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Transcrição:

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Índice 1. Criação Líquida de 3 2. Beneficio ao 6 3. Remuneração 13 4. SIFIDE II - Sistema de Investigação e Desenvolvimento empresarial II 15 5. RFAI Regime de 21 2

1- CRIAÇÃO LÍQUIDA DE POSTOS DE TRABALHO

A criação de emprego é um benefício fiscal, previsto nº art.º 19º no Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), aplicável aos sujeitos passivos de IRC e IRS com contabilidade organizada, e, que consiste na majoração de 50% dos gastos do exercício contabilizados a título de encargos correspondentes à criação líquida de postos de trabalho para jovens e para desempregados de longa duração, admitidos por contrato de trabalho por tempo indeterminado. Para este efeito consideram-se: Criação líquida de postos de trabalho: diferença positiva, num dado exercício económico, entre o número de contratações elegíveis e o número de saídas de trabalhadores que, à data da respetiva admissão, se encontravam nas mesmas condições. Jovens: trabalhadores com idade superior a 16 e inferior a 35 anos, inclusive, aferida na data da celebração do contrato de trabalho. Exceção: jovens com menos de 23 anos, que não tenham concluído o ensino secundário, e que não estejam a frequentar uma oferta de 4 educação-formação que permita elevarem o nível de escolaridade ou qualificação profissional para assegurar a conclusão desse nível de ensino. Desempregados de longa duração: trabalhadores disponíveis para o trabalho, nos termos do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro, que se encontrem desempregados e inscritos nos centros de emprego há mais de 9 meses, sem prejuízo de terem sido celebrados, durante esse período, contratos a termo por período inferior a 6 meses, cuja duração conjunta não ultrapasse os 12 meses. Encargos: montantes suportados pela entidade empregadora com o trabalhador, a título da remuneração fixa e das contribuições para a segurança social a cargo da mesma entidade.

Limite máximo da majoração O montante máximo anual, por posto de trabalho, é o correspondente a 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida. Este benefício só pode ser concedido uma única vez por trabalhador admitido nessa entidade ou noutra entidade com a qual existam relações especiais nos termos do artigo 63.º do Código do IRC. Duração do benefício A majoração durante um período de 5 anos a contar do início da vigência do contrato de trabalho, não sendo cumulável, quer com outros benefícios fiscais da mesma natureza, quer com outros incentivos de apoio ao emprego previstos noutros diplomas, quando aplicáveis ao mesmo trabalhador ou posto de trabalho. Obrigações declarativas Sujeitos passivos de IRC: Dedução do benefício resultante da majoração determinada (50%), no quadro 07 da declaração Modelo 22 de IRC; Preenchimento do Anexo D Benefícios Fiscais da declaração Modelo 22. Exclusões: Para efeitos da determinação da criação líquida de postos de trabalho, não são considerados os trabalhadores que integrem o agregado familiar da respetiva entidade patronal. Sujeitos passivos de IRS (Regime Contabilidade Organizada): Preenchimento do campo 455 (a deduzir) do quadro 4 do Anexo C à declaração Modelo 3 de IRS. 5

2 - BENEFÍCIO AO REINVESTIMENTO DE LUCROS E RESERVAS Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos - DLRR

Regime de incentivos fiscais previsto nos artigos 66º C a 66º L do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), que fomenta o recurso ao autofinanciamento pelas empresas em detrimento do financiamento alheio, facultado pelo Estado português e que se denomina por Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos - DLRR. Objeto A dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR) constitui um regime de incentivos fiscais ao investimento em favor de pequenas e médias empresas nos termos do Regulamento (CE) n.º 800/2008, da Comissão, de 6 de agosto, publicado no Jornal Oficial da União Europeia, n.º L 214, de 9 de agosto de 2008, que declara certas categorias de auxílios compatíveis com o mercado comum, em aplicação dos artigos 87.º e 88.º do Tratado (Regulamento Geral de Isenção por Categoria). Âmbito Podem beneficiar da DLRR os sujeitos passivos de IRC residentes em território português, e não residentes que cá tenham estabelecimento estável e exerçam a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola. Condições cumulativas (artigo 66º-D do EBF): Pequenas e médias empresas, consideradas como tal de acordo com o anexo ao DL nº 372/2007; Disporem de contabilidade regularmente organizada de acordo com a normalização contabilística em vigor; Lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos; Situação fiscal e contributiva regularizada. 7

