CONSIDERANDO as contribuições recebidas na Audiência Pública nº XXX/2007, RESOLVE:



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ANEXO VII: NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ( )

Transcrição:

Dispõe sobre os procedimentos a serem adotados pelas Concessionárias de Serviços Públicos de Transporte Ferroviário de Cargas, no transporte de produtos perigosos, nos trechos da malha ferroviária. A Diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres ANTT no uso de suas atribuições, fundamentada nos termos do Relatório D - /2008, de de de 2008 e no que consta do Processo nº 50500.124557/2003-09; CONSIDERANDO a Competência desta Agência Reguladora, prevista no art. 24, inciso XIV, da Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, para estabelecer Normas Técnicas Complementares relativas às operações de transporte terrestre de cargas especiais e perigosas; CONSIDERANDO o disposto no Decreto nº 1.832, de 4 de março de 1996, que aprovou o Regulamento dos Transportes Ferroviários RTF e no Decreto nº 98.973, de 21 de fevereiro de 1990, que aprovou o Regulamento de Transporte Ferroviário de Produtos Perigosos RTFPP; CONSIDERANDO as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT aplicáveis ao Transporte Ferroviário de Cargas, e a necessidade de se estabelecer Normas Técnicas Complementares que objetivem prevenir e minimizar a ocorrência de acidentes ferroviários no transporte de produtos perigosos e CONSIDERANDO as contribuições recebidas na Audiência Pública nº XXX/2007, RESOLVE: Art. 1º Estabelecer procedimentos a serem adotados pelas concessionárias de serviços públicos de transporte ferroviário de cargas, nos trechos da malha ferroviária onde for realizado transporte de produtos perigosos. Art. 2º Para fins desta Resolução considera-se: I - produtos perigosos: àqueles relacionados na Resolução nº 420/ANTT, de 12 de fevereiro de 2004, ou outra que vier a substituí-la;

II - local sensível: segmento de um trecho ferroviário em que a ocorrência de um acidente, envolvendo carga de produtos perigosos, pode causar danos ao meio ambiente e/ou a comunidade; e III - local de risco: segmento de um trecho ferroviário em que a via permanente encontra-se em estado precário. Art. 3º Sem prejuízo da continuidade de ações preventivas e corretivas nos trechos ferroviários, a Concessionária deverá encaminhar a ANTT, no prazo de noventa dias um levantamento de todos os locais sensíveis e de risco em trechos ferroviários por onde circulam trens transportando produtos perigosos. 1º O levantamento de que trata o caput deste artigo deverá: I - classificar os locais das intervenções por prioridades de riscos de acidentes, levando em consideração o estado da via permanente e o grau de exposição a danos ambientais conforme art.2º, incisos II e III, desta Resolução; II - conter um cronograma das intervenções corretivas necessárias, visando o enquadramento aos parâmetros de via permanente definidos no art 4º desta Resolução; e III - ser atualizado anualmente, incluindo cronograma conforme inciso II deste Artigo, e encaminhado a ANTT até o dia 30 de abril, a partir do primeiro ano posterior ao do levantamento descrito no caput ou, ainda, sempre que sofrer alterações. 2º O cronograma previsto no inciso II deverá ser aprovado pela ANTT, que poderá alterar a ordem das prioridades e, a qualquer momento, fiscalizar o seu cumprimento. 3º As inspeções técnicas da ANTT poderão identificar outros locais sensíveis e de risco não apontados no levantamento de que trata o caput, os quais serão incluídos no contexto dos demais. Art. 4º A superestrutura da via permanente nos trechos de circulação de trens transportando produtos perigosos deve respeitar às seguintes características técnicas e medidas mínimas:

I - os trilhos não podem apresentar desgastes superiores a 25% da área do boleto, exceto quando o módulo de resistência permitir. No caso de trilhos esmerilhados por método científico, serão permitidos desgastes de até, no máximo, 55% da área do boleto; II - as juntas devem estar devidamente conservadas, com desnivelamento pontual máximo de 20 mm, com, no mínimo, dois parafusos em cada barra, devidamente apertados na tala, com arruelas de pressão e porcas, corretamente fixadas em dormentes em boas condições. Não deve ser executado nas juntas, furos ou cortes de trilhos à maçarico. Não é admitido intercalar, em qualquer junta, perfis de trilhos objetivando diminuir o espaçamento entre os trilhos no seu interior, salvo em situação emergencial; III - o lastro deve ser em pedra bitolada respeitando os padrões e limites definidos pelas normas da ABNT. Admite-se lastro de escoria de alto forno; IV - serão obrigatoriamente dotados de placas de apoio todos os dormentes novos a serem assentados em curvas com raio inferior a 250m; V - em trechos de fixação rígida suscetíveis de caminhamento de trilhos que possam comprometer a estabilidade da via, deverão ser aplicados retensores. Em substituição aos retensores pode-se intercalar um dormente com fixação elástica a cada três com fixação rígida; VI - os dormentes em obras de-arte especiais metálicas devem ser fixados objetivando reter movimentos prejudiciais à grade ferroviária; VII - é obrigatória a utilização de contra-trilhos e de espaçadores de dormentes nas vias sem lastro sobre pontes, pontilhões e viadutos metálicos, cujas grades estejam apoiadas nas longarinas; VIII - a via deve ter ombro de lastro que lhe garanta a necessária ancoragem da grade, tanto no sentido longitudinal como transversal de maneira a evitar caminhamento de linha - desquadramento de dormentes - e reduzir a possibilidade da ocorrência de flambagem lateral; IX - nos trechos em tangente, entre dois dormentes inservíveis deve haver, no mínimo, dois dormentes bons em seqüência, limitados a taxa de 20% de dormentes inservíveis;

