 3.1. Sistema indicado para carga térmica acima de 350kW 3.2. Sistema indicado para carga térmica abaixo de 350kW 3.3. Sombreamento dos condensadores 3.4. Ventilação dos condensadores 4.1. Aproveitamento da iluminação natural 4.2. Divisão de circuitos 4.3. Desligamento automático 4.4. Projeto de Iluminação 2.3.1. Plano Horizontal 2.3.2. Plano Vertical 4.4.1. Lâmpadas 4.4.2. Luminárias 4 CONCLUSÕES Com base nas simulações, considerando o método prescritivo do RTQ, dos níveis de eficiência energética do edifício G1 a partir de mudanças de configurações das variáveis presentes no processo, foi possível verificar o atendimento da tipologia recorrente na universidade no que diz respeito às novas legislações de eficiência energética. Além disso, foi possível também gerar um documento que instrumentalizará o corpo técnico da universidade para a confecção de novos projetos arquitetônicos buscando a obtenção de edificações com etiquetas de eficiência energética nível A.

5 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Desempenho de edificações de até cinco pavimentos: parte 1: requisitos gerais. Rio de Janeiro: ANBT, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: desempenho térmico de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. MME, 2009 CUNHA, Eduardo Grala da; FRITSCH, Rodrigo. Análise da Norma de Eficiência Energética Alemã ENEV 2007 e a Apresentação de Possíveis Contribuições para o caso Brasileiro. In. In: X Encontro Nacional e VI Encontro Latino-Americano de Conforto no Ambiente Construído, 2009, Natal. X Encontro Nacional e VI Encontro Latino-Americano de Conforto no Ambiente Construído, 2009. LAMBERTS, R; CARLO, J. C., 2004. Uma Discussão sobre a Regulamentação de Eficiência Energética em Edificações. In: Congresso de Ar Condicionado, Refrigeração, Aquecimento e Ventilação do Mercosul, Anais MERCOFRIO 2004, 2004. 6 AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de agradecer à FAPERGS pelo apoio à realização da pesquisa.