Natureza do benefício fiscal Dedução à coleta do IRC, nos períodos de tributação que se iniciem, em ou após 1 de Janeiro de 2014, até 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos em ativos elegíveis no prazo de dois anos contado a partir do final do período de tributação a que correspondam os lucros retidos (nº 1 do artigo 66º-E do EBF). Para além do prazo estipulado anteriormente, é também permitido reinvestir no ano de 2014 os lucros retidos nesse ano: início da aplicação do regime (artigo 66º-L do EBF). Os beneficiários do regime devem proceder à constituição no balanço, de uma reserva especial, que não pode ser utilizada para distribuição aos sócios antes do fim do quinto exercício posterior ao da sua constituição, correspondente ao montante dos lucros retidos e reinvestidos (artigo 66º-H do EBF). Lucros reinvestidos no exercício de 2014 Os lucros retidos ao primeiro exercício de tributação que se inicie, em ou após, 01 Janeiro de 2014 podem ser reinvestidos em 8 ativos elegíveis nesse exercício ou no prazo de 2 anos contado do final desse exercício. O benefício fiscal é utilizado no ano em que é constituída a reversa. Ou seja, o DLRR já se aplica aos resultados do exercício do ano 2013, caso a reserva tenha sido constituída em 2014, e, o investimento pode ser efetuado até ao ano 2016. A reserva a constituir em 2014, relativamente ao resultado de 2014, só permite investimento nos anos 2015 e 2016. Ativos elegíveis Consideram-se ativos elegíveis, os ativos tangíveis, adquiridos em estado de novo, exceto: Terrenos, salvo se se destinarem à exploração de concessões mineiras, águas minerais naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em projetos de indústria extrativa;

Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo quando afetos a atividades produtivas ou administrativas; Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, barcos de recreio e aeronaves de turismo; Artigo de conforto ou decoração, salvo equipamento hoteleiro afeto à exploração turística Ativos afetos a atividades no âmbito de concessão ou parceria público-privada celebrados com entidades do sector público. Para efeitos de investimento realizado em ativos elegíveis consideram-se as adições, as adições de ativos fixos tangíveis, incluindo as adições aos investimentos em curso, verificadas em cada período de tributação, excluindo adiantamentos (nº 2 do artigo 66º-F do EBF); Não são consideradas adições de ativos, a transferência da rubrica de investimentos em curso para a correspondente rubrica de ativo fixo tangível (nº 3 do artigo 66º-F do EBF). Ativos adquiridos em regime de locação financeira: a dedução está condicionada ao exercício da opção de compra pelo locatário no prazo de cinco anos a contar da data da aquisição. Prazo para detenção dos ativos elegíveis Os ativos elegíveis devem ser detidos e contabilizados por um período mínimo de 5 anos, sendo que, se ocorrer a sua transmissão onerosa antes de decorrido este prazo, o sujeito passivo deve reinvestir no mesmo período ou no período de tributação seguinte, o respetivo valor de realização em ativos elegíveis, os quais devem ser detidos, pelo menos, pelo período necessário para completar aquele prazo (nºs 5 e 6 do artigo 66º-F). 9

Limites Montante máximo da DLRR: o montante máximo dos lucros retidos e reinvestidos em cada período de tributação não pode ultrapassar os 5.000.000 por sujeito passivo (nº 2 do artigo 66º-E do EBF); Limite da Dedução: o valor deduzido não pode ultrapassar 25% da coleta do IRC (nº 3 do artigo 66º-E do EBF). Regime Especial de Tributação de Grupos de Sociedades (RETGS): A dedução efetua-se com base na matéria coletável do grupo; Aplica-se o limite de 25% da coleta que seria apurada pela sociedade que realizou as despesas elegíveis no caso de não se aplicar o RETGS; A dedução à matéria coletável do grupo efetua-se apenas até 25% da sua concorrência (nº 4 do artigo 66º-E). Sanções pelo incumprimento A não concretização da totalidade do investimento nos termos previstos no artigo 66º-F até ao termo do prazo de dois anos previsto no n.º 1 do artigo 66º-E, implica a devolução do montante de imposto que deixou de ser liquidado na parte correspondente ao montante dos lucros não reinvestidos, ao qual é adicionado ao montante de imposto a pagar relativo ao segundo período de tributação seguinte, acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais. Acrescem as sanções previstas pelo Regime Geral Infrações Tributárias (RGIT). Não cumulação com outros benefícios O regime não é cumulável, no que concerne às mesmas despesas elegíveis, com quaisquer outros benefícios fiscais ao investimento da mesma natureza (artigo 66º-G) 10

