Química de superfície: determinação das propriedades ópticas de nanopartículas metálicas coloidais Nanociência e Nanotecnologia

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Transcrição:

Química de superfície: determinação das propriedades ópticas de nanopartículas metálicas coloidais 1 2 1

1-PREÂMBULO A diferença significativa entre as nanopartículas e seus homólogos bulk originam uma maior relação superfície volume. Como resultado, partículas menores têm maiores frações do número de átomos da superfície em comparação com número total dos átomos. Como o tamanho das nanopartículas torna-se menor, a influência da química de superfície torna-se mais pronunciada na determinação de suas propriedades. Observações reforçam a importância da química de superfície na determinação da estrutura eletrônica de átomos de superfície e nas propriedades correpondentes. Surface Plasmon Resonance (SPR). 3 2-TEORIA DE MIE Mie resolveu as equações de Maxwel para sistemas esféricos com dimensões menores ou da ordem do comprimento da radiação incidente. Desenvolvida a partir das leis do eletromagnetismo. Foi possível realizar o cálculo do coeficiente de extinção dependente da frequência incidente. Combinação dos coeficientes de absorção e espalhamento da radiação. Coeficiente de absorção Coeficiente de extinção Coeficiente de espalhamento 4 2

EQUAÇÕES Indica que a parte real dos parâmetros é empregado. Parâmetros expressos por funções tipo Ricatti-Bessel. Parâmetro diretamente proporcional a dimensão da partícula. Ordem de excitação 5 2-TEORIA DE MIE A Teoria de Mie é utilizada para designar esta solução, bem como outras soluções analíticas para outras formas de partículas e variações tais como, esferas de multicamadas. Considera os processos de relaxação como resultantes de colisões de elétrons, e permite prever corretamente o aumento da largura de banda para as partículas maiores uma vez que as colisões inter eletrônicas seriam mais freqüentes. Segundo BONIFÁCIO,para partículas menores que 10 nanômetros, a teoria de Mie falha, ao se observar um aumento na largura de bandas com a diminuição do tamanho. Em partículas menores, segundo Mie, onde excitações dipolares são predominantes, não há dependência de C ext com o tamanho da partícula. 6 3

TEORIAS Segundo MOORES & GOETTMANN, o modelo de Maxwell desenvolvido permite a expressão da constante dielétrica dentro de uma matriz (em constante dielétrica), contendo pequenas esferas metálicas, desde que o tamanho das esferas seja pequeno se comparado ao comprimento de onda e do material. Debye desenvolveu outra abordagem para o mesmo problema. Ele previa o impacto da luz sobre as nanopartículas como se a luz exerce uma pressão mecânica. Teoria de Mie- o problema foi tratado como uma dispersão genuína, o resultado da SPR é uma absorção global do meio. Ele dividiu o problema em duas partes independentes: a eletromagnética e o material, o que requer a determinação da constante dielétrica (o, R). 7 TEORIA DE MIE De maneira experimental, foi observado que o aumento da largura de banda com a diminuição do tamanho tem demonstrado que processos de relaxação também são importantes para partículas pequenas. Esse esclarecimento só foi possível com a ampliação da teoria de Mie com trabalhos posteriores, que consideravam o fato de que para NPs muito pequenas a dimensão do sistema é da ordem do livre caminho médio dos elétrons Kreibig. [3] 8 4

A abordagem de espalhamento leva à seguinte expressão para a seção transversal CEX : Parâmetros expressos por funções tipo Ricatti-Bessel Associada a absorção Comprimento de onda da radiação incidente Índice de refração real da NP Índice de refração do meio 9 MÉTODOS NUMÉRICOS As teorias de Mie e Maxwell descritas são de fácil aplicação quando não há interação e para partículas esféricas. Para descrever o comportamento de absorção de estruturas mais complexas vários métodos numéricos têm sido desenvolvidos MOORES & GOETTMANN (2006). Segundo Bonifácio, A teoria de Mie falha ao considerar a interação entre as esferas, bem como para descrever o comportamento t espectral de partículas menores que 10nm. Portanto para estruturas mais complexas, vários métodos numéricos foram propostos, como por exemplo o discrete dipole approximation (DDA) 10 5

NOVAS TEORIAS Grande parte das simulações de espectros encontrados na literatura são feitas através da aplicação dos algorítimos da teoria de DDA. Entretanto existe uma teoria recentemente proposta que explica o comportamento da interação entre plásmons. Teoria da hibridação de plásmons, em que a deformação da nuvem eletrônica pode ser modelada como resultado da hibridização dos modos esféricos dos componentes. 11 3- QUIMISSORÇÃO Elétrons livres - participam de reações; Adsorção -átomos se ligam a superfície do sólido; Ligações covalentes; Diminuição da densidade de elétrons na banda de condução 12 6