X - nos trechos em curva, entre dois dormentes inservíveis deve haver, no mínimo, três dormentes bons em seqüência, limitados as seguintes taxas de dormentes inservíveis: a) 20% para curvas com raio maior ou igual a 350m; b) 15% para curvas com raio maior que 250m e menor que 350m; c) 10% para curvas com raio menor ou igual a 250m. XI - em pontes, pontilhões e viadutos metálicos, entre dois dormentes inservíveis deve haver, no mínimo, cinco dormentes bons, limitados a taxa de 10% de dormentes inservíveis. 1º Em complemento ao exposto nos incisos IX e X, na hipótese de análise da via permanente por equipamento especializado que a submete ao carregamento transversal, serão adotados os parâmetros de segurança do referido equipamento, os quais deverão ser devidamente aprovados pela ANTT. 2º Consideram-se dormentes inservíveis os que não garantem, simultaneamente, a bitola e o nivelamento da via. Art. 5º A Concessionária deve realizar, no mínimo uma vez por ano, teste de ultra-som nas vias por onde trafegam trens transportando produtos perigosos, mantendo, a qualquer tempo, os resultados disponíveis para a ANTT. Parágrafo único. Quando julgar necessário, a fiscalização da ANTT pode solicitar o referido teste em trechos específicos da via. Art. 6º Em trechos ferroviários com tráfego de produtos perigosos em que a ANTT considere indispensável um exame mais detalhado do conjunto da via, esta poderá solicitar à Concessionária o teste de verificação do módulo u. Parágrafo único. u é o módulo de elasticidade da via permanente e seu valor, medido kg/cm 2, pode ser verificado somente através de testes de carga em campo. Art. 7º A Concessionária terá o prazo de noventa dias para prover todo o material rodante utilizado no transporte de produtos perigosos com os itens de segurança exigidos no RTFPP.

Art. 8º A Concessionária deve equipar sua frota, o sistema de via permanente ou outros sistemas de seu trecho operacional, de acordo com a conveniência tecnológica e privilegiando a segurança operacional, com dispositivos ou sistemas de detecção de descarrilamento com ação de parada manual ou automática. Art. 9º É proibido o uso de engates rotativos em vagões transportando cargas perigosas. Os vagões tanques empregados no transporte de produtos perigosos devem ser dotados de engates fixos e que evitem o desacoplamento vertical em decorrência de acidentes. Art. 10. Nas inspeções de pátio realizadas antes da viagem, com os vagões carregados, deve ser verificada a altura dos engates dos vagões-tanque. Em hipótese alguma a diferença entre as alturas de dois engates a serem acoplados pode ser maior que noventa milímetros. Art. 11. A Concessionária deve manter atualizado e disponível para a ANTT todos os registros de manutenção preventiva, preditiva e de reparo de seu material rodante. Quanto aos de manutenção de transformação, adaptação e de modernização, devem ter seus programas submetidos previamente à análise e autorização da ANTT. Parágrafo único. Nas revisões e inspeções, os testes das válvulas de descarga dos vagões-tanques deverão seguir as normas pertinentes estabelecidas pelo fabricante ou pela ABNT. Art. 12 Nos trechos desprovidos de circuito de via, as composições devem trafegar providas do equipamento EOT - end of train - em plenas condições e as locomotivas devem ter seus registradores de velocidade devidamente aferidos e em pleno funcionamento. Art. 13 O pessoal envolvido no transporte de produtos perigosos deve ser previamente treinado para o desempenho da função e reciclado a cada dois anos. Art. 14 A Concessionária terá o prazo de trinta dias para, caso necessário, promover ajustes em seu Regulamento de Operação Ferroviária, adaptando-o aos dispositivos legais estabelecidos no RTFPP. Art. 15 A Concessionária terá o prazo de noventa dias para o encaminhamento a ANTT do Plano de Gerenciamento de Riscos para o transporte de produtos perigosos.

Parágrafo único. Cada atualização do Plano de Gerenciamento de Riscos deverá ser comunicada à ANTT no prazo de trinta dias da sua realização. outros: Art. 16 Deve fazer parte do Plano de Gerenciamento de Riscos, dentre I - a carga transportada, a freqüência e as rotas ferroviárias para o transporte de produtos perigosos, destacando os principais trechos de risco, inclusive nas áreas urbanas; II - o procedimento para condução segura dos trens que transportam produtos perigosos; III - o detalhamento dos itens de segurança adequados aos riscos associados aos produtos, incluindo os de proteção individual e os de emergência; IV o Plano para Atendimento de situações de emergência, o qual deve ser divulgado aos órgãos públicos e entidades particulares de interesse no atendimento de emergências com produtos perigosos, nas rotas pelas quais se efetua o transporte regular de produtos perigosos, contendo os procedimentos a serem adotados em caso de acidente, de acordo como o disposto no art. 33 do RTFPP e; V os procedimentos a serem cumpridos pelo pessoal envolvido no transporte de produtos perigosos, determinando medidas de segurança em geral, objetivando concentrar esforços e recursos da empresa para minimizar os riscos de ocorrência de acidentes e prepará-la para responder de maneira precisa às situações de emergência, preservando pessoas e o meio ambiente. Art. 17 Nas inspeções técnicas e operacionais, a ANTT verificará o cumprimento das exigências contidas nesta Resolução. Art. 18 Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas, o não cumprimento das condições mínimas de segurança para o tráfego ferroviário de produtos perigosos poderá, ao critério da ANTT, implicar na suspensão temporária do tráfego de trens com produtos perigosos no trecho, até que a Concessionária tome as medidas corretivas necessárias para o restabelecimento das condições seguras de tráfego. Art. 19 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.