Obrigações declarativas Preenchimento do campo 355 do quadro 10 da declaração Modelo 22 de IRC, e eventualmente, o campo 720 do quadro 07-075 do Anexo D da mesma declaração; Dossier Fiscal: Justificação da dedução efetuada, através de um documento, que identifique discriminadamente o montante dos lucros retidos e reinvestidos, as despesas de investimento em ativos elegíveis e o respetivo montante; A contabilidade deve evidenciar o imposto que deixe de ser pago em resultado da dedução, mediante menção do valor correspondente no Anexo ao balanço e à demonstração dos resultados relativo ao exercício em que se efetua a dedução (artigo 66º-I). Constituição da reserva, preferencialmente, evidenciando a sua indisponibilidade. Desvantagem Caso o montante do benefício do DLRR não possa ser utilizado na totalidade, este regime não possibilita o reporte do valor excedente para os anos seguintes ao contrário que acontece noutro tipo de benefícios fiscais. Nota: Não esquecer a limitação à utilização dos benefícios fiscais prevista no art.º 92º do Código do IRC. 11

convencional do capital social (artigo 9º - Lei nº 2/2014, de 16 de Janeiro)

Este regime consiste na dedução ao rendimento dos sujeitos passivos de IRC de uma importância correspondente à remuneração convencional do capital social, calculada mediante a aplicação da taxa de 5 % ao montante das entradas realizadas, por entregas em dinheiro, pelos sócios, no âmbito da constituição de sociedade ou de aumento do capital social. Condições - cumulativas A sociedade beneficiária seja qualificada como micro, pequena ou média empresa, de acordo com os critérios previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro; Os sócios que participem na constituição da sociedade ou no aumento do capital social sejam exclusivamente pessoas singulares, sociedades de capital de risco ou investidores de capital de risco; O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos. Aplicação Aplica-se exclusivamente às entradas, no âmbito da constituição de sociedades ou do aumento do capital social da sociedade beneficiária; A dedução é efetuada no apuramento do lucro tributável do período de tributação relativo ao período de tributação em que ocorram as mencionadas entradas e nos três períodos seguintes. Obrigações declarativas Dedução no campo 774 do quadro 07 da declaração modelo 22 do IRC, e consequentemente, preencher o campo 409 do quadro 04 do Anexo D da referida declaração fiscal. 13

4 - Regime fiscal do Sistema de empresarial II - SIFIDE II

A Lei nº 83-C/2013 de 30 de Dezembro que aprovou o Orçamento do Estado para 2014, alterou e revogou várias disposições, tendo prorrogado o SIFIDE II até ao exercício fiscal de 2020. O SIFIDE II vigora dos períodos de tributação de 2013 a 2020 e está vertido no Código Fiscal ao Investimento nos artigos 33º a 40º. Âmbito da dedução Os sujeitos passivos de IRC residentes em território português que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza agrícola, industrial, comercial e de serviços e os não residentes com estabelecimento estável nesse território podem deduzir à coleta, e até à sua concorrência, o valor correspondente às despesas com investigação e desenvolvimento, na parte que não tenha sido objeto de comparticipação financeira do Estado a fundo perdido, realizadas nos períodos de tributação com início entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2020, numa dupla percentagem: Taxa de base: 32,5% das despesas realizadas naquele período; Taxa incremental: 50% do acréscimo das despesas realizadas naquele período em relação à média aritmética simples dos dois exercícios anteriores, até ao limite de 1.500.000. Para os sujeitos passivos de IRC que sejam consideradas Pequenas e Médias Empresas, de acordo com a definição constante do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, que ainda não completaram dois exercícios e que não beneficiaram da taxa incremental, aplica-se uma majoração de 15% à taxa base. A dedução é efetuada, nos termos do artigo 90.º do Código do IRC, na liquidação respeitante ao período de tributação mencionado no número anterior. As despesas que, por insuficiência de coleta, não possam ser deduzidas no exercício em que foram realizadas podem ser deduzidas até ao oitavo exercício imediato 15

Condições Apenas podem beneficiar da dedução a que se refere o artigo anterior os sujeitos passivos de IRC que preencham cumulativamente as seguintes condições: O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos; Não sejam devedores ao Estado e à segurança social de quaisquer impostos ou contribuições, ou tenham o seu pagamento devidamente assegurado. Despesas Elegíveis Consideram-se dedutíveis as seguintes categorias de despesas, desde que se refiram a atividades de investigação e desenvolvimento: a) Aquisições de ativos fixos tangíveis, à exceção de edifícios e terrenos, desde que criados ou adquiridos em estado novo e na proporção da sua afetação à realização de atividades de I&D; 16 b) Despesas com pessoal com habilitações literárias mínimas do nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações, diretamente envolvido em tarefas de I&D; c) Despesas com a participação de dirigentes e quadros na gestão de instituições de I&D; d) Despesas de funcionamento, até ao máximo de 55% das despesas com o pessoal com habilitações literárias mínimas do nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações diretamente envolvido em tarefas de I&D contabilizadas a título de remunerações, ordenados ou salários, respeitantes ao exercício e) Despesas relativas à contratação de atividades de I&D junto de entidades públicas ou beneficiárias do estatuto de utilidade pública ou de entidades cuja idoneidade em matéria de investigação e desenvolvimento seja reconhecida por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da economia, da inovação, da ciência, da tecnologia e do ensino superior;

f) Participação no capital de instituições de I&D e contributos para fundos de investimentos, públicos ou privados, destinados a financiar empresas dedicadas sobretudo a I&D, incluindo o financiamento da valorização dos seus resultados, cuja idoneidade em matéria de investigação e desenvolvimento seja reconhecida por despacho membros do Governo responsáveis pelas áreas da economia, do emprego, da educação e da ciência; g) Custos com registo e manutenção de patentes; h) Despesas com a aquisição de patentes que sejam predominantemente destinadas à realização de atividades de I&D. Nota: só é aplicável às micro, pequenas e médias empresas. i) Despesas com auditorias à I&D; j) Despesas com ações de demonstração que decorram de projetos de I&D apoiado Sem prejuízo do previsto na alínea e) acima referida, não são consideradas quaisquer despesas incorridas no âmbito de projetos realizados exclusivamente por conta de terceiros, nomeadamente através de contratos e prestação de serviços de I&D. Majorações As despesas com pessoal diretamente envolvido em tarefas de I&D, que possuam habilitações literárias mínimas do nível 8 do Quadro Nacional de Qualificações, são consideradas em 120% do seu quantitativo. Candidatura As candidaturas deverão ser submetidas até ao final do mês de Julho do ano seguinte ao do exercício, não sendo aceites candidaturas referentes a anos anteriores a esse período de tributação. 17

As empresas com período de tributação diferente do ano civil deverão submeter a candidatura ao SIFIDE II até ao último dia do sétimo mês seguinte à data do termo do período de tributação a que respeitam as despesas de I&D. Só as empresas que submetam candidaturas dentro do prazo da entrega da declaração anual de rendimentos poderão inscrever na mesma o cálculo do Crédito Fiscal de que pretende beneficiar. Para as candidaturas submetidas após esta data (Junho e Julho), a empresa terá que aguardar, para efeitos de usufruição do benefício, a declaração de certificação das despesas, podendo utilizar a possibilidade de entrega de uma declaração de substituição, no prazo de um ano contado do termo do prazo de entrega da declaração de rendimentos do período em questão ou, se este já tiver expirado à data da notificação daquela certificação, no prazo de um ano contado desta notificação. O formulário devidamente preenchido deverá ser enviado por via eletrónica através do portal. 18 Obrigações acessórias A obtenção da dedução deve ser justificada por declaração comprovativa, a requerer pelas entidades interessadas, ou prova da apresentação do pedido de emissão dessa declaração, de que as atividades exercidas ou a exercer correspondem efetivamente a ações de investigação ou desenvolvimento, dos respetivos montantes envolvidos, do cálculo do acréscimo das despesas em relação à média dos dois exercícios anteriores e de outros elementos considerados pertinentes, emitida por entidade nomeada por despacho do membro do Governo responsável pelas áreas da economia e do emprego, a integrar no processo de documentação fiscal do sujeito passivo a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC. As entidades interessadas em recorrer ao sistema de incentivos fiscais previsto no presente capítulo devem disponibilizar atempadamente as informações solicitadas e aceitar submeter-se às auditorias tecnológicas que vierem a ser determinadas

As entidades interessadas em recorrer ao sistema de incentivos fiscais previsto no presente capítulo são obrigatoriamente submetidas a uma auditoria tecnológica. Obrigações declarativas a) Preenchimento do campo 355 do quadro 10 da declaração Modelo 22 de IRC, e quadro 07 do Anexo D da mesma declaração; b) Dossier Fiscal: constar documento que evidencie o cálculo do benefício fiscal, bem como documento comprovativo de que se encontra regularizada a situação com o Estado e Segurança, com referência ao mês anterior ao da entrega da declaração periódica de rendimentos. c) A contabilidade, deve evidenciar o imposto que deixe de ser pago em resultado da dedução, mediante menção do valor correspondente no Anexo ao balanço e à demonstração dos resultados relativo ao exercício em que se efetua a dedução. 19 Exclusividade do benefício A dedução à coleta de IRC prevista neste benefício não é cumulável, relativamente ao mesmo investimento, com benefícios fiscais da mesma natureza, previstos neste ou noutros diplomas legais. Este benefício encontra-se fora do limite previsto no art.º 92º do Código de IRC ( Resultado da Liquidação ).

5 - REGIME DE APOIO AO INVESTIMENTO - RFAI

O Regime Fiscal de - RFAI é um incentivo de natureza regional, que prevê um sistema específico de incentivos fiscais ao investimento em determinados setores de atividade. Está regulado no Código Fiscal ai Investimento (CFI) nos artigos 26º a 32º. Âmbito O RFAI é aplicável aos sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma atividade nos setores agrícola, florestal, agroindustrial e turístico e ainda da indústria extrativa ou transformadora, com exceção dos setores siderúrgico, da construção naval e das fibras sintéticas, tal como definidos no artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 800/2008, da Comissão, de 6 de agosto. Podem beneficiar dos incentivos fiscais previstos no presente regime os sujeitos passivos de IRC que preencham cumulativamente as seguintes condições: a) Disponham de contabilidade regularmente organizada, de acordo com a normalização contabilística e outras 21 disposições legais em vigor para o respetivo setor de atividade; b) O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos; c) Mantenham na empresa e na região durante um período mínimo de cinco anos os bens objeto do investimento; d) Não sejam devedores ao Estado e à segurança social de quaisquer contribuições, impostos ou quotizações ou tenham o pagamento dos seus débitos devidamente assegurado; e) Não sejam consideradas empresas em dificuldade nos termos da comunicação da Comissão - orientações comunitárias relativas aos auxílios estatais de emergência e à reestruturação a empresas em dificuldade, publicada no Jornal Oficial da União Europeia, n.º C 244, de 1 de outubro de 2004; f) Efetuem investimento relevante que proporcione a criação líquida de postos de trabalho e a sua manutenção até ao final do período de dedução previsto neste regime.

Investimentos Relevantes 1. Investimento em ativos fixos tangíveis, adquiridos em estado de novo, com exceção de: a) Terrenos, salvo no caso de se destinarem à exploração de concessões mineiras, águas minerais naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em projetos de indústria extrativa; b) Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo se forem instalações fabris ou afetos a atividades administrativas; c) Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas; d) Mobiliário e artigos de conforto ou decoração, salvo equipamento hoteleiro afeto a exploração turística; e) Equipamentos sociais, com exceção daqueles que a empresa seja obrigada a ter por determinação legal; f) Outros bens de investimento que não estejam direta e imprescindivelmente associados à atividade produtiva exercida 22 pela empresa; 2. Investimento em ativo intangível, de acordo com a NCRF 8, constituído por despesas com transferência de tecnologia, nomeadamente através da aquisição de direitos de patentes, licenças, 'saber-fazer' ou conhecimentos técnicos não protegidos por patente. Para as empresas que não sejam consideradas como Micro, Pequenas e Médias empresas, definição do anexo I do Regulamento (CE) nº 800/2008, da Comissão, de 6 de Agosto, as despesas de investimento em ativo intangível não podem exceder 50% dos investimentos relevantes. Investimento realizado Correspondente às adições, verificadas em cada período de tributação, de ativos fixos tangíveis e intangíveis e bem assim o que, tendo a natureza de ativo fixo tangível e não dizendo respeito a adiantamentos, se traduza em adições aos investimentos em curso.

Não são consideradas adições de ativos fixos, as que resultem de transferências de investimentos em curso transitado de períodos anteriores, exceto se forem adiantamentos. Incentivos Fiscais Aos sujeitos passivos de IRC residentes em território português ou que aí possuam estabelecimento estável, que exerçam a título principal uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola abrangida no âmbito deste regime que efetuem, nos exercícios de 2013 a 2017, investimentos considerados relevantes, são concedidos os seguintes benefícios fiscais: 1. Dedução à coleta de IRC, e até à concorrência de 50% da mesma, das seguintes importâncias, para investimentos realizados em regiões elegíveis para apoio no âmbito dos incentivos com finalidade regional: a) 20% do investimento relevante, relativamente ao investimento até ao montante de 5.000.000,00; b) 10% do investimento relevante, 23 relativamente ao investimento de valor superior a 5.000.000,00. A dedução à coleta é efetuada na liquidação respeitante ao período de tributação em que se efetuar o investimento, desde que seja efetuado nos períodos de tributação de 2013 a 2017. Quando a dedução referida no número anterior não possa ser efetuada integralmente por insuficiência de coleta, a importância ainda não deduzida pode sê-lo, nas mesmas condições, nas liquidações dos 5 exercícios seguintes. 2. Isenção de imposto municipal sobre imóveis (IMI), por um período até 5 anos, relativamente aos prédios da sua propriedade que constituam investimento relevante; 3. Isenção de imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) relativamente às aquisições de prédios que constituam investimento relevante;

4. Isenção de imposto do selo relativamente às aquisições de prédios que constituam investimento relevante. As isenções relaxativas ao IMI e IMT são condicionadas ao reconhecimento, pela competente assembleia municipal, do interesse do investimento para a região. Limites O montante global dos incentivos fiscais concedidos no RFAI não pode exceder o valor que resultar da aplicação dos limites máximos aplicáveis ao investimento com finalidade regional, em vigor na região na qual o investimento seja efetuado, constantes do artigo 32.º do RFAI. Em conformidade com o mapa nacional dos auxílios estatais com finalidade regional para o período até 31 de dezembro de 2013, aprovado pela Comissão Europeia em 7 de julho de 2007, os limites máximos aplicáveis aos benefícios fiscais concedidos no âmbito do RFAI são os seguintes: 24

No caso de grandes projetos de investimento cujas despesas elegíveis excedam 50 milhões de euros, os limites previstos no n.º 1 estão sujeitos ao ajustamento estabelecido no n.º 67 das orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional para o período de 2007-2013, publicadas no Jornal Oficial da União Europeia, n.º C 54, de dedução à coleta de IRC. Os limites máximos aplicáveis aos investimentos realizados após 31 de dezembro de 2013 são fixados por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, em conformidade com o mapa nacional dos auxílios estatais com finalidade regional. Majorações Os limites previstos na tabela acima são majorados em 10 pontos percentuais para as médias empresas e em 20 pontos percentuais para as pequenas empresas tal como definidas na recomendação da Comissão, de 6 de maio de 2003, relativa à definição de micro, pequenas e médias empresas, publicada no Jornal Oficial da União Europeia, n.º L 124, de 25 20 de maio de 2003. Obrigações acessórias Dossier Fiscal A dedução à coleta deve ser justificada por documento a integrar o processo de documentação fiscal a que se refere o artigo 130.º do Código do IRC, que identifique discriminadamente os investimentos relevantes, o respetivo montante e outros elementos considerados relevantes; Relativamente ao exercício da dedução deve ainda constar documento que evidencie o cálculo do benefício fiscal; Certidões de situação regularizada perante o Estado e a Segurança, com referência ao mês anterior ao da entrega da declaração periódica de rendimentos.

Anexo ao Balanço e Demonstração dos Resultados A contabilidade evidenciar o imposto que deixe de ser pago em resultado da dedução a que se refere este regime, mediante menção do valor correspondente no anexo ao balanço e à demonstração de resultados relativa ao exercício em que se efetua a dedução. Obrigações declarativas Preenchimento do campo 355 do quadro 10 da declaração Modelo 22 de IRC, e quadro 07 do Anexo D da mesma declaração Acrescem as obrigações já referidas no ponto obrigações acessórias. Incumprimento No caso de incumprimento relativamente à manutenção da empresa e na região, durante o período mínimo de 5 anos, é adicionado ao IRC relativo ao período de tributação em que o sujeito passivo alienou os bens objeto do investimento o imposto que deixou de ser 26 liquidado em virtude do presente regime, acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 10 pontos percentuais. Não cumulação dos incentivos fiscais Os incentivos fiscais previstos no presente capítulo não são cumuláveis, relativamente ao mesmo investimento, com quaisquer outros benefícios fiscais da mesma natureza, automáticos ou contratuais, previstos neste ou noutros diplomas legais. De referir que este regime agrega vários benefícios fiscais e é cumulável com outros benefícios como a criação líquida de postos de trabalho Este benefício encontra-se fora do limite previsto no art.º 92º do Código de IRC ( Resultado da Liquidação ).

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