3-QUIMISSORÇÃO Figura 1 : Efeito do íon iodeto acrescentado na banda de plásmons de prata coloidal.[7] 13 3- QUIMISSORÇÃO Figura 2: Efeito da polarização catódica sobre o espectro de absorção das NP s coloidais revestidas com íons iodetos quimissorvidos (curva com pontos).[9] Figura 3: Espectro de absorção de 10-4 M de sol de prata realizado com 7,5 µm de I - após a adição de várias concentrações de SH - ph= 10,5.[4] 14 7

4- Princípios para a síntese de nanopartículas metálicas coloidais A síntese coloidal é um método extremamente versátil, de custo relativamente baixo comparado a outros métodos de produção de nanoestruturas metálicas como exemplo a litografia, e que pode, a princípio, ser adaptado para produção em larga escala. Apesar de cada método possuir características específicas, a síntese coloidal, de uma maneira geral, baseia-se em quatro componentes: -meio; - precursor; - agente redutor; - estabilizante; 15 4- Princípios para a síntese de nanopartículas metálicas coloidais Nanopartículas sintetizadas em soluções aquosas e solventes polares são geralmente estabilizadas por qualquer estabilização eletrostática ou estabilização estérica. Figura 4 :Exemplos de mecanismos de estabilização de partículas de soluções coloidais (a) estabilização eletrostática, (b)estabilização estérica.[5] 16 8

4- Princípios para a síntese de nanopartículas metálicas coloidais De forma experimental deduzir a verdadeira dependência do tamanho da SPR em pequenas partículas metálicas de 2-20nm requer síntese de nanopartículas com: - alta monodispersão; - alta uniformidade; - alta dispersão; 17 5-Síntese de Nanopartículas de Prata Monodispersas Para um estudo da dependência de tamanho na propriedade da SPR, primeiramente deve-se obter: NPs com tamanho na faixa de 2 a 20 nm; Monodispersão; Morfologia uniforme; Química de superfície idêntica. Rota de síntese Schatz e colegas de trabalho (2010), propuseram uma rota de síntese simples que baseia-se na na redução do nitrato de prata com oleylamine (OAM). 18 9

5-Síntese de Nanopartículas de Prata Monodispersas Rota de síntese -170mgAgNO 3 foram dissolvido em 20 ml OAM,foi aquecido a 180 C; - Inicialmente a mistura de reação era incolor; - Após 140 C a mistura tornar-se escura, ou seja, processo de nucleação. - O produto final foi lavado com acetona e seguiu-se para a seleção de tamanho via centrifugação. - Com aadição de excesso de OAM ( 0.05mL) 05 à nanopartícula de Ag sintetizada, é possível armazená-la por um longo período. - Obteve-se NPs de Ag de aproximadamente 10,0 nm com uma distribuição de tamanho muito reduzido de 5%. 19 5- Síntese de Nanopartículas de Prata Monodispersas Resultados da síntese Figura 5: Imagens TEM de nanopartículas coloidais Ag com diferentes diâmetros: (A) 2,2 nm (±0,5), (B) 3,9 nm (±0,4), (C) 5,3 nm (±0,4), (D) 7,3nm (±0,5), (E) 10,0 nm (±0,5) e (F) 15,6 nm (±0,9).[9] Figura 6: (A) Desenhos esquemáticos e (B-E) imagens HRTEM de nanopartículas de Ag individuais mostrado na figura. 4 visto ao longo de diferentes eixos de rotações e revelando sua morfologia icosaédrica. As linhas tracejadas em (A) destacam os planos individuais. As imagens em (B-E) são de nanopartículas de Ag com diferentes diâmetros: (B) 5,3 nm, (C) 7,3 nm, (D) e 10,0 nm (E) 15,6 nm.[9] 20 10

5- Síntese de Nanopartículas de Prata Monodispersas Figura 7: Espectros de FTIR OAM pura (curva vermelha) e NPs Ag 10,0 nm (curva preta).[2] 21 6- Dependência do tamanho de nanopartículas de Ag em espectros de absorção SPR Figura 8: (A)Espectros de absorção das nanopartículas de Ag com diferentes tamanhos, dispersas em hexano. (B) Comparação dos dados teóricos (linhas) e experimentais (símbolos) da localização do pico máximo de absorção (λ max ).[9] 22 11

Modelo Utilizado Esfera de três camadas: (i) um núcleo metálico esférico central de raio: r núcleo = r - t, (ii) uma camada metálica em torno do núcleo de raio desde r núcleo até r núcleo +t=r =d/2, Figura 9: Ilustração esquemática do modelo teórico que a camada mais externa dos átomos de Ag na nanopartícula tem uma menor densidade de elétrons na banda de condução por um fator de g (menor que 1) em comparação com os átomos no interior. Pontos azuis representam nitrogênio (N) átomos do grupo amina da OAM aderente à superfície das nanopartículas Ag.[9] (iii) uma camada dielétrica correspondente à camada de recobrimento de moléculas de raios r para r + s. 23 Comparação Teórica-Experimental Figura 10: Comparação do experimental (símbolos pretos) e calculado (linhas coloridas) as parcelas das seções transversais integradas de 320-600 nm ( C abs dλ) à esquerda e as seções de absorção de pico (C abs-max )em função do tamanho das partículas à direita. [9] 24 12

Mudança do agente estabilizante Figura 11: (A) Posições do pico de absorção previsto experimentalmente (símbolos) e, teoricamente (linhas) para as nanopartículas de Ag com tamanhos variados dispersos em hexano (preto), clorofórmio (vermelho) e tolueno (azul). (B) Dependência da mudança do pico de absorção (Δλ Max ) 25 com diferentes diâmetros (d, rotulados na figura) sobre a concentração de HDT ([HDT]) apresentada nas dispersões de nanopartículas de Ag. [9] Segundo Sun et al, 7- CONCLUSÃO Ligações químicas formadas entre as moléculas de recobrimento e os átomos da superfície das nanopartículas metálicas coloidais podem reduzir a densidade de elétrons da banda de condução devido ao confinamento de elétrons nas ligações químicas. A densidade eletrônica reduzida altera a constante dielétrica das nanopartículas do material nos átomos da superfície e, consequentemente, influência as propriedades SPR das nanopartículas. Este efeito químico é mais pronunciado quando o tamanho das nanopartículas diminui por expor uma maior percentagem de átomos da superfície para formar ligações químicas com moléculas de recobrimento. A incorporação desse efeito em um modelo de teoria de Mie multicamada leva a resultados que encaixam as observações experimentais muito bem. 26 13

7- CONCLUSÃO Com efetivamente apenas um parâmetro, este modelo prevê com sucesso a excepcional dependência do tamanho da posição do pico SPR de nanopartículas de Ag estabilizadas com moléculas de recobrimento em uma variedade de solventes: quando o tamanho diminui d ~20 nm o pico SPR é corrido ao azul mas depois volta perto dos 12 nm e é corrido fortemente ao vermelho. Nosso modelo sugere que a formação de ligações entre nanopartículas de Ag com grupos amina (-NH 2 ) de moléculas OAm e grupos tiol (-SH) de moléculas HDT podem reduzir a densidade de elétrons da banda de condução nos átomos de Ag da superfície em 36.8 % e 45.2 %, respectivamente, em comparação com a densidade eletrônica da banda de Ag de um material bulk. Acredita-se que alguns dos resultados conflitantes t nas propriedades d SPR dependentesd do tamanho reportadas na literatura podem ser bem resolvidas considerando tais efeitos químicos de superfície. 27 8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]- BONIFACIO, L. S.; Processos de Agregação e Fusão de Nanopartículas de Ouro: Uma Abordagem Química; Dissertação apresentada ao Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007. [2]- HIRAMATSU H.; OSTERLOH F.E.; A simple large-scale synthesis of nearly monodisperse gold and silver nanoparticles with adjustable sizes and with exchangeable surfactants. Chem.Mater., 2004, 16. 2509 2511. 700. [3]-KREIBIG, U.; GENZEL. L.; Optical absorption of small metallic particles. Surf Sci 156(1985) 678 [4]- LINNERT T.; MULVANEY P.; HENGLEIN A.; Surface chemistry of colloidal silver: Surface plasmon damping by chemisorbed I -, SH -, and C 6H 5S - J. Phys.Chem. 1993, 97.679 682. [5]- MEIRA, D.M.; Síntese e Caraterização de Nanocatalisadores de platina suportados aplicados à reação de reforma do metano; Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2010. 28 14

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [6]- MOORES, A.; GOETTMANN, F.; The plasmon band in noble metal nanoparticles: an introduction to theory and applications. March 2006, Accepted 2nd June 2006 First published as an Advance Article on the web 5th July 2006. Rev. New Journal of Chemistry [7]- MULVANEY, P., Surface Plasmon Spectroscopy of Nanosized Metal Particles. Langmuir, 12, 788-800, 1996. [8]- SCHATZ, G.C.; PENG, S.; MCMAHON, J. M.; GRAY, S.K. and SUN, Y.; Proc. Natl. Acad. Sci., 107, 14530 2010. [9]- SUN, Y.; STHEPHEN, K.G.; PENG, S.; Surface Chemistry: a non-negligible parameter in determining optical properties of small colloidal metal nanoparticles. Phys. Chem. 2011,n.13,11814-11826. 